terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Nosso Destino é o de Vencer

Fomos Benfica. Foi dos dias, foi dos jogos em que mais senti o Benfica e o benfiquismo, como a fotografia abaixo o demonstra. Milhares de benfiquistas na casa do histórico rival de Lisboa apoiando uma equipa que se mostrou muitíssimo madura e inteligente, fazendo o tipo de jogo que era necessário para vencer o oponente. O Benfica mantém-se forte e alcança a décima vitória consecutiva na Liga, algo que sinceramente não tenho memória de ter ocorrido.

Jorge Jesus apostou no onze aqui lançado na antevisão, com o onze habitualmente titular excepção feita a Aimar que cedeu o seu lugar a Carlos Martins. Sem grandes alterações, era de esperar que o Benfica fosse fiel aos seus princípios de jogo e soubesse conjugar aquilo que de tão bem tinha feito no Dragão com o que costuma fazer nos jogos fora: ter um elevado nível de agressividade associado a transições rápidas com os laterais muito interventivos. Assim foi. E tal como no Dragão, há duas semanas atrás, a vitória surgiu.

Logo aos cinco minutos o Benfica deu o primeiro sinal de perigo numa jogada que surgiu da esquerda, com o remate de Gaitán a passar bem perto do poste. Logo aí deu para perceber que, em Alvalade, para além dos milhares de benfiquistas concentrados no local habitualmente destinado aos visitantes, muitos mais estavam aqui e ali, em todo o lado. No meu sector, B28, ouviu-se um enorme "bruá" nesse lance. E o mote estava dado.

Pouco tardou até surgir o primeiro golo encarnado. Num lance bem construído uma vez mais pelo lado esquerdo, na sequência de uma má reposição de Patrício, Gaitán cruza para a área com a bola a sobrar para Salvio que, mais rápido e inteligente que Grimi, conseguiu chegar primeiro à bola e fez o primeiro.

O Benfica soube gerir muito bem a vantagem e não se remeteu em exclusivo à defesa, bem pelo contrário, as melhores jogadas e ataques foram dos nossos jogadores. No entanto o jogo começou a ficar cada vez mais desinteressante com os acontecimentos nas bancadas a ganharem protagonismo, fruto da estupidez crónica dos elementos da claque do Sporting, Juve Leo. A verdade é que os adeptos do Sporting não foram os únicos a reclamar o protagonismo, com Artur Soares Dias (quem não o conhecer, que o compre), em plano de destaque, com muitas decisões erradas e que, sinceramente, creio que foram premeditadamente erradas. A distribuição aleatória de cartões amarelos para os jogadores do Benfica no final do primeiro tempo foi a prova disso, com Sidnei a ser expulso, sendo que o primeiro cartão é muito mal mostrado.

O Benfica chegou ao intervalo com um golo de vantagem mas com menos um jogador. Jardel já aquecia e iria entrar, colocando-se a questão de quem ficaria de fora. Saviola foi o escolhido, e na minha opinião Jesus tomou a decisão correcta, uma vez que tirar um médio seria uma enorme asneira e a sair um avançado teria de ser Saviola, pois Cardozo era capaz de segurar jogo na frente.

O Sporting, com mais um elemento (dois, se contarmos com Artur Soares Dias), tentou assumir o jogo, mas chamar "assumir o jogo" àquilo, enfim, é forçado. Se a táctica de Paulo Sérgio se resume a chutar bolas para a frente para a cabeça de Postiga ou para a velocidade de Djaló, resta-me concluir que o Sporting é cada vez mais um Paços de Ferreira e cada vez menos o Sporting. É uma equipa sem matriz, sem chama, sem princípios. E quando as primeiras oportunidades surgiram, com um belo lance de Matías para fabulosa intervenção de Roberto, daquelas que dá pontos, e depois num cabeceamento de Postiga a passar bem perto do poste, Jesus fez mais uma escolha decisiva e chama Airton ao banco de suplentes. Mas antes que pudesse fazer a substituição, Carlos Martins bate um livre contra a barreira, a bola sobra para Javi que entrega a Maxi que cruza para a área onde Gaitán remata para o segundo, o golo da tranquilidade.

Com 0-2 e com a entrada de Airton, o Sporting não criou mais nenhum lance de golo até final. O Benfica, sem bola, soube gerir perfeitamente o jogo com uma tranquilidade assustadora. Não raras vezes me esqueci que, no meio disto tudo, só estávamos a jogar com dez homens. Entrega, inteligência e algo que ainda não ouvi muita gente dizer, de tão óbvia que esta constatação é: este Benfica é muitíssimo superior a este Sporting, que, arrisco-me a dizer, tem o pior plantel da sua história e pratica o pior futebol desde que os vejo jogar.

Maravilhoso Benfica em mais uma noite de magia na casa-de-banho. Agora é manter a atitude e a qualidade frente ao Stuttgart e a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa será uma realidade. Basta sermos Benfica.

10 comentários:

Olho Gordo disse...

Foi um bom jogo, mesmo sem ter sido uma exibição de encher o olho. O Sporting mostrou-se uma equipa bastante assecível e mansinha. Nem souberam escapar da ratoeira do fora-de-jogo e andaram sempre perdidos. Só mesmo o João Pereira e o Postiga é que pareciam empenhados em ganhar... mete dó. Até com 9 em campo chegamos para eles.

Agora é pensar no próximo...

Anónimo disse...

Tenho orgulho nesta equipa.

GNR

Anónimo disse...

É pena termos adeptos que só sentem orgulho no momento das vitorias, caro GNR.

JNF disse...

Mais pena tenho dos anónimos que não sabem respeitar os outros.

Anónimo disse...

Caro JNF, a quem faltei ao respeito?

«O Anónimo»

JNF disse...

A ironia relativa ao comentário do GNR. Se não foi ironia, as minhas desculpas.

A.M. disse...

Grande vitória, Nico e Toto são 2 talentos inegáveis que deixaram aquele Grimi e João Pereira com a cabecinha em água. De destacar o ENORME espírito de sacrifício durante a 2ª parte (Javi e Luisão foram autênticos patrões) e a forma inteligente como controlámos a partida, sem circular a bola de forma desnecessária (o tal jogo sem neurónios que a Lagartagem costuma fazer).
Não me posso esquecer de referir os adeptos do Outrora-Rival que me insultaram fora/dentro do estádio por ter o cachecol BEM VISÍVEL, tendo mesmo de chegar a vias de facto com um deles. Sacrifícios necessários em nome do Glorioso.
Deviam sim agradecer-me por ter pago para entrar naquele WC, já que os adeptos daquele barco à deriva preferem ficar em casa.

P.S - E há que acreditar no título. Força Benfica!

Ped Zimmerman disse...

Também tu queres mascarar o anti-jogo com a arbitragem JNF?

Este blog assim fica com nota artística mais baixinha... Tão a praticar bons posts, estão "muita" fortes, tão com a melhor edição de texto da blogosfera, mas ha´coisas que não podem ser mascaradas.

http://thelittlevinnie.blogspot.com/2011/02/porta-10a-por-pad-durden.html

Boa sorte para a Europa, e sabes que não estou a ser irónico.

Anónimo disse...

Eu percebo o "anónimo", mas uma coisa é certa: não podemos ter orgulho numa equipa que não corre, luta nem honra a camisola. E quando assim é, a derrota é certa.

Agora, com esta equipa, só podemos ter orgulho.

GNR

JNF disse...

Pad, ex-Vinnie:

quem vê o jogo na televisão terá certamente uma opinião diferente da minha, que vi o jogo no estádio. Não vi anti-jogo, não vi agressões, vi um jogo que nem foi durinho e que, provavelmente, foi dos Sporting - Benfica (ou vice-versa) menos duros e com menos anti-jogo dos últimos tempos. Podes não acreditar, mas foi. Eu lembro-me da final da Taça da Liga, do jogo na Luz no ano passado, disso tudo. Foi um jogo fraco, muito por culpa de uma expulsão errada (o primeiro amarelo é mal mostrado), e não houve grandes momentos de futebol. Uma coisa é dar 8-1 ao Setúbal. Outra é dar 0-2 em Alvalade. Este Benfica cresceu muito em termos de maturidade nos últimos 7 meses. Muito mesmo. E é isso que me deixa contente.

Eu já tinha lido o teu post e não comentei por uma razão muito simples: não concordava com tanta coisa que, rebater os pontos um a um iria iniciar uma discussão para a qual neste momento não tenho muito tempo, sinceramente. E já tinha percebido que em relação a este assunto iríamos começar com uma discussão ad eternum. Nem teria igualmente paciência para ler o que o Zé Carlos fosse escrever. A sério.

Um abraço.