sexta-feira, 2 de março de 2012

Da Luz, com vista para o título IV

Última paragem antes do clássico. O Benfica entrou na época de 2006/2007 com um novo treinador, Fernando Santos, que substituía o holandês Ronald Koeman. Desacreditado pelos adeptos desde o primeiro dia, o início da carreira de Santos no Benfica não foi fácil, com várias derrotas fora de portas em que sofreu 3 golos. A equipa ia dando bons espectáculos na Luz, com vitórias robustas e convincentes, mas até à décima jornada, quando perdeu em Braga por 3-1, não conseguia atingir um nível de regularidade exibicional satisfatório para um candidato ao título. Nessa altura o Benfica era sexto a nove pontos do líder Porto. Treze jornadas depois, fruto de uma recuperação fabulosa em que venceu onze jogos e empatou dois, estava a apenas um ponto do Porto.

Clássico na Luz arbitrado por Pedro Proença. Uma vitória do Benfica dava a liderança isolada que fugia desde Maio de 2005. Sem Luisão, lesionado em Paris umas semanas antes, Fernando Santos escolheu Quim; Nélson, Anderson, David Luiz (que começava a demonstrar o grande jogador que ia ser) e Léo; Petit, Katsouranis, Karagounis e Simão (na função de "10"); Miccoli e Nuno Gomes. O Porto de Jesualdo apresentou-se com Hélton; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles e Lucho; Jorginho, Quaresma e Adriano. O Benfica deu 45 minutos de avanço mostrando-se receoso e frágil. Só chegou com perigo à baliza de Hélton em lances de bola parada (um livre de Petit), muito pouco para quem ambicionava a liderança. E os dragões chegaram à vantagem ao cair do pano do primeiro tempo, com Pepe a cabecear para golo na sequência de um livre na lateral esquerda. Ao intervalo, Santos mexe e coloca Rui Costa a organizar jogo, puxando Simão para a esquerda e Karagounis para a direita, saindo o compatriota deste último. Logo no início da segunda parte, Quaresma comete penalty por mão na bola, que Proença não viu. O Benfica cresceu e chegou ao empate já perto do final, minuto 83, com autogolo de Lucho González após cabeceamento de David Luiz. No período de compensação houve mais perigo para ambas as balizas que nos restantes 90 minutos: o Benfica dispôs de ocasiões soberanas por Mantorras, de cabeça, e Derlei, num pontapé-de-moinho, enquanto que os azuis-e-brancos tiveram o golo nos pés de Marek
Cech e Renteria. Resultado final, 1-1.

O Benfica perdeu uma hipótese de ouro para atingir a liderança. A partir daí nunca mais foi o mesmo. Na mesma semana, em Barcelona, no Montjuic, quase hipotecou a continuidade na Europa ao perder por 3-2 com o Espanyol (esteve a perder por 3-0). No campeonato seguiram-se três empates em quatro jogos (Aveiro e na Luz com Braga e Sporting) que deitaram tudo a perder, tendo terminado o campeonato no terceiro lugar. Na Europa acabaria por ficar pelos quartos-de-final nessa dramática eliminatória com o Espanyol. Uma desilusão de época. E poderia ser tudo tão diferente se tivéssemos ganho ao Porto.

4 comentários:

miguel disse...

realmente o qeu me tinah ficado registado da epoca do fernado santos era os bons resultados em casa, nao me lembrava de desaires tao maus, ate porqe nesse ano ficamos a 1 ponto to sporting ea 2 do porto

Bruno Pereira disse...

O meu maior receio é mesmo este...que um mau resultado frente ao FCP se reflita nos resultados seguintes, tornando a época num martírio quando tem tudo para ser estupenda!
Mas eu acredito :)
4-0 :D

http://orgulhosamentelampiao.blogspot.com

Abraço,
Bruno Pereira

Pedro disse...

Mantorras tem uma cabeçada que Helton faz a defesa do título...se essa bola entra o Estádio tinha vindo abaixo...

Anónimo disse...

e não esquecer outro pormenor.. essa epoca de fernando santos, onde jogámos o melhor futebol do campeonato mas não ganhamos nada, levou à sua demissão no inicio da epoca seguinte e à consequente contratação de camanho e quique que nos ofereceram duas das piores épocas de sempre..

tenho muita pena que as coisas não tenham resultado para fernando santos pois acho que é um grande treinador e um homem com um grande caracter, coisa rara no futebol portugues.