quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Regresso às grandes noites europeias

Dois anos depois o Benfica regressou às noites europeias na Liga dos Campeões, prova maior de clubes no Velho Continente. Não foi um jogo brilhante, longe disso, mas o mais importante foi o regresso com uma vitória, frente a um adversário mais difícil que alguns pensavam e do que a comunicação social deu a entender. E mesmo longe de brilhante, foi uma vitória bastante importante, não só pela liderança na fase de grupos mas também porque serviu para "ganhar" alguns jogadores que arrancaram a época numa forma menos positiva. E que isto seja o começo de algo grande, que se prove isso mesmo no domingo.

Jesus voltou a confiar a titularidade a Roberto em detrimento de Júlio César, apostando exactamente no mesmo onze de Guimarães excepção feita a Maxi Pereira que ficou no banco. O Benfica entrou bem no jogo com mais domínio tanto territorial como em posse de bola, mas percebeu-se que, ao contrário do que sucede nos jogos para o campeonato na Luz, o Hapoel não vinha para fazer figura de corpo presente, adoptando desde início uma postura ofensiva e, sobretudo, com uma linha defensiva muito alta, permitindo algum jogo mais directo por parte do Benfica, sobretudo graças às movimentações de Aimar, que se apresentou em excelente condição física e foi capaz de criar embaraços aos israelitas.

Notou-se claramente que falta profundidade nos flancos, algo que já tínhamos avisado aqui no blog "n" vezes, e a equipa procura jogar pelo meio em demasiadas ocasiões. Coentrão é, neste momento, à semelhança do que acontecia com Léo em 2005/2006, o jogador onde a bola sabe que vai ter continuidade nos pés benfiquistas, ou seja, com a bola, este jogador consegue atacar sem perde-la, sendo o único que dá profundidade.

O Hapoel espreitava, sempre que podia, a oportunidade de se acercar da baliza de Roberto, tendo conseguido provocar alguns calafrios, nomeadamente numa jogada em que Luisão trava um avançado israelita usando os braços, mas não o suficiente para o fazer cair da forma como simula (atirando-se deliberadamente para a frente), e depois ainda num trio de lances em que Roberto mostra reflexos no primeiro, agilidade no segundo (procurando a "defesa para a fotografia" também, é certo) e concentração no terceiro, numa grande saída a varrer o lance.


Entre estes ataques dos israelitas, o Benfica teve a felicidade de chegar ao golo, num lance em que após canto de Aimar na esquerda para Carlos Martins possivelmente estoirar, o português cruza novamente a bola agora do outro lado e aparece Luisão, de p
é direito, sem a deixar cair, à ponta-de-lança, colocando a bola na gaveta. 1-0, primeira explosão (termo simpático para usar num jogo com israelitas) de alegria na Luz o Benfica estava na frente, o resultado era favorável e os próprios israelitas não pareciam muito descontentes, continuando a perder tempo pelo seu guarda-redes. O intervalo chegava à Luz.

O segundo tempo foi menos intenso que o primeiro e com ainda maior domínio do Benfica nomeadamente no que a ocasiões de golo diz respeito. Primeiro foi Cardozo a falhar após jogada mágico do melhor em campo, o argentino Pablo Aimar, e ainda um lance em que Rúben Amorim remata forte para defesa do guarda-redes nigeriano. O momento mais importante do segundo tempo foi quando aos 67 minutos, após boa jogada de Maxi Pereira, Cardozo remata para a baliza de pé direito fazendo um golo bastante fácil. Gesto imediato, coloca o indicador esquerdo à frente da boca mandando calar os adeptos que poucos minutos antes tinham-no assobiado. Não sendo este o tipo de interacção que gosto de ver entre adeptos e jogadores, Cardozo tem toda a razão pois, tal como Jesus justificou, o paraguaio dá tudo em campo e só não faz mais (mais que 38 golos, por exemplo, pobrezinho), porque não é capaz.

Com o segundo golo, Aimar pede substituição que Jesus atende, colocando Airton ao lado de Javi Garcia, algo que eu já ansiava ver há algum tempo. O Benfica ganhou músculo no meio-campo e soube segurar o jogo até final. Peixoto ainda entrou em campo e foi vergonhosamente assobiado pelos adeptos, novamente numa atitude incompreensível. O Benfica venceu, justamente, o Hapoel por 2-0, estando no topo do grupo na Liga dos Campeões.

7 comentários:

Anónimo disse...

Gostei do jogo a espaços...
Como nunca perdoei o Quim, o Cardozo a partir de hoje está na minha lista negra!

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Berrante De Encarnado disse...

Gostei, mais da vitória, mas também gostei do jogo.

Podia ter sido melhor? Podia, devia, tem que ser e acho que será, mas o adversário era bom de bola. Longe de serem coxos. Benfica dominou a maior parte do tempo, Fábio e Aimar em grande, Roberto seguro. Umas falhas primárias aqui e ali, que na época passada eram difíceis de ver... Motivos? Cansaço? Moral? Qualidade? Só sei que vamos melhorar cada vez mais, vou acreditar.

Gostei, mas quero mais.

BENFICA SEMPRE!

Bimbosfera disse...

Caro VHugo, totalmente em DESACORDO! Se bem que já há um novo post a falar disso, com o qual, aí sim, estou a 100% de acordo!

Abraço

Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera

Bimbosfera.blogspot.com

Anónimo disse...

Na lista negra? Fodasse, que estupidez!!! Ontem tal como em muitos outros, jogos fiquei desesperado com os falhanços do Cardozo, mas daí a assobiar vai uma grande distância... Se não apoiamos os nossos quem apoiará? Os tripeiros, os lagartos?! Todos os anos é a mesma merda, se não estivermos a jogar bem, toca a assobiar, deita abaixo...

Galaad disse...

Vitor Hugo, desculpa, mas não posso concordar contigo. Acho que não podias estar mais errado.

Quanto ao jogo, o Hapoel não é tão facil como se pensava. Mas o que conta são os tres pontos e 800 mil euros...

JD disse...

VHugo, força com essa lista negra! Toca a assobiar o jogador!!

Assim, perdemos o ponta de lança e em Janeiro vendemos por tuta e meia.

És um grande benfiquista!

Não vamos colocar mais pressão na equipa. A prova q eles estão suficientemente pressionados é que o jogador tem aquela atitude. Sempre criticámos o Cardoso por não festejar os golos. Parecia que nao sentia a camisola...ontem foi a maior prova que ele não é indiferente ao Benfica, que estava frustado por as coisas não sairem bem.

Pediu desculpa. Está arrumado o assunto.

Olha, assobia o David Luis que parece que este ano regrediu 5 anos. Ontem ia metendo 2 bolas na baliza do Roberto

Anónimo disse...

Eu não o assobiei, por isso tenho o direito se me sentir como sinto! O que o jogador vale e custa ao fim do mês e o barulho que o empresário fez durante o Mundial,Deviam fazer com pelo menos ele tentasse ganhar os lances. Se não está em forma, que dê a vez a outro!
Mas como já percebi que ele teve a dignidade de pedir desculpa, talvez isto passe...

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