terça-feira, 19 de julho de 2011

Análise ao Torneio do Guadiana

Antes de mais, pedimos desculpas pelo atraso na publicação.

Como sabemos, o Benfica conquistou no domingo e pela quinta vez, o torneio do Guadiana, após um empate a duas bolas diante do anderlecht. Os golos foram obtidos por Saviola, eleito o melhor jogador e melhor marcador do torneio e por Urreta. Aproveitemos então a oportunidade para analisar a equipa.

Sector defensivo:

Começando pelo Artur e se existiam dúvidas sobre a continuação das suas prestações no braga, este começa, aos poucos, a dissipá-las. Seguro entre os postes e confiante, tem sido um elemento em destaque quer pelas defesas quer pela confiança que transmite aos seus companheiros. Já o guardião não pode dizer o mesmo destes.

O quarteto defensivo tem deixado muito a desejar nestes jogos. Entende-se que o Javi Garcia não tenha a mesma capacidade posicional, no centro da defesa, que demonstra ter na posição de trinco, onde realmente se sente confortável. Com rotina até poderia vir a ter mas, para já, tem dado algum espaço que tem sido aproveitado pelos adversários. Também contribui para isso o facto de o Matic ser uma adaptação e estar a sentir iguais dificuldades no posicionamento e na leitura de jogo. Até tem deixado boas indicações e demonstra ser um jogador que sabe sair com a bola e com bom passe curto (se pressionado já demonstra mais dificuldades). Mas naquilo que diz respeito aos processos defensivos, existe um caminho a percorrer em termos de aprendizagem para as funções de trinco.

Miguel Vítor, depois de um jogo menos positivo frente ao servette, voltou a demonstrar segurança e condições para ficar no plantel. Também o Fábio Faria, no meu entender, parece estar muito determinado em provar que pode igualmente permanecer. Não acredito que fique na posição onde se tem destacado mas só Jorge Jesus o saberá dizer. No lado oposto, nem Wass nem André Almeida parecem ter convencido o técnico do Glorioso. Aquele que mais jogou foi, indiscutivelmente, o português. No entanto, é sobre ele que se especula há algum tempo que já tenha acordo com o leiria, por empréstimo. Pergunto se o Wass não deveria ter contabilizado então mais alguns minutos a fim de se perceber melhor se tinha ou não condições para ser alternativa ao Maxi Pereira. Na minha leiga opinião de treinador de bancada, até me pareceu ter algum valor. Rápido, sabe subir com a bola e participar nas manobras ofensivas da equipa. Muita coisa teria que ser trabalhada no seu jogo, principalmente em termos defensivos mas isso também terá que suceder com o Matic, por exemplo. Não percebo então o porquê de não ter a mesmas oportunidades mas também quem os treina e com eles convive, certamente saberá melhor.

Sector Ofensivo:

Penso que por aqui a maioria dos adeptos ficaram mais descansados. Sim, a equipa ainda apresenta alguns erros provenientes do ano passado. Mas, como é lógico, se as primeiras semanas foram de carga elevada e de triagem do plantel e com muitos jogadores, é, na minha opinião, descabido falar-se em alguns pontos tácticos com jogadores que chegaram ao clube há dias. Certamente que a filosofia de jogo do treinador não se passa em tão pouco tempo e, sobretudo, numa altura onde a prioridade é recuperar a forma dos jogadores e acelerar a adaptação dos mesmos ao clube.

O que me parece importante de destacar é que temos jogadores para todas as posições, duas ou mais de qualidade por cada posição. Não me parece que o Bruno César seja médio esquerdo, Nico Gaitán e Jara este ano sim, já adaptados e prontos a “explodir” serão grandes reforços. Destaco também o facto de o Aimar estar em forma e Saviola a deixar um pouco do perfume de há dois anos, sendo que ainda é prematuro dizer que o “El Conejo” voltou. Que Witsel e Enzo são reforços no verdadeiro sentido da palavra e que Cardozo continua a fazer a sua função, ou seja, a marcar golos.

Uma palavra para o jovem Urreta que vai dando dores de cabeça ao técnico do Benfica. Se é verdade que a concorrência é forte, não é menos verdade que o Urreta já era nosso antes de esses virem. Não é menos verdade que já deveria inclusivamente e, no meu entender, ter evoluído significativamente, sendo já um jogador mais importante para a equipa. Não o é, mas o certo é que demonstra que quer ficar. É verdade que não tem feito exibições fantásticas, mas tem marcado e deixado pormenores dignos de registo.

E depois o Mora, jogador que parece ter um grande talento mas que tem sido posto de parte. Se Jesus quer seis avançados, se Kardec já foi emprestado, ora não percebo o porquê de não ter mais minutos. É certo que é difícil de dar minutos a todos, é verdade que é preciso dar mais minutos a uns que outros para que os “titulares” estejamos prontos na altura certa mas... Para que fazem então contratações em tão grande quantidade? Não valeria a pena alguma contenção para depois conseguirmos manter os nossos melhores jogadores em vez de termos que ouvir o discurso de sempre que somos obrigados a vender? É que “a brincar a brincar” lá ficamos nós com uns 60 jogadores vinculados ao clube, sabendo nós que as nossas finanças bem como o orçamento para contratações também são atacadas pelo orçamento salarial.

E o Benfica, uma vez mais, contratou jogadores para os experimentar cá. E não me parece que isso faça sentido nos dias de hoje. Temos observadores e um departamento de prospecção para nos ajudar. Se aceitamos essa ajuda, que é delegada pelos responsáveis e se o Mora, ao que parece, foi uma aposta da prospecção, deveríamos então confiar nos mesmos. Penso que o Rodrigo Mora é, de facto, um belo jogador. E vai-me custar se for mais um caso em que vai sendo emprestado até ao final do contrato. Leo Kanu, por exemplo, já me parece certo nesse lote mas oxalá esteja enganado.

No geral, penso que podemos estar satisfeitos mas sem grandes motivos para euforias, enquanto aguardamos impacientemente pelos regressos dos internacionais e pela chegada do reforço para a lateral esquerda. O sector defensivo tem sido uma verdadeira dor de cabeça mas estou confiante que este sector melhorará significativamente com a chegada dos três internacionais. Três ou quatro: Capdevilla terá a última palavra neste sentido.

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