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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma questão de transparência

Há pouco mais de um mês abordei o tema das transferências de jogadores em que o Benfica está envolvido e a ausência de transparência nos negócios. Não que sejam ilegais, que alguém ande a meter dinheiro ao bolso, que haja comissões obscuras, nada disso, quer dizer, se calhar também há de tudo isto um pouco, mas não é por aí que quero ir.

O que me leva a escrever sobre os mais recentes negócios do Benfica é a falta de transparência e a total despreocupação que a Direcção tem em não informar os sócios e adeptos de coisas tão importantes como os valores que se gastam e se recebem nas aquisições e vendas de activos. Os dois exemplos mais recentes desta ausência de transparência financeira são Axel Witsel e Ola John.

O belga foi vendido no dia 1 de Setembro aos russos do Zenit por 40 milhões de euros, valor da cláusula de rescisão do atleta. Segundo o comunicado que o Benfica emitiu, o dinheiro foi pago a pronto e, como consequência, a cláusula foi accionada. Até aqui tudo bem, o Benfica agiu da forma mas transparente possível. O que se passou a seguir é que não foi normal. Um dirigente do Zenit garantiu que o Benfica só libertou Witsel quando teve a garantia de que Hulk já tinha assinado pelos russos e que os ditos 40 milhões de euros seriam pagos em duas tranches até 2013, ou seja, por outras palavras, os russos afirmaram claramente que ofereceram os 40 milhões mas que não accionaram a cláusula de rescisão. Dessa forma, o Benfica poderia ter rejeitado a proposta, algo que não fez. Pior: se os russos estiverem a falar verdade, os dirigentes do Benfica mentiram aos adeptos, sócios e até à CMVM. Importa portanto, a meu ver, que o Benfica prove preto no branco que não tinha remédio se não vender Witsel, caso contrário, houve negligência grave no que ao plano desportivo diz respeito.

O caso de Ola John é diferente do ponto de vista do negócio mas igualmente pouco transparente. O Benfica contratou o jogador em Junho deste ano por um valor que permanece desconhecido. Não houve qualquer informação oficial cedida pelo clube à imprensa ou à CMVM, sendo que os principais diários desportivos referem que a transferência terá sido consumada por valores à volta dos 9 milhões de euros. O que não se esperava é que, passados apenas dois meses, o Benfica tivesse alienado 80% do passe do atleta a uma fundo de investimento sediado em Malta, a Doyen Sports, por valores uma vez mais desconhecidos. Resumindo, contratou-se por um valor desconhecido mas aparentemente avultado e dois meses e zero jogos oficiais depois, vende-se a quase totalidade dos direitos económicos a um grupo maltês, novamente por um valor que não se conhece.

Compra de jogadores a preço desconhecido, alienação de passes sem os sócios saberem, vendas que parecem ser feitas pela cláusula de rescisão mas afinal não são, mentiras sucessivas, encapotamento da verdade. O Benfica deveria esclarecer os sócios quanto a estas negociatas. Por uma questão de transparência.

Adenda [19:06]: Como o Gonçalo, o Ruca e o GNR referem na caixa de comentários, o comunicado efectivamente não diz que a cláusula foi accionada, ou seja, se as palavras do dirigente do Zenit forem verdadeiras, significa que o Benfica vendeu Witsel numa situação em que não estava obrigado a fazê-lo, ao contrário do que a Direcção e a comunicação social tentaram fazer passar. Houve falta de transparência. Resta saber se mentiram ou não aos sócios.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lapidar nº36

«O Benfica tem um plantel bem preparado. Tem jovens na equipa B que dão garantias. São portugueses, alguns opinadores devem andar distraídos. Se fossem argentinos ou brasileiros estavam a reparar neles.»

Nossa, nossa, Vieira, assim você me mata. Quatro anos depois do consulado Jesus-Vieira se ter iniciado, eis que o treinador e o presidente viram a luz. Descobriram ambos e ao mesmo tempo que afinal também há jogadores portugueses de qualidade para serem aproveitados em Portugal. Mas Vieira vai mais longe, ousando criticar os "opinadores" que andam distraídos com os jogadores sul-americanos em vez de se preocuparem com os portugueses. Vamos lá ver então quem é que o Benfica contratou ou promoveu nos últimos 4 anos para a equipa principal.

Sul-americanos (24):

Júlio César
Patric
Shaffer
Airton
Ramires
Felipe Menezes
Keirrison
Weldon
Javier Saviola
Alan Kardec
Éder Luís
Jardel
Nico Gaitán
Franco Jara
Toto Salvio
José Luís Fernández
Artur Moraes
Ezequiel Garay
Emerson
Bruno César
Enzo Pérez
Rodrigo Mora
Melgarejo
Lima

Portugueses (14):

Roderick
Fábio Coentrão
César Peixoto
Fábio Faria
Eduardo
Mika
André Almeida
Luís Martins
David Simão
Rúben Pinto
Nélson Oliveira
Yannick Djaló
Paulo Lopes
Luisinho

Dos 14 portugueses que treinaram regularmente com o plantel principal, apenas 3 fizeram mais de 10 jogos no tempo em que estiveram no clube. É preciso dizer mais alguma coisa?

domingo, 2 de setembro de 2012

Da Rússia, com mentiras

A Bíblia está cheia de mentiras. A Bíblia do Desporto, como ela se intitula, também. Ainda há uns dias disse que esse jornal estava não ao serviço do desporto mas sim ao serviço de um conjunto de pessoas. Sabendo da necessidade do Benfica em vender um activo de grande valor, foram preparando os adeptos para a provável saída de Witsel. Erraram no alvo, Javi foi o jogador que saiu para garantir o encaixe financeiro. A notícia que surge hoje, sobre uma pseudo-proposta dos russos do Anzhi, é apenas mais uma mentira dos trapaceiros da Travessa da Queimada. Não esperavam no entanto que a mentira chegasse tão depressa à Rússia, mas chegou. O Anzhi desmentiu no seu site a genial, hercúlea e inolvidável façanha de Vieira (pelo menos foi assim que A Bola noticiou, reparem, não foi o Benfica que rejeitou, foi o querido líder). Dos teclados d' A Bola só saem mentiras. Parabéns a quem compra 48 folhas de papel higiénico por 80 cêntimos.

P.S. Sporting recebeu e rejeitou uma proposta do CSKA por Van Wolfswinkel no valor de 20 milhões de euros. Alguém acredita nisto? Alguém acredita que se possa dar 20 milhões pelo goleador de penalties e o Sporting, dos 3 grandes o clube com as contas mais frágeis e debilitadas, vivendo com a corda na garganta, consiga rejeitá-los? Brincadeirinha d'A Bola.

sábado, 1 de setembro de 2012

Te amo, te amo, Benfica!*

Eu também te amo, Benfica, mas tu não queres nada de mim. Nem de mim nem dos outros sócios. Esqueceste o teu passado, andas alheado do presente e não sabes o que queres para o futuro. Cuspiste nas pessoas que te ergueram, desprezaste quem te deu valor e hoje levantas-te sobre os ombros de gente de índole e carácter duvidoso. Amo-te Benfica. Pena que não gostes tanto de ti como eu gosto.

A saída de Javi Garcia foi apenas mais um triste episódio que só prova a "incompetência" de quem dirige o Benfica. Se o Benfica estava obrigado a vender devido à falta de liquidez, por que motivo esperou pelo dia 31 de Agosto para o fazer, a preço de saldo, inviabilizando a contratação de um substituto? Ainda por cima, ao preço a que foi vendido, questiono-me porque é que o Benfica não vendeu jogadores excedentários como Gaitán e todos os outros que se encontram a treinar à parte ou emprestados por "n" clubes sem possibilidade de retorno à Luz, perfazendo assim os ditos 20 milhões de euros? E porque motivo se contratou um extremo que não faz parte das contas de Jesus, engrossando a larguíssima lista de jogadores para essa posição? Ou um avançado em final de contrato por 4,5 milhões de euros, cláusula de rescisão do mesmo, mais a cedência a título de empréstimo de um jogador que custou 1 milhão há uns meses, quando se tinha uma jovem promessa portuguesa que foi emprestada para a Coruña? Só nestes disparates, o Benfica estoirou, sem necessidade, 14,5 milhões de euros. Com mais 5,5 milhões que poderiam ter sido feitos com os encalhados Júlio César, Sidnei, Shaffer ou Urreta, não haveria necessidade de vender Javi. B-A = BA.

Como se vê, a saída de Javi não era uma necessidade imperial. Havia outras formas de resolver o problema. Gestores sérios e competentes não teriam de "cobrar" esta dívida ao Benfica, pelo menos desta forma. Dirigentes competentes não aceitariam que as coisas se resolvessem deste modo. Mas a propósito não sei de quê, continua a existir uma crença cega nas pessoas que, em dez anos, quadruplicaram o passivo de Vale e Azevedo. A essas pessoas só desejo que confiem as suas poupanças a Domingos Soares de Oliveira, Luís Filipe Vieira e demais incompetentes. Pode ser que, acabando na penúria, se apercebam do que está a acontecer no Benfica. Ou nem isso, que eu vi aquelas carpideiras na televisão norte-coreana a chorar a morte do Querido Líder. Ou sei que no funeral de Salazar houve milhares de pessoas nas ruas a acompanhar o percurso da viatura que levava o corpo do ditador. Somos assim. Às vezes, mesmo na miséria física, financeira e intelectual, continuamos a apoiar que nos tornou fracos, pobres e burros, em nome de uma ridícula e absurda estabilidade medíocre, por aconchego, por conforto, por falta de vontade em mudar, por inépcia.

Como se não bastasse a saída de um dos pilares do onze titular, a meu ver, a par de Witsel, o jogador mais importante e cuja a venda constituiria o maior rombo nas aspirações do Benfica para 2012/2013, o nosso clube não antecipou o futuro e, apanhado com as calças na mão, não contratou nenhum jogador para substituir o ex-camisola 6. A isto chama-se "planeamento zero". Se o Benfica já sabia que teria de vender alguém até 31 de Agosto, por que motivo não acautelou a possível/provável saída de Javi (ou Witsel) tendo na manga um nome para substituir o espanhol? Costuma-se dizer que quem não tem cão, caça com gato. O problema é que para a posição de trinco, não há cão nem gato. Matic não tem as mesmas características de Javi, estando a anos-luz de assegurar a mesma qualidade defensiva do murciano. Witsel não é trinco puro. Amorim, que poderia ser a solução para este problema, está a reforçar um rival ao título por incompatibilidades com Jesus. Se no ano passado retiraram o tapete a Jesus em Janeiro, com a sua patética conivência, desta vez nem esperaram por Setembro. Obrigado a todos.

Assim vai o Benfica. Inicia a época sem defesa esquerdo, com uma adaptação em curso e um jogador que não conta para Jesus, sem substituto no plantel principal para Maxi, e sem trinco. Isto é mais que meio caminho andado para oferecer o tricampeonato ao Porto, que manteve Moutinho e Hulk, fazendo de Vítor Pereira bicampeão. Só em Portugal. Meus caros, isto não é incompetência. Resta saber se é negligência ou temos gente mal intencionada a decidir, autênticos Porcos de Tróia a dirigir o clube.

Os sócios já não são sócios. São meros clientes. Disse-o há uns dias e confirmou-se. Na semana passada recebi o telefonema de uma simpática jovem que trabalha para o clube a tentar vender-me pedras da calçada, vulgo Praça dos Heróis (outra aberração que será falada brevemente). Um Benfica voltado para os sócios dar-lhes-ia campeonatos. Um Benfica voltado para os clientes tenta vender-lhes os calhaus à volta do Estádio ao preço de 62,90€ o mais barato.

O que interessa às pessoas que dirigem o Benfica é que os sócios, perdão, clientes, estejam interessados em questões secundárias como comprar pedras, jogar futvólei na Praça Centenarium, ir a sessões de autógrafos nos Restauradores, marcar restaurantes pelo site oficial, etc. Questões fulcrais como a conquista de campeonatos são vistas como fait-divers. Porque se os sócios vissem o que está prestes a acontecer em termos de contabilidade de títulos nacionais, talvez se apercebessem de que o Benfica está a um passo de deixar de ser, mesmos em termos históricos, o maior clube de Portugal.

*Frase de Javi Garcia na comemoração do título de campeão nacional 2009/2010.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BECAUSE FUCK YOU, THAT'S WHY!

Desde o Verão de 2011 sem lateral esquerdo. Maxi nunca teve um suplente. Javi idem. Alternativa a Aimar, nem vê-la.

O que faz o Benfica durante mais um defeso? Concentra esforços para contratar extremos e avançados, posições onde já existiam soluções bastante válidas.

O Benfica vê sair, no último dia de mercado, Javi García. Um dos jogadores mais influentes do plantel sai por um valor próximo da cláusula de rescisão (ou mesmo pelo valor da cláusula).

Qual a prioridade da direcção do Benfica? Contratar mais um avançado. E por mais de quatro milhões, depois de ter despachado uma mão cheia deles e de perder o único trinco do plantel.

LOGIC? FUCK LOGIC!

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Entrentanto, parece que o FC Porto manteve Hulk e Moutinho nas suas fileiras. Mais um título entregue de bandeja aos corruptos. Incrível.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eliseu

A poucos dias do final do período de transferências, o Benfica lembrou-se de que faltava um defesa esquerdo no plantel. O diagnóstico estava feito por milhões de benfiquistas desde Julho de 2011, mas só agora é que a direcção se (re)lembrou da principal pecha do plantel. Após um verão repleto de tentativas falhadas em contratar defesas esquerdos, surge novamente a necessidade, agora com carácter de urgência, de contratar alguém. Depois de dois pontos perdidos em casa no arranque do campeonato, sina velha que teima em persistir, importa recordar que, entre outras coisas, "o mercado corre a nosso favor" e "no Benfica trabalha-se com calma". Sim, isto mesmo foi dito pelo "campeão da boa disposição".

A responsabilidade de tal desígnio caiu sobre os ombros de Rui Costa, o rei das causas perdidas, o homem que só costuma ser lançado às feras do mercado para trazer jogadores em cima da hora. Não sei se olhe para este intento vieiresco como uma forma de mostrar ao eleitorado (sim, até Outubro não há "adeptos" nem "sócios" para ninguém, apenas "eleitorado") que Rui Costa está vivo e ao lado do actual presidente ou se de uma tentativa desesperada em efectuar uma contratação já de si falhada desde a nascença, com o ónus da culpa a recair sobre o ex-camisola 10 (ver o servicinho que o jornal de Vieira fez quando ocorreu o caso Hleb).

Enquanto se investem largos milhões em Ola John e Salvio, o Benfica não quis investir nada num defesa esquerdo. E é este preciso ponto que me faz confusão. Durante o verão, o Benfica identificou a lacuna no plantel. Surgiram vários nomes na imprensa, muitos deles verdadeiros, como Rojo ou Siqueira e outros cuja veracidade desconheço, caso de Ansaldi. Houve reuniões com empresários, discussão de verbas com as equipas detentoras dos passes dos atletas, mas o Benfica acabou por não contratar nenhum jogador. Então, se identificam uma lacuna no plantel, por que raio é que não contrataram ninguém? Desorientação total. Como se não bastasse, durante várias semanas, parece que o Benfica pura e simplesmente desistiu de negociar qualquer jogador para esta posição, tendo o interesse ressurgido após o enterranço bíblico do jovem paraguaio contra o Braga. O Benfica quis, não conseguiu e por isso desistiu. Parece que quem manda no clube acreditou (e isto sim é grave) que não era preciso contratar mais ninguém para a posição.

Quanto ao Eliseu, mesmo não sendo um defesa esquerdo de raiz, é uma opção que me agrada. Foi adaptado com sucesso há já alguns anos, pelo que a posição não lhe é de todo estranha, sendo que consegue dar à equipa a profundidade ofensiva que Jesus exige e uma qualidade defensiva que mais ninguém no plantel pode dar daquele lado. Ficaríamos a ganhar com a vinda de Eliseu? Sem dúvida. É um jogador barato e que vai colmatar a grande lacuna deste plantel.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Transparência

Ola John e Salvio foram duas das contratações mais caras de sempre da História do Sport Lisboa e Benfica. Ou não foram? Em tempos de austeridade, que nas palavras do presidente do Benfica seriam também sentidos no clube, tudo parece igual, mas mais opaco. Ninguém acha estranho o facto de os valores das transferências não terem sido divulgados ao público? Não o digo por uma mera questão de curiosidade ou porque os jornais o devam saber, mas sim porque é uma obrigação dos clubes declarar certos montantes à CMVM. Por agora, a única austeridade que senti neste verão foi a do preço dos cativos, que subiu exponencialmente. Parece que na Luz tudo segue igual, até as mentiras de quem nos comanda.

Estranha é também a apatia verificada no seio dos adeptos. Vocês confiam cegamente no banco que gere os vossos dinheiros? É que toda esta cegueira que vejo nos adeptos do Benfica ultrapassa o campo da racionalidade, entrando no da crença em figuras divinais, incriticáveis e todo-poderosas. Já ouvi falar em Mística no Benfica, mas nunca pensei que fosse isto.

domingo, 5 de agosto de 2012

Quanto vale um golo?

Segundo a imprensa portuguesa, o Fenerbahçe vai fazer mais um raide na tentativa de resgatar Óscar Cardozo, naquela que é a 32ª investida dos turcos esta época para levar o paraguaio. E ao que parece, desta vez é que a transferência se consumará. A imprensa diz muitas coisas, umas certas e outras erradas, mas vamos supor que o Benfica vendia Cardozo (cenário que, honestamente, se afigura pouco provável).

Não acho que Cardozo seja insubstituível. O seu estilo sim, pachorrento, molengão, goleador, talvez seja, mas o jogador em si não. Aliás, não percebo aquela linha de pensamento de alguns adeptos que acham que uma equipa vencedora tem sempre um ponta-de-lança fixo goleador. A saída de Cardozo traria, a meu ver, mais responsabilidades a Rodrigo, talvez o regresso de Nélson Oliveira, a hipotética vinda de um reforço e necessidade de os extremos e médios contribuírem com mais golos. Conseguiríamos ter tudo isto? Talvez. Mas o mais improvável nestes casos é mesmo a vinda de alguém que faça esquecer a curto-prazo o nosso Tacuara. E conhecendo o meu clube como conheço, o mais certo era gastar-se 8 milhões num jogador que não renderia a curto nem médio-prazo o que teríamos de Cardozo cá estivesse.

Mas Cardozo é sinónimo de golos e é de golos que o futebol vive e de que as equipas ganham jogos e campeonatos. Cardozo aparece nos momentos decisivos, marca nos grandes jogos e nos pequenos, de todas as formas e em qualquer altura, inclusive quando a equipa precisa deseperadamente do golo da vitória a poucos minutos do fim. Tem estrelinha. E tem golo. Pode-se não gostar do estilo, da forma atabalhoada como joga, desengançado, mas sabe-se que, com grande probabilidade, o golo aparecerá. Basta lá estar Cardozo, coxo, doente ou alheado do jogo, só a sua presença vale meio golo.

Se eu gostava que Cardozo fosse vendido? Não. Se acho que o Benfica precisa de Cardozo? Precisa. Se o acho insubstituível? Não. Se as nossas probabilidades em vencer o título diminuem com a saída de Cardozo? Diminuem. Temos mais a ganhar ou a perder com a sua venda? Possivelmente a perder. Mas a sua saída vai ocorrer, mais dia menos dia, mais ano menos ano. É mais ou menos isto. Adoro os golos de Cardozo e espero que continue por muitos e bons anos, mas a sua perda não é, a meu ver, o fim do mundo. Mais grave seria se vendessem Witsel, Maxi, Javi ou Garay, por esta ordem, já esta época.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Salvio

Quem não gosta de Salvio? Poucos, quase ninguém. A contratação do argentino faz as delícias de muitos adeptos. E também faria as minhas, se tivesse sido efectivada há dois meses ou dois meses e meio. Salvio é um grande jogador, mas não era uma prioridade, longe disso. A meu ver, é o melhor extremo do plantel, mas foi contratado para uma posição recheada de outros bons e grandes valores, que, a precisar de uma reestruturação, seria sempre no sentido de diminuir o número de activos, não de aumentá-los.

Sentimentalmente, estou feliz pela contratação de um jogador que sei que vai ser um acréscimo de qualidade e cujas exibições me trazem à memória boas recordações. Racionalmente, não entendo esta contratação. Não faz sentido contratar um jogador para uma posição sobrelotada e, acima de tudo, onde a qualidade abunda. Falta um defesa esquerdo. Falta um concorrente a Maxi se, no entender de Jesus, Cancelo não for opção válida. Falta um médio de características defensivas. Falta alguém que prepare a época. Porque por muito que me tentem convencer, quem estoira praticamente (ou mais de) 20 milhões de euros em extremos quando já tínhamos Gaitán, Nolito, César e Enzo, quem não contrata um defesa esquerdo a duas semanas de começar a época oficialmente, ou não sabe ou não está interessado em preparar a temporada.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Uma overdose de extremos

Nico Gaitán, Ola John, Nolito, Enzo Pérez, Bruno César, Yannick Djaló, Melgarejo, Hugo Vieira, Michel e Salvio. Dez. Nem todos são extremos puros, alguns podem jogar no centro do ataque, outros como falsos "10" e na cabeça do treinador até há um que é defesa esquerdo, mas são dez os jogadores que podem ser extremos no plantel do Benfica. Como arrumar estes nomes de modo a ter apenas 4 extremos no plantel?

Melgarejo vai ser defesa esquerdo. É opção pessoal de Jesus, tem mais minutos de pré-época nas pernas que Luisinho e, resulte ou não, vai ser uma embirração/adaptação do treinador. Falta arrumar nove.

Entre Hugo Vieira e Michel, creio que um sairá por empréstimo e o outro será, no papel, avançado para Jesus. Faltam sete.

Bruno César é um "10" de origem, não um extremo, apesar de ter actuado em bom plano na época passada nas funções que lhe couberam. Com o avançar de idade de Aimar, creio que Jesus vai apostar cada vez mais em César, tanto como suplente utilizado ou como titular quando o Mago estiver cansado. Faltam seis.

E o que fazer com estes seis? Ola John e Salvio acabaram de chegar ao clube. Gaitán já é da casa e não parece ter mercado para sair. Nolito fez uma grande época em 2011/2012. Enzo deu imensos sinais positivos na pré-época. Djaló... nem me vou pronunciar. O que vai ser desta gente, se só podem ficar quatro?

Eu iria a jogo com Nolito, Salvio, Enzo e Ola John. Seriam o meu quarteto fantástico. Djaló com guia de marcha, emprestado ao Sporting, ao Setúbal, ao Guimarães ou para o estrangeiro, onde ainda pode enganar mai alguém, e Gaitán vendido a todo o custo. Não estou minimamente preocupado se for vendido por 18 milhões. É que nem isso vale. E com extremos de maior qualidade no plantel, Gaitán só vai perder tempo de jogo e desvalorizar no mercado internacional.

Estou mais preocupado com o que vai (ou não vai) na cabeça de Jesus e na de quem o deixa fazer os disparates de sempre. Acredito que para Jesus, Salvio e Ola John sejam indispensáveis, Gaitán idem e Djaló, o seu mono des estimação, contratado para ser potenciado sob as ordens do mestre, também, preferindo vender Nolito, que tem mercado em Espanha, e Enzo, por não fazer parte do "seu" grupo. Vamos ver. O que é certo é que o Benfica vai ter de vender ou emprestar alguns destes extremos. E falo em extremos, porque Witsel não é extremo, percebido?

Nélson Oliveira cedido ao Deportivo

Surpreendentemente, num negócio-relâmpago, o Benfica emprestou Nélson Oliveira (e Roderick) ao Deportivo, engrossando assim a lista de jogadores provenientes do campeonato português a actuar no recém-promovido Depor.

A notícia apanhou-me completamente de surpresa. Depois da época que fez ao serviço do Benfica, depois do destaque que conseguiu no mundial sub-20, depois da chamada ao Euro-2012 no qual foi, claramente, o 12º jogador da equipa de Paulo Bento, Nélson Oliveira parece dar um passo atrás na sua carreira. Às vezes é mesmo assim, é preciso dar um passo atrás para se dar dois em frente. Mas até para se dar um passo atrás tem de se olhar na direcção em que se caminha e, por isso mesmo, acho que este empréstimo não foi o mais feliz, por vários motivos:
  1. A Liga Espanhola é a melhor Liga do mundo. Não me parece que seja, no entanto, a que tem o futebol mais adequado para a explosão de talento de Nélson Oliveira. O jovem avançado gosta de partir da faixa para o centro, com alguma liberdade, e em força, mais ao estilo do que acontece no campeonato inglês, assemelhando-se no estilo de jogo (com as devidas diferenças, sobretudo de qualidade) a Thierry Henry.
  2. A pressão mediática em Espanha é muito maior para os jogadores do que sucede em Inglaterra. Na pátria do futebol, os jovens podem errar sem o peso de uma crítica excessiva, injusta, tendo possibilidade de voltar ao onze brevemente para mostrar que evoluíram.
  3. Não acredito que Nélson Oliveira tenha sido um pedido expresso do treinador do Coruña, mas antes uma colocação cirúrgica de Jorge Mendes, como foram outras realizadas neste mesmo clube. Assim sendo, será que Nélson Oliveira parte como primeira escolha do seu treinador? Ou será um daqueles jogadores eternamente proscritos por não ter sido pedido?
Nélson seria sempre a terceira escolha de Jesus para um onze onde cabem, no máximo, dois jogadores (e onde, acredito, actuará apenas um por diversas vezes). Não teria os mesmos minutos na Luz que terá, quase certamente, na Galiza. A sua colocação acaba por ser um mal menor, visto que vai poder ter mais tempo de jogo. Resta saber se evoluirá no sentido pretendido.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Rojo

Assinou pelo Sporting. Como disse há uns posts atrás, Rojo seria uma solução bastante interessante para o lado esquerdo da defesa. Não é um lateral daqueles sul-americanos a que estamos habituados, cheios de sangue na guelra e com subidas estonteantes pelo flanco, mas sim um central que faz de lateral e que confere muita segurança ao lado esquerdo, subindo mais pela certa mas quase sempre bem e com qualidade. Um jogador mais fixo, mais posicional, que permitira maior liberdade ao extremo do seu lado e mesmo ao lateral do lado oposto, como era e é apanágio nas equipas de Mourinho (Gallas e Ferreira, Zanetti e Maicon, Marcelo e Arbeloa).

O Benfica perdeu o concurso do argentino para o Sporting. Sinceramente, estas tricas de verão que ocorrem anualmente no mercado de transferências dizem-me pouco. Perder um jogador para um rival é comum e não deve ser visto como um cataclismo. E comparando a perda de Rojo com outras que ocorreram no passado (Álvaro Pereira, James e Falcão, por exemplo, para falar nos nomes mais sonantes), esta é daquelas que me faz menos mossa, não pela qualidade do defesa argentino, que a tem e em quantidade, mas sim porque o que falhou nesta negociação foi o acordo entre clubes, uma vez que ao que parece, e confiando nos relatos da nossa comunicação social, o acordo entre o Benfica e o jogador até estava bem encaminhado. Se o Benfica entendeu que não deveria pagar mais que os ditos 3 ou 3,5 milhões de euros que a comunicação social ventilou, penso que a questão é compreensível e só se revelará acertada se no final da época Rojo provar que não merecia o preço pedido ou se o Benfica conseguir encontrar um defesa esquerdo que cumpra a posição. Na minha opinião, do que conheço do jogador, iria até aos 4 ou 4,5 milhões de euros, mas...

Mas o que realmente interessa é tentar perceber o porquê de perdermos tantos jogadores. Como já disse no início do post, não me causa transtorno perder determinado atleta para um rival. O que me preocupa é que, ano após ano, o Benfica é discutido para fora, um clube onde todos dão bitaites, onde a informação sai para o exterior com uma facilidade incompreensível e é isto que leva a que se percam boas oportunidades de negócio, como foram Álvaro Pereira, James, Falcao e, provavelmente, Rojo. Chega. Quando o Benfica entra numa negociação deve assegurar em primeiro lugar que ninguém do outro lado da mesa, seja o clube, o jogador ou o seu empresário, ponha a boca no trombone e denuncie as negociações. Caso isso aconteça, é dar as mesmas por encerradas. E mais importante que isso, é garantir que se eliminam as gargantas fundas que passeiam pelos corredores da Luz.

Finalizo dizendo o seguinte: perder Rojo não é um drama. Há mais defesas esquerdos ao alcance financeiro do Benfica, até porque, como se viu pela contratação de Ola John, dinheiro não parece ser um problema. Mas é preciso contratar porque no actual plantel escolhido por Jesus não há ninguém com capacidade para ser titular naquela posição. E já vamos em três semanas de estágio. Dentro de cinco dias estaremos precisamente a dobrar a metade da pré-época e a única posição do plantel para a qual temos carências visíveis, objectiváveis e claramente identificadas desde a época anterior continua sem solução à vista. Isto não me parece um caso de boa gestão desportiva.

domingo, 8 de julho de 2012

O coração tem razões que a razão desconhece

Simão não faz parte dos planos do Besiktas para 2012/2013 e, ao que parece, já terá rescindido contrato com os turcos. Próxima paragem? Ninguém sabe. Dizem os otomanos que quererá regressar a Portugal. Ora, depois de ter entrado em rota de colisão com os de Alvalade e de ter rejeitado os da Invicta, as únicas portas que se podem abrir para o eterno camisola 20 são as da Luz.

E a ideia não me desagrada, bem pelo contrário. Sou favorável ao regresso de Simão Sabrosa. O antigo capitão deixou muitas saudades na Luz pela liderança, pelos golos e pelos grandes momentos de futebol que exibiu nos seis anos de águia ao peito. Quem não se lembra daquele golo épico contra o Sporting, na Luz, no famoso 3-3 da Taça de Portugal? Ou do penalty do Bessa que nos permitiu festejar 11 anos depois? Ou do livre em Old Trafford? Ou do golo que a foto acima mostra? Foram muitos momentos gloriosos vividos pelo nosso antigo capitão, e acredito que alguns poderiam ser reeditados.

É certo que aos 32 anos Simão já não tem a mesma capacidade de explosão com que deixou a Luz. Mas desenganem-se os que acham que está "acabado". O futebol não é só correrias patetas para a frente. Só em Portugal é que um atleta de 32 anos é dado como morto para a prática de futebol. Uma idiotice. E no caso específico de Simão, mais incompreensível se torna. Um atleta com a sua vontade, a sua garra e o seu benfiquismo não viraria a cara à luta com a nossa camisola. Estou certo de que Simão seria um acréscimo de sabedoria, liderança e, sobretudo, qualidade ao plantel e onze benfiquista. Basta ambas as partes quererem e o negócio dar-se-á facilmente. Por mim, é mais do que hora para o regresso. E a camisola 20 até poderá vagar brevemente.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Paulo Lopes regressa ao Benfica

«Há guarda-redes de valor que passam uma carreira inteira despercebidos aos olhos de adeptos, treinadores, dirigentes e comunicação social. Paulo Lopes é um deles. Nunca percebi a razão pela qual este guardião português formado no Benfica nunca se conseguiu afirmar em clubes de grande dimensão em Portugal. Tinha, e ainda tem, valor para mais. Em 2005 foi responsável pela subida do Estrela da Amadora bem como pela chegada da sua equipa às meias-finais da Taça de Portugal. Em 2008 é figura-chave ao trazer o Trofense à Primeira Liga pela primeira vez na sua História e repete a proeza com o Feirense em 2011, ao trazer os nortenhos ao escalão máximo do futebol nacional pela primeira vez em mais de 20 anos. Tecnicamente é um bom guarda-redes e disfarça bem os seus 33 anos com uma agilidade fora do normal. Seria uma solução a curto-prazo, mas uma boa solução.»

Saiu da Luz em 2002, jovem e já com pouco cabelo. Volta em 2012 para ser o suplente de Artur Moraes. Pelo meio ficaram Salgueiros, Estrela da Amadora, Trofense, Feirense e uma inexplicável não-transferência para um clube da primeira metade da tabela do campeonato nacional, dada a sua qualidade. Dado o papel que está reservado a um guarda-redes suplente, esta é uma contratação certeira em todos os aspectos: tem qualidade, aceita o lugar, preenche as vagas de formação nacional e no clube e aufere um ordenado compatível com o cargo que vai desempenhar, permitindo que se gaste mais em jogadores verdadeiramente nucleares para o onze titular. O que há para não gostar nesta contratação? Nada. Até foi feita em surdina, sem sair para os jornais. Fossem todos os negócios feitos desta maneira e estaria o Benfica bastante melhor. Bem jogado. Agora ataquem lá o Rojo se não se importarem, que está a fazer falta.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A este ritmo chegaremos aos 300.000


Em 2001, Vieira estabeleceu a meta dos 500.000 sócios a alcançar até final de 2003. Sensatamente, resolveu baixar a fasquia para uns, ainda assim, impressionantes 300.000 associados. Com os escassos sucessos desportivos que o Benfica tem obtido aliados à crise económica, verificou-se um abrandamento no número de inscrições para novos sócios. Mas com a criação da equipa B, parece que voltaremos a estar no rumo certo em direcção aos ditos 300.000.

O Benfica contrata em massa e sem critério, esperando que dos muitos tiros que dá no escuro, algum acerte em cheio num futuro craque. Foi assim com David Luiz e Di Maria, dois jogadores que chegaram à Luz sem "nome" e que de cá saíram para o estrelato, mas por cada David ou Angelito que contratamos, há quinze "Wasses" que entram nesta espiral de jogadores a chegarem e a saírem, muitos sem envergarem a camisola do Benfica num jogo oficial. E se é verdade que alguns até podem dar lucro, outros há que custam caro ao clube. O Benfica ainda é, pelo menos aos meus olhos (será aos dos nossos dirigentes?) um clube desportivo cujo principal objectivo é ganhar na sua modalidade "mãe", o futebol. Sem descurar a parte financeira, obviamente, mas os resultados desportivos não podem ser negligenciados como são actualmente. E olhando para a actual política de contratações, os resultados que podemos esperar num futuro próximo não são os mais positivos. Continuamos a contratar jovens que não são devidamente acompanhados, não singram e acabam dispensados ou vendidos (vide Fellipe Bastos, por exemplo). Contratar jogadores maduros, já feitos, que possam dar títulos no presente é excepção quando deveria ser regra.

O que vale é que todos estes jogadores que fazem circular dinheiro pela Europa e sobretudo pela América do Sul são feitos sócios do Benfica. A este ritmo, chegaremos rapidamente aos 300.000. Não parem. Nem contratem um defesa esquerdo ou um suplente para o Maxi, que isso dos titulares e de jogadores para a equipa principal e não para a "B" está sobrevalorizado.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Hugo Vieira


Hugo Vieira (Gil Vicente) - Tem tanto de bom jogador quanto de mau profissional. Hugo Vieira é um miúdo com imenso talento, com capacidade para virar jogos e para guiar a sua equipa, mas sem os pés assentes na terra. Aos 22 anos já tem desentendimentos com treinadores e empresários, uma lesão grave e uma passagem frustrante por França para contar. Regressou a Portugal para jogar nas distritais e captou a atenção dos gilistas, com os quais ainda tem vínculo.


Escrevi isto acerca de Hugo Vieira em Dezembro último, neste post. A minha opinião sobre o (aparentemente) novo jogador do SLB não se alterou desde então. Dada a idade, a qualidade e o potencial evidenciado, Hugo Vieira continua a parecer um atleta muito interessante. Mas será que precisávamos dele nos nossos quadros? Só o tempo o poderá dizer. Por enquanto, não me parece que seja uma solução particularmente útil, visto termos para as faixas Nolito, Bruno César, Gaitán (a prazo), Enzo Pérez (?), Yannick Djaló, Urreta e, quem sabe, Salvio... de qualquer das formas, se se concretizar a transferência, é bem-vindo. Boa sorte, Hugo!

domingo, 13 de maio de 2012

Preparar 2012/2013 - Defesas esquerdos (contratações)

Ansaldi - O lateral perfeito. Pode jogar à esquerda ou à direita, por vezes até no meio-campo, é ambidestro e faz o flanco com uma disponibilidade impressionante. Sabe subir bem no terreno, uma das suas imagens de marca, sendo que defensivamente é um jogador bastante completo, ao contrário do que é hábito nos laterais sul-americanos. Renovou recentemente o seu vínculo com os russos do Rubin Kazan, mas diz-se que está saturado da Rússia. Poderíamos ter aqui uma excelente oportunidade de negócio, ainda que caro é um óptimo jogador.

Rojo - Também da Rússia surgiram notícias de que o Benfica poderia estar interessado neste jovem lateral/central argentino: Marcos Rojo. O jovem de apenas 22 anos actua no Spartak e impressiona pela sua estampa física. No entanto, não se pense que por ser grande e por poder jogar a central que é um jogador estático, que não se mexe no plano ofensivo. Pelo contrário. Cavalga bem na lateral esquerda, apesar de não ser tão forte ofensivamente quanto Ansaldi.

Sílvio - jovem, português, internacional A, formado no Benfica, com uma época perdida em Espanha (cerca de 650 minutos jogados) num clube com o qual estabelecemos vários negócios (geralmente favoráveis a esse clube, não ao Benfica). Sílvio poderá estar tapado em Madrid e a precisar de mudar de ares se quiser jogar regularmente e dessa forma regressar aos convocados de Paulo Bento. Poderia ser uma situação benéfica para o jogador e para o Benfica. Futebolisticamente, todos o conhecemos: joga bem com os dois pés apesar de o direito ser o preferido, podendo actuar em ambas as faixas. Não sendo um jogador explosivo, ataca pela certa e sabe ocupar os espaços. Seria uma excelente aquisição.

Siqueira - as boas relações com o Granada, uma espécie de clube-satélite na Liga Espanhola, poderiam trazer este jovem lateral de origem brasileira para a Luz. Alto, esguio, passada larga, é um lateral bastante rápido que sabe sair a jogar com bola. É forte no 1x1 ofensivo, sendo que tem um pé esquerdo que vale ouro. Tecnicamente é fortíssimo, possuindo ainda uma frieza assinalável no que toca à marcação de grandes penalidades.

Eliseu - uma paixão antiga de Jesus. Conheceram-se no Belenenses, mas o médio esquerdo português, agora adaptado a defesa esquerdo, seguiu para Espanha, mais concretamente para o Málaga, à altura na Segunda Divisão Espanhola. Aí cresceu e impôs o seu futebol, contando ainda com passagens efémeras pela Lazio e pelo Zaragoza. Aos 28 anos, é um jogador maduro e que provavelmente estará no pico da sua carreira. Sabe incorporar-se no ataque, apesar de no Málaga não o fazer assim tantas vezes uma vez que os extremos não precisam de grande ajuda, defendendo relativamente bem para quem foi adaptado a uma posição que não era a sua. Possui ainda um pontapé muito forte. Seria uma contratação interessante.

Junior Caiçara - Apesar de ser o menos mediático dos nomes aqui apresentados, Caiçara é um jovem brasileiro com muita qualidade e que devidamente bem trabalhado, sobretudo no plano físico, dará um excelente atleta. É agressivo, sabe ter a bola no pé e avança bem pelo flanco, possuindo um remate interessante para um defesa lateral. É destro, podendo jogar em qualquer faixa da lateral, apesar de Paulo Alves o ter colocado na esquerda. Precisa de melhorar a componente física e o desarme, que não raras vezes é feito de forma algo atabalhoada. Mas tem muita margem de progressão.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Preparar 2012/2013 - Defesas direitos (contratações)

Como foi dito no post anterior, Maxi é dono e senhor da lateral direita. Mas falta um suplente. Falta um jogador com qualidade e que possa render Maxi quando este está mais cansado, ou que compita mesmo com o uruguaio, entrando mais facilmente no onze, estabelecendo-se um sistema de rotatividade. Assim sendo, as minhas propostas, dúvidas e opiniões sobre possíveis reforços, são estas:

Rúben Amorim - Não sendo defesa direito, mostrou qualidades que lhe permitiram ombrear com Maxi Pereira pelo lugar em 2009/2010, ano do título. Esteve em destaque nessa mesma posição ao conseguir jogadas fundamentais que ficam na memória pela sua importância (golos ao Sporting na Luz, na Choupana e na final da Taça da Liga). No entanto, o desentendimento com Jesus levou-o a Braga. Por mim, voltava e seria a aposta para defesa direito. Com a cabeça no lugar, minutos nas pernas e Jesus fora do Benfica, seria uma excelente opção. E é nosso.

Nélson - Seria o regresso de um velho conhecido. Chegou a um Benfica recém-campeão em 2005 para sair para os béticos de Sevilla em 2008. Cumpriu a quarta época em Espanha e creio que veria com bons olhos o regresso a Portugal, quanto mais que não fosse para ganhar algo e chegar em definitivo à selecção. Já se falou no interesse do Porto e, sobretudo, do Sporting em garantir os serviços do futebolista nascido na Ilha do Sal, mas não se concretizou. Creio que seria uma aquisição útil desde que fosse por um bom preço, visto ser experiente, ter boa capacidade técnica, saber subir e baixar no terreno, podendo alternar entre a esquerda e a direita. Com 29 anos, poderia ser a sua última grande transferência.

Daniel Wass - Não acompanhei a época que fez ao serviço do Évian, equipa sensação em França pelas sucessivas promoções que tem alcançado, mas, ao que parece, tem feito uma época positiva e sempre em crescendo. Começou com o pior pé ao ser descredibilizado pelo treinador, posto de parte, sem constituir opção. Calçou pela primeira vez à décima jornada apenas, mas desde aí que pegou de estaca. Jogou todos os jogos excepto um, sendo titular na maioria, contribuindo com golos importantes que deram vitórias à sua equipa. Penso que deveria ter a oportunidade de integrar o plantel na pré-época, para depois, se não convencer, ser emprestado a uma equipa de primeira divisão na Europa.

Rodrigo Galo - Menos mediático que os anteriores, mas surpreendentemente bom. Foi dos jogadores que mais me chamou a atenção nesta segunda metade do campeonato. Rodrigo Galo é um defesa direito veloz, mas o seu principal atributo é a capacidade de transporte de bola, possuindo um remate anormalmente bom para um lateral. O gilista, emprestado pelo Braga, destacou-se sobretudo pelos golos apontados a Benfica, Sporting e Guimarães, de belo efeito.