Num post publicado há dias, sobre a eleição de Mário Figueiredo para presidente da Liga de Clubes, manifestei-me favorável à ideia de voltar a ter um campeonato com 18 clubes. Partindo deste ponto, apresento aquela que seria a minha ideia para a reforma dos dois campeonatos profissionais do futebol português.
Em primeiro lugar, os motivos: o campeonato com 16 equipas não oferece jogos suficientes a um adepto de futebol. É insuficiente. Treinamos mal e jogamos pouco em Portugal. Há duas formas de oferecer mais jogos: ou reduzimos o número de equipas para 12 fazendo um campeonato a três voltas ou aumentamos o número de participantes para 18. O incoveniente da primeira solução é que, a meu ver, mataria definitivamente o futebol português uma vez que se criaria uma super-elite ainda mais diferenciada que a que existe actualmente, ou seja, Benfica, Sporting, Porto e Braga passariam a pôr e dispôr ainda mais do dinheiro, dos negócios e do poder no futebol português sobre as outras equipas. Porquê? Porque com 12 clubes, descendo dois, haveria uma grande rotação de equipas da primeira para a segunda. Por outras palavras, Guimarães, Académica, Marítimo, Nacional e outras equipas que se têm estabelecido na primeira divisão passariam a fazer parte da segunda liga mais frequentemente, perdendo naturalmente poder de compra. Isto interessa a quem? Provavelmente apenas aos 3 grandes, que teriam, ao invés do que seria de esperar, adversários mais fracos. Possivelmente mais homogéneos, mas ainda mais nivelados por baixo. Por isso, a solução que me parece ser a menos má é mesmo alargar o campeonato para 18 equipas. Neste modelo competitivo, com três equipas a descerem, há muito mais luta na metade inferior da tablela, o que evitaria algumas "borlas" que se vêem por aí. Que me recorde, a luta para não descer mantinha-se não raras vezes até à 34ª jornada com mais de duas equipas envolvidas.
Apresentada a ideia, e sabendo da intenção de introduzir as equipas B de Benfica, Sporting, Porto, Marítimo, Braga e Guimarães na Liga Orangina ou na segunda B, eis o modo de implementação da mesma, dividido pelas épocas 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014.
2011/2012: a época que está actualmente em curso não deve sofrer quaisquer alterações sob pena de se tornar numa enorme farsa. Não se alteram as regras a meio do jogo. Já ouvi falar numa possível situação que não me agrada e que passaria por não descer ninguém à Orangina esta época. Que sentido faz isso? Seria falsear o sentido da prova. Este ano, como dizem as regras, devem subir duas equipas e descer outras duas.
2012/2013: seria a primeira fase de mudança. Nesta temporada, 16 equipas participariam na Primeira Liga e 20 participariam na Segunda Liga. Estas 20 seriam as 16 esperadas mais Benfica B, Sporting B, Porto B e Marítimo B. Os três primeiros por terem maior história e responsabilidades no futebol português e, no caso dos insulares, por terem um projecto de há muitos anos e bem sustentado que levou a que jogadores como Sami, Djalma ou Danny passasem da equipa B ao plantel principal. Da Primeira Liga para a Segunda desceriam à mesma duas equipas e quatro clubes fariam o sentido inverso, da Segunda para a Primeira. Contas feitas, no final de 2012/2013, a Primeira Liga teria 18 clubes e a Segunda Liga também.
2013/2014: nesta época, Sp. Braga B e Vitória de Guimarães B entrariam directamente para a Orangina, figurando esta divisão com 20 equipas. A Primeira continuaria com 18 clubes. Algum problema? A meu ver, não. Em Inglaterra, por exemplo, a Premier League tem 20 equipas e a First Division tem 24. Em Espanha ocorre uma situação semelhante, com 20 e 22 equipas na Primeira e Segunda divisões, respectivamente. A partir daqui, três equipas desceriam e outras três subiriam.
Em primeiro lugar, os motivos: o campeonato com 16 equipas não oferece jogos suficientes a um adepto de futebol. É insuficiente. Treinamos mal e jogamos pouco em Portugal. Há duas formas de oferecer mais jogos: ou reduzimos o número de equipas para 12 fazendo um campeonato a três voltas ou aumentamos o número de participantes para 18. O incoveniente da primeira solução é que, a meu ver, mataria definitivamente o futebol português uma vez que se criaria uma super-elite ainda mais diferenciada que a que existe actualmente, ou seja, Benfica, Sporting, Porto e Braga passariam a pôr e dispôr ainda mais do dinheiro, dos negócios e do poder no futebol português sobre as outras equipas. Porquê? Porque com 12 clubes, descendo dois, haveria uma grande rotação de equipas da primeira para a segunda. Por outras palavras, Guimarães, Académica, Marítimo, Nacional e outras equipas que se têm estabelecido na primeira divisão passariam a fazer parte da segunda liga mais frequentemente, perdendo naturalmente poder de compra. Isto interessa a quem? Provavelmente apenas aos 3 grandes, que teriam, ao invés do que seria de esperar, adversários mais fracos. Possivelmente mais homogéneos, mas ainda mais nivelados por baixo. Por isso, a solução que me parece ser a menos má é mesmo alargar o campeonato para 18 equipas. Neste modelo competitivo, com três equipas a descerem, há muito mais luta na metade inferior da tablela, o que evitaria algumas "borlas" que se vêem por aí. Que me recorde, a luta para não descer mantinha-se não raras vezes até à 34ª jornada com mais de duas equipas envolvidas.
Apresentada a ideia, e sabendo da intenção de introduzir as equipas B de Benfica, Sporting, Porto, Marítimo, Braga e Guimarães na Liga Orangina ou na segunda B, eis o modo de implementação da mesma, dividido pelas épocas 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014.
2011/2012: a época que está actualmente em curso não deve sofrer quaisquer alterações sob pena de se tornar numa enorme farsa. Não se alteram as regras a meio do jogo. Já ouvi falar numa possível situação que não me agrada e que passaria por não descer ninguém à Orangina esta época. Que sentido faz isso? Seria falsear o sentido da prova. Este ano, como dizem as regras, devem subir duas equipas e descer outras duas.
2012/2013: seria a primeira fase de mudança. Nesta temporada, 16 equipas participariam na Primeira Liga e 20 participariam na Segunda Liga. Estas 20 seriam as 16 esperadas mais Benfica B, Sporting B, Porto B e Marítimo B. Os três primeiros por terem maior história e responsabilidades no futebol português e, no caso dos insulares, por terem um projecto de há muitos anos e bem sustentado que levou a que jogadores como Sami, Djalma ou Danny passasem da equipa B ao plantel principal. Da Primeira Liga para a Segunda desceriam à mesma duas equipas e quatro clubes fariam o sentido inverso, da Segunda para a Primeira. Contas feitas, no final de 2012/2013, a Primeira Liga teria 18 clubes e a Segunda Liga também.
2013/2014: nesta época, Sp. Braga B e Vitória de Guimarães B entrariam directamente para a Orangina, figurando esta divisão com 20 equipas. A Primeira continuaria com 18 clubes. Algum problema? A meu ver, não. Em Inglaterra, por exemplo, a Premier League tem 20 equipas e a First Division tem 24. Em Espanha ocorre uma situação semelhante, com 20 e 22 equipas na Primeira e Segunda divisões, respectivamente. A partir daqui, três equipas desceriam e outras três subiriam.
10 comentários:
Este é, para mim, um dos temas mais importantes do futebol português, porque dele depende a própria competitividade e viabilidade do próprio futebol.
No post anterior, sobre a eleição de Mário Figueiredo para a Liga de Clubes, tive a oportunidade de apresentar alguns dos motivos pelos quais sou contra o alargamento. Desde logo, não temos população, nem cultura desportiva para termos um campeonato com 18 equipas. Porventura, nem com 16. Desde logo, ao nível das assistências. Tomando como exemplo a última jornada da Liga Zon Sagres, vejamos o número de espectadores por jogo:
P. Ferreira - Marítimo 994
Feirense - G. Vicente 1.385
Benfica - V. Setúbal 56.155
Porto - Rio Ave 24.919
Nacional - Leiria 1.545
Olhanense - Beira-Mar 1.612
Académica - V. Guimarães 3.842
Braga - Sporting 16.802
Tirando os três grandes, a maior parte das assistências aos jogos nem deve dar para pagar as despesas de realização dos próprios jogos. Portanto, se não forem os patrocínios e as receitas provenientes das transmissões televisivas, a generalidade dos clubes nem dinheiro tinha para pagar os ordenados e, mesmo assim, nalguns clubes, existem atrasos nos pagamentos.
Portanto, alargar o número de clubes significa que a média das assistências por jornada cai. Para além disso, como as restantes receitas serão basicamente as mesmas, a sua distribuição por um maior número de clubes fará que cada um receba menos.
A nível competitivo, nem vale a pena falar. Qualquer clube que venha da Liga Orangina não acrescenta nada aos que já estão na Liga Zon Sagres. Ter mais clubes a lutar para não descer, não é vantagem nenhuma. Se fosse a lutar pelas provas europeias, isso sim, trazia maior competitividade.
Acho que a grande preocupação da Liga de Clubes seria incentivar as assistências aos jogos, impedindo, desde logo, que alguns deles se disputem a horas impróprias. Por outro lado, deveria procurar que os bilhetes sejam mais acessíveis e haveria várias soluções para esse efeito.
Estar a pensar num alargamento, não é situação.
Já disse no post sobre a eleição de Mário Figueiredo, que este só terá ganho porque a generalidade dos clubes pensa que esse alargamento será já a partir da próxima época, não descendo nenhum clube esta época. Isso é muito perigoso, porque corre-se o risco de a verdade desportiva ser desvirtuada.
MM
12 equipas com 3 voltas? Pq 3 voltas e não 4? Quem jogava em casa na terceira volta?
Confuso...
Sou adepto de 18 equipas com 4 a descer. Aumentaria e muito a competição lá em baixo obrigando as equipas a lutarem mais pelos pontos.
Sobre as assistências há um pormenor interessante: ainda agora na meia final da Taça entre a Briosa e Olhanense estava uma casa bem composta. E é normal ver-se isso em mais estádios...ou seja, há público q por algumas razões só vai a um certo tipo de jogos. Analisar e perceber o q se passa para se corrigir e dar a volta ao assunto. Eu acredito ser possível mas não acredito que quem manda no futebol esteja para aí virado.
Outra coisa, não há nenhuma liga que seja minimamente competitiva com expressão internacional com 12 ou menos clubes...
Boa contribuição, caro MM, mas não percebo qual é a importância da média de espectadores por jornada. Isso é meramente estatístico. O que me parece mais importante é que, numa Liga com 12 ou mesmo 14 equipas, haveria a impossibilidade de algumas equipas em estabelecerem-se competitivamente na primeira divisão, alargando provavelmente o fosso de qualidade entre grandes e pequenos.
Pedro, coloquei a hipótese dos 12 clubes porque há muita gente a querer uma redução do número de equipas na primeira Liga. Se fossem 12 equipas, 3 voltas dariam 33 jogos e 4 voltas seriam 44, o que me parece demasiado. Foi o que se fez na Liga Escocesa.
JNF,
Respondendo à dúvida colocada, considero que a média de espectadores deve ser um indicador estatístico a ter em consideração para se poder fazer comparações. Por exemplo, se quisermos comparar o número de espectadores entre duas Ligas, julgo que o indicador a ter em consideração é a média. Mesmo se quisermos comparar as assistências entre equipas é mais consistente a média do que o valor absoluto. Por exemplo, se eu quiser comparar as assistências do Benfica com o PSG, líder do campeonato francês, não posso ter em consideração os valores absolutos, porque o campeonato português tem 16 clubes e o francês tem 20. E para comparar as assistências dos jogos do campeonato português com o francês só o posso fazer com medidas estatísticas e nunca com valores absolutos.
Mas aquilo que julgo ser importante é ver os factores que contribuem para o nível das assistências e favorecer ou influenciar positivamente esses factores. Por exemplo,o jogo entre o Benfica e o Setúbal, do passado Sábado, não me pareceu dos mais importantes até agora, mas foi o que teve a segunda maior assistência. Porquê? Pelo menos por duas ordens de razões. Uma delas foi decerto a hora do jogo. Às 18:30h de um Sábado. Permitia que as pessoas poderiam ainda jantar a horas após o jogo e seguir para suas casas razoavelmente cedo. E aqueles que moram relativamente perto ainda tinham a hipótese de ir jantar a casa. Isso permitiu que famílias inteiras tivessem ido ver o jogo. Além do mais, no dia seguinte, são poucas pessoas que trabalham, o que também é um dado a ter em consideração. A outra razão foi, do meu ponto de vista, as promoções que foram feitas. Havia oferta de bilhetes para quem pagasse as quotas todas deste ano, assim como promoções para um conjunto de jogos (que não sei precisar quais eram). Segundo me disse um amigo meu, havia também promoções para quem fosse ver o jogo de basquetebol e o de futebol (não posso confirmar se havia ou não essa promoção). Mas é assim que se levam mais pessoas ao futebol. Já o próximo jogo para o campeonato não terá tantos espectadores porque será realizado no Domingo à noite.
Portanto, se queremos gente no futebol teremos que introduzir vários incentivos, porque isso depois leva a que as pessoas se habituem a ir aos estádios. E, diga-se o que se disser, só há futebol se houver espectadores. Claro que aliado a tudo o que disse atrás, interessa que os jogos sejam bem jogados, competitivos, que as pessoas se sintam bem nos estádios, sem situações de violência, etc. etc.
MM
Liga escocesa.. i rest my case
☺
Concordo com as equipas B... quanto à primeira liga... duas séries de 10 clubes = 18 jogos; os 5 primeiros de cada - fazem o torneio clausura = 18 jogos (trazendo um terço dos pontos da primeira fase) - tudo somado 36 jogos... actualmente são 30, com os 18 clubes serão 34, assim seriam 36... mais competitividade e mais emoção...
Só mais uma ideia...
Não me parece uma boa ideia porque isso significaria que as equipas não correriam todas em pé de igualdade. Imaginemos:
Duas séries:
"Série Norte"
Porto
Braga
Guimarães
Paços de Ferreira
Beira-Mar
Gil Vicente
Feirense
Rio Ave
"Série Sul"
Benfica
Sporting
Setúbal
Olhanense
Marítimo
Nacional
Académica
Leiria
Os adversários de uns poderiam ser teoricamente (e na prática também) mais fortes que outros, o que levaria a que os pontos acumulados, mesmo que cortados a um terço, fossem díspares devido a um grau de dificuldade diferente.
Faz sentido a observação, é pena...
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