A importância de Luisão

Desde que chegou que Luisão tem conquistado dentro de campo o respeito dos benfiquistas. Não teve um bom começo, foi olhado com alguma desconfiança nos primeiros meses, mas pouco a pouco impôs-se e confirmou as credenciais que trazia do futebol brasileiro, ajudando a cimentar a longa tradição de grandes centrais canarinhos, desde Ricardo Gomes ou Aldaír, passando por Carlos Mozer.

Passaram 9 anos, é o sub capitão da equipa, uma referência incontornável na actual realidade benfiquista. Todavia de uns anos para cá, sempre que o mercado se abre, Luisão manifestou em algumas ocasiões, não tão poucas como isso, o desejo de sair, rumo a outro desafio, o que nunca acabou por acontecer. Em algumas dessas vezes, proferiu declarações que não caíram muito bem junto da massa adepta, mas assim que começava cada temporada, rapidamente tudo era esquecido ou colocado temporariamente para trás das costas, por causa do seu bom rendimento dentro de campo.

Pois bem, durante este defeso que acabou de abrir, não se tem falado muito da saída do «patrão», nem o jogador manifestou essa vontade. Seria uma autêntica catástrofe nesta altura, deixar que o camisola 4 fosse embora, ainda para mais com toda a indefinição junto dos outros centrais que pertencem ao quadros do clube. Luisão é a única certeza e esperança que os benfiquistas depositam na zona central da defesa, é um dos melhores centrais do mundo (sei que há quem não concorde com esta afirmação) e neste momento um jogador que não tem preço e que deveria ser declarado intransferível. O «girafa» é uma peça fundamental, à volta do qual se devia construir o «novo» Benfica, que é para velhos erros não se repetirem.

Vem aí uma revolução no plantel do clube, mas há que ter o cuidado de separar o trigo do joio, e de manter algumas referências que têm sido pedras basilares. Para além de Luisão, jogadores como Javi Garcia, Aimar ou Maxi Pereira cuja renovação tarda a confirmar-se (estou cada vez mais preocupado com este assunto), devem ser valorizados e considerados peças chave, do futuro Benfica. Não é possível fazer isso com todos, alguns jogadores forçosamente terão que ser vendidos por imposição da nossa má saúde financeira, mas uma equipa com poucas referências, com poucos jogadores de casa, é uma equipa sempre mais fraca. E exemplos recentes na nossa história corroboram na plenitude o que estou a afirmar.