Muito foi criticado Jorge Jesus na temporada transacta no que respeita ao seu sistema utilizado. Nesta temporada temos visto um treinador muito mais afoito nesse aspecto, se bem que a matéria prima também é de maior qualidade e que permite ao treinador mudar peças garantindo ainda assim qualidade nessas mexidas. É correcto dizer que o 4-1-3-2 continua a ser utilizado como táctica base neste Benfica, ou será que não? Reparemos no posicionamento de Pablo Aimar. Aimar esta temporada joga um pouco mais avançado no terreno, fazendo a ligação entre o meio campo e ataque, mas sendo um jogador posicionalmente mais perto do ponta de lança. O que isso nos traz de bom? Maior qualidade na posse de bola, maior segurança nas transicções defesa/ataque, maior equilibrio no meio campo com Javi Garcia, Witsel e Aimar. É uma equipa mais compacta, mais coesa e isso faz toda a diferença no rendimento do colectivo. Nâo é tanto a questão do 4-1-3-2 ou do 4-2-3-1 mas sim a forma como os jogadores se complementam dentro de campo.
Ainda assim e não fugindo da questão, penso que o 4-1-3-2 continua a ser o sistema base da equipa, mas este ano é interpretado com outra coerência e sobretudo com outro equilibrio. Para além de Aimar o elemento chave desta máquina chama-se Axel Witsel. O belga veio trazer ao Benfica aquilo que a equipa necessitava, ou seja, um jogador de ligação entre sectores, alguém que junta competência quer no momento defensivo, quer no momento ofensivo, que pudesse ser a peça do puzzle de ligação entre o médio defensivo e o médio mais atacante, entre Javi Garcia e Aimar. Faltava este jogador na temporada anterior, falava-se muito que a equipa tinha carência de um Ramires e era verdade. Pois bem, Witsel é um jogador diferente de Ramires, mas que garante à equipa o equilíbrio necessário, seja sem bola, seja com ela. Na minha opinião, foi a principal aquisição do Benfica 2011/2012 e tivemos algumas de qualidade como Artur, Garay, Bruno César ou Nolito. Jesus pode assim dentro do seu sistema habitual variar para outros sistemas, pois a diferença entre o 4-1-3-2 e o 4-2-3-1 pode ser o posicionamento de Witsel e Aimar.
A Época Esquecida: 1963/1964 (Parte I)
Há 3 horas
5 comentários:
Concordo perfeitamente.
O Benfica é realmente mais coeso ao colocar Aimar no lugar de Saviola porque o posicionamento defensivo do Pablo, mesmo jogando mais adiantado, condiciona a saída de bola do adversário. Ainda assim, porque Nolito e gaitán, especialmente o primeiro, são mais extremos/avançados que médios/alas, penso que o Benfica pode melhorar e melhoraria se Jesus assumisse o 433 com Aimar mais recuado. O meio-campo defensivo funcionaria melhor e os laterais adversários ficariam mais condicionados nas suas subidas.
É um facto que o Witsel mesmo sendo totalmente diferente do Ramires veio trazer o equilibrio que este dava á equipa. O que se perdeu em rapidez e espontaniedade ganhou-se em gestão da posse da bola e cérebro. Imagino como seria um meio campo com o Javi, Ramires e Witsel!
Acerca do sistema base até concordo que seja esse mas tem algumas diferenças em relação ao usado anteriormente, fico com a ideia é que no fundo acaba sempre por ser uma espécie de 442, com excepção em alguns jogos europes.
Pessoalmente estou como o N.T., acho que a equipa tem mais a ganhar ao assumir o 433 e o Aimar jogar mais proximo do Witsel e não do PL. Querer fazer do Nolito, Gaitán e B.César médios alas é tão acertado como dizer que o Ruben Amorim é um lateral direito e bom!
O melhor futebol que a equipa apresentou este ano foi quando se jogou em 4231, algo mais próximo do 433, jogos bem mais controlados, boas jogadas e criando oportunidades de forma regular. Concordo que se vá variando, mas insistir em adaptações que limitam o rendimento dos jogadores face ás caracteristicas destes é algo com que não concordo.
O pouco futebol que se apresentou no último jogo foi deveu-se em muito ao 442 clássico e isso com uma equipa mais forte ou falta de sorte pode dar mau resultado.
A ver vamos como se vai jogar em casa os próximos dois jogos!
A diferença do Benfica com Ramires do atual está na saida de um avançado. Witsel só faz parte daquilo que Ramires fazia. A outra parte é feita pelo ala direito (Gaitan, ou Nolito, ou B.César).
Ramires era um 2 em 1. Depois, havia DiMaria...
Gostava de ver um 4132, com Javi a trinco, Gaitan na esquerda, Witsel na direita (será que consegue?) e dois avançados.
"Depois, havia Di Maria..."
Isto também me parece importante se quisermos comparar épocas. Jesus apanhou Di Maria já com outra disponibilidade defensiva (fruto do trabalho de Quique que, goste-se ou não, e eu detestava o futebol do espanhol, contribuíu para o crescimento individual d ecertos jogadores). Já Gaitán peca por ser pouco solidário no processo defensivo.
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