Este é longo, desculpem lá.
Cumpriu-se o esperado, sendo ou não o desejado, era o que se previa: Portugal foi eliminado nos oitavos-de-final do Mundial pela fúria espanhola. À partida para a África do Sul, o esperado era ficar atrás do Brasil na fase de grupos e cruzar com a Espanha nos oitavos, derivado de nuestros hermanos ficarem em primeiro no seu acessível grupo. E foi exactamente isto que se passou. Com toda a naturalidade, Portugal foi eliminado por uma equipa superior em todos os aspectos.
Posto isto, o que fazer com Queiroz? Bom, a parte mais interessante seria, para começar, saber o que passou na cabeça de Madaíl para assinar um contrato não de dois mas de quatro anos com o professor. Provavelmente passou etanol em doses industriais, mas isso é o habitual. Mas visto que o treinador tem ainda mais dois anos de contrato e recebe bem mais que o seu antecessor, despedi-lo custaria muito dinheiro, demasiado dinheiro. Por isso terá de se manter na estrutura federativa, por muito que nos custe. E até concordo. Mas não como treinador.
O mais interessante é que Queiroz, aos meus olhos e aos de boa parte dos espectadores, não sai deste semi-desastre como maior culpado. Aliás, eu diria mesmo que a sorte do seleccionador foi ter tido um grupo difícil e um cruzamento nos oitavos ainda pior, pois caso contrário, Portugal seria muito provavelmente eliminado por uma equipa mais fraca (Paraguai, Uruguai, Japão, Eslováquia) e aí Queiroz não sobreviveria.
No entanto não se pense que estou aqui a defender Queiroz, pelo contrário. Na verdade, Queiroz é em boa parte responsável pelas atitudes miseráveis e canalhas dos seus atletas, nomeadamente Ronaldo, Deco e provavelmente Nani. Eu diria mesmo que "o Carlos" é o único homem que consegue passar os sete pecados mortais a dez. No seu caso, foram os seguintes (do geral para o particular):
1 - Naturalizações: muitos portugueses sentem-se identificados com a selecção porque (imaginem...) é composta apenas por jogadores portugueses. Surpresa, não é? O infeliz processo iniciado por Scolari foi amplificado por Queiroz quando naturalizou Liedson e tentou numa viagem a Manchester naturalizar os irmãos gémeos Rafael e Fábio, ambos atletas do United. E ainda se falou no guarda-redes Bruno, o tal que supostamente assassinou a namorada e que já esteve, segundo os jornais, na mira do Benfica. Podem dizer: "Ah, mas Scolari também naturalizou, aliás, foi ele que começou". É certo, têm toda a razão, mas Queiroz é português, Scolari é brasileiro, e "o Carlos" é considerado o "pai" da Geração de Ouro do futebol nacional, é quem lançou essas bases. Ora, se o homem que gera talentos está mais interessado em naturalizar estrangeiros, o que pensarão os jovens atletas nacionais?
2 - Descontrolo Emocional: insultou e ameaçou o jornalista do MaisFutebol, Luís Sobral (ok, mas bater nesse senhor também me apetece, sinceramente), e envolveu-se numa cena de pancadaria com o jornalista e comentador desportivo Jorge Baptista no aeroporto. Queiroz tem revelado uma incapacidade gritante de lidar com a crítica, algo que é surpreendente para um homem tão viajado, tão experiente e que já esteve em locais com uma imprensa muitíssimo mais agressiva, como a inglesa ou espanhola. Não pode ser.
3 - Convocatórias: polémicas desde o primeiro dia. Agradar é todos é difícil, mesmo impossível, mas Queiroz conseguiu desagradar a quase todos em todas as alturas. Convocou Beto quando passou a suplente de Hélton depois de, quando representava muito bem o Leixões, ter sido ostracizado; escolheu Daniel Fernandes, Rolando e Ricardo Costa para irem ao Mundial, jogadores sem qualidade absolutamente nenhuma nem para o actual Sporting; ainda conseguiu convocar craques como Eliseu, Orlando Sá, Edinho entre tantos outros. E agora até me lembrei da não-convocação/afinal parece que há convocação de Manuel Fernandes.
4 - Falta de Liderança no Banco: Querioz não é respeitado essencialmente porque não se dá ao respeito. Não vemos um líder, algo que considero muito importante numa selecção. As equipas nacionais, mais que táctica, apelam à inspiração e ao querer, daí exigir-se um líder natural no banco.
5 - Falta de Liderança em Campo: Habituámo-nos a ver Fernando Couto e depois Luís Figo como capitães de equipa, verdadeiros líderes dentro de campo. E havia ainda um conjunto de jogadores consagrados e respeitados como Baía, Rui Costa, Nuno Gomes, Jorge Andrade, ou mesmo Pauleta. Hoje, retirando Ricardo Carvalho, não vejo ninguém com perfil para liderar a selecção. Por ventura nem o próprio Ricardo Carvalho terá esse perfil, pois o seu low-profile não parece conseguir lidar com todos os egos que estão naquele grupo. Muito sinceramente, eu nem sou grande admirador de alguns dos jogadores supracitados, mas devo reconhecer que dentro do campo eram respeitados pelos colegas e temidos pelos adversários. Hoje não há nada disso, e em boa parte porque Queiroz resolveu afastar um líder de balneário, respeitado pelos colegas da selecção. Quem é? Está por demais evidente.
6 - Indisciplina: Como se o que mencionei no ponto anterior não bastasse, Queiroz nomeou como capitão o rei da indisciplina. Não duvido que Ronaldo seja um miúdo sonhador que gosta de ganhar e tem esse como o maior objectivo, mas se ainda não adquiriu maturidade intelectual aos 24 anos, também não a adquirirá mais tarde. O descontrolo emocional que evidencia dentro do campo, a vida boémia e de luxo, ostentação e despudor intelectual que evidencia fora dele não são compatíveis com o cargo de capitão de uma nação. Pelo menos de uma nação decente. E ainda gostava de me explicassem por que é que o treinador é "mister" para uns e "Carlos" para outros. E a juntar ao caso de Ronaldo há o de Deco, jogador toda a vida pouco mais que mediano e que foi alvo de um empolamento brutal por parte da imprensa, que teve declarações nojentas para com o país que representa, país esse que teve a infelicidade de o acolher e que ouviu da sua boca palavras que evidenciam um "'tou-me cagando" à Vilarinho para com a pátria da qual agora é cidadão. E ainda há Nani, cujo caso é... um caso. Um tabu. Alguma coisa se passou, o quê... não sabemos. Mas nas entrelinhas percebe-se que a clavícula deve estar a 100%, como sempre esteve.
7 - Mudança de Estilo: Sempre me ensinaram para me manter fiel aos meus princípios. A Queiroz não, pelos vistos. A sua atitude mudou radicalmente ao longos destes dois anos, com aquela cena final tão mal ensaiada e tão artificial de, qual estrela de cinema, qual boxeur profissional rasca, de atirar o blazer ao chão como forma de expressão da sua raiva contra uma decisão do árbitro. Ah mauzão!
8 - Bodes Expiatórios: Encontrou-os, ou melhor, criou-os. Escolheu um culpado em particular depois daquela memorável derrota com o Brasil: nada mais nada menos que Quim, o guarda-redes. Normal, vindo de quem vem, incapaz de admitir os erros, arranja-se sempre uma desculpa. E as últimas declarações sobre a grande falta que Varela e Micael fizeram na África do Sul são, no mínimo, ridículas.
9 - Substituições: Esta é uma desculpa para os mais nostálgicos. Quem não se lembra da mítica troca de Paulo Torres por Pacheco que valeu um título ao Benfica, com 3 golos na segunda parte todos com preciosa ajuda de Vítor Paneira que fez o que quis daquele deserto corredor esquerdo defensivo leonino (sendo que num dos lances há uma fífia monumental de Paulo Sousa, ah, o doce sabor da vingança!)? É a vida. E no Porugal x Espanha, Queiroz voltou a demonstrar todo o seu know how ao retirar Hugo Almeida, que por sinal estava a ser dos melhores portugueses em campo, para colocar Danny e libertar a defesa espanhola para que pudesse e conseguisse jogar à vontade, não tendo o homem que mais dores de cabeça estava a dar a Puyol e Pique. Depois do golo, eis que arrisca tudo ao retirar Pepe e Simão para colocar Pedro Mendes e Liedson. Uau! Que coragem, que garra, que vontade de vencer!
10 - Incompetência: Tanto para escrever neste ponto...
Posto isto, que selecção para o futuro, com quem contar? Parece-me óbvio que "a porcaria tem de ser varrida da federação", a começar por um tal de Madaíl. A presunção, a incompetência, falando mal e porcamente "a mama" e "o tacho" que tem na FPF têm de acabar. Queiroz foi mais que desrespeitado pelos jogadores e nem uma palavra se ouviu da boca do presidente, absolutamente zero. Carlos Queiroz... tem um ordenado principesco mas não é no banco que deve ficar. Nem como presidente o concebo, especialmente por defender abertamente a naturalização. A ficar deveria ser num cargo qualquer como coordenador do futebol jovem, ou algo parecido. Continuar como treinador seria arriscar uma "Domenechização" da selecção nacional, arriscar um neo-Saltillo em 2012, se lá chegarmos.
No futuro, um seleccionador novo, português obviamente. Quem? Com Manuel José e Humberto Coelho ostracizados, com Paulo Bento num período fetal enquanto treinador e sem idade suficiente para lidar com estas vedetas todas, com Fernando Santos pela Grécia, com Jesus no Benfica, só vejo um nome: Manuel Cajuda. Português, experiente, com provas dadas a nível interno sobretudo o trabalho realizado em ambos os "grandes do Minho", seria o grande desafio da sua carreira. Mais que um teórico, é um treinador de campo, como recentemente fez questão de referir, motivador, com capacidade para levar esta selecção a voos mais altos. Pelo menos mais altos que os de Queiroz. E além do treinador, é preciso criar uma identidade na selecção, dar-lhe uma cara nova. Essencialmente, dar-lhe uma liderança. E a braçadeira passará naturalmente pelo braço de jogadores como Ricardo Carvalho, Simão ou Eduardo. Não gostam? Aguentem. Não querem? Porta da rua é serventia da casa. Quem está mal deve sair, sem olhar a nomes, e às vezes as surpresas acontecem: o Brasil foi campeão em 2002 sem Romário, a Grécia venceu em 2004 com o criativo Tsartas e meio-gás, a Itália ganhou depois da saída de Maldini e mesmo com a ausência de Vieri, a Espanha venceu sem Raúle a Alemanha ganhará (?!) em 2010 sem Ballack. A vida é assim.
Cumpriu-se o esperado, sendo ou não o desejado, era o que se previa: Portugal foi eliminado nos oitavos-de-final do Mundial pela fúria espanhola. À partida para a África do Sul, o esperado era ficar atrás do Brasil na fase de grupos e cruzar com a Espanha nos oitavos, derivado de nuestros hermanos ficarem em primeiro no seu acessível grupo. E foi exactamente isto que se passou. Com toda a naturalidade, Portugal foi eliminado por uma equipa superior em todos os aspectos.
Posto isto, o que fazer com Queiroz? Bom, a parte mais interessante seria, para começar, saber o que passou na cabeça de Madaíl para assinar um contrato não de dois mas de quatro anos com o professor. Provavelmente passou etanol em doses industriais, mas isso é o habitual. Mas visto que o treinador tem ainda mais dois anos de contrato e recebe bem mais que o seu antecessor, despedi-lo custaria muito dinheiro, demasiado dinheiro. Por isso terá de se manter na estrutura federativa, por muito que nos custe. E até concordo. Mas não como treinador.
O mais interessante é que Queiroz, aos meus olhos e aos de boa parte dos espectadores, não sai deste semi-desastre como maior culpado. Aliás, eu diria mesmo que a sorte do seleccionador foi ter tido um grupo difícil e um cruzamento nos oitavos ainda pior, pois caso contrário, Portugal seria muito provavelmente eliminado por uma equipa mais fraca (Paraguai, Uruguai, Japão, Eslováquia) e aí Queiroz não sobreviveria.
No entanto não se pense que estou aqui a defender Queiroz, pelo contrário. Na verdade, Queiroz é em boa parte responsável pelas atitudes miseráveis e canalhas dos seus atletas, nomeadamente Ronaldo, Deco e provavelmente Nani. Eu diria mesmo que "o Carlos" é o único homem que consegue passar os sete pecados mortais a dez. No seu caso, foram os seguintes (do geral para o particular):
1 - Naturalizações: muitos portugueses sentem-se identificados com a selecção porque (imaginem...) é composta apenas por jogadores portugueses. Surpresa, não é? O infeliz processo iniciado por Scolari foi amplificado por Queiroz quando naturalizou Liedson e tentou numa viagem a Manchester naturalizar os irmãos gémeos Rafael e Fábio, ambos atletas do United. E ainda se falou no guarda-redes Bruno, o tal que supostamente assassinou a namorada e que já esteve, segundo os jornais, na mira do Benfica. Podem dizer: "Ah, mas Scolari também naturalizou, aliás, foi ele que começou". É certo, têm toda a razão, mas Queiroz é português, Scolari é brasileiro, e "o Carlos" é considerado o "pai" da Geração de Ouro do futebol nacional, é quem lançou essas bases. Ora, se o homem que gera talentos está mais interessado em naturalizar estrangeiros, o que pensarão os jovens atletas nacionais?
2 - Descontrolo Emocional: insultou e ameaçou o jornalista do MaisFutebol, Luís Sobral (ok, mas bater nesse senhor também me apetece, sinceramente), e envolveu-se numa cena de pancadaria com o jornalista e comentador desportivo Jorge Baptista no aeroporto. Queiroz tem revelado uma incapacidade gritante de lidar com a crítica, algo que é surpreendente para um homem tão viajado, tão experiente e que já esteve em locais com uma imprensa muitíssimo mais agressiva, como a inglesa ou espanhola. Não pode ser.
3 - Convocatórias: polémicas desde o primeiro dia. Agradar é todos é difícil, mesmo impossível, mas Queiroz conseguiu desagradar a quase todos em todas as alturas. Convocou Beto quando passou a suplente de Hélton depois de, quando representava muito bem o Leixões, ter sido ostracizado; escolheu Daniel Fernandes, Rolando e Ricardo Costa para irem ao Mundial, jogadores sem qualidade absolutamente nenhuma nem para o actual Sporting; ainda conseguiu convocar craques como Eliseu, Orlando Sá, Edinho entre tantos outros. E agora até me lembrei da não-convocação/afinal parece que há convocação de Manuel Fernandes.
4 - Falta de Liderança no Banco: Querioz não é respeitado essencialmente porque não se dá ao respeito. Não vemos um líder, algo que considero muito importante numa selecção. As equipas nacionais, mais que táctica, apelam à inspiração e ao querer, daí exigir-se um líder natural no banco.
5 - Falta de Liderança em Campo: Habituámo-nos a ver Fernando Couto e depois Luís Figo como capitães de equipa, verdadeiros líderes dentro de campo. E havia ainda um conjunto de jogadores consagrados e respeitados como Baía, Rui Costa, Nuno Gomes, Jorge Andrade, ou mesmo Pauleta. Hoje, retirando Ricardo Carvalho, não vejo ninguém com perfil para liderar a selecção. Por ventura nem o próprio Ricardo Carvalho terá esse perfil, pois o seu low-profile não parece conseguir lidar com todos os egos que estão naquele grupo. Muito sinceramente, eu nem sou grande admirador de alguns dos jogadores supracitados, mas devo reconhecer que dentro do campo eram respeitados pelos colegas e temidos pelos adversários. Hoje não há nada disso, e em boa parte porque Queiroz resolveu afastar um líder de balneário, respeitado pelos colegas da selecção. Quem é? Está por demais evidente.
6 - Indisciplina: Como se o que mencionei no ponto anterior não bastasse, Queiroz nomeou como capitão o rei da indisciplina. Não duvido que Ronaldo seja um miúdo sonhador que gosta de ganhar e tem esse como o maior objectivo, mas se ainda não adquiriu maturidade intelectual aos 24 anos, também não a adquirirá mais tarde. O descontrolo emocional que evidencia dentro do campo, a vida boémia e de luxo, ostentação e despudor intelectual que evidencia fora dele não são compatíveis com o cargo de capitão de uma nação. Pelo menos de uma nação decente. E ainda gostava de me explicassem por que é que o treinador é "mister" para uns e "Carlos" para outros. E a juntar ao caso de Ronaldo há o de Deco, jogador toda a vida pouco mais que mediano e que foi alvo de um empolamento brutal por parte da imprensa, que teve declarações nojentas para com o país que representa, país esse que teve a infelicidade de o acolher e que ouviu da sua boca palavras que evidenciam um "'tou-me cagando" à Vilarinho para com a pátria da qual agora é cidadão. E ainda há Nani, cujo caso é... um caso. Um tabu. Alguma coisa se passou, o quê... não sabemos. Mas nas entrelinhas percebe-se que a clavícula deve estar a 100%, como sempre esteve.
7 - Mudança de Estilo: Sempre me ensinaram para me manter fiel aos meus princípios. A Queiroz não, pelos vistos. A sua atitude mudou radicalmente ao longos destes dois anos, com aquela cena final tão mal ensaiada e tão artificial de, qual estrela de cinema, qual boxeur profissional rasca, de atirar o blazer ao chão como forma de expressão da sua raiva contra uma decisão do árbitro. Ah mauzão!
8 - Bodes Expiatórios: Encontrou-os, ou melhor, criou-os. Escolheu um culpado em particular depois daquela memorável derrota com o Brasil: nada mais nada menos que Quim, o guarda-redes. Normal, vindo de quem vem, incapaz de admitir os erros, arranja-se sempre uma desculpa. E as últimas declarações sobre a grande falta que Varela e Micael fizeram na África do Sul são, no mínimo, ridículas.
9 - Substituições: Esta é uma desculpa para os mais nostálgicos. Quem não se lembra da mítica troca de Paulo Torres por Pacheco que valeu um título ao Benfica, com 3 golos na segunda parte todos com preciosa ajuda de Vítor Paneira que fez o que quis daquele deserto corredor esquerdo defensivo leonino (sendo que num dos lances há uma fífia monumental de Paulo Sousa, ah, o doce sabor da vingança!)? É a vida. E no Porugal x Espanha, Queiroz voltou a demonstrar todo o seu know how ao retirar Hugo Almeida, que por sinal estava a ser dos melhores portugueses em campo, para colocar Danny e libertar a defesa espanhola para que pudesse e conseguisse jogar à vontade, não tendo o homem que mais dores de cabeça estava a dar a Puyol e Pique. Depois do golo, eis que arrisca tudo ao retirar Pepe e Simão para colocar Pedro Mendes e Liedson. Uau! Que coragem, que garra, que vontade de vencer!
10 - Incompetência: Tanto para escrever neste ponto...
Posto isto, que selecção para o futuro, com quem contar? Parece-me óbvio que "a porcaria tem de ser varrida da federação", a começar por um tal de Madaíl. A presunção, a incompetência, falando mal e porcamente "a mama" e "o tacho" que tem na FPF têm de acabar. Queiroz foi mais que desrespeitado pelos jogadores e nem uma palavra se ouviu da boca do presidente, absolutamente zero. Carlos Queiroz... tem um ordenado principesco mas não é no banco que deve ficar. Nem como presidente o concebo, especialmente por defender abertamente a naturalização. A ficar deveria ser num cargo qualquer como coordenador do futebol jovem, ou algo parecido. Continuar como treinador seria arriscar uma "Domenechização" da selecção nacional, arriscar um neo-Saltillo em 2012, se lá chegarmos.
No futuro, um seleccionador novo, português obviamente. Quem? Com Manuel José e Humberto Coelho ostracizados, com Paulo Bento num período fetal enquanto treinador e sem idade suficiente para lidar com estas vedetas todas, com Fernando Santos pela Grécia, com Jesus no Benfica, só vejo um nome: Manuel Cajuda. Português, experiente, com provas dadas a nível interno sobretudo o trabalho realizado em ambos os "grandes do Minho", seria o grande desafio da sua carreira. Mais que um teórico, é um treinador de campo, como recentemente fez questão de referir, motivador, com capacidade para levar esta selecção a voos mais altos. Pelo menos mais altos que os de Queiroz. E além do treinador, é preciso criar uma identidade na selecção, dar-lhe uma cara nova. Essencialmente, dar-lhe uma liderança. E a braçadeira passará naturalmente pelo braço de jogadores como Ricardo Carvalho, Simão ou Eduardo. Não gostam? Aguentem. Não querem? Porta da rua é serventia da casa. Quem está mal deve sair, sem olhar a nomes, e às vezes as surpresas acontecem: o Brasil foi campeão em 2002 sem Romário, a Grécia venceu em 2004 com o criativo Tsartas e meio-gás, a Itália ganhou depois da saída de Maldini e mesmo com a ausência de Vieri, a Espanha venceu sem Raúl
8 comentários:
Vou comentar só com base no título:
ahahahah, colocar "Queiroz" e "futuro" na mesma frase é para rir!
Agora vou ler o post.
Já tinha tiques de inventar desculpas como aquela em 93 aquando da derrota com a Italia em San Siro em que disse que tinha que limpar a merda toda da federação.
E que "feeling" teve ele? Não era a jogar á defesa que ia sentir algo de extraordinário.
Grande post. Uma analise muito bem feita sobre o incompetente do Queiroz e da seleccao.
O problema e que a falta de lideranca vem da estrutura dirigente da FPF e enquanto tal continuar a acontecer muito dificilmente havera condicoes para um seleccionador impor a sua lideranca e acabar com as intrigas.
Que saudades do Scolari!
Boas... Concordo com quase tudo... Vou agora eu esticar-me (espero que não!).
De facto foi o esperado, e contra a Espanha. De certa forma, para ele, ainda bem, pois contra um Paraguai, ele ficava, e muito, queimado se fosse eliminado.
Sobre o etanol... Sem dúvida. Aquele Madaíl devia fazer uma equipa com o Vilarinho, o Toni, e irem correr um rally às tascas a mostrar aos estudantes como é que se bebe, ehehehe!
Sobre o Queirós, sempre defendi que ele deveria estar com um cargo tipo manager das selecções, e aí sim reconheço-lhe capacidade para estruturar o futebol, a nível de selecções, e quem sabe mais até, em Portugal. Como treinador, bem... Dou graças a Deus de ter levado uma época com o Quique... E o Quique é o que todos sabemos...
Sobre os pecados agora...
1- Partido do pressuposto que ele se gaba, ou seja, que anda sempre a soprar a sua vuvuzela, sobre este assunto, 20 e tal anos depois, é de todo incoerente ele aceitar esta política. Pepes, Liedsons, etc., vieram com ele. De Scolari só um bom, Deco, e acho que sim, houve alturas em que ele foi muito bom. Não hoje em dia.
2- Sobral... check. Estou contigo. E no geral também. Será que também ameaçou dar porrada ao Mandela quando lá esteve a treinar? Sei que teve problemas, admitidos por ele agora no mundial, sobre racismo... Não sei.
3- A definição de selecção é a curto prazo. São os melhores no momento. Alonga-se esse prazo, na medida do razoável, para se construir um grupo. Ele não fez isso, não foi coerente com o grupo, não foi coerente com nada. E no Mundial ainda andou a experimentar, com Ricardo Costa, por exemplo, a lateral. Já agora, Ricardo Costa foi bem expulso por simulação... Simulou ser jogador de futebol, e o árbitro esteve bem!
4 e 5- Liderança e indisciplina. Concordo com o facto que ele é mesmo muito fraquinho, daí defender o cargo para a parte estrutural da selecção, e não no comando directo de homens. Não tem carisma, não sabe mais. Nunca provou nada onde passou, e nos juniores podemos alegar que eram miúdos, os melhores de sempre que tivemos, e que sendo miúdos respeitavam (eram outros os tempos) o que ele queria, e ainda não tinham mega-carreiras a terem que ser controladas. Rui Costa no Fafe, ou Famalicão, ou lá onde era... Nem sequer calçava na Luz, e só passou a calçar depois desse Mundial com Eriksson. Em campo, ou pelo menos balneário, o último que ainda podia fazer a sua parte, Nuno Gomes, perdeu com o facto de não jogar no Benfica, e ele, Queirós, aproveitou-se disso para a... renovação.
(Continua)
(Última parte, prometo!)
Sobre a Federação, Queirós não tem poder para despachar Madaíl, ainda que seja um dos focos de lixo/merda na selecção. O tacho é muito bom, e, sinceramente, quem me dera ir lá comer também. O Madaíl vai-se escapando entre os pingos de chuva, quando ela cai, e como os mínimos foram atingidos, sem brilho, mas atingidos, está tudo bem para que tudo continue como está.
Sobre a "Domenechização" ou "neo-Saltillo", Deus queira, sinceramente, para ver se há medidas a sério. Assim como assim a selecção já nem me diz muito. O problema é que sou português e digo que não, mas lá acabo a torcer por eles quando chega o momento, mesmo que merdolas como o Queirós não mereçam... Por isso, relacionando com a parte seguinte, se o "neo-Saltillo" fosse já em 2012 podia ser que ainda fosse a tempo de se lá colocar o Manuel José ou outro que apareça no entretanto, despachando o Queirós, que pode estar a definir o que é suposto ser o futebol jovem, o futebol profissional, a relação com as selecções, etc, onde deveria ter estado sempre. Mesmo o Cajuda, o problema dele é poder não convencer todos, e ainda ontem o passei a seguir no Twitter, e penso que mesmo que ele esteja para lá virado, se calhar não são todos que o aceitarão... Digo eu... Depende da maneira como a imprensa o olhar no momento, mas como nunca esteve num grande será sempre difícil agradar a muitos, quanto mais a todos... Se calhar Manuel Fernandes reuniria mais consenso...
A parte final, tirando a braçadeira, está correcta, toda, e volto a referir que acho que não se deve retirar agora, um pouco à semelhança de Moutinho Sporting. Não a deveria ter tido antes, mas agora não faz sentido tirar também...
Ufa... Foi muito! Desculpem lá!
Abraço
Márcio Guerra, aliás, Bimbosfera
Bimbosfera.blogspot.com
(Continuação)
6- Sobre a indisciplina não concordo com a parte do Ronaldo. Vou tentar explicar. Ronaldo não foi eleito capitão na selecção por Queirós. Foi por Scolari, por mais que nos esqueçamos. E acho que a sua vontade de liderar o grupo será bem melhor trabalhada com um treinador de liderança como Mourinho. Em Madrid, creio, veremos um Ronaldo com alma de capitão, pois se assim não for não calça com Mourinho, e Mourinho não terá problemas em pô-lo no banco... A liderança, nos moldes em que está, é repartida por 3 ou 4 "capitães", Ronaldo, Carvalho, Simão, mas em campo só entra um de cada vez, por isso há pouco a fazer sobre isto. Deco, que até creio que é um dos que já é "capitão", disse o que pensava, e bem, a meu ver, e isso é que o marcou, pois a falta de liderança de Queirós não aceita intromissões na mesma, ainda para mais vinda de um "brasileiro". São problemas estruturantes na nossa maneira de ser... É complicado gerir. Talvez fosse certo falar para o Queirós, mas cheira-me que seria algo do género "vozes de burro não chegam ao céu" nesse momento, e que se arranjava uma lesão ao Deco na mesma, Aliás, Deco teve que levar sempre com o estigma de ser naturalizado, e bem, nada a dizer sobre isso, e era o primeiro, mais que Queirós, acredito, que quisesse fazer um Mundial de jeito, que se visse... Falou mal e disse adeus de uma maneira... à Queirós. Muito triste. Nani idem, concordo contigo, e reforcei com a lesão do Deco. Até do Amorim, quem sabe...
7- É um bezerro, este Queirós. Passa do suposto "fleumático", com ares de aristocrata, para um arruaceiro que bate em comentadores e que atira com casacos ao chão fruto de uma suposta frustração. Foi um fora-de-jogo milimétrico. Já vi coisas mais escandalosas e não houve tanto barulho. Foi "show off", 100%.
8- Ver tópico sobre liderança... Sobre a falta do Varela e do Micael não li nada, e ainda bem, só me fazia mais "vomitar" de nojo dele.
9- Ahahahahaha... É o mestre da táctica, mas pelos vistos só aprendeu a fazer substituições depois de 1990. Compreende-se, antes só se faziam 2, logo a possibilidade de errar era mais pequena, ehehhehe. Bastava por os melhores a jogar e só falhava no máximo 2, agora com 3? E ainda querem aumentar para 4? Nem pensar...
10- Penso que é o resumo de tudo o que pensamos dele e já foi dito e escrito... É mesmo muito mau para aquilo que é pago a fazer hoje em dia.
(Ainda continua)
E ja agora quem é o tal líder de balneário, respeitado pelos colegas da selecção?? Será o Nuno Gomes ou Quim? ou ...
Basicamente, está tudo dito.
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