terça-feira, 6 de outubro de 2009

Lá vai o Benfica

Depois do desaire grego na Liga Europa, o Benfica, de regresso à Liga Sagres, competição que parece ser a primeira aposta de Jorge Jesus, não vacilou e derrotou o Paços de Ferreira por 1-3, num dos redutos tradicionalmente mais complicados, numa partida que misturou garra, categoria e... sofrimento, mantendo rédia curta ao líder Sporting de Braga, mantendo o Porto e 3 pontos e deixando para trás o Sporting, já a 8.

Os benfiquistas, como é seu apanágio, deslocaram-se em força à capital do móvel para apoiar o seu clube. Desfalcados de Maxi Pereira, Di Maria e Pablo Aimar, o Benfica não se ressentiu, até porque este ano a segunda linha de jogadores é de qualidade indiscutível. Ter no banco Amorim, Coentrão e Carlos Martins é um luxo, sendo que em qualquer equipa da Liga Sagres estes jogadores seriam titulares de caras.

Os receios, se haviam, de uma exibição igual à de Atenas morreram cedo, logo aos 3 minutos, quando David Luiz cabeceou para golo a bola cruzada de Carlos Martins. O Paços reagiu, tentando, quase sempre em contra-ataque, criar perigo pelas alas. Alguns remates, quase todos fora do alvo, não serviram para pôr o Benfica em sentido, que rapidamente voltou ao ataque, desta vez por Saviola, que serviu Martins, para este, a uns 35 metros da baliza, estoirar para golo, o segundo, aquele que quase dava tranquilidade. Em 22 minutos, o Benfica parecia ter resolvido o jogo. Ainda assim, não satisfeita, a turma de Jorge Jesus voltou a carregar no acelerador, e numa falta sobre Saviola, que até poderia ter dado cartão vermelho directo ao defesa pacense, Óscar Cardozo, num livre soberbo, faz um golo de bandeira, de levantar qualquer estádio. Estava feito o terceiro e assim íamos para intervalo.

Se há coisa que me deixa pouco contente é o facto de os jogadores do Benfica festejarem pouco os golos que marcam. Cardozo, por exemplo. Fica contente, claro, mas devia ser mais exuberante, como Carlos Martins, ou Filippo Inzaghi, do AC Milan. Outra coisa que não me deixa contente foi a forma como a equipa entrou e jogou no segundo tempo. Sim, a vitória estava garantida, os jogadores estavam cansados, é verdade. Mas o Benfica da segunda parte foi uma nulidade em termos ofensivos. Lembro-me de um remate apenas, de Shaffer, que saiu por cima da baliza de Cássio. Os castores fizeram pela vida e chegarem mesmo ao golo de honra, merecido, após alguma sorte, pois Amorim escorrega nesse lance, possibilitando a Maykon o golo. Cristiano ainda tentou dar um ar de sua graça (bom jogador para equipa com ambições à Liga Europa, mas não para um grande), mas Quim travou o seu remate. Por falar no nosso guarda-redes, ele foi mesmo um dos melhores em campo, apesar do pouco trabalho que teve. Destaco-o até porque voltou a um terreno que lhe foi difícil no ano passado, numa exibição para esquecer. Carlos Martins também esteve muito bem para quem regressou de uma lesão prolongada, e Saviola merece destaque. Até final, poucas chances de perigo, num jogo que teve o Benfica como justo vencedor, após golos de grande penalidade (mais 3) de David Luiz, de cabeça, Martins e Cardozo. Chorem agora.

2 comentários:

Jotas disse...

Mais uma entrada fortíssima do Benfica, numa importante vitória, após uma derrota e que serviu para demonstrar a todos, que este plantel tem mais que 11 opções, pois ninguém se lembrou de Aimar, Di Maria e Maxi

Éter disse...

Realmente, aqueles livres do Cardozo mais parecem penáltis. Qualquer dia até faltas bem longe da baliza deixam de assinalar a favor do Benfica. O risco de golo é altíssimo.