quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sistema Táctico

Ontem o Benfica venceu o toulouse com um golo obtido pelo defesa central Jardel, já com o aproximar do final do jogo. O próximo confronto já é a contar e será muito importante, não só por questões financeiras, mas também para uma entrada com o pé direito e de maneira a se trabalhar com mais tranquilidade e confiança.

Hoje gostaria de abordar um tema que tem vindo a ser discutido com alguma regularidade entre os adeptos: O sistema táctico. Se até aqui concordei com a continuação do nosso sistema táctico, começo a mudar um pouco essa forma de pensar. Não o faço pelo facto da formação táctica do momento ser o 4-3-3, após o sucesso do actual treinador do chelsea ou do barcelona. Mas sim pelas características dos nossos jogadores.

Antes de mais, as formações tácticas são importantes desde que se saiba colocar os jogadores certos nas zonas onde estes mais gostam de aparecer, ou seja, nos sítios onde estes conseguem fazer sobressair os seus pontos fortes, procurando esconder os aspectos menos conseguidos do seu jogo. É uma forma de organização importante para que o conjunto funcione o melhor possível, de maneira a que sobressaia o trabalho de equipa e a filosofia de jogo do treinador. Não considero que deva ser menosprezada a sua importância.

Eu pensava que o Jorge Jesus este ano tinha pedido jogadores precisamente para o seu sistema táctico funcionar. Mas a verdade é que Witsel é um médio de equilíbrios que gosta de jogar no centro e, na formação táctica actual, para este jogar, Aimar tem sido o sacrificado. Ora, prescindir de um destes jogadores é, quanto a mim, um crime. Outro exemplo é o Nolito que é mais um avançado esquerdo que propriamente um médio. Não digo que não faz a posição ou que não venha a cumprir bem o lugar de médio esquerdo, até pela sua qualidade. Tem provado que pode. Mas penso que teria ainda melhor rendimento a avançado esquerdo, de maneira a que pudesse fazer mais vezes as diagonais que tanto gosta.

No entanto, se o Jesus não alterar a formação táctica, também não será por aqui que ficarei preocupado. Não concordarei mas não é o mais importante de tudo. Ou seja, é importante, pois é a estratégia utilizada com o intuito de vencer o jogo. Mas mais determinante que a mesma, é a filosofia de jogo do técnico. A base de tudo é a filosofia, o como jogar, a concepção de jogo do treinador. Essencial é então que os jogadores saibam exactamente o que têm que fazer, tendo em conta os cinco momentos de jogo, o estilo de passe, de pressão, de marcação, entre outros, isto é, os "ingredientes para se fazer um determinado prato".

A formação táctica ou as estratégias são então a "receita". Estas podem ser mudadas, ora consoante o adversário ora de acordo com lesões ou outras situações em que o treinador assim entenda melhor. Já a filosofia ou modelo de jogo, deve ser sempre a mesma desde o primeiro dia da pré-época até ao último jogo do campeonato, de forma que se criem processos, sistematização e rotinas nos jogadores.

O certo é que as soluções do meio campo para a frente são várias e de qualidade, pelo que este ano o técnico não terá a desculpa de não ter um bom banco ou material para trabalhar. Apesar de tudo, penso que o Benfica irá manter o 4-4-2 destas últimas épocas mas que em jogos mais complicados e fora, irá optar pelo 4-2-3-1, abdicando do avançado móvel e auxiliando o Javi com outro médio. Matic ou Witsel serão os prováveis eleitos. Cá estaremos para ver, torcendo para que seja o melhor para o clube.

Uma palavra para o Capdevila, que assinou e foi oficialmente apresentado hoje. É uma excelente contratação. Que tenha sucesso pois o sucesso dele será o nosso.

Ps. O texto foi ligeiramente alterado pois alguns conceitos estavam errados. Agradeço o reparo do meu amigo João.

8 comentários:

Anónimo disse...

isso é tudo muito bonito, mas o Benfica nao tem ponta de lança para um 4-3-3.
a melhor opçao é continuar no 4-1-3-2 e em jogos mais complicados utilizar o 4-2-3-1 talvez com o jara na frente, pois é o unico avançado que o Benfica tem que se aproxima mais de poder jogar sozinho no ataque.

Fly 13 disse...

Boa noite.

Antes de mais, quero-te felicitar pelo excelente artigo.
Compartilho da tua opinião relativamente ao sistema táctico.
Acho um crime desperdiçarmos o talento do Aimar ou do Witsel. Este plantel está claramente talhado para um 4-3-3,temos jogadores que encaixam como uma luva nesse esquema. Não digo que o 4-4-2 não possa resultar,até porque a ultima vez que fomos campeões foi com esse mesmo sistema táctico,apenas acho que beneficiaríamos (e muito) com um tridente no meio campo composto pelo Javi a funcionar como tampão, Witsel nos equilíbrios e Aimar a desequilibrar.
Na frente de ataque a situação é semelhante,temos jogadores com características perfeitas tanto para a esquerda como para a direita ofensiva.
Quero ressalvar que isto não é uma critica ao JJ,é apenas uma mera opinião de um treinador de bancada.
Temos um excelente treinador,com muitos defeitos e virtudes como todos os seres humanos. Possuímos um excelente plantel com variadíssimas soluções. Posto isto...
Que comece a rolar a bola... Carrega BENFICA!!!

Abraço
Fly 13

71460_5/8 disse...

Concordo que este ano temos um plantel que permite usar o 4-3-3 mais frequentemente, mas continuamos a ter plantel para o 4-4-2.

Mais que o sistema táctico, o que mais interessa e a disposição dos jogadores e as características dos mesmos.

Um 4-3-3 pede um meio campo com características menos ofensivas. Não é por acaso que muitas equipas que usam o 4-3-3 chegam a colocar em campo 3 médios defensivos.

Aliás, a meu ver, o Barça não usa um sistema 4-3-3 puro. Porque atendendo à posição do Messi, que é tudo menos um ponta de lança, acho que o Barça usa um sistema misto. Só que em vez do Messi estar sempre atrás dos avançados como um típico 10, ele faz todas as posições... menos a de ponta de lança clássico. Para mim o sistema do Barça é muito mais um 4-4-2 losango.

Se na imagem do link (http://www.mundodofutebol.net/barcelona-e-campeao-da-champions-league-20102011/fc-barca/) o Messi aparecesse mais recuado como ele normalmente anda em campo qual é o sistema que fica desenhado?

Naturalmente que o que conta são os jogadores que formam o sistema táctico. Mais precisamente, os jogadores que compõem o meio campo é que definem o sistema. Di Maria e Ramires definiam de uma forma muito diferente aquilo que foi feito pelo Gaitan e o Salvio.

Anónimo disse...

O Benfica não tem um único avançado que permita à equipa jogar em 4-3-3. O Cardozo pode ser um bom ponta-de-lança (de área) mas limita muito a equipa tacticamente.

helderrocha disse...

mais que o sistema tactico, e os espaços por onde os jogadores andam... por exemplo, gaitan é um jogador que não pode ser dado mt a tarefas defensivas como no ano passado.. é um jogador para esta no ataque onde pode efectivamente pode resolver os jogos

para o cardozo jogar, é preciso havem quem coloque a bola na área, de outra forma não faz sentido pois será menos um em campo!

o importante é adaptar a tactica aos jogadores que possuimos, e não o contrario!

Anónimo disse...

E penso que aos poucos chegamos todos à mesma conclusão: Carrega Jesus!
(que de outra forma estamos feitos)

Chefe disse...

Completamente de acordo Edu, como sabes

John Wakefield disse...

O Benfica acho que neste momento tem oções variadas para poder jogar em qualquer sistema táctico. Por isso, espero que o sr JJ não se restringa apenas ao 4-4-2 losango porque se assim for já não apanhará de surpresa os adversários.
Força Benfica!