Sem grandes objectivos pelos quais lutar neste campeonato, o Benfica apresentou-se na Mata Real frente ao Paços de Ferreira sem alguns habituais titulares, numa tentativa clara de fazer uma rotação equilibrada de modo a poupar os mais cansados, dar minutos aos menos utilizados e, com isto tudo, não perder grande qualidade de jogo. Conseguiu. O Benfica foi claramente superior a um Paços que luta pelos lugares europeus e mereceu a vitória, mas não por números tão dilatados.
Entrada demolidora do Benfica que chegou a uma vantagem de 3 golos em menos de 25 minutos: primeiro Cardozo, de grande penalidade bem assinalada por murro de Cohene na cara de Javi Garcia, enganou o guarda-redes pacense ao enviar a bola para o seu lado mais fraco, o esquerdo; depois Aimar, a receber um excelente passe do seu amigo Saviola, e com frieza a finalizar a jogada; por fim, Nico Gaitán, no melhor golo da noite, colocou a bola "na gaveta" com um remate cheio de classe e intenção, após assistência de Cardozo. O Benfica jogava bonito, dominava o encontro a seu bel-prazer e com três golos tão bem conseguidos pensou-se que a sempre complicada deslocação a um dos campos mais pequenos e antigos da primeira divisão teria sido um passeio. Não foi. Por demérito do Benfica, que não soube (nem sabe) gerir o jogo e jogá-lo de forma pausada, sem ser em alta velocidade, e também por mérito dos comandados de Rui Vitória, que tiveram coragem e qualidade para, após três golos sofridos, marcar um e enviar uma bola ao poste no minuto imediatamente a seguir, tendo ainda criado maus duas ou três chances de golo antes do intervalo. O Paços crescia mas acabou por se "suicidar" com a expulsão de Cohene, por falta sobre Saviola quando o 30" se encaminhava perigosamente para a baliza. Com 10 jogadores e mais de 45 minutos por jogar, o Paços via a sua tarefa irremediavelmente mais complicada.
Entrada demolidora do Benfica que chegou a uma vantagem de 3 golos em menos de 25 minutos: primeiro Cardozo, de grande penalidade bem assinalada por murro de Cohene na cara de Javi Garcia, enganou o guarda-redes pacense ao enviar a bola para o seu lado mais fraco, o esquerdo; depois Aimar, a receber um excelente passe do seu amigo Saviola, e com frieza a finalizar a jogada; por fim, Nico Gaitán, no melhor golo da noite, colocou a bola "na gaveta" com um remate cheio de classe e intenção, após assistência de Cardozo. O Benfica jogava bonito, dominava o encontro a seu bel-prazer e com três golos tão bem conseguidos pensou-se que a sempre complicada deslocação a um dos campos mais pequenos e antigos da primeira divisão teria sido um passeio. Não foi. Por demérito do Benfica, que não soube (nem sabe) gerir o jogo e jogá-lo de forma pausada, sem ser em alta velocidade, e também por mérito dos comandados de Rui Vitória, que tiveram coragem e qualidade para, após três golos sofridos, marcar um e enviar uma bola ao poste no minuto imediatamente a seguir, tendo ainda criado maus duas ou três chances de golo antes do intervalo. O Paços crescia mas acabou por se "suicidar" com a expulsão de Cohene, por falta sobre Saviola quando o 30" se encaminhava perigosamente para a baliza. Com 10 jogadores e mais de 45 minutos por jogar, o Paços via a sua tarefa irremediavelmente mais complicada.
O Benfica entrou para o segundo tempo sem a mesma dinâmica do início do jogo mas também mais dominador no aspecto territorial e com mais bola do que no final da primeira parte. Basicamente, conseguiu trocar a bola entre os vários elementos da equipa mas sem conseguir criar lances de perigo perto da baliza de Cássio. Mesmo com menos um jogador em campo e com menos bola, o Paços começou a pressionar mais alto sempre que os centrais ou Javi tinham posse de bola, o que acabou por provocar alguns erros na rectaguarda levando a dois lances de perigo no primeiro quarto de hora, mas sempre com Roberto em destaque pela positiva.
Apercebendo-se que o Benfica precisava de conseguir segurar a bola mais longe da sua baliza, Jesus fez entrar Peixoto para o lugar de Cardozo (a precisar de descanso, claramente) e Carlos Martins para o lugar de Gaitán (outro que precisa de descansar). Mesmo sem os dois portugueses terem entrado bem em campo, conseguiram que o Paços não voltasse a chegar-se perto da nossa baliza. E à medida que o jogo avançava, percebia-se que o resultado dificilmente sofreria alterações.
Apercebendo-se que o Benfica precisava de conseguir segurar a bola mais longe da sua baliza, Jesus fez entrar Peixoto para o lugar de Cardozo (a precisar de descanso, claramente) e Carlos Martins para o lugar de Gaitán (outro que precisa de descansar). Mesmo sem os dois portugueses terem entrado bem em campo, conseguiram que o Paços não voltasse a chegar-se perto da nossa baliza. E à medida que o jogo avançava, percebia-se que o resultado dificilmente sofreria alterações.
Até que entrou Nuno Gomes. Com o ponta-de-lança benfiquista fresco no ataque a substituir o fatigado Saviola, o Benfica voltou a conseguir colocar pressão na defensiva amarela que não raras vezes teve de despejar a bola de qualquer maneira, permitindo ao Benfica alguns ataques rápidos. E foi precisamente o capitão encarnado que dilatou a vantagem, por duas vezes, num jogo morno que se encaminhava monotonamente para o fim: primeiro numa jogada de insistência depois de um remate de César Peixoto e depois, à meia-volta, após pontapé na atmosfera de Peixoto uma vez mais, num golo de belo efeito.
Vitória justíssima num jogo que se esperava mais complicado, mas que o Benfica soube, por mérito próprio, "descomplicar". Vitória praticamente conseguida nos primeiros vinte e cinco minutos, nem sempre bem gerida da melhor forma, mas que terminou em goleada graças a uma ponta final bastante forte por mérito dos jogadores que vieram do banco. Segue-se o clássico.
Vitória justíssima num jogo que se esperava mais complicado, mas que o Benfica soube, por mérito próprio, "descomplicar". Vitória praticamente conseguida nos primeiros vinte e cinco minutos, nem sempre bem gerida da melhor forma, mas que terminou em goleada graças a uma ponta final bastante forte por mérito dos jogadores que vieram do banco. Segue-se o clássico.
8 comentários:
Comunicado à Nação:
Em primeiro lugar nunca fui fã do Jorge Jesus Homem, apesar de reconhecer imenso mérito ao Jorge Jesus Treinador.
Comecei a gostar menos dele quando foi para o Braga e estava constantemente a mandar farpas para o Glorioso, e foi com grande desgosto que o vim ver para o Benfica.
No entanto, apartir desse dia, coecei a apoia-lo pois o seu sucesso, claro está, seria o nosso. Sempre desaprovei o seu discurso fanfarrão (um pouco como o de LFV) pois isso não é o Benfica que eu conheço. O que é certo é que lá nos devolveu o titulo de campeão. Mas isso não lhe da o direito de fazer tudo!
Aquela entrevista em que dispensa o Quim em directo é um dos exemplos tristes de JJ...
Digos isto porquê? Porque hoje, ao ver o Benfica ganhar a uma das boas equipas deste campeonato, sem alguns dos habituais titulares indiscutiveis fiquei com a certeza que o JJ é um péssimo gestor de planteis. Já o tinha reparado quando ele esteve no Braga, onde era lesão atrás de lesão.
JJ andou a jogar semanas a fio, para todas as competições, sempre com os mesmo 11 até eles não darem mais quando, muitas das vezes, era desnecessário. O jogo de hoje provou-o.
O homem que nos deu o titulo de campeão no ano passado é o grande responsavel pelo fracasso deste ano. E devia admiti-lo publicamente! Ainda que não o sinta que o faça apenas para proteger o grupo.
O que se espera agora é que consiga recuperar fisicamente os jogadores para ganharmos pelo menos as duas taças caseiras e tentar tudo para ganhar a Liga Europa.
RGC
RGC,
ainda que compreenda o comentário acho que se entra no exagero.
Ponto prévio. Todos os treinadores tem falhas. Ponto fundamental. A partir de determinada fase da época o Jesus deu conta de erros e corrigiu. Para mim tudo começou no discurso.
Posto isto, não perdemos o titulo pelo jesus. Há muitos mais factores. Há arbitragens intermináveis, alturas em que quem vai na frente foi ajudado, quem seguia atrás foi prejudicado e não fosse isso, esta época que começou mal terminaria melhor. Como não foi assim, teríamos de ser perfeitos desde o inicio para conseguir ganhar a tudo e todos. Não deu. Mas acredito que esta época o Jesus aprendeu mais do que no ano passado.
Concordo que poderia ter usado mais jogadores, mas a verdade é que naquela corrida para ganhar todos os pontos não poderia diminuir o ritmo. Mais. Só assim ele conseguiria ganhar jogos. O que poderia ter feito era ter acalmado mais, trocar jogadores quando alguns jogos estavam ganhos. Mas aí também acho que a questão mental foi preponderante. A equipa precisava de ser a máquina do ano passado, os jogadores precisavam de sentir que eram os mesmos de antes, super homens, porque só assim conseguiriam passar uma equipa que, jogando muito bem e tendo um futebol muito bom, foi ajudada quando mais precisou. Foi essa força que fez virarmos resultados.
Por isso não me parece bem este coro de criticas. E sei que o Jesus não tem o discurso de outros, mas tem um discurso. E isso é importante. Para jogadores e para a estrutura. O presidente ajuda, o Rui esteve lá mais do que ninguem nas horas negras e por isso RGC, acho que exageras.
A entrevista de facto não foi das melhores, mas foi dada. Erros toda a gente comete. Euforia também. E a verdade é que há muitos anos que não se via um Benfica assim, um benfica que se esfalfou para conseguir ganhar a um incrivel Braga, feito por Jesus.
Acrecito que estas duas temporadas são a melhor coisa que poderíamos ter. O topo de uma temporada incrível seguido de outra em que não correndo tudo bem se aprendeu mais do que se se fosse campeão como no ano anterior. E porque a época não acabou, temos alegrias em três taças, temos um Benfica no campeonato com jogos a disputar e acredito que posso chegar ao fim do ano tão feliz como no ano passado.
Quanto ao jogo, algumas notas,
i) que grande jogo! :)
ii)alguém se lembra do Jesus dizer que tinham contratado (no mercado inverno ano passado, dois dos melhores jogadores do campeonato argentino?) Eu lembro e anotei...
iii)Nuno, sem palavras..merece uma titularidade.
iv)árbitro, ver um penalti daqueles não é para todos marcarem..
Agora PSV e porto.. com óptismo!Alguém se lembra de como era ter jogos destes e a unica coisa que se podia esperar de melhor era um empate com sorte?Eu lembro, demasiado bem...
cumps,
DMC
p.s. será que podem fazer o favor de marcar um penalti contra o porto ou acham que ainda não é campeão?dass
Caro DMC, assim até me tira vontade em escrever. Tudo dito, subscrevo praticamente tudo. :)
Resta-me então enaltecer os nossos, que grande jogo fizeram. Aí vem o Benfica, motivado e cheio de vontade em conquistar troféus, apesar de o campeonato ter ficado para trás.
Tenho orgulho nesta equipa e nestes jogadores. À Benfica!
Caro Edu, não deixe de escrever que tenho gostado de o ler :)
cumps
DMC
Deixem-se de coisas, os líderes têm feitios fortes e são teimosos. A teimosia tem saído mais ou menos bem ao Jesus, excepto neste caso. Percebo a aposta no Kardec depois da pré-época que fez mas acabou por prejudicar o Benfica ao insistir nisso (não no campeonato mas na Liga Europa).
Quanto ao Quim é um monte de merda como pessoa e quero é que se dane.
O Nuno ocupa um nicho que não tem neste momento concorrência no plantel, o do avançado que adivinha as jogadas e se posiciona no sítio certo. Funciona bem agora porque temos tantas soluções no ataque (Saviola, Jara, Gaitan, Aimar, Cardozo, etc) que os adversários têm que destapar a manta nalgum lado e está lá o Nuno. Apenas o Mantorras tinha este tipo instinto no plantel e faz-nos falta outro avançado destes.
Como é possível o arbitro ver 2 agressões, marcar falta e não expulsar os jogadores do Paços??
Como eu referi, a minha opinião em relação ao JJ foi formada antes dele chegar o Glorioso.
E desde que chegou que não mudou em nada. Apesar de conseguir formar um 11 fortissimo ofensivamente, no capitulo defensivo é muito limitado. E basta ver que quando tem jogos mesmo a sério tem de inventar. Ele sabe que a táctica do rolo compressor é boa contra os pequenos, para marcar muitos golos e enganar os tolos...
Arbitragens à parte, ele tem de admitir.
Se quiserem façam o seguinte: uma lista dos jogos contra equipas fortes e vejam quantos ganhamos e quantos perdemos. Principalmente fora de casa...
RGC
@RGC - A questão da rotação de plantel não é tema, é fácil olhar para o agora e esquecer o cenário de há uns meses. Olhando para o plantel, vejo que só agora temos alternativa a Coentrão, de facto pouco se viu de Carole mas foi o suficiente a meu ver para ter a certeza que é muito melhor opção a lateral esquerdo no esquema do SLB que o Peixoto, que tem outras características que o impedem de fazer um sobe e desce constante e com alguma velocidade. Jara não era a mesma coisa do que é agora, um jogador enquanto não está adaptado a uma equipa não joga bem na sua posição, agora até a extremo joga devido á sua raça e por perceber que tem de defender ajudando o lateral, e apenas podes falar destes dos outros não podes dizer nada. Kardec não é ainda (não sei se virá a ser) opção para o SLB fraco no posicionamento e sem outros talentos que Cardozo apresenta. Nuno Gomes não posso afirmar mas duvido que o rendimento a titular fosse o mesmo, estamos a falar de um jogador que nos anos em que foi titular apesar da qualidade que oferece ao jogo falha o dobro de lances de golo do que aqueles que concretiza, se podia ter entrado mais vezes? podia mas se calhar nesta altura ainda não tinhas o Jara a jogar como se vê.
Para o Maxi continuas sem opção o que não permite rotatividade, ou para ti o Luis Filipe é alternativa?
Sem Amorim não tens ninguém que dê alternativa de jogo na direita e até mesmo na esquerda quando queremos um jogo mais de posse isto porque Martins perde toda a qualidade quando o encostas mais á linha.
Com tudo isto que disse o Jesus não é perfeito mas ele não pode ser acusado de não ter feito rotatividade de plantel, quando sabia de ante mão que a qualidade que tinha no banco não era a suficiente para garantir os 3 pontos em todos os jogos, sim porque não se trata de um ou outro jogo poder empatar, tínhamos de ganhar todos para poder querer algo no fim, e mesmo assim não foi possível.
Se me disserem que o plantel era curto a nível de opções para jogar sempre em alta rotação, concordo, mas não podemos montar um plantel para jogar todos os jogos assim nem o podes fazer prevenindo o tempo de adptação. Estamos no Benfica que nos dias que correm não podemos comprar jogadores de qualidade, como o Gaitan por 8 Milhões para ficar no banco enquanto se adapta tem de ser feito em competição. Não nadamos em dinheiro como sabes. Tínhamos 2 jogadores por posição no inicio excluindo a direita e a esquerda em que tinhas o amorim para suplente na defesa e no meio campo tal como o Peixoto. É curioso que no momento de maior desgaste os dois estarem lesionados o que causou todo este burburinho em torno de Jesus.
Falo por mim, deixei de ter duvidas que Jesus é treinador para o SLB. Podemos renovar por 5 anos que teremos em todas as épocas uma qualidade acima da média, boas vendas pelo facto dos jogadores serem potenciados como nunca se viu no SLB.
@ DMC – Bom comentário, Gostei
MC
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