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domingo, 23 de junho de 2013

Derrota na final de Futsal

Ridícula época e mais ridículo final de época, onde apesar de mostrarmos menos futsal fomos roubado nos dois jogos da Luz. Não digo que tínhamos ganho, mas o penalty claro do Benedito ontem e hoje a expulsão inacreditável do Diece fizeram toda a diferença e podiam ter mudado o rumo dos acontecimentos. Para nem falar na 6º falta do sporting ontem ou das "simulações" do Cesar Paulo e do deixar o Djo fazer tudo, tudo, tudo, que apesar disso não tiveram tanta preponderância no resultado como as ditas atrás. Ainda assim, a tendência era sempre a mesma... Mais do mesmo.


Trabalho fraco do Benfica mas ainda mais fraco das arbitragens.

O sporting tinha futsal para ser campeão, mas assim, só conseguiram manchar o título. Depois ainda virem labregos, que nem português sabem escrever, para o facebook, gabar-se da vitória manchada insultando os nossos adeptos? Revela bem a índole daquele clube. Sobretudo porque pessoas que me são muito próximas já trabalharam com o Pedro Martins e são amigos pessoais do mesmo, sabendo perfeitamente que o homem é lagarto, mas nem é preciso tanto, basta ver o entusiasmo dele ao gritar golo de um e de outro clube. E mais, tínhamos sido sempre nós, os coitadinhos que jogavam futsal directo, toda a fase final se ouviu essa história, qual foi o propósito daquele conjunto de palavras em forma de merda? Comentário reles, imaturo, irrealista e parolo... Já disse reles? Ele que se preocupe é em ver o extracto bancário porque qualquer dia não lhe cai lá o ordenado. Atitude vergonhosa do melhor jogador da fase final.


Recuso-me a dar os parabéns ao sporting depois deste espectáculo dado pelas arbitragens e por alguns adeptos que não sabem vencer. Mas a segunda parte ainda desculpo porque de facto, habituados a vencer não estão eles, porque se a nossa "continua a inchar" a deles já está mais que rebentada com praticamente todas as modalidades, tirando o futsal e o mítico ping pong. Mas pelos vistos, já nem o ténis de mesa, pois parece que os açorianos foram campeões. É a sina deles.


Incompetência do Benfica.

Não vale a pena voltar a falar de Paulo Fernandes e da sua tardia saída, todos sabemos a má época que se fez. Dito isto, exigem-se mudanças na Luz no próximo ano. Não sei o que vai mudar mas sei que muita coisa terá que mudar. Não queria individualizar mas jogadores como o Diego Sol ou Diece estão claramente a mais num grupo de trabalho que se quer de topo. Davi não vai para novo. Não podemos estar tão dependentes de um único jogador. O nosso futsal tem de ser jogado em equipa, com uma dinâmica diferente e com outras ideias de jogo. Acho muito bem que se tente render ao máximo o melhor pivot da modalidade mas sem nunca destoando de outros princípios, para a equipa não ficar refém de uma boa marcação, de lesões ou de horríveis arbitragens. O trabalho de João Pinto veio tarde de mais, ainda assim conseguiu em parte recuperar a equipa. Estou curioso em saber a opinião da direcção na próxima época, se conta ou não com ele.

Para terminar gostava apenas de deixar uma palavra de animo aos nosso adeptos que estiveram hoje no pavilhão.

VIVA O BENFICA!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Até breve!



Uma despedida é sempre complicada, sobretudo quando as partes que se despedem ficaram ligadas, bem ligadas. Mas todas têm uma coisa em comum. Todas são finitas. Tudo um dia acaba. Todas as despedidas um dia têm de ser feitas. No futebol é igual. Desta feita foi Pablo Aimar que deixou a Luz, casa na qual esteve durante 5 anos. Digam o que disserem, foi um prazer vê-lo brilhar na Luz vezes e vezes sem conta, vibrar com aquilo que ele dava à equipa e com o bom futebol que praticava. Foi um prazer cantar bem alto "Pablo, Pablito Aimar..." no Estádio quando era substituído ou quando marcava um dos seus golos mágicos.


A importância extra-futebol que teve...


Num período difícil para o Benfica, em que nos sentimos cada vez menos importantes na vida activa do clube, em que os adeptos do futebol são cada vez mais vistos como clientes de grandes empresas e não como associados, foi bom, foi refrescante ter Aimar no Benfica, ele que trazia consigo sempre a magia do futebol romântico, o futebol de antigamente. Terá sido por essa razão que se deu bem na Luz. Aimar conseguir captar rapidamente a essência, a Mística do Benfica. Por isso, e claro está, por ser um génio como jogador, mas disso nem vale a pena falar, pois as suas qualidades são reconhecidos em todo o mundo, a partir do momento em que o melhor jogador da actualidade diz que Pablo Aimar é o seu ídolo de infância, penso que está tudo dito acerca disso! Todas estas razões fizeram com que os adeptos passassem a gostar ainda mais dele, a ter-lhe um carinho especial, porque ele nos fazia relembrar o futebol de outros tempos, tempos em que fomos felizes.


Pontos altos na Luz

Aimar teve muitos, alguns deles, grandes momentos na Luz, momentos de glória. No plano desportivo sou obrigado a enaltecer a sua importância na conquista do título 2009/2010, muitas vezes desvalorizada pela massa adepta do clube. Depois a época 2011/2012 onde foi, na minha opinião, o melhor jogador do plantel. E ainda a penosa época 2010/2011 onde foi dos poucos que honrou a camisola que vestia e onde ainda conseguiu espalhar muita magia. Fora dos relvados, também merece destaque, pois sempre foi um senhor do futebol que sabe falar muito bem. Aí destaco a sua intervenção após termos sido derrotados em casa pelo Schalke, se não me falha a memória, depois de um dos piores começos de época de sempre. Perguntaram-lhe qual era a motivação de continuar a trabalhar sendo que o título já estava praticamente impossível e a continuação da Liga dos Campeões também, ao que ele respondeu qualquer coisa como:" A motivação é vestir esta camisola. Sempre."

Dito isto... Por todos os momentos e por todas as alegrias, MUITO OBRIGADO! Que um dia possas voltar a esta casa com outras funções pois és um homem reconhecido internacionalmente e com muito conhecimento do futebol, sendo, por isso, sempre uma mais valia!

Até breve!


domingo, 2 de junho de 2013

O dia em que o Desporto ganhou.

Imaginem um desporto sujo. O mais sujo do país.
Imaginem que a nossa equipa desse desporto, tinha estado há uma década atrás prestes a acabar e a passar por um período complicado.
Imaginem que há um ano, nesse desporto, tínhamos voltado a ser Campeões Nacionais, algo que não éramos há muitos anos atrás.
Imaginem agora que nesse desporto, em condições extremamente adversas, íamos ao terreno do nosso maior adversário, disputar o jogo mais importante da nossa história.
Imaginem que na tribuna, nesse dia estavam as duas personagens mais execráveis da história do desporto português, e que ambas partilham o nome Pinto.
Imaginem também que nas bancadas desse jogo estavam sensivelmente 100 heróis que chegaram aos  5 minutos da segunda parte.
Imaginem que na pista estavam 5 guerreiros, com outros tantos no banco, prontos a dignificar, suar, lutar e tudo fazer pelo emblema do Sport Lisboa e Benfica.

Imaginem que esse dia foi hoje. Se o fizerem, imaginam bem.

O Benfica é Campeão Europeu de Hoquei em Patins. O Desporto venceu. O Benfica ganhou!

Este título é de todos os que lá estão hoje, e os que lá estiveram ontem.

Ricardo Silva, Pedro Henriques, Valter Neves, Tuco Abalos, Carlos Lopez, Luís Viana, Marc Coy, Cacau, João Rodrigues e Diogo Rafael, vocês estão a partir de hoje no Olimpo do Benfica! Na galeria dos IMORTAIS!

Este título é também do Carequinha, do Borsky, do Fernando Almeida, do José Carlos, do Vítor Fortunato, do Paulo Almeida, do Luís Ferreira, do Rui Lopes, do Mariano, do Panchito, do Carlos Dantas.

Este título é do BENFICA.

E PLURIBUS UNUM.

P.S. Passado o terrível mês de Maio, o Benfica voltou a encharcar os meus olhos. Agora pelas boas razões.


sábado, 25 de maio de 2013

Espectáculo deprimente vindo de Wembley

Hoje assisti a mais um triste espectáculo nisto que é defender as cores do Benfica e discutir a actualidade do clube. Espectáculo esse que vai ter lugar em Wembley, para acolher a final da Liga dos Campeões entre Bayern e Dortmund. Ao que parece, vão haver Benfiquistas a fazer figas e de champanhe preparado, para que o Bayern vença o troféu para que de esse modo o Benfica tenha lugar no Pote 1 na Liga dos Campeões, na próxima temporada. Triste.


A necessidade ter a cabeça fria e os pés no chão e a dificuldade de aprendizagem de alguns adeptos.


A equipa este ano não foi campeã, muito provavelmente pelo facto de ter chegado onde chegou na Liga Europa, e por causa de ter ido perder à Turquia, e de ter de ter dado cordas aos sapatos em Lisboa, para chegar à final, e mesmo assim, vemos adeptos ansiosos por ver o Benfica ficar no Pote 1 da Liga dos Campeões, o que significa que com mais facilidade chegaremos mais longe na Europa. O Benfica não tem líderes para seguir na construção de um plantel equilibrado, estável, bem construído, dois jogadores por posição, que o suplente possa rodar com o habitual titular sem que se note grande diferença, basta ver os planteis do reinado Vieira para o perceber. Por isso, como querem os adeptos que o Benfica vá longe na Europa, se pelo facto de termos planteis construídos em cima do joelho, isso nos irá prejudicar nas competições internas? Continuem a pensar assim, os do norte já só estão a 5 campeonatos...


Voltando ao espectáculo deprimente. A parte atrás descrita não é a foto toda da situação. Mais preocupante que isso, é a mentalidade pequenina, repito, pequenina de andar a fazer figas para que os outros façam o nosso trabalho por nós. É uma auto-humilhação demasiado má andar a pedir títulos a outros clubes para levarmos migalhas por tabela. Migalhas essas, que como foram explicadas anteriormente, podem-nos voltar a custar títulos internos. O Benfica tem de ser capaz de fazer o seu trabalho e alcançar estas conquistas por mérito próprio, vencendo jogos e títulos, e não através das derrotas de clubes terceiros, ainda para menos a nível Europeu. Tentem por exemplo, vencer campeonatos, sei lá.

Se o Bayern vencer, não vou ficar triste, nem triste nem contente, muito menos vou festejar. O Benfica, felizmente, ainda não é isso. Nem nunca deverá ser. Tenhamos um pouco mais de lucidez e de amor próprio.

domingo, 19 de maio de 2013

O Mesmo de Sempre

Há coisas que recordamos e retemos na nossa memória e não sabemos porquê. Era eu bem pequenito e numa das minhas leituras de sábado do jornal A Bola, no chão da cozinha, pensava que o Porto, após conquistar mais um campeonato, apanharia mais dia menos dia o Sporting. O Porto ganhava o seu 15º título, o Sporting tinha 16. Estávamos em 1996 e o Benfica somava 30. Passados nem vinte anos, o Porto encurtou a desvantagem de quinze para cinco. É revelador do que sem tem passado em Portugal.

E o epílogo da época não poderia ter outro acontecimento tão simbólico, quase tão metafórico como a saída da águia rumo à Avenida Lusíada. Sim, a Vitória, mesmo à última, tal como o seu clube, não atingiu o objectivo. A águia não poisou onde deveria. Falhou o alvo. Errou o destino. Fracassou. Fraquejou. Desapareceu.

Termina assim uma época diferente de todas as outras, mas com o fim de quase todas elas. O Benfica falhou. Em última análise, por muitos paninhos quentes que se tentem colocar, a verdade é que o Benfica não foi suficientemente competente para conquistar aquilo que parecia tangível no início de Maio.

Termina da forma que não queríamos que terminasse. Porque foi injusto para nós, adeptos, mas também para os jogadores. Este grupo de atletas do Sport Lisboa e Benfica deixou a pele em campo e honrou o clube até à última gota de suor. Pela primeira vez em muitos anos, acho que não se pode apontar nada a estes jogadores. Nem ao treinador. Sim, Jesus, o mesmo que eu em tempos defendi que deveria ser demitido, merece uma palavra de apreço pelo muito que fez com este plantel que Vieira descaracterizou em absoluto com as saídas de Javi, Witsel, Nolito e César, sem nenhum substituto. Mas sobre Jesus falarei noutro post, mais tarde.

Serve isto para dizer que o Benfica perdeu o campeonato num dos dias mais felizes da minha vida desportiva. Num dos dias, talvez mesmo "no" dia em que vi, finalmente, "o" Benfica. Foi numa quinta-feira, na Luz, com o Fenerbahçe. Nessa noite, enquanto os jogadores do Benfica faziam o jogo das suas vidas, enquanto corriam como se não houvesse amanhã, estavam a desgastar-se a tal ponto que arriscavam a perda do campeonato. E foi isso mesmo que aconteceu. Com um plantel com reduzidíssimas opções de qualidade para a chamada "segunda linha", o Benfica acabou por perder o campeonato enquanto chegava a uma final europeia 23 anos depois. E não censuro os jogadores nem Jesus por terem dado tudo o que podiam na prova europeia. Porque não deve haver vergonha em morrer a tentar. Porque desistir não é ser Benfica. Perder também não, mas não é vergonha perder. Vergonha é desistir. E apesar de todos os desgostos e amarguras que este fim de época me/nos trouxe, acho que nunca senti tanto orgulho como hoje em Ser Benfica.

O futebol é assim mesmo, por vezes justo, muitas vezes injusto, e dá-nos grandes lições. O Benfica e os benfiquistas aprenderam muitas nos últimos 15 dias. Uma das quais é que a festa faz-se no fim. Não se faz no relvado dos Barreiros. Não se faz alugando e vandalizando a estátua do Marquês de Pombal. Os títulos festejam-se no fim, quando estão ganhos. O Benfica acabou por sucumbir também perante a soberba dos seus adeptos. Mas não caiu de joelhos como Jesus no Dragão. Caiu de pé. Reforço: tenho muito orgulho naquilo que os jogadores conseguiram. Não me satisfaz, mas não lhes posso apontar nada.

Mas o Benfica é grande, e se por outras vezes na sua História soube recuperar de pesadelos e provações maiores que estas que vivemos hoje, não será isto que deitará o clube abaixo. Porque apesar de tudo, o Benfica de ontem, de hoje e de amanhã valeu, vale e valerá pelos seus adeptos, sejam eles quais forem. E espero que os adeptos voltem a ganhar a exigência que entretanto perderam. Lembram-se das palavras de Diamantino ainda antes do jogo com o Estoril? Profético. O Benfica não pode ganhar de vez em quando. Tem de ganhar muitas e muitas vezes. Ganhar tem de deixar de ser algo esporádico para passar a ser um hábito. O Benfica reerguer-se-á. Só não sabemos quando.

A verdade é que urge ganhar. O Benfica não pode continuar a viver das vitórias do passado. Precisamos de ganhar amanhã, porque hoje já era tarde e ontem era tardíssimo. E é isto que me chateia profundamente. Temos de ganhar. Temos de querer ganhar. E precisamos de cultura desportiva, de cultura da vitória. Porque senão, continuaremos estupidamente felizes com um campeonato ganho a cada cinco anos. Porque a continuar neste ritmo que estamos, quando alguém perguntar a três adeptos do Sporting, Benfica e Porto sobre se se lembram de quando ganharam o último campeonato, as respostas serão "Não", "Sim" e "Qual deles?!", respectivamente. E eu quero deixar de me referir "ao ano em que fomos campeões" como "aquele ano". Quero confundir-me com os vários campeonatos ganhos. E olhando para este Benfica actual, vejo no relvado e no banco (sim, Jesus, esse mesmo) gente que me pode dar essas alegrias. Mas na tribuna não há ninguém.

Foi um prazer. Até sempre.

domingo, 12 de maio de 2013

Ideias de ressaca

Ainda não digeri. O nosso futebol é mais evoluído e a nossa capacidade ofensiva é bastante superior, as ideias de jogo são mais elaboradas e mais trabalhadas assim como o aspecto irracional no rendimento da equipa. É mais futebol. Simplesmente, no nosso campeonato, para vencer não basta isso acontecer. A componente externa como a forma de lidar com a imprensa e fazer pressão em orgãos da Liga e da Federação têm um peso superior àquele que deviam e aí, continuamos a ser batidos aos pontos.

Até que ponto é que devemos continuar a ignorar a importância desse mesmo aspecto na conquista de campeonatos e no domínio da Liga? Toda essa nossa falta de capacidade faz-me pensar até que ponto é que esta Direção tem capacidade para implementar um espírito vencedor no nosso clube. Porque, hoje por exemplo, para além de sorte o Benfica não teve estofo e perdeu nos detalhes. E isso acabou por fazer a diferença, porque repito, em termos de futebol jogado creio que estamos num patamar acima. Penso que o aspecto que referi em cima terá de ser extremamente repensado e terá de lhe ser dada a devida importância, de uma vez por todas!



A culpa é de todos. 

No início da época, face às dificuldades financeiras que atravessamos, o Benfica viu-se obrigado a vender activos, com a contrapartida de perder o meio-campo. E sob essa perspectiva, o trabalho de Jesus na adaptação de Matic e Enzo no meio-campo para o estilo de jogo mais vertícal e pragmático que pretendia, foi fabulosa, e terá de lhe ser dado o mérito por isso. O trade-off entre a vertente desportiva e financeira foi claro pela direção, em prejuízo do treinador e da componente desportiva. Daí o mérito de Jesus. Mas também, não nos podemos esquecer de algumas opções deste mesmo técnico, por exemplo, neste jogo. Entrada de Roderick a faltarem cerca de 25 minutos para o final da partida? Entrada de Cardozo? Entrada de Aimar?

Já nem vou pela rodagem e qualidade do rapaz... Mas é verdinho que doí, quer o seu jogo quer a sua atitude, e num jogo desta dimensão, pedia-se um perfil totalmente diferente. Com isto Jesus diz à equipa que quer defender. Se já discutível a tanto tempo do final do jogo, ainda mais discutível fica com a entrada de Aimar em campo com os minutos que leva nas pernas e com a (pouca) capacidade defensiva que sempre teve. Finalmente, Cardozo são golos, mas a equipa não queria atacar, queria defender, os extremos não subiam e o médio mais ofensivo estava muito longe, por isso o 7 nunca iria ter o jogo que precisa para expor todas as suas qualidades... Porquê então a sua entrada em campo? Todas estas incoerências tácticas são incompreensíveis num treinador que se diz de topo. São estas perguntas que ficam no ar e doem, porque por mais que se pense nelas, não se consegue obter respostas. Que resultou em mais um capitulo negro no reinado de Jesus e mais uma facada na época para todos nós. 

Todo este periodo até ao final da época terá de ser de extrema reflexão sob o futuro que queremos no nosso clube e nas ideias desta direção e deste treinador para o mesmo, e se essas ideias podem fazer o Benfica rumar à tão desejada glória do passado, que foge à tantos anos.


Sem mais que consiga dizer de uma forma minimamente racional, que os jogadores e a equipa técnica sejam homens sérios e que vençam o que ainda há para vencer. Sem desculpas de merda ou hesitações, não há outra hipotese. Caso contrário, em vez de mais uma época manchada por um campeonato estupidamente perdido fica o sabor a mais uma época horrorosa sob o comando de Vieira e Jesus. Farto disto.

sábado, 4 de maio de 2013

Um Benfica à Benfica!


Já escrevi, apaguei e reescrevi este princípio de texto umas 100 vezes e continuo sem saber por onde começar. Nasci pouco tempo antes da última final europeia do nosso clube. Em Maio de 1990, nem as rezas de Eusébio sob o jazigo de Béla Guttmann surtiram efeito, e o Milan derrotou o Benfica por 1-0 em Viena. De lá para cá, as prestações europeias do Benfica em nada se ajustaram à categoria e à História do clube. Eliminados pelo Bastia. Os famosos 7 de Vigo. Levar 3 do Anderlecht. Perder na Luz com o Metalist. E até mesmo dois anos consecutivos sem conseguir o apuramento para as provas europeias. Desde que me lembro, vi o Porto, por mais de uma vez, o Sporting e até o Braga (às nossas custas) chegarem a uma final europeia. Até o Boavista esteve a dez míseros minutos de conseguir uma final europeia.

Mas ontem, na Luz, vi mais Benfica naqueles jogadores e naqueles adeptos que nos últimos 5, 10, 15 anos. Ontem, na Luz, houve Benfica, fez-se Benfica e o Benfica realizou-se. Os jogadores foram Benfica, os adeptos também. Em muitos anos da "nova" Luz, nunca tinha visto e vivido um ambiente como o desta 5ª feira. O Benfica x Manchester United de 2005/2006 era, para mim, o auge em termos de apoio fervoroso que já tinha presenciado. Caro leitor, se ontem não foi ao Estádio da Luz, não sabe o que perdeu. Perdeu a aparição daquele Benfica, em jogadores e adeptos, que os mais novos só vêem através das gravações em VHS ou que só ouvem pelos relatos dos mais velhos.

A apenas três semanas do fim da temporada, estamos paradoxalmente tão perto e tão longe de conseguir aquilo que queremos, que parece ainda irreal o que o Benfica já alcançou, sem ganhar nada, esta época. Estar com uma boa vantagem no campeonato, ter um adversário acessível na final da Taça e regressar a uma final europeia 23 anos depois é todo um corolário de condições que julgava serem absolutamente inatingíveis em Setembro último. Mais que ganhar um campeonato pela primeira vez em três anos, mais que arrecadar uma dobradinha pela primeira vez desde 1986, o Benfica pode fazer o que jamais foi feito no nosso clube: Campeonato + Taça + Prova Europeia. Mérito de quem? Deixo isso para outro post, onde Jesus, obviamente, mais até do que em 2010, tem o papel principal.

Mas ainda não ganhámos nada. E é isso que importa recordar no meio de toda esta euforia que leva gente ao Marquês de Pombal para festejar título nenhum. Em primeiro lugar, é preciso ganhar. O Benfica não pode dar abébias no campeonato e na Taça, e tem de fazer o melhor que sabe numa final europeia mesmo partindo na condição de não-favorito. É preciso ganhar. O "quase" não basta. O "quase" não serve. O "quase" não é um título. E não basta ganhar uma vez para se iniciar um novo ciclo. É preciso ganhar muitas vezes. É preciso iniciar o hábito de ganhar consecutivamente. E é isso que acho que esta temporada, em especial com a presença na final europeia, nos pode dar: uma viragem completa na mentalidade de jogadores, equipa técnica, corpo directivo e, também, pasmem-se, adeptos. Uma final europeia é especial para todos. Engrandece o clube aos olhos da Europa mas também o torna maior aos olhos de todos aqueles que o amam... e que o odeiam. Cabe agora a quem de direito saber capitalizar essa grandeza e esse crescimento que uma época repleta de títulos pode e deve dar. É aqui que entra Vieira. Cumprir o "1" do seu "3-1-50" prometido aquando das eleições (três campeonatos nacionais, uma final europeia e cinquenta títulos nas modalidades) à primeira tentativa é obra. O "3" vai igualmente bem encaminhado. E cumprindo aquilo que prometeu, Vieira terá, finalmente, um mandato à Benfica, continuando a ser, ou deixando de ser, o presidente que devolveu ao Benfica o hábito de ganhar muito e consecutivamente. E esse seria um feito digno de o colocar numa galeria onde figuram apenas os mais importantes presidentes da História do nosso Benfica.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sport Lisboa e Benfica!

Estou a jorrar benfiquismo por todos os poros. Não caibo em mim de felicidade. Estou nas nuvens. Estou extasiado. Estou bêbedo  É uma sensação única que nunca tive oportunidade de presenciar. Agora já sei o que é estar numa final europeia.

Quanto ao jogo, fomos arrebatadores. Desde o terceiro anel até ao relvado. Foi um Benfica à Benfica. Um Benfica dono do seu inferno. Um Benfica a diabolizar e a vergar um adversário de forma tão esclarecedora que só mesmo uma arbitragem nojenta impediu um resultado ainda mais claro.

Vamos a Amesterdão e vamos ganhar. Vamos voltar a vencer na Europa. E seremos os únicos vencedores justos.

Não há palavras para tamanha euforia. Ser campeão faz-me sentir em overdose de benfiquismo. Mas esta sensação também é indescritível.

Agradeço do fundo do coração a todos os que tornaram isto possível, desde o presidente, passando pelo Jorge e restante equipa técnica, até aos jogadores, em particular àqueles que, sendo segundas e terceiras escolhas, sempre foram pedras basilares no fantástico ambiente de equipa e família que se vive no nosso clube. Sou tão crítico do JJ, mas tão crítico, que não consigo deixar de o venerar. Obrigado por uma época que tem tudo para ser ainda mais fabulosa, mister.

No fim do jogo, no café já mandaram a boca: “Parabéns ao Benfica pela primeira final europeia a cores”. Não me fiquei e respondi: ”Olha oh palhaço, queres um facto? Desde que a TV é a cores, o Benfica tem tantas finais europeias como a tua agremiação. Facto. E é um facto sem fruta e sem o caralho que a foda!”

Não me vou alongar mais. Isto é fantástico. A época está a ser fantástica e este grupo merece ganhar tudo o que está em jogo neste mês de Maio. E se a justiça divina não dormir, então estaremos perante a terceira melhor época da centenária história do Benfica.

Amo este clube acima de qualquer outra coisa e em meu nome pessoal, só tenho a estar eternamente grato por esta alegria, sabendo que noites tão ou mais gloriosas estarão por vir.

A todos vós, companheiros, brindo esta tacinha.

VIVA O BENFICA!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Motivação

Primeiro é Raul Meireles, sedento por mais um jogo contra o clube que odeia, mandar larachas para a imprensa.

Depois é o treinador dos turcos dizer que o ponto fraco do Benfica são os centrais (sim, esses mesmos, Luisão e Garay).

Por fim é esta capa de um jornal turco, hoje, dia 25 de Abril.

Alguém está a pedir para levar umas quantas, não está?

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Lei do Mais Forte


Nem sempre brilhante, nem sempre com nota artística, a verdade é que derby é derby e tudo podia acontecer. É chavão mas é verdade. E o Benfica, consciente disso, soube fazer uma exibição realista e adulta, que lhe permitiu uma vitória com relativa facilidade.

Esta equipa, estes jogadores, este grupo transformou-se. O que eram e no que se tornaram... é de facto assombroso. Com todas as dificuldades e vicissitudes desta temporada, o percurso do Benfica é simplesmente brilhante. Não estou entusiasmado pelo facto de podermos ter uma época de sonho. Ou melhor, até estou, mas estou particularmente surpreendido por estarmos onde estamos e podermos ir para onde vamos com todos os obstáculos que esta época teve. É assombroso.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Os ingleses, os ingleses...

Chegaram triunfantes, de cabeça erguida, confiantes de que a vitória não lhes escaparia. De Portugal, dos portugueses e do campeonato nacional, pouco ou nada sabem. Aliás, nem precisam. As suas equipas são incomensuravelmente superiores a qualquer equipa deste cantinho à beira-mar plantado. Importante é que há cerveja, muita e bem fresquinha, a 1 euro. Porque, feitas as coisas, os ingleses ganham sempre. Excepto daquela vez em que o Braga eliminou o Liverpool. E da outra em que o Sporting arrumou com o City. E quando o Benfica despachou o United também. E quando a selecção portuguesa se diverte às custas da inglesa. Mas tirando todos esses episódios, os portugueses são uns coitadinhos nas mãos dos poderosos bretões.

Jesus reagiu muito bem à ignorância de Alan Pardew. Aquilo não se tratava de jogo psicológico, de provocação ao adversário. É apenas e só ignorância. E o tratamento a dar a ignorantes petulantes é precisamente este. Na Luz, tive pena que o Benfica tivesse entrado com alguns jogadores da chamada "segunda linha", até porque o que o Newcastle merecia levar com a cavalaria pesada desde início. Merecia o tratamento que o Everton teve aqui há 3 ou 4 anos. Ainda assim, com rapazitos que ainda no ano passado estavam nos juniores ou na segunda divisão, o Benfica chegou para os valentões. Com a entrada dos craques Enzo e Lima, foi a tareia que já se esperava.

Esta 5ª feira, em condições normais, o Benfica ganha com facilidade no norte de Inglaterra. Deixemo-nos de tretas: somos melhores, perdão, muito melhores que estes gajos. E havendo profissionalismo, esta eliminatória ficará encerrada em três tempos. As meias-finais da Liga Europa estão aí ao virar da esquina. E tendo em conta que é bastante provável que a competição se resuma a Chelsea, Basel e Fenerbahçe, seria uma estupidez colossal deixar escapar a oportunidade claríssima de ganhar uma prova europeia.

domingo, 7 de abril de 2013

"Isso não!"

Gritou o meu pai quando se apercebeu que Salvio ia rematar a mais de 25 metros da baliza de Bracalli. Eu já estava por tudo. Dali, da pequena área, do meio-campo, queria que o Benfica rematasse. O jogo estava a correr bem, o Benfica estava a fazer um jogo muito consistente e muito tranquilo face à inoperância do Olhanense, mas faltava o golo. Por azar, por falta de jeito, tudo se juntava para não deixar o Benfica tomar vantagem no marcador. A verdade é que Salvio, pela enésima vez esta temporada, desbloqueou o jogo. Isso... sim.

Num campo de futebol ou num batatal, contra um taxi ou defrontando um autocarro de dois andares, o Benfica é, neste momento, a equipa mais forte e mais consistente deste campeonato. E hoje foi também, para surpresa minha, a mais tranquila. Mesmo tendo a gigantesca pressão de ter de ganhar para não deixar escapar os 4 pontos de vantagem para o Porto, o Benfica soube reagir face ao avançar do tempo com a persistência do 0-0 no marcador. O Benfica foi uma equipa tranquila, serena, organizada e que soube manter a cabeça durante aquela hora em que esteve empatado.

Jesus montou a equipa que, a meu ver, mais garantias dava (Maxi na sua posição de origem e, face à ausência de alternativas, Almeida no lugar que seria teoricamente de Luisinho), colocou o melhor quarteto de meio-campo disponível e apostou numa frente de ataque móvel que prometia dar dores de cabeça aos algarvios. Assim foi. Nem sempre com classe, nem sempre num futebol bem jogado (até porque o campo não permitia), mas com muita atitude e tranquilidade, bem diferente do "deixa andar" a que já assistimos em alguns jogos. Hoje sim, foi [mais] uma verdadeira exibição de um candidato ao título.

Restam cinco jogos dos quais apenas precisamos de ganhar quatro. O próximo para o campeonato é precisamente na Luz frente ao eterno rival, agora moralizado com os bons resultados e com um presidente que está a injectar moral e confiança nos adeptos e nos jogadores. Para nós faltam cinco jogos. Para eles só falta um, este mesmo. Muito cuidado com eles.

domingo, 31 de março de 2013

Meio basta, mas meia é bem melhor

Jesus advertiu, com muita razão, que meio a zero bastava para levar de vencida o Rio Ave. Pedia-se pragmatismo, muito concentração e zero facilitismos. Assim foi. O Rio Ave entrou muito bem na partida, com a lição bem estudada, tentando aproveitar o contra-ataque através das investidas de Bebé e Ukra e poderia mesmo ter chegado ao golo não se fosse a concentração dos atletas do Benfica e a sua vontade em resolver o jogo cedo.

Melgarejo, muito bem a atacar mas um autêntico buraco a defender, abriu o marcador por volta dos 10 minutos ao fuzilar autenticamente Oblak. De seguida, Matic aproveita uma falha de marcação num pontapé-de-canto e faz golo num tipo de lance que raramente tem tido sucesso nesta temporada. O Rio Ave mostrou porque se encontra tão bem posicionado na tabela ao criar vários lances de perigo, fossem eles contra-ataques velocíssimos, vários cantos com cabeceamentos que, felizmente, se revelaram infrutíferos, e ao enviar uma bola à barra da baliza de Artur. No entanto, se dúvidas ainda houvesse, Lima tratou de sentenciar a partida minutos antes do intervalo, ao fazer o 3-0 num belo lance de ataque rápido.

A segunda parte iniciou-se como terminou a primeira, com golo (golaço!) de Lima, seguida de um lance de sorte dos vila-condenses, com Hassan a colocar, inadvertidamente, a bola na baliza de Artur. Mesmo não sendo um jogo violento, Rui Costa conseguiu arranjar tempo para expulsar três jogadores e amarelar mais de meia dúzia. Foi apitando faltinhas aqui e ali, deixou outras por marcar, foi esticando a paciência dos adeptos encarnados e conseguiu que os jogadores caíssem na armadilha. Estragou o jogo, é verdade, mas tal não demoveu o Benfica de golear o Rio Ave. Lima, uma vez mais, a completar o hat-trick e Enzo Pérez, que uma vez mais encheu o campo, fizeram o resultado final.

É assim que se resolvem os jogos. Entrar com muita garra e atitude, marcar cedo e depois saber gerir a seu bel-prazer. Pragmatismo também é isto. Com 6 jogos para o fim do campeonato, e com a possibilidade de fazer mais 7 pelas outras provas em que estamos inseridos, é preciso saber descansar em campo com o resultado já feito. Foi o que o Benfica fez hoje. É também assim que se gere um grupo.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Pergunto-vos eu, que sou um gajo ingénuo

Por que motivo é que o presidente do Olhanense, devendo vários meses de salários aos seus jogadores, não quis disputar o encontro com o Benfica no Estádio do Algarve, que tem uma capacidade quatro vezes superior ao José Arcanjo, e que portanto permitiria fazer uma receita quatro vezes maior? Haverá alguma promessa de pagamento aos jogadores, sabendo-se lá de onde vem o dinheiro? Será isto tudo uma enorme coincidência, tal como a nomeação de um portista doente para arbitrar o Benfica x Rio Ave?

quinta-feira, 28 de março de 2013

Calendários

É inevitável olhar para o calendário. Por muito que os adeptos não gostem de assumir, por mais que os treinadores o tentem esconder, já todos sabem quem vão defrontar até final do campeonato. E há até quem saiba com quem o rival directo vai jogar.

Com um bocadinho de sorte, o Benfica pode sentenciar o destino do campeonato nas duas próximas jornadas. A recepção ao Rio Ave e a deslocação ao Algarve para defrontar o Olhanense não devem constituir problema. O Benfica deverá vencer ambos os jogos com maior ou menor dificuldade, sendo que é expressamente proibido perder pontos nestes encontros, o primeiro por ser em casa e o segundo por ser contra uma equipa que está abaixo da linha de água e que vem descendo na tabela há largas semanas. Por sua vez, o Porto tem dois jogos de cariz bem mais complicado: primeiro desloca-se a Coimbra, onde, por tradição, até ganha facilmente, mas onde vai encontrar uma Académica bem diferente daquela que tem defrontado nos últimos anos. O jogo assume até uma importância maior dadas as particularidades do momento: o Porto entrará em campo vindo de um conjunto de maus resultados e a Briosa precisa de ganhar para manter a cabeça à tona de linha de água. E a seguir a Coimbra, o Porto recebe... o Braga. Uma equipa que luta pela Champions e que num passado recente tem causado alguns problemas aos azuis-e-brancos. Basta o Porto deslizar num destes jogos e o Benfica não ceder pontos para que o campeonato fique praticamente entregue.

Quanto a nós, focando-nos no que nos diz respeito, temos de receber o Rio Ave, ir a Olhão, receber o Sporting, ir aos Barreiros, receber o Estoril, ir ao Dragão e fechar em casa com o Moreirense. Não é fácil, mas também não é o fim do mundo. Há apenas 3 jogos de grau de dificuldade elevado: a recepção ao Sporting e as idas aos Barreiros e ao Dragão. E até realizar um desses jogos, já o Porto terá passado por provações tão grandes ou maiores que as nossas, podendo ver a distância aumentar em relação ao Benfica.

Mas há mais. O Benfica perdeu pontos com 4 adversários este campeonato. Curiosamente, em todos os jogos, o resultado foi o mesmo - 2-2. Mais curioso ainda: com 7 jogos por disputar, o Porto ainda tem de fazer esses mesmos jogos em que o Benfica perdeu pontos. Ir a Coimbra, receber o Braga, ir à Choupana e receber o adversário directo. O Benfica perdeu pontos nestes 4 jogos. O Porto não perdeu nenhum porque... não realizou nenhum. Interessante, sem dúvida. E a juntar a isto, para apimentar mais o calendário, o Porto fecha a época num dos terrenos mais difíceis do campeonato, frente a uma equipa que tem sido a grande sensação da prova (a par do Sporting, mas pelos motivos inversos) e que esteve perto de roubar o título aos dragões em 2007, o Paços de Ferreira.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Campeonato ou Europa?

Estamos a pouco mais de mês e meio do final da temporada. A tão pouco tempo do fim, e não tendo ganho nada [por agora], a verdade é que estamos muito perto de conquistar tudo. Campeonato, Taça e Liga Europa são metas possíveis e, umas mais que outras, prováveis. Seria de esperar que num clube com a grandeza do Benfica não se estivesse a discutir em qual das provas se deveria colocar as fichas. Mas a verdade é que, dada a falta de títulos nos últimos 20 anos, esta questão de "escolher" qual das competições ganhar tornou-se num hábito para os benfiquistas. No entanto, cada época tem as suas singularidades, e esta não foge à regra.

Estamos perante um plantel claramente desequilibrado. Não há laterais suplentes (e mesmo à esquerda é o que se tem visto), Matic e Enzo têm estado por sua conta, há jogadores em má forma, outros em subrendimento e, mesmo assim, os resultados estão aí, à vista, brilhantes e inatacáveis. Por isto, especialmente por isto, há quem defenda que o Benfica se deve focar única e exclusivamente no campeonato.

Discordo totalmente. Acho que apostar apenas no campeonato é uma tonteria que não deveria caber na cabeça de quem dirige, nos gabinetes ou a partir do banco de suplentes, o Benfica. Por dois motivos muito simples: em primeiro lugar, estamos numa posição extremamente favorável na Liga Europa. O Newcastle, apesar de ser um adversário que impõe respeito, está muito longe de meter medo. Tem feito um campeonato irregular, tem várias baixas para o duplo confronto europeu e não tem o nível do Benfica. Por isso, é muito provável que o Benfica venha a disputar as meias-finais da Liga Europa. E de uma meia a uma final vai um pequeno passo, que até pode ficar mais curto se o sorteio for simpático,  o que até nem é assim tão improvável, dada a valia das equipas ainda em competição. Já imaginaram ver novamente o Benfica numa final europeia, 23 anos depois? Não se devem desperdiçar oportunidades destas. O segundo motivo pelo qual acredito que não devemos deixar cair a Liga Europa é também ele muito simples: o que vos leva a acreditar que, apostando exclusivamente no campeonato, a conquista do mesmo seja uma realidade? Mesmo apostando apenas e só no campeonato, pode acontecer uma desgraça semelhante à do ano passado. Jesus pode ter nova psicose como a que o acometeu no ano passado em Guimarães, um Proença qualquer pode ser nomeado com o objectivo de nos fazer a folha, etc. Por isso, que sentido faz apostar exclusivamente em algo correndo os riscos de perder esse objectivo e de deixar escapar o outro, que até estava ao nosso alcance?

Espero que o Benfica aposte igualmente no campeonato e na Europa. Acho que as hipóteses de ganhar pelo menos uma das provas (além da Taça de Portugal, que, mesmo não a dando por adquirida, não concebo que nos escape) são maiores se se apostar nas duas competições em vez de focar as atenções exclusivamente numa. Pode também acontecer não ganhar nada, mas tenho para mim que é mais digno perder a lutar por tudo do que perder estupidamente porque se desistiu facilmente de algo. E caso esse cenário se confirme, acho que os benfiquistas e a Direcção deveriam ser suficientemente astutos para perceber quais os motivos que levaram ao insucesso, até porque, como referi no post anterior, nem tudo aquilo que pode ser insucesso pode ser atribuído ao treinador.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Os doze trabalhos de Hércules

Como pena pelo assassinato de sua mulher e de seus filhos, o oráculo de Delfos ordenou a Hércules, aqui representado por Jesus, não o Cristo, mas o da Reboleira, que cumprisse doze tarefas, conhecidas por "trabalhos", de modo a obter a redenção. Claro que a morte da mulher e da prole não se equipara à perda do campeonato 2011/2012 com 5 pontos de vantagem (fica ao critério de cada um o que é mais grave), mas também não é por isso que o nosso "herói" precisa de maior ou menor castigo. Os doze trabalhos são uma forma justa de o homem da Reboleira obter o perdão.

Toda a gente sabe que este Hércules é filho ilegítimo de Zeus, por sua vez uma espécie de Vieira, um Deus grego que a maioria dos benfiquistas não ousa questionar nem interrogar. Só que nesta história grega que se desenrola na Luz, não foi o oráculo mas sim o próprio Zeus que incumbiu o seu filho ilegítimo (e "ilegítimo" até porque teve uma relação [laboral, entenda-se] com Salvador) de realizar as doze tarefas. É claro que Zeus também tem a sua quota-parte de responsabilidade no meio disto tudo, afinal de contas Hércules só está presente nesta história devido a um devaneio sexual de Zeus com uma mísera mortal. Mas quanto a isso não podemos fazer nada. Se há algo que a História nos ensinou é que por entre cruzadas, desastres naturais e assassínios em massa, Deus, ou Zeus, se preferirem, safa-se sempre com paninhos quentes.

Atalhando, porque a história já vai longa, este nosso Zeus ordenou a Hércules que ganhasse o campeonato nacional. E fê-lo retirando o tapete à última da hora ao pobre (pobre? Mas o homem ganha 333 mil patacas por mês...) Hércules. Mas Hércules, vaidoso como é, disse que nem precisava do tapete, até porque quando acorda de manhã prefere sentir o chão frio por baixo da planta dos pés (apesar de todos sabermos que é assim que se apanham as mais chatas constipações). E assim, sem tapete nem rede por baixo do fio que percorre pé ante pé, Hércules vai levando a água a bom Benfica, cumprindo estes doze trabalhos decretados por Zeus.

Factualmente, com um plantel desequilibradíssimo, onde não há soluções para as laterais, onde se vendeu à última hora Javi e Witsel sem se acautelar as suas suas saídas, onde se perdeu Nolito e César no mercado de Janeiro e onde se tem assistido a uma temporada fraquíssima, por razões diferentes, de peças tão influentes como Aimar, Martins, Rodrigo, é de facto digno de assinalar que Jesus, perdão, Hércules, tem feito um trabalho assinalável. No que se jogou do campeonato até hoje, Hércules conseguiu 88,4% dos pontos possíveis, superando todos os registos das outras equipas europeias, inclusivamente os 88,1% do Barcelona, perdendo apenas para os 88,5% de pontos conquistados por Bayern e Olympiakos na Alemanha e Grécia, respectivamente.

Mas não é por nove ou dez das doze tarefas estarem concluídas que o filho ilegítimo de Zeus merece "perdão" (conhecido no século XXI por "choruda renovação"). Conhecem alguma versão da História em que Hércules tenha sido recompensado ainda antes de ter concluído os trabalhos? Eu não. Por isso é que defendo que se deve aguardar pelo fim dos trabalhos para saber se Hércules deve ou não ser perdoado. Até porque há três cenários em cima da mesa: ou vence as batalhas que tem pela frente, e aí merece a "renovação-perdão"; ou as perde por culpa própria e aí receberia um par de patins e a visita dos amigos de Felgueiras; ou as perde por culpa de terceiros (plantel curto, arbitragens, etc) e aí até defendo que se possa "renovar-perdoar".

Resta aguardar que este campeonato não termine, à semelhança de tantos outros, numa tragédia grega. Dia sim dia não se ouve que "nunca o Benfica perdeu um campeonato a 7 jornadas do fim", que "este é melhor Benfica desde Hagan" e mais uma data de verdades que, se forem pesquisadas, se calhar não são assim tão verdadeiras. Parafraseando o bom do Hércules, "o que interessa é como se acaba". Nem mais! Arregacem as mangas, cerrem os punhos e lutem até Maio. Não caminharão sozinhos. Quanto a ti, Hércules, lembra-te: "Os sonhos não morrem, somos nós que matamos os nossos próprios sonhos".

sábado, 16 de março de 2013

Quem é o adversário do Benfica?

O sorteio ditou que fosse o Newcastle o próximo adversário do Benfica na próxima jornada da Liga Europa, facto que me agradou para dizer a verdade, uma vez que são um clube com prestigio e jogam o futebol tipicamente britânico, aquele que Jesus consegue anular.

Quem é o Newcastle FC, adversário do Benfica, então?


O Newcastle é um clube do norte de Inglaterra e teve formação no ano de 1882. O clube deve-se à formação do Newcastle West e do Newcastle East. Dois forças rivais que acabaram por se juntar em 1892 devido aos problemas financeiros da West End e da hegemonia da perto dos East Enders. Com esta união o clube deixou de usar listas brancas e vermelhas e passou a usar as famosas pretas e brancas, que iriam dar tanto que falar. Em 1893 foram feitos vários jogos para ver quem poderia aceder à primeira divisão, e o Newcastle United conseguiu-o.

Entretanto, em 1992 Kevin Keegan voltou ao clube após anos penosos. Fez algumas contratações chave e pôs a equipa a praticar um futebol atacante muito agradável.  No Verão seguinte foram buscar um miúdo de nome Andy Cole por cerca de 2 Milhões de Libras. Este rapidamente tornou-se ídolo e o clube finalmente subiu de divisão. Começou aqui o período de grande futebol, sucesso e vitórias em St. James Park. Após a venda de Andy Cole para o gigante Manchester United, Kevin Keegan foi buscar jogadores como Les Ferdinand, David Ginola ou Tino Asprilla  formando uma super equipa que chegou a ganhar 5-0 ao United e rivalizando com este pelo título no auge dos anos 90.
Nos anos recentes, o Newcastle teve algumas dificuldades e voltou à 1º divisão recentemente.


Quem é o seu treinador? 

Alan Pardew, inglês, 51 anos. Para mim, não corresponde ao típico treinador inglês que vemos na Premier League, sendo que também não é totalmente o contrário daquilo que idealizamos como treinador British. É para mim o melhor treinador da sua geração naquele país. Ainda assim tem pontos fracos que penso podermos aproveitar. É um treinador que tem dificuldade em mexer positivamente na equipa e demora muito tempo a ler o jogo. Como o próprio já referiu, ficou satisfeito por jogar com o Benfica, o que mostra que não tem seguido a equipa de Jorge Jesus esta temporada. O acaba por ser um ponto em comum com a maioria das equipas inglesas, diga-se, o facto de ignorarem o planeamento do jogo. Mas isso joga a nosso factor e cabe ao Benfica aproveitar isso.

Gosta de jogar em 4-4-2 clássico mas após a saída de Demba Ba a equipa passou a jogar num 4-5-1. O ADN da equipa é bastante simples, posse de bola não exageradamente grande e bolas longas. Não vemos  o Newcastle com problemas de lançar bolas aéreas para as alas ou para a sua referência de ataque. É uma equipa ainda à procura de se encontrar esta época, pois teve de alterar o seu esquema táctica após a saída de Demba Ba para o Chelsea e porque tem tido inúmeras lesões. É uma equipa cujos defesas são algo lentos e têm dificuldade contra jogadores muito dinâmicos e velozes.


As "estrelas" da equipa:
-Cabaye. Médio, e com a ausência de Coloccini, novo capitão de equipa, pelo qual passa todo o jogo ofensivo da equipa. É o típico médio de trabalho com muita capacidade física e técnica. Exímio no passe longo e a procurar espaços para fazer o passe. Excelente critério em posse e marcação de bolas paradas. O craque desta equipa. É falado com relativa frequência para reforçar o débil meio-campo do United ou para substituir Lampard no Chelsea.

-Ben Arfa. Médio-ala ou extremo que tem tido algumas dificuldades em impor-se totalmente em Inglaterra, não por falta de mérito, meramente por azar, uma vez que tem sido fustigado com lesões desde que chegou. Mas quando está apto e em forma, mostrou ser um desequilibrador nato. Capaz de receber em espaços curtos e partir rapidamente para cima do defesa. Tanto procura o corredor central como tenta ganhar em profundidade a linha de fundo. Joga bem com os dois pés mas o seu esquerdo é o que faz mais estragos. Cuidado com os seus remates de longe. Felizmente não deverá ser opção.

-Cissé. Ponta-de-Lança tipicamente africano que se dá bem na Europa. Alto, possante, fortíssimo no jogo aéreo e com grande capacidade de finalização. Não pressiona nem é propriamente o jogador mais inteligente à face da terra a procurar espaços para se desmarcar, mas apenas precisa de um metro na área para finalizar uma jogada(normalmente um cruzamento), o que faz dele um ponta de lança letal.

Em relação à situação do clube esta época: Nas últimas semanas têm conseguido sair da segunda metade da tabela, pelo que agora se encontram em oitavo lugar no campeonato. É uma das equipas mais faltosas do campeonato, onde já acumula 54 cartões amarelos e 2 vermelhos. Último ciclo no campeonato regista vitória, derrota, vitória, derrota e vitória. Ainda não conseguiram fazer mais do que 2 jogos seguidos a vencer. Marcam com mais frequência entre os 31 e os 61 minutos de jogo. Tendo em conta o dinheiro investido pelo presidente no clube, com aquisições como Anita, Gouffran ou Debuchy é normal o clube aspirar a boas classificações mas tradicionalmente, para os adeptos, o que é realmente valorizado é o campeonato, pelo que a Liga Europa não passa de um bonus, digamos assim.

Dito isto, penso que estão reunidas todas as condições para passarmos a eliminatória, não sendo esta fácil, sobretudo o jogo fora, onde teremos de lidar com um ambiente bastante desagradável para os visitantes e com a tentativa dos Magpies de imprimirem um ritmo rápido para nos surpreenderem. Cautela, humildade e dedicação. Se mostrarmos estas 3 características penso que acabamos por ir às Meias-Finais.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Mais um erro?


Saíram hoje notícias de que a renovação de Jorge Jesus está encaminhada. Pelo relatado, Vieira terá proposto a Jesus o prolongamento do vínculo que o liga ao Benfica uma vez que o seu contrato expira no Verão de 2013. Relembre-se que a equipa liderada por ele fez uma época 2010/2011 mais do que decepcionante - diria humilhante até, e uma época 2011/2012 onde morremos na praia, tendo dado o campeonato aos do norte na Luz.

O desgaste é enorme. Para mim a margem de manobra do treinador é bastante limitada, ou vence, ou então não acredito que estejam reunidas as condições para começar nova época. Este ano Jesus tem estado mais equilibrado, mais prudente, mas não nos podemos esquecer de uma coisa: o trabalho dele no Benfica não se resume a esta época desportiva, a análise deve ser feita perante o trabalho de Jesus ao longo das suas (quase) 4 época de Benfica. E aí, como disse, caso não vença, terá um saldo claramente negativo.

Por mim, e digo, se as notícias forem verdadeiras, acho que é mais um erro de Vieira ao propor novo contrato ao treinador uma vez que esta época ainda não ganhámos nada. Passa aquela ideia cá para fora de que aconteça o que acontecer Jesus não sai do Benfica. E não é isso que queremos para o clube. Nós queremos títulos e a vida de um treinador depende(ou devia depender) de títulos. Se este ano, formos campeões ou se vencermos a Liga Europa deve continuar - da Taça de Portugal nem falo, pois seria um ultraje não a vencer- e renovar contrato.

Que acham vocês?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Receita para a desgraça


Odeio atrasos. A falta de pontualidade é uma coisa que me irrita. Porquê chegar atrasado quando se pode chegar a horas? E porquê chegar propositadamente atrasado? Isso e as desculpas. Também não gosto de desculpas. Foi o trânsito? Saísses de casa mais cedo. Foi a greve de metro? Planeasses outra forma de vir. Não tiveste tempo? Devias ter organizado o teu tempo melhor.

É por isso normal que não tenha gostado do atraso de 45 minutos que o Benfica teve. Enquanto a Académica montava o seu double-decker lá atrás, o Benfica ainda estava nos balneários. E nas bancadas, a apoiar constantemente. Mas os jogadores, esses, ficaram no balneário. Sem vontade, sem querer, sem atitude. O Benfica da primeira parte foi um remate de Enzo, uma cabeçada de Lima e pouco mais. A ausência de Ola John, a falta de inspiração de Salvio, o vedetismo de Rodrigo e a ausência de qualidade de André Almeida explicam em grande parte o que foi o Benfica do primeiro tempo.

E enquanto a segunda parte decorria, já estava a ouvir as desculpas para um desfecho triste que parecia cada vez mais provável à medida que o tempo passava. Era o cansaço do jogo de quinta-feira (apesar de vários jogadores não terem efectuado esse mesmo jogo, mas enfim...), era o árbitro, era o anti-jogo, era o areal em que estava transformado o relvado da Luz, era a falta de sorte, era o azar, era a desinspiração, era isto, era aquilo. E a falta de atitude dos jogadores? Por que raio é que o Benfica se pôs a jeito? Isto era fácil de resolver no início, como quase sempre fazemos na Luz. Para quê viver este risco, para quê estar a jogar à roleta russa com meio revólver carregado? É isto que eu não percebo.

O Benfica, que tem o plantel que se sabe, sem soluções para as laterais e sem backup para o miolo do terreno, arriscou estupidamente hoje. Por falta de atitude. Hoje, juntámos todos os ingredientes para o desastre. Escapámos à bala. Mas ainda lhe tocámos de raspão.