Num Goodinson Park quase cheio, estádio de tão boas memórias para o "Rei" Eusébio, com a presença de muitos e bons benfiquistas, o Benfica arrancou uma vitória que tem tanto de difícil como de merecida. Se houve clube que durante os 90 minutos mereceu a vitória, esse clube foi o Benfica. O facto de este jogo ter sido fora de casa, numa prova europeia, e nos ter deixado muito mais perto do apuramento também são factores de contentamento extra. Uma saborosa vitória em Inglaterra, pátria do bom futebol, onde é sempre tão difícil de ganhar, deixa-nos a apenas 1 pontinho da fase seguinte. Após a derrota em Braga, a reacção foi mais uma vez evidente. E na Luz, em Portugal, ou no estrangeiro, o Benfica sabe que nunca andará sozinho...
Jorge Jesus trouxe para um jogo difícil, numa competição importante, várias surpresas, o que por si já não é... surpresa. Estas inovações, bem conseguidas, diga-se, permitem alguma rotatividade sem perder qualidade. Mais uma vez foi assim. Júlio César voltou à baliza fazendo um jogo sem sobressaltos, pontificado com uma defesa que nenhum outro guarda-redes do Benfica faria; David Luiz regressou à lateral-esquerda (bom jogo!) e Sidnei, apesar de estar sem jogar há algum tempo a um ritmo elevado, demonstrou segurança e qualidade, o que se exige a um defesa-central de um grande; Amorim voltou a render Maxi; no meio-campo 4 médios clássicos, dois defensivos, Javi e Ramires, e dois extremos puros, Coentrão e Di Maria. No ataque nada de novo.
Perante tantas alterações poderia haver o receio de o Benfica não saber responder ao futebol directo inglês. Pelo contrário. O Benfica foi dominador e incomparavelmente melhor que o Everton. Mesmo quando os ingleses tinham a bola, a noção de que o Benfica tinha a situação sob total controlo era óbvia. Por isso as situações de golo sucederam-se naturalmente: Saviola aos 4 minutos deu o aviso. Cardozo aos 40' e Saviola na recarga após bola ao poste, também não conseguiram desfazer o nulo. Até final da primeira parte de realçar a lesão de Ramires, que ficará impedido de defrontar a Naval e quem sabe o Sporting.
Na segunda parte o Benfica manteve-se mais ofensivo e as oportunidades continuaram a surgir, com Di Maria em evidência, após jogadas de contra-ataque rápido, mas não conseguiu desfeitear Howard. Cardozo também dava nas vistas, fazendo um dos melhores jogos que me lembro de ver do paraguaio com a nossa camisola, mesmo antes do golo. A entrada de Pablo Aimar, que veio dar uma dinâmica completamente diferente ao futebol ofensivo pelo corredor central (agora até parecia o Freitas Lobo...) traduziu-se finalmente em golos. O primeiro surgiu num lance de contra-ataque rápido, excepcionalmente conduzido por Di Maria, que soube esperar pela entrada de Saviola até à última hora, endossando-lhe a bola para o pequeno grande avançado fazer o primeiro golo, de pé esquerdo, sem hipóteses para o grande guarda-redes americano.
Com o primeiro lá dentro, o segundo veio naturalmente. Cardozo não está em fora-de-jogo. Fellaini coloca o paraguaio em posição regular, sendo o golo bem validado. Um belo movimento de Tacuara, diga-se. Até final destaque para a entrada de Felipe Menezes que teve mais uns minutos nesta competição, minutos esses essenciais ao crescimento do jogador.
Gostei muito de Amorim. Foi o melhor em campo, tanto na defesa como no miolo. A jogar assim, a ausência de Ramires não será tão notada. Di Maria também esteve soberbo, bem como Cardozo. Não posso dizer que não gostei do jogador "x" ou "y" pois todos estiveram realmente muito bem. Apenas Ramires não conseguiu apanhar o ritmo de toda a equipa, o que também se deveu às entradas bárbaras que sofreu, nomeadamente a de Yakubu.
O apuramento para a próxima fase da Liga Europa é agora uma quase-realidade. Basta 1 pontinho para carimbar o passaporte para continuar a viajar na Europa. Pode ser conseguido já em Borisov, mas convenhamos que o que vinha mesmo a calhar era a vitória, por duas razões: primeiro porque isso garantia o primeiro lugar no grupo, fundamental para evitar alguns tubarões do futebol europeu que provavelmente também se qualificarão em 1º (Roma, Werder Bremen, PSV, por exemplo), mas também aqueles que cairão vindos da Champions (Liverpool, Barcelona ou Inter, Estugarda ou Bayern Munique); a outra razão é que três dias a seguir ao último encontro da fase de grupos da Liga Europa há derby com o Porto, na Luz, para o Campeonato.
Quem programou a derrocada do Benfica após a derrota em Braga enganou-se. Foi no outro lado da 2ª Circular. Siga a onda, segunda é dia de futebol. Todos ao Estádio!
4 comentários:
Uma noite boa, ante um adversário bom, em que o Benfica demonstrou personalidade, carácter e uma grande força física e psicológica, as grandes equipas são assim, reagem bem às derrotas e depois de Atenas, o Benfica venceu em Paços e agora, depois de Braga, voltou a reagir em grande.
Das melhores exibições do nosso Benfica dos últimos anos, forte e personalizada.
O Benfica chegou a ganhar ao Liverpool, mas não da mesma forma. Incrível a evolução deste Benfica.
Parabéns Jesus!
ps: nunca mais passaste no meu poiso "oh pá" :)
voltamos aos tempos do howard king
Eu? dezazucr, eu passo por lá, mas não comento. Aliás, eu raramente comento na blogosfera. Dou-te outro exemplo: muito dificilmente encontras um comentário meu na Tertúlia, no Antitripa, no Mágico SLB, Ilíada ou outros enormes blogues. E visito-os quase diariamente.
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