Já passaram mais de 24 horas sobre a miserável derrota averbada em Israel por contundentes 3-0 e ainda não consegui digerir o resultado. Há tanto para dizer que nem sei por onde iniciar o discurso. Vamos talvez começar, mas sem dispersar muito, pelo que se passou há dez anos.
Na viragem de século o Benfica atravessava um momento tumultuoso como todos nos recordamos. E teve, por coincidência, um jogo em Israel a contar para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente a uns semi-profissionais que defendiam as cores do Beitar de Jerusalém. Após vitória na Luz por expressivos 6-0, a deslocação a Israel não previa dificuldades. No entanto, um Benfica demasiado relaxado permitiu a vitória dos locais por 4-2. De qualquer das maneiras a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões estava assegurada, mas a exigência era grande e os adeptos não pouparam os jogadores e o treinador à altura, criticando-os duramente. Um ano depois, com a derrota por 7-0 em Vigo, João Vieira Pinto leu um comunicado (a mando de Vale e Azevedo) pedindo desculpas aos benfiquistas pela miserável imagem deixada pelo clube na Galiza. Tempos de um clube moribundo em que havia exigência. Hoje somos aparentemente, repito, aparentemente saudáveis financeiramente mas passadas 24 horas da inaceitável derrota ainda não houve uma palavra do grupo de trabalho pela voz do capitão, que foi completamente e inexplicavelmente afastado e posto de parte por ser uma figura com protagonismo (mas protagonismo positivo, aí é que está a diferença) ou do presidente que se demitiu das suas responsabilidades uma vez mais, sacudindo a água do capote como só ele sabe fazer. Jesus já falou, mas para o que disse mais valia ter vergonha na cara e ter estado calado, as suas declarações foram o espelho da época do Benfica: miserável e sem capacidade de auto-crítica. "Carácter"? Carácter era admitir os erros e corrigi-los. O que assistimos foi, uma vez mais, pela oitava vez em 18 jogos oficiais, a uma derrota, algo tão habitual nesta época, nesta década e desde a fundação do Benfiquinha de 1994.
As capas dos dois principais diários desportivos reflectem bem o que se passa. Por um lado há um conjunto de jogadores que duvido que estejam a dar tudo em campo. Nem é preciso dizer nomes, está à vista de todos quem é o trio de que falo. Há outros que, coitadinhos, não sabem fazer mais e não podem estar todos à espera que Aimar pegue na bola e faça um golo de bandeira até porque nem todas as equipas se chamam Paços de Ferreira. Por outro lado Jesus revelou que ambicionava ganhar a Champions. Ok, ambições todos temos, mas ambições tresloucadas e absurdas é completamente parvo. Esta equipa nem tem estaleca para a Liga Europa, quanto mais para a Champions, meus amigos. Aposto, ainda antes de saber com quem iremos jogar na Liga Europa, se lá chegarmos (!), que não passaremos da segunda eliminatória, o que equivale aos oitavos-de-final. E duvido seriamente que passe a primeira. Não há estaleca europeia.
E há ainda outra coisa que em vez de me dar satisfação só me traz mais amarguras. Desde Agosto que eu, o Galaad, o Rui Gomes e ainda o Papoila Calmante, todos nós avisámos para os inacreditáveis erros defensivos da equipa. Não sei por que raio é que Jesus não vê isto e a carneirada otária bale injúrias e manifestações de indignação para com aqueles que pensam por cabeça própria. Nem me vou dar ao luxo de perder mais tempo a tentar perceber, mas deixo aqui bem claros três pontos: 1 - Falta peso à equipa do Benfica, falta força. Ir jogar fora com Gaitán e Salvio sobre as alas, dois jogadores sem a mínima noção do que é processo defensivo é um suicídio épico. Por que motivo não joga aquele maravilhoso Airton da pré-época ao lado de Javi Garcia? 2 - Bolas paradas defensivas. Mais dois golos sofridos ontem para juntar à contabilidade. Continuem a balir. 3 - Transição ataque-defesa. A mais patética da Europa, é vê-los de calças na mão a correr para trás à procura da bola e do adversário. Quantos golos já sofremos este ano nestas condições? Já lhes perdi a conta.
O amadorismo reina no Benfica. Reina e faz escola. Perdem-se jogos, apoiam-se candidatos errados, contrata-se ao desbarato por milhões de euros e até se perdem aviões. Depois de ter comido hapoel3, foi de facto melhor terem ido ao McDonalds. Até faz bem. Por mim tinham passado fome e tinham voltado a Lisboa de manga curta e calções, mas sem o símbolo onde cuspiram hoje, salvo raras excepções. Aimar, por exemplo. É por tudo isto que estou cansado. O que há em mim é sobretudo cansaço.
P.S. Humberto imiscuiu-se agora mesmo de uma eventual candidatura a presidente do Benfica. Haja alguém com coragem suficiente para tirar o "querido líder" de lá, se fizerem o favor. Porque pelo próprio pé já vimos que ele não sai.
Na viragem de século o Benfica atravessava um momento tumultuoso como todos nos recordamos. E teve, por coincidência, um jogo em Israel a contar para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente a uns semi-profissionais que defendiam as cores do Beitar de Jerusalém. Após vitória na Luz por expressivos 6-0, a deslocação a Israel não previa dificuldades. No entanto, um Benfica demasiado relaxado permitiu a vitória dos locais por 4-2. De qualquer das maneiras a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões estava assegurada, mas a exigência era grande e os adeptos não pouparam os jogadores e o treinador à altura, criticando-os duramente. Um ano depois, com a derrota por 7-0 em Vigo, João Vieira Pinto leu um comunicado (a mando de Vale e Azevedo) pedindo desculpas aos benfiquistas pela miserável imagem deixada pelo clube na Galiza. Tempos de um clube moribundo em que havia exigência. Hoje somos aparentemente, repito, aparentemente saudáveis financeiramente mas passadas 24 horas da inaceitável derrota ainda não houve uma palavra do grupo de trabalho pela voz do capitão, que foi completamente e inexplicavelmente afastado e posto de parte por ser uma figura com protagonismo (mas protagonismo positivo, aí é que está a diferença) ou do presidente que se demitiu das suas responsabilidades uma vez mais, sacudindo a água do capote como só ele sabe fazer. Jesus já falou, mas para o que disse mais valia ter vergonha na cara e ter estado calado, as suas declarações foram o espelho da época do Benfica: miserável e sem capacidade de auto-crítica. "Carácter"? Carácter era admitir os erros e corrigi-los. O que assistimos foi, uma vez mais, pela oitava vez em 18 jogos oficiais, a uma derrota, algo tão habitual nesta época, nesta década e desde a fundação do Benfiquinha de 1994.
As capas dos dois principais diários desportivos reflectem bem o que se passa. Por um lado há um conjunto de jogadores que duvido que estejam a dar tudo em campo. Nem é preciso dizer nomes, está à vista de todos quem é o trio de que falo. Há outros que, coitadinhos, não sabem fazer mais e não podem estar todos à espera que Aimar pegue na bola e faça um golo de bandeira até porque nem todas as equipas se chamam Paços de Ferreira. Por outro lado Jesus revelou que ambicionava ganhar a Champions. Ok, ambições todos temos, mas ambições tresloucadas e absurdas é completamente parvo. Esta equipa nem tem estaleca para a Liga Europa, quanto mais para a Champions, meus amigos. Aposto, ainda antes de saber com quem iremos jogar na Liga Europa, se lá chegarmos (!), que não passaremos da segunda eliminatória, o que equivale aos oitavos-de-final. E duvido seriamente que passe a primeira. Não há estaleca europeia.
E há ainda outra coisa que em vez de me dar satisfação só me traz mais amarguras. Desde Agosto que eu, o Galaad, o Rui Gomes e ainda o Papoila Calmante, todos nós avisámos para os inacreditáveis erros defensivos da equipa. Não sei por que raio é que Jesus não vê isto e a carneirada otária bale injúrias e manifestações de indignação para com aqueles que pensam por cabeça própria. Nem me vou dar ao luxo de perder mais tempo a tentar perceber, mas deixo aqui bem claros três pontos: 1 - Falta peso à equipa do Benfica, falta força. Ir jogar fora com Gaitán e Salvio sobre as alas, dois jogadores sem a mínima noção do que é processo defensivo é um suicídio épico. Por que motivo não joga aquele maravilhoso Airton da pré-época ao lado de Javi Garcia? 2 - Bolas paradas defensivas. Mais dois golos sofridos ontem para juntar à contabilidade. Continuem a balir. 3 - Transição ataque-defesa. A mais patética da Europa, é vê-los de calças na mão a correr para trás à procura da bola e do adversário. Quantos golos já sofremos este ano nestas condições? Já lhes perdi a conta.
O amadorismo reina no Benfica. Reina e faz escola. Perdem-se jogos, apoiam-se candidatos errados, contrata-se ao desbarato por milhões de euros e até se perdem aviões. Depois de ter comido hapoel3, foi de facto melhor terem ido ao McDonalds. Até faz bem. Por mim tinham passado fome e tinham voltado a Lisboa de manga curta e calções, mas sem o símbolo onde cuspiram hoje, salvo raras excepções. Aimar, por exemplo. É por tudo isto que estou cansado. O que há em mim é sobretudo cansaço.
P.S. Humberto imiscuiu-se agora mesmo de uma eventual candidatura a presidente do Benfica. Haja alguém com coragem suficiente para tirar o "querido líder" de lá, se fizerem o favor. Porque pelo próprio pé já vimos que ele não sai.