quinta-feira, 1 de junho de 2006

Uma questão de... "à parte"!

O porquê do “à parte”?

Pela primeira vez pronuncio-me sobre o ingresso de Fernando Santos nas nossas fileiras. O anúncio da sua chegada atingiu-me como um camião TIR a alta velocidade (há que dizê-lo). Depois das convulsões e espasmos iniciais, procurei de forma serena encontrar os pontos positivos deste “à parte” na estratégia iniciada há alguns anos atrás (Camacho, Trapattoni e Koeman). Escusado será dizer que os aspectos negativos da contratação trucidaram o meu espírito como se das rodas do dito veículo se tratasse.

Não é uma questão de portuguesismos (ou não), caso contrário, teríamos de excluir como hipótese aquele que considero ser o treinador mais completo do momento (José Mourinho). É uma questão, sim, de posição, de ritmo, de cadência na estratégia.

Imaginem uma orquestra a tocar o hino do Benfica e, de repente, quando todos esperávamos um refrão triunfante, surge-nos um conjunto de acordes musicais tendo como apogeu: “… chupa, chupa, chupa…. chupa no dedo!”.

Não encaixa, não é? Daí o “à parte”. Se lhe juntarmos a ventilada não contratação de um técnico português (pelo menos como primeira escolha), o caminho mais óbvio é a desconfiança!

Posto de lado este negativismo inicial (é um defeito inato n vezes assumido), comecei a fazer contas de cabeça:

=> Treinador ciente do futebol português actual + Treinador conhecedor da esmagadora maioria dos jogadores do plantel benfiquista = Treinador sem grandes necessidades de adaptação.

Se juntar algumas premissas mais à contabilidade, até consigo fazer uma equação com resultado positivo:

=> Treinador conhecedor da forma de trabalhar de Porto e Sporting;
=> Treinador habituado a lidar com plantéis reduzidos e sem estrelas de topo mundial (ao contrário de Eriksson, por exemplo);
=> Em comparação a outros, é bastante mais acessível aos nossos cofres (esperemos que não se torne mais caro no futuro):
=> Equipa técnica constituída com um excelente preparador físico;
=> Pode significar pouco em termos técnicos o facto de ser benfiquista de gema, mas irá com toda a certeza trabalhar também com o coração.

Daqui a pouco começo a gostar do técnico Fernando Santos.

Não tenho por hábito fazer críticas antecipadas a um trabalho que ainda nem é visível. Apenas revelo as minhas interpretações sobre aquilo que penso que será o dia de amanhã e, ao contrário das primeiras impressões… voltei a sorrir.

Gostei de ler a entrevista do NOSSO técnico, mas sublinho uma frase que me pareceu fundamental:

“O Benfica só tem um caminho: ganhar”.

Pode ser retórica, mas para mim é o único pensamento a seguir. Só assim se enchem estádios, só assim se motiva o jogador, o adepto, o dirigente, o simples funcionário. Que assim seja!

Não sei até que ponto este fórum é visível aos nossos técnicos, dirigentes e jogadores, mas gostava de deixar uma mensagem de apoio (sem incondicionalismos), sobretudo a Fernando Santos, que, junto com a sua equipa, já começou a trabalhar para as nossas alegrias futuras.

Esperançosamente anseio que sejas um “à parte” POSITIVO e que te tornes, de forma inequívoca e afirmativa, um elemento “essencial” no Benfica do presente e do futuro.

4 comentários:

Pedro Neto disse...

Era inevitavel fazeres parte de um blog.
Gosto de ler o que escreves, boa sorte para a tua presença no Eterno Benfica e parabéns aos restantes editores pelo projecto.

Sir disse...

Excelente post, e benvindo! à blogosfera :)

antitripa disse...

Bem vindo então sejas.
Muito bom, sobretudo a tua primeira conta de cabeça:o ter consciência do que é o futebol português" ao que acrescentaria na mesma linha e como continuação dessa frase " e o que pode a imprensa portuguesa fazer para vender!".

Saudações

Shoky disse...

Grande Pteixeira...Que grande aquisição para o blog...

Bem vindo sejas...