domingo, 4 de junho de 2006
Para Moralizar
Portugal realizou o ultimo teste antes de partir para a Alemanha. Num jogo contra um adversário fechadinho e bastante limitado, Portugal fez uso dos serviços minimos para vencer o Luxemburgo.
Com o 11 inicial do jogo contra Angola practicamente definido, Scolari deve ter ficado a pensar se não será melhor repensar a utilização da dupla Costinha/Maniche, que se apresentam claramente fora de forma. E com um super-Tiago e um Petit em grande forma, os camisas 6 e 18 não têm motivos para dormir tranquilos.
Quanto ao jogo em si, destaca-se uma 1ªParte muito fraca e uma 2ªParte bem melhor, com Petit, Simão, Tiago, Postiga e até Hugo Viana a mostrarem vontade, querendo-se assumir como sérias opções. Simão poderá até aproveitar o nervosismo de Cristiano Ronaldo para conseguir, quem sabe um lugar no 11 inicial do jogo de estreia do Mundial.
Simão fez então 2 dos 3 golos, um deles de penalty, enquanto Figo (autor de uma excelente exibição) fechou o marcador com um golo de belissimo recorte. No final um 3-0 esperado, para moralizar...
E venha de lá então Angola...
Ficha de Jogo:
Portugal:
Ricardo;
Miguel, Fernando Meira (Ricardo Costa, 59m), Ricardo Carvalho e Nuno Valente;
Costinha (Petit, ao int.) e Maniche (Tiago, aos 67m);
Figo, Deco (Simão, ao int.) e Cristiano Ronaldo (Hugo Viana, 70m);
Pauleta (Hélder Postiga, ao int.).
Suplentes: Quim, Paulo Santos, Paulo Ferreira, Caneira, Boa Morte e Nuno Gomes.
Luxemburgo:
Joubert;
Leweck, Hoffman, Reiter e Peters;
Strasser, Joachim e Carlos Ferreira;
Remy, Mutsch e Schnell.
Suplentes: Oberweis, Heinz, Leweck, Kitenge, Clayton de Sousa, Federspeil, Da Luz, Lombardelli e Huss.
Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Simão (45m e 73m) e Figo (84m)
Resultado final: 3-0.
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1 comentário:
Sinceramente, não estou nada confiante no desempenho da selecção!
Vou analisar apenas o possível onze titular e uma ou duas lacunas que penso serem preponderantes num possível resultado final:
Ricardo: capaz de defesas impossíveis... e frangos também!
Miguel: forte no ataque, mas não dá a segurança defensiva de Paulo Ferreira.
Fernando Meira: não fez o apuramento ao lado do Ricardo Carvalho e fica a anos luz de Jorge Andrade.
Ricardo Carvalho: um senhor na defesa. Que Deus te dê saúde e condição física neste mundial pois vais correr muito.
Nuno Valente: longe das exibições que evidenciou ao serviço do Porto. Parece-me mais seguro que Miguel (no flanco oposto) a defender.
Costinha: ficar tantos meses sem jogar ao mais alto nível só lhe pode ser prejudicial. Em condições normais, seria titular indiscutível. Assim, temos um esboço do Costinha e um meio-campo mais fragilizado.
Maniche: a galáxias de distância do Maniche do F.C.Porto. Nem Mourinho, desta feita, conseguiu rendimento do jogador. Passou uma época a resolver problemas do estilo "fica", "não fica" no Dínamo e, quando sai, não se consegue impôr para jogar com regularidade.
Um meio campo nestas condições (Costinha e Maniche) não me inspiram confiança.
Cristiano Ronaldo: as qualidades são inegáveis, assim como o mau feitio. O estrelato tem-lhe afectado os neurónios e retirado a calma necessária para saber que um jogo de futebol joga-se com os pés na bola e não nas pernas dos adversários. É capaz de resolver um jogo a nosso favor, mas o contrário, pela sua impetuosidade, também pode acontecer.
Figo: os anos vão pesando. Espero que tenha a inteligência (que eu acredito que tenha) para saber gerir os seus recursos físicos. É ainda um jogador de classe mundial.
Deco: a minha grande esperança. Não mencionarei a minha discordância quanto a jogadores "estrangeiros" na selecção pois é um facto consumado. Pauta o jogo como poucos, distribui com classe e ainda defende com entrega.
Pauleta: apesar de ser um confesso admirador de Pauleta, tenho receio que não consiga mostrar novamente o seu potencial de goleador. As circunstâncias que rodeiam este mundial são diferentes do Euro2004. Pauleta, em 2004, sofreu muitas lesões e isso afectou o seu rendimento. Agora não será desculpa!
Mas o que ainda tenho mais receio é da mentalidade dos jogadores portugueses e da ideia (frequentemente repudiada, mas no fim sempre confirmada) que "já está no papo".
Oxalá não acabem "papados".
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