terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eu, resultadista, me confesso

O Benfica está de regresso às grandes exibições depois de um período em que os resultados eram bons mas o futebol praticado pelos pupilos de Jesus deixava muito a desejar à maioria. A nota artística voltou, há golos bonitos, há futebol de ataque, há imprevisibilidade, ritmo, velocidade, boas exibições. Mas nem sempre foi assim. Nem será assim para sempre.

Pessoalmente, não me importo de ver o Benfica jogar um futebol mais feio desde que ganhe. Sou um fã da escola italiana (de Trapattoni e outros) e acredito que uma equipa mesmo a jogar mal, se souber gerir os jogos apesar das suas fragilidades, tem tudo para ser campeã. O Benfica de Trapattoni e o Sporting de Peseiro, em 2004/2005, mostram bem os exemplos extremos da equipa que conhece as suas fragilidades e joga tendo-as em conta versus a equipa que joga muito e que não consegue ganhar. E foi este pragmatismo que vi no Benfica de Quique e que me fez acreditar que o título era possível (e era, se não tivéssemos sido escandalosamente prejudicados contra o Setúbal, Nacional e Porto).

Até final desta temporada teremos jogos complicados, nomeadamente em Guimarães, Coimbra, Alvalade e na Luz com Porto, Braga e Marítimo. Seis jogos cruciais em que dispenso a nota artística. É jogar para ganhar. Se for preciso bater, que se bata. Se for preciso perder tempo, que se perca. Se for preciso defender com onze atrás da bola, que se defenda. Custe o que custar, jogando bem ou mal, temos de ser campeões.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ganhar justamente, sim, mesmo podendo jogar pior, o que raramente acontece.
Ganhar a todo o custo, nunca, jamais, em tempo algum!
Isso pode ser bom para uma determinada equipa do norte, mas nunca para o Benfica.
Eu sempre fui do Benfica (graças a Deus!), porque foi sempre aquela equipa que ganhou a jogar melhor. E do Benfica que teve grandes equipas e grandes jogadores. Nos últimos anos, infelizmente, perdeu-se essa mística. Julgo que, finalmente, estamos no bom caminho.
Não sou adepto do futebol italiano. Ganhámos com Trapattoni em circunstâncias muitos especiais e irrepetíveis. Eu gosto de ganhar como ganhámos em 2009/10, a jogar bom futebol. E espero que suceda o mesmo este ano.
Viva o Benfica!
MM

JNF disse...

"custe o que custar" dentro do que for possível e legal, obviamente.

N.T. disse...

Percebo o post, mas acho que em Portugal ainda se faz muita confusão entre qualidade e estética. Pode-se jogar bem sem jogar bonito. O exemplo Trappatoni é perfeito, porque o Benfica, apesar de tudo, jogava bem. Jogava feio mas bem.

eupensopelaminhacabeçaeusoulivre disse...

Sou diferente eu amo a arte acima da vitória... mas sei que quem é arte quase sempre vence...
Eu amo o futebol arte acima do Benfica e sou Benfica desde os meus 6 anitos e sou sócio com satisfação maior...