sexta-feira, 21 de junho de 2013

Será que vamos ter uma táctica diferente?

É um tema controverso. Se o Benfica joga em 4-4-2, 4-1-3-2 e por aí adiante. Se formos a ver a época que acabou, na esmagadora maioria das vezes jogamos com dois avançados na frente, com excepção de alguns jogos, sobretudo nas competições europeias. Ora, se formos a ver os jogadores que o Benfica anda a contratar, prevejo que Jesus vá adoptar esse sistema "europeu" como sistema base. Markovic, Djuricic, Sulejmani, deixam antever algumas mudanças no futuro. A compra de Djuricic que se assume como um clássico 10 pode ser o ponto de partida para aquilo que estou a referir.

Eu sou um adepto confesso do 4-3-3 e suas variantes. Penso que é o sistema mais equilibrado, aquele que garante mais harmonia entre os sectores. Dito isto e tendo em conta o nosso campeonato, diria eu que em 80% dos jogos, o jogar com dois avançados é benéfico, dada a diferença de qualidade entre Benfica e Porto e as restantes equipas. Mas no futebol moderno, será sempre necessário ter um plano B, e o plano B da temporada transacta, poderá ser o plano A da época que se avizinha. Poderá isso ser vantajoso?

Sim. Desde que a equipa esteja consolidada de trás para a frente. O que quero dizer com isto? A ideia que me dá no planeamento desportivo do Benfica é que nos servem lagosta do meio campo para a frente e pãozinho com manteiga na defesa. O ponto fraco do Benfica na época passada foi na minha opinião o sector defensivo. Desde logo Artur, que provou que nos momentos decisivos tem a tendência de falhar. Maxi Pereira fez uma época extremamente irregular e foi suplantado por André Almeida. Melgarejo foi uma adaptação falhada e que fez com que o Benfica recorresse a André Almeida para lateral esquerdo, que por sua vez foi duplamente adaptado (a polivalência tem limites). Na zona central da defesa, Garay é um jogador com qualidade inquestionável mas que estará de saída e Luisão já teve melhores dias. Jardel, apesar da sua disponibilidade tem algumas limitações. Não podemos de forma alguma partir para a nova temporada sem estes problemas resolvidos. É tempo de deixarmos as brincadeiras de lado e apostar de uma vez por todas, em resolver as principais lacunas da equipa. Para já está confirmada a contratação de Steven Vitória, mas é preciso mais...

Depois sim, podemos pensar em tácticas. Se os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos. Adiante. A ser verdade que Jesus pretende implementar uma espécie de 4-2-3-1, penso que isso trará grandes vantagens à equipa (desde que salvaguardados os aspectos que referi acima). E sobre o planeamento desportivo, muito mais haveria a dizer.

4 comentários:

71460_5/8 disse...

Posso estar enganado mas parece-me que o Djuricic não é um 10 clássico. O que eu entendo como um 10 clássico é um jogador como o Rui Costa ou o Aimar que vai buscar o jogo atrás quando necessário. Já o Djuricic pareceu-me pelo que vi um 10 ao estilo de Kaká, ou seja, um 1 que é quase um falso ponta de lança porque está quase sempre ao pé da área. Sendo assim, não será a mudança de jogo, mas a implementação do estilo preferido do Jesus que sempre tentou ter um falso ponta de lança como o Saviola ou o Rodrigo que faziam a ligação entre o meio campo e o avançado.

E o que é afinal um 433? É que os extremos no Benfica são médios no 442 e no Porto são avançados para o 433?

Não seria mais correcto falar em 451? Porque pelo mesmo critério de se considerar um James ou um Varela um avançado, o Benfica joga muitas vezes em 424 ;)

No fundo, tal como o Jesus muitas vezes tenta explicar, não faz muito sentido falar em 442 ou 433 quando o lateral as vezes chega a ser mais ofensivo que o extremo. Mais importante é a movimentação e as compensações quer nos movimentos defensivos quer ofensivos :D E nesse aspecto parece-me que o Djuricic pode ser mais médio que atacante no sentido em que jogará próximo das duas áreas nos movimentos defensivos e ofensivos.

Tiago Santos disse...

Se o Cardozo for embora penso que a mudança de táctica é benéfica pois não temos outro Cardozo. E o plantel que esta a ser construindo parece ir nesse sentido, penso que a equipa poderá vir a ficar mais equilibrada principalmente para os grandes jogos, resta saber se perdemos muito em poder ofensivo.
Todas a gente diz que Djuricic é um 10 clássico mas a opinião que fico com os vários vídeos que vi por ai é que ele tem muito mais de Gaitan do que por exemplo de Aimar. É um jogador que gosta de correr com a bola e tentar o 1 para 1 inúmeras vezes não fazendo grande construção de jogo. Mais segundo avançado do que numero 10, e penso que a diferença de futebol lhe vai custar bastante, aqui não temos auto-estradas pelo meio campo onde ninguém mete um pé com mais força.
Mas se tudo correr bem podia dar um futebol espectacular com jogadores muito rápidos e tecnicistas.

joão carlos disse...

concordo contigo no que se refere aos considerandos que referes sobre qual seria a táctica que melhor nos servia.
o que eu não concordo é com as conclusões que chegas que este treinador vai mudar a táctica, ele nunca a mudou mesmo quando em 2010/2011 andou quase toda a pré época a jogar em 433, alias ele já disse que o 433 é para equipa pequenas e menos ainda quando se parte para essa conclusão com base nas contratações djuricic vem para o lugar de aimar até aqui nada de novo, Sulejmani pode jogar na direita, a dez ou a segundo avançado mais ou menos como bruno cesar nada de novo markovic idem idem mas do lado esquerdo mas se gaitan sair ocupa a sua posição se este não sair será uma das opções para o ataque portanto é que não estou memos nada a ver nenhuma mudança na tactica mas espero estar enganado.

tiago p. disse...

JJ não vai mudar o esquema. A base de toda a forma de jogar para JJ é a criatividade dos jogadores no processo ofensivo e o rigor defensivo.
Ele prefere o 4x4x2 ao 4x3x3, pois este permite mais variações na ação tanto dos médios na zona central como dos alas; dá-lhes mais espaço para conduzir a bola, tanto em espaços interiores como nas alas (na base do 4x4x2 clássico).
Criatividade com bola, através do transporte (Olhem para Di Maria, Ramires, Salvio, Gaitan, para a evolução de Ola Jonh) e através de movimentos periféricos sem bola. Ação criativa, com bola e sem ela, num sistema pouco rígido, na base um 4x1x3x2, que apenas com um médio ofensivo pelo centro muda para 4x2(1x1)x3x1...

Markovic, Sulejmani e Djuricic vão passar pelo mesmo processo de Gaitan, Di Maria, Salvio e Ola John: Perceber que com bola (a equipa) a sua ação é de criatividade e vertigem; sem ela têm responsabilidade de fechar atràs; deixam de ser estremos passando a ser alas de transporte e movimentos exteriores/interiores, com e sem bola...