quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Da Luz, com vista para o título II

Continuando a recordação de clássicos históricos que acabaram por decidir campeonatos, eis-nos chegados a Abril de 1993. O Benfica seguia na liderança do campeonato em igualdade pontual com o FC Porto mas com algum ascendente psicológico devido a uma recuperação encetada poucas semanas antes. Futre, a recente estrela contratada por Jorge de Brito, deu a vitória na Luz frente ao Sporting por 1-0. Na jornada seguinte, o Benfica bateu o Gil Vicente enquanto o líder Porto saiu derrotado do São Luís em Faro. E para agudizar a crise azul-e-branca e o bom momento benfiquista, os dragões não foram além de um empate em casa contra o Sporting, a zero, enquanto que no Bessa o Benfica rubricou uma exibição emocionante com vitória por 2-3 num jogo onde Hélder e Neno foram expulsos tendo Paulo Sousa terminado o jogo a guarda-redes.

Chegamos ao dia do clássico. Uma vitória assegurava a liderança isolada com dois pontos (era quanto valia a vitória, na altura) à maior sobre o rival, à semelhança do que precisamos hoje. Toni apresentou um onze perto da base habitual para aquela época, com Silvino de regresso à titularidade, Veloso, Hélder, Mozer e Schwarz a formarem o quarteto defensivo, Paulo Sousa, Rui Costa, Futre e Isaías no meio-campo, Pacheco e Yuran no ataque. E mesmo com algum favoritismo, com o ascendente psicológico e com o orgulho ferido, o Benfica não foi capaz de derrotar o campeão nacional Porto, que se apresentava com várias ausências de peso. O jogo foi morno e até foi o Porto que esteve mais perto de vencer, tendo atirado à barra na sequência de um livre na segunda parte, se bem me lembro. Ao Benfica faltou audácia, ambição e coragem. Empatámos e podíamos ter ganho o jogo, pelo menos era essa a nossa obrigação. Os muitos casos, os problemas disciplinares e os salários em atraso falaram mais alto e o Benfica acabou por perder o campeonato para os azuis-e-brancos graças a uma derrota em Aveiro e um empate com o Estoril.

5 comentários:

Marta disse...

Excelentes estas recordaçoes!

Minha Chama disse...

Que não se passe o mesmo este ano.

Aproveito para informar que já enviei umas bicadas a 4 dos pasquins avençados:

http://aminhachama.blogspot.com/2012/02/para-os-avencados.html

Et pluribus Onum.

PMM disse...

Recordo-me bem desse jogo mas diga-se o titulo não foi perdido melhor roubado corruptamente nesse jogo.
Creio antes demais que os Corruptos estavam em 1º pois tinham ganho nas Antas por 1-0 de penalti aos 90 minutos para não estranhar-mos (até houve 2 penatis 1 defendido pelo Silvino). De facto esse era um jogo decisivo mas foi um jogo vergonhoso creio com mais 70 faltas com os Corruptos mais deitados no relvado que a jogar até creio que o tempo util de jogo foi pouco mais de 30 minutos. Jogaram com 3 centrais, 2 trincos, enfim jogaram como o Aves costumava jogar na Luz. Oportunidades quase nenhumas apenas 1 jogada do Futre remate do Pacheco, Baia aos papeis toca a bola que bate na barra e sai, incrivel. Eles foram no maximo 3 vezes á baliza do Silvino e tiveram o tal livre á barra do Timofte.
Mas o campeonato é perdido em Aveiro com o Beira-Mar numa arbitragem fantástica cheia de fruta com 2 expulsões (acabamos com 9). 1 semana depois os Corruptos ganham lá facilmente e são Campeões.
O mais engraçado vem anos depois quando Acácio GR do Beira-Mar revela que antes do jogo com os Corruptos foi buscar uma mala cheia de dinheiro como recompensa da vitoria sobre o Benfica e para terem um "grande" rendimento no jogo seguinte. Isto foi publicado, isto foi divulgado e não aconteceu nada. Corrupção á frente de todos por isso esse campeonato foi dos mais mentirosos e vergonhosos da nossa historia. Aliás nesse ano tinhamos um plantel dos melhores a nivel Europeu que foi roubado para entregar o titulo aos de sempre.
Este ano será diferente iremos ganhar contra tudo e todos e 6ª feira todos seram poucos para levarmos ao colo os nossos jogadores.

JNF disse...

Verdade, PMM, o famoso Dino Furacão...

mas antes o Benfica ainda teve uma vantagem preciosa com uma vitória arrancada a ferros em Chaves, golo de Schwarz numa altura em que jogávamos com 9.

Quanto às expulsões, muitas nesse ano ocorreram por entradas muito feias (assim de repente, a de Yuran em Chaves). Mas sim, a história contada corresponde à verdade.

Jotas disse...

Caríssimo JNF, para este clássico, estou com uma tremenda fé que vamos dar uma grande resposta e vencer.