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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Capacidade intelectual

O que se deve fazer numa situação de inferioridade numérica, de 2x1? Perguntem a Garay.

 

Fantástico. A maioria dos centrais teria tentado o desarme a Luís Leal, oferecendo-lhe a possibilidade  de drible ou de isolar o colega de equipa. Garay faz contenção correctamente, com os apoios bem colocados, de forma a encaminhar o adversário para o corredor lateral, e, ao mesmo tempo, consegue cortar a linha e passe. Com isto, consegue retardar a acção do jogador do Estoril e, consequentemente, permitir que a defesa se reorganize. Para acontecer isto, Garay não precisa de ter uma velocidade digna de um atleta de 100 metros, nem de andar a impor respeito aos adversários, distribuindo traulitada em tudo o que mexe. Precisa, apenas, de compreender o jogo e aquilo que lhe é pedido em cada contexto. E ele consegue-o.

Nota, também, para a acção de Melgarejo, que, fecha muito bem o corredor central. Fosse o habitual companheiro do outro lado da defesa, Maxi Pereira, e estaria perdido pelo ataque, ou a correr atrás de um adversário qualquer, qual futebol humano.

Ps: Cardozo a bater os cantos? Porquê estranhar? Com o pé esquerdo que melhor relaciona potência e colocação, só peca pela perda de um jogador com alguma importância na área, nessa situação específica. Mas, sobre Cardozo, talvez me alongue em posts futuros.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Definição de categoria




Nota prévia - Antes de tudo, gostaria de agradecer à equipa do EternoBenfica (blog que sigo há um bom par de anos e que respeito imenso), o convite para colaborar e que me enche de orgulho. Espero estar à altura da responsabilidade e conseguir ajudar a manter o nível do blog – que é bastante elevado. Para isso, conto com o feedback de todos vós que nos seguem atentamente. Obrigado pela oportunidade e espero ser merecedor deste voto de confiança que em mim quiseram depositar! 


Pensei bastante sobre o primeiro tema em que me iria debruçar e pareceu-me justo falar sobre o defesa-central argentino que tem brilhado esta época: Ezequiel Garay. Se olharmos para as estatísticas conseguimos perceber facilmente a influência de Garay na manobra defensiva encarnada. Rio Ave, Vitória de Guimarães, Gil Vicente, Nacional e Vitória de Setúbal a nível interno, e Celtic e Spartak de Moscovo na Europa, foram os adversários que ficaram em branco quando o defesa argentino esteve a comandar a nossa defesa. Mais, acumula 1170 minutos em todas as competições pelo clube até à data com apenas um cartão amarelo no campeonato. Registo incrível! 

O que é que estes dados nos dizem? Que para além de ser um defesa regular, é imprescindível na ideia de jogo de Jesus e que demonstra uma categoria fora do normal! Como pontos fortes vejo, claramente, a sua leitura de jogo. Esta permite-lhe compensar o facto de não ser propriamente um defesa rápido e veloz, como era David Luiz, sendo portanto, um defesa mais cerebral e posicional, conseguindo no entanto cortes absolutamente fulcrais para a equipa. O seu jogo de pés é também muito forte. Não tem quaisquer problemas em jogar com a bola no pé, a trocar a bola com os seus colegas ou entregá-la redonda para os companheiros de meio-campo começarem a construir jogo. Quanto ao seu jogo de cabeça é igualmente muito competente, tanto como ponto de referência nas bolas paradas ofensivas, como a “limpar” lances aéreos de perigo. 

Este início de época tem sido simplesmente incrível, e estou feliz por vê-lo passar aquela que é, muito provavelmente, a melhor fase da sua carreira, afirmando-se como titular na selecção do seu país e atingindo estabilidade no nosso clube. Bem merece. Quem mostrou não ser merecedor de Garay foi mesmo o Real Madrid, pois não conseguiu perceber a qualidade do jogador que tinha em mãos, nem teve engenho para a aproveitar e potenciar. Estou deveras convicto que tinha (e tem) qualidade para jogar num gigante espanhol, como os merengues


Apenas uma coisa me preocupa. Se continuar a jogar assim, com esta categoria, não ficaremos muito mais tempo a vê-lo brilhar no palco da Luz. Oxalá me engane.