Phil Scholare

Ora bem, façamos um raciocínio simples. Os factos:

1. Scolari terá alegadamente acordado com o Chelsea que o anúncio da sua contratação pelo clube inglês apenas seria divulgado após a qualificação da selecção portuguesa para os quartos-de-final do euro 2008.

2. Após esse anúncio, não mais a selecção das quinas logrou vencer um desafio (quer jogando com suplentes, quer com titulares).

3. Scolari continua a defender que a quebra de rendimento da selecção nada tem que ver com o referido anúncio.

A questão: ora bem, se um anúncio desta natureza nunca teria qualquer efeito nocivo sobre a selecção nacional, por que insistiu junto do Chelsea para que este apenas fosse efectuado após a qualificação para os quartos-de-final? Se o efeito seria sempre nulo, a que se deveu a espera?

A conclusão: Esta espera só ganha sentido se partirmos do princípio que Scolari encontrou inconvenientes no anúncio, ou seja, temeu que este pudesse influenciar negativamente o rendimento da equipa.

E se, mesmo prevendo essas dificuldades acrescidas, concordou com o anúncio, ele apenas demonstrou falta de profissionalismo, falta de ambição, egoísmo e falta de respeito para com os milhões de portugueses que sempre o apoiaram. Pior de tudo, fugiu às suas responsabilidades e à verdade quando negou que alguma vez tivesse ponderado uma relação directa entre o anúncio e um afastamento prematuro da selecção. Ele sabia muito bem que isso podia acontecer, mas não ligou. Não deu importância. O que lhe ocupava a mente era despachar os mínimos exigíveis e fazer-se à vida.

Venha agora um seleccionador sério e profissional que aposte em quem joga melhor e não em fetiches pessoais. Ontem, um desses fetiches, cujo nome não vou revelar, saiu uma vez mais aos cruzamentos de pernas abertas e olhos fechados, entre suores frios e avé-marias. Por outro lado, o mais alto jogador português (e que por acaso até joga... na Alemanha) ficou no banco.

Palerma.