Há quatro anos e um dia estava a jantar em casa de uns familiares. Nessa data, o Benfica tinha-se deslocado a Guimarães para defrontar o Vitória local. O jogo era transmitido pela Sporttv e esses meus familiares não tinham a assinatura desse canal. Sempre preocupado com o resultado, ia frequentemente mudando para a Sporttv, porque apesar de estar codificada, sempre dava para perceber quanto é que estava o resultado. Bem perto do final coloquei esse tal canal e verifiquei que o resultado estava 0-1 a nosso favor e que estava um dos nossos jogadores no chão. A primeira coisa que pensei foi que, como já estavam 90 e tal minutos de jogo, um dos nossos atletas estava a fazer "ronha" no chão. Comentei logo com o meu pai: "O Simão (parecia o 20), já está a queimar tempo. Isto está ganho!"
4 anos e 1 dia depois de Fehér, o Benfica voltou a Guimarães num contexto diferente: hoje estava em disputa uma posição entre as duas equipas. De um lado, um Benfica que necessitava de pontos para segurar o segundo lugar; do outro lado, um Vitória que sabia que a Champions estava ali tão perto.
O jogo começou com o Benfica mais rápido e mais perigoso, tentando chegar à baliza de Nílson. Várias tentativas ora pelo lado esquerdo com Nélson e Di Maria, ora do lado direito, com Luís Filipe e Maxi Pereira, ambos em bom plano. O primeiro golo não tardou e nem sequer foi de estranhar. Falta sobre Rui Costa e livre superiormente marcado por "Tacuara" Cardozo, abrindo o activo bem cedo, aos 8 minutos. A partir daí o Vitória começa a regair e a criar boas oportunidades de golo, controlando a maior parte de jogo através da posse de bola, mas nunca conseguiu verdadeiramente superiorizar-se ao Benfica.
Pouco tempo depois, após esforço de Di Maria, Maxi Pereira, servido pelo argentino faz o segundo golo no jogo, aproveitando alguma apatia da defesa vimarenense. O Benfica continuou a jogar de modo seguro, dando a iniciativa de jogo ao Vitória, que conseguiu "sufocar" um Benfica sólido defensivamente apesar das deficiências físicas de David Luiz. Camacho mostrou alguma intranquilidade com a situação, chamando Nuno Assis bastante cedo, mas só o colocou à passagem do minuto 45. Chegado o intervalo, em boa hora, era altura de rever o posicionamento defensivo de Katsouranis, e fazer reajustes no meio-campo, de modo a tentar evitar a avalanche ofensiva do Vitória.
Na segunda parte, e face à excelente visão de jogo de Manuel Cajuda, que lançou Ghilas e Carlitos, o Vitória embalou para uma exibição que mostra o porquê da equipa se encontrar em terceiro. À passagem dos 61 minutos, após falta de Nélson sobre Carlitos, Ghilas marca de cabeça com alguma sorte, apesar de, na minha opinião, o avançado argelino estar em fora-de-jogo. O ambiente explosivo no D. Afonso Henriques continuava e Camacho tentava alcalmar a equipa. Cajuda, por sua vez, "mete a carne toda no assador", frase que ele próprio celebrizou, tirando um lateral esquerdo e apostando em mais um ponta-de-lança. Com esta substituição o jogo ficou muito partido, sucedendo-se ataques e contra-ataques num jogo com um ritmo alucinante, quase como se fosse uma partida de futsal. Camacho retirou Di Maria primeiro e Rui Costa depois, ambos visivelmente esgotados, dando lugar a Adu e Nuno Gomes, que pouco tempo tiveram para se mostrar. O Benfica voltara a equilibrar o jogo, e graças a uma bola longa com a preciosa colaboração do keeper vitoriano, Cardozo faz um golo a 35 metros da baliza. Tudo fácil, terminando um jogo in loco.
Globalmente foi um verdadeiro espectáculo de futebol que ambas as equipas nos proporcionaram. O Benfica fez uma exibição "adulta", atacando e defendendo sempre bem, sempre no timing certo. Destaco individualmente as performances de Luís Filipe, que foi constantemente massacrado por Desmarets e Ghilas, Petit, que voltou às grandes exibições, Di Maria, pela assistência e pelo desempenho defensivo e Óscar Cardozo, pois claro, pelo seu 13º golo, faltando-lhe apenas 7 para cumprir a sua promessa. Nada mal.
Passados quinze minutos, o mesmo jogador estava no chão. Aí, percebi que aquilo não era só "ronha". Fui à internet e, no site do jornal A BOLA, li o que não me passaria pela cabeça...
a confirmação do sucedido só chegou pouco depois das 23 h. Tínhamos perdido. Uma grande derrota.
a confirmação do sucedido só chegou pouco depois das 23 h. Tínhamos perdido. Uma grande derrota.
4 anos e 1 dia depois de Fehér, o Benfica voltou a Guimarães num contexto diferente: hoje estava em disputa uma posição entre as duas equipas. De um lado, um Benfica que necessitava de pontos para segurar o segundo lugar; do outro lado, um Vitória que sabia que a Champions estava ali tão perto.
O jogo começou com o Benfica mais rápido e mais perigoso, tentando chegar à baliza de Nílson. Várias tentativas ora pelo lado esquerdo com Nélson e Di Maria, ora do lado direito, com Luís Filipe e Maxi Pereira, ambos em bom plano. O primeiro golo não tardou e nem sequer foi de estranhar. Falta sobre Rui Costa e livre superiormente marcado por "Tacuara" Cardozo, abrindo o activo bem cedo, aos 8 minutos. A partir daí o Vitória começa a regair e a criar boas oportunidades de golo, controlando a maior parte de jogo através da posse de bola, mas nunca conseguiu verdadeiramente superiorizar-se ao Benfica.
Pouco tempo depois, após esforço de Di Maria, Maxi Pereira, servido pelo argentino faz o segundo golo no jogo, aproveitando alguma apatia da defesa vimarenense. O Benfica continuou a jogar de modo seguro, dando a iniciativa de jogo ao Vitória, que conseguiu "sufocar" um Benfica sólido defensivamente apesar das deficiências físicas de David Luiz. Camacho mostrou alguma intranquilidade com a situação, chamando Nuno Assis bastante cedo, mas só o colocou à passagem do minuto 45. Chegado o intervalo, em boa hora, era altura de rever o posicionamento defensivo de Katsouranis, e fazer reajustes no meio-campo, de modo a tentar evitar a avalanche ofensiva do Vitória.
Na segunda parte, e face à excelente visão de jogo de Manuel Cajuda, que lançou Ghilas e Carlitos, o Vitória embalou para uma exibição que mostra o porquê da equipa se encontrar em terceiro. À passagem dos 61 minutos, após falta de Nélson sobre Carlitos, Ghilas marca de cabeça com alguma sorte, apesar de, na minha opinião, o avançado argelino estar em fora-de-jogo. O ambiente explosivo no D. Afonso Henriques continuava e Camacho tentava alcalmar a equipa. Cajuda, por sua vez, "mete a carne toda no assador", frase que ele próprio celebrizou, tirando um lateral esquerdo e apostando em mais um ponta-de-lança. Com esta substituição o jogo ficou muito partido, sucedendo-se ataques e contra-ataques num jogo com um ritmo alucinante, quase como se fosse uma partida de futsal. Camacho retirou Di Maria primeiro e Rui Costa depois, ambos visivelmente esgotados, dando lugar a Adu e Nuno Gomes, que pouco tempo tiveram para se mostrar. O Benfica voltara a equilibrar o jogo, e graças a uma bola longa com a preciosa colaboração do keeper vitoriano, Cardozo faz um golo a 35 metros da baliza. Tudo fácil, terminando um jogo in loco.
Globalmente foi um verdadeiro espectáculo de futebol que ambas as equipas nos proporcionaram. O Benfica fez uma exibição "adulta", atacando e defendendo sempre bem, sempre no timing certo. Destaco individualmente as performances de Luís Filipe, que foi constantemente massacrado por Desmarets e Ghilas, Petit, que voltou às grandes exibições, Di Maria, pela assistência e pelo desempenho defensivo e Óscar Cardozo, pois claro, pelo seu 13º golo, faltando-lhe apenas 7 para cumprir a sua promessa. Nada mal.
Ficha de jogo
Bwin Liga - 17ª jornada
Estádio D. Afonso Henriques, Guimarães
Assistência: 25 710 espectadores
Árbitro: João Ferreira (AF Setúbal)
Vitória SC
Nílson; Andrezinho, Geromel, Sereno e Luciano Amaral (Roberto, 61 min); Flávio Meireles (cap.), João Alves (Ghilas, ao int.), Alan, Fajardo (Carlitos, ao int.) e Desmarets; Mrdakovic
Suplentes não utilizados: Nuno Santos, Moreno, Márcio Martins e Tiago Ronaldo
Treinador: Manuel Cajuda
SL Benfica
Quim; Luís Filipe, Edcarlos, David Luiz (Nuno Assis, 45 + 6 min) e Nélson; Petit (cap.), Katsouranis, Maxi Pereira, Rui Costa (Nuno Gomes, 85 min) e Di Maria (Adu, 76 min); Cardozo
Suplentes não utilizados: Butt, Sepsi, Christian Rodriguez e Mantorras
Treinador: José Antonio Camacho
Disciplina: Cartão amarelo a Petit (18 min), Rui Costa, (34 min), Nélson (59 min), Ghilas (59 min) e Di Maria (67 min)
Marcador: 0-1 por Cardozo (8 min), 0-2 por Maxi Pereira (26 min), 1-2 por Ghilas (61 min) e 1-3 por Cardozo (90 + 2 min)
Melhor em campo: Luís Filipe (SL Benfica)
8 comentários:
Grande Crónica e depois borras a pintura toda!!!
Luis Filipe, melhor em campo?
JNF, andaste a beber?
Na boa, respeito...mas Luis Filipe esteve uma LÁSTIMA! O pior do Benfica...3 ou 4 erros patéticos, que iam dando golo, uma assistência para golo e no final ainda faz um penalty escandoloso...Sorte ter havido falta antes!
Não percebo como pode este tipo ser o MVP!
MVP, claramente TACUARA
Tacuara e Di María estiveram muito bem. O Luís Filipe, enfim, nem merece os meus comentários.
Como disse no meu post anterior, esta vitória soube maravilhosamente. Obrigado, enquanto lutarem assim, não vos peço mais nada.
Merecemos ganhar... Senão fosse o joão ferreira a dar aquele livre ao Guimaraes (porque não há falta sobre o Carlitos) e o Petit tocou uma vez com a bola no braço levou amarelo mas o Fajardo e o Alan também tocaram mas não levaram... O campo parecia inclinado... De resto, grande jogo do Cardozo (não o vendam), finalmente vejo algo de jeito no Di Maria (excelente no 2 golo), Maxi Pereira e Edcarlos (fizeram bem as suas tarefas e mostram que são opçoes seguras)... Já o Adu teve algo trapalhao... mas o terceiro golo nasce de uma bola em que ele coloca lá na frente em que Nilsson alivia mal a bola... De resto, também Rui Costa esteve bem... (Continua a faltar um extremo direito para fechar o plantel)... Força SLB
A arbitragem também foi um bocado tremida. Não só do senhor João Ferreira que, como sempre, cedeu a todas as pressões para agir no capítulo disciplinar, mas também por parte do fiscal cegueta, que não só tirava mal os foras-de-jogo, como ainda tinha o descaramento de se justificar, logo a seguir, acenando que sim, como que a dizer que tinha razão.
Foi um grande jogo do SLB, a primeira parte melhor do que a segunda, mas o mais importante é a vitória!
VIVA AO SLB!!
Ah maroto, seu castiço... :)
Ok, ok, se calhar excedi-me nos elogios ao Luis Filipe, mas eu explico. Ele esteve 90 minutos a levar com os alas vitorianos e fez alguns cortes, que, mesmo sendo banais, alguns deles, qualquer coisa bem feita pelo Luis Filipe é sempre surpreendente. E face ao desgaste a que ele foi sujeito...
Mas agora, mais a frio, consigo reconhecer que Cardozo foi fundamental, e que ganhou muitas bolas pelo ar e várias aos defesas vitorianos, além dos golos marcados, merecendo ele o prémio de MVP.
Bolas, já vi isto escrito tantas vezes que ainda acaba por se tornar uma verdade: a carne no assador é uma frase do Quinito (que parece esquecido por toda a gente...), a par com o grande Joaquim Meirim um dos mais castiços e interessantes personagens que andaram pelos campos de futebol cá do quintal (e que ainda por cima foi um grande jogador!).
Quanto a nós, caramba, já fazia falta um resultado deste para moralizar, agora é começar a assentar as exibições e continuar a construir uma grande equipa.
Há potencial para isso, desde que haja alguma coerência, ousadia e inteligência. E, já agora, capacidade para aproveitar alguns dos nossos muitos jovens de qualidade (neste jogo, o Benfica fez jogar sete portugueses, há quanto tempo isso não acontecia?).
Vamos fazer uma segunda parte da época em grande, e isto não é só porque ganhamos um jogo...
Carlos
Enviar um comentário