quinta-feira, 7 de junho de 2007

Quando virá o "raio" que os parta???

Acabar a época sem títulos (a tal cena do “nada”), regra geral, despoleta uma vaga de depressões desportivas e uma tempestade de emoções, muitas vezes indutoras de instintos selváticos que nos levam a que, tudo o que mexa e não seja vermelho, se transforme em alvo a abater. Inclusive os que cá estão dentro! Resta saber se com razão…

Que estamos no meio de uma intempérie, ninguém o pode negar. Quando o “nada” nos invade, ai daquele que ousar dizer “ah… isto hoje nem chove nem faz sol”. Não! É tempestade mesmo! Daí que, em pleno turbilhão de ventos e marés, se criem expectativas em relação às “condições favoráveis à ocorrência de trovoadas”. São sinais de esperança que, depois da invernia, chegue a bonança.

A ideia que vou ficando, principalmente nestas épocas em que alguma coisa tem que ser dita (dirigentes, pois claro), é que estamos mesmo no meio de uma (trovoada). Por norma, para quem se deleita com o maravilhoso espectáculo do rasgar dos céus, por parte de milhares de Kilowatts, existem dois momentos chave: a queda do raio (leia-se: reforços de qualidade) e o ruído do trovão (leia-se: o blá, blá, blá de LFV e Cª, Lda). Pois bem… digam-me lá se falhei a sequência? Se estivesse a falar de futebol, teria errado sim! Ui… e se falar do Benfica o mais provável é que “a terra gire ao contrário e os rios nasçam no mar”.

Não é que o denominado trovão (muito barulho, pois claro), no que ao Benfica diz respeito, teima em vir primeiro que o raio? Não é que não o procuremos… mas “cadê” aquela coisa que faz mal e destrói (os outros, espera-se), causando transtorno e desconforto a quem o recebe? Onde está aquele brilho intenso, que ilumina o dia e/ou a noite? Ficamo-nos só pelo barulho?

Li, por estes dias, com muito agrado, que estamos a consolidar os nossos Resultados Operacionais em detrimento da venda de activos. Finalmente percebeu-se, de há algum tempo para cá, que a filosofia passa pela aposta nos que cá estão, mas porque não se investe numa “luz”? Porque teimamos em fazer barulho e não criamos… “luz”? Porque “trovejamos” tanto um Benfica Glorioso (para o futuro), se o Benfica do presente não tem ambição?

Falamos em investir e ficamos à espera da venda de possíveis dispensados porque, sem esse dinheirinho, não há Benfica Glorioso para ninguém. Que lógica de “bombas” é esta? A forma de LFV abordar o tema “reforços” é que lembra uma grande bomba… de Carnaval. Não bastou a questão do fiasco do Tomasson e do Kalou? Para quê vender-nos ilusões? Mas é de gente inteligente anunciar sem ter comprado? Como é possível anunciar milhões, com tostões no bolso? Mas onde pára o dinheiro do empréstimo obrigacionista que o próprio LFV anunciou como meio para reforçar o plantel? Calem-me este homem, com o devido respeito! Aliás, peçam-lhe para nos revelar, afinal, que “raio” de estratégia é esta? Temos estratégia desportiva, não temos?

Lanço uma pergunta: 6 ou 7 possíveis dispensados (quase todos com um ano de casa, apenas) revelam o quê? incapacidade negocial (com outros jogadores), inaptidão para a prospecção do mercado ou demérito de quem decide seguir a estratégia da contenção (em detrimento do investimento)? Falam-se em jogadores de 32, 33, 34 anos. Isto lá tem cara de aposta séria no futebol?

Descubram-me outro Jardel, um Mantorras com dois joelhos, um triste de Deus que não saiba falar, mas que marque golos até enjoar. Onde pára a prospecção e a aposta nos escalões de formação? Vão buscar um jogador à China (por sinal muito bom) e não lhe vão dar uma oportunidade, já antevejo. Esta política assenta em que parte da estratégia? A lógica do “custo zero” como se coaduna com o Benfica dominador?

Quando o Benfica conseguir sanear por completo as suas contas, restará o quê do Benfica desportivo que todos nós aprendemos a gostar? Friso: investimento não é despesa!

Deveria ser proibido, a LFV, inaugurar Casas do Benfica! Quiçá, nalguma dessas inaugrações, LFV deixe o coração chegar à boca (sem tintol) e revele que, afinal, o Benfica só pode juntar-se ao Portugal dos Pequeninos (Edgar, Devic, Rúben Amorim… fala-se) e que tudo, afinal, não passava de mais um conto do vigário (como tantos que temos visto). Pode ser que, depois, todos se esqueçam das vãs promessas do Benfica Nacional, Europeu e Mundial perante tais revelações. Seria, de facto, uma bomba já antevista.

Depois dos enormes “trovões”, que teimam em chegar primeiro do que aqueles que fazem efectivamente moça, a minha dúvida, depois de tantos anos à espera é:

Onde Diabo estão os “raios” que os partam a todos… MESMO?

7 comentários:

Anónimo disse...

Bruno Amorim?? Quem é esse?

pteixeira disse...

É Rúben Amorim, tens razão. Já está feita a correcção, obrigado.

Sir disse...

Impecável, como sempre!

Anónimo disse...

Peço desculpa, mas "o raio que os parta", não partam... :)

Bom texto.

pteixeira disse...

"O parta" vs "OS partam"

Estás desculpado, mas reitero o que escrevi. "Um raio" (singular) pode partir várias coisas (plural) ao mesmo tempo. O "partam" refere-se a quem tem de ser destruído (vários) e não ao "raio". Daí a utilização do plural do artigo definido "o" (os partam).

Por muito se ouvir "parta", neste contexto, não quer dizer que seja a forma correcta de o dizer e/ ou
escrever.

Anónimo disse...

À boa maneira de João Malheiro "eu reitero"(eu e a minha voz poderosa) o que disse. Não por uma questão de hábito, mas porque é a forma correcta de dizer.

Ora, quem tem de ser destruído - neste caso algo no plural - é já referido pelo "os", o raio "parte" no singular, não necessita de estar no plural porque já existe o "os". Assim se dirá "o raio que os parta" tal como se diria "os raios que o partam" na situação inversa... "Partam" que corresponderia aos raios(plural), "o" que corresponderia ao objecto(singular) a ser destruído.

Este caso específico pode confundir, é natural. Vejamos com outro.

O Benfica precisa de um jogador que marque muitos golos, a pergunta que eu posso fazer é: "Quando virá o matador que os marque?" e nunca "Quando virá o matador que os marquem?"

Espero ter sido eficaz com esta treta toda. Se não fui também não importa, são merdices linguísticas de relevância secundária se em comparação com a vinda do Lucarelli, por exemplo. A grande questão neste momento é: Quando virá o Lucarelli pros foder a todos?! lol

Desculpa outra vez, viva o Benfica e cumprimentos!

pteixeira disse...

Bem... se há coisa que eu detesto fazer é ferir a língua portuguesa e, posto a tua argumentação e consulta a alguns dicionários gramaticais (desculpa-me, mas sou um pouco teimoso), tenho de dar a mão à palmatória e admitir que errei.

Parti-me todo lol.

Obrigado pelo esclarecimento.

Correcção feita!