sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Baltasar Garzón, para reflectir


Baltasar Garzón, el juez estrella, el super juez, como é conhecido nas terras de Mourinho e Ronaldo, foi condenado a suspender toda a sua actividade profissional por 11 anos. O famoso magistrado, uma das mais famosas e respeitadas personalidades da opinião pública espanhola, responsável pela prisão do ditador Pinochet, pelo julgamento de Gil y Gil e pela luta anti-Franco e anti-ETA, vê-se assim impedido de exercer. Porquê? Porque num processo, para averiguar a verdade, ordenou que se efectuassem escutas entre um arguído, membro do Partido Popular Espanhol, e o seu advogado. O PP acaba de subir ao poder em Espanha e Garzón é proibido de exercer.

Para reflectir e pensar no que se passa em Portugal, ao nível da Justiça, mais precisamente no caso Apito Dourado. Estas questões não se esgotam nos árbitros, nos dirigentes e no futebol. Estendem-se à política. Manda quem pode e obedece quem tem juízo.

9 comentários:

JS disse...

JNF,

Consta-me que como juiz tomou acções ilegais como as tais escutas entre advogados e clientes.

Não é um pormenor, a Democracia e o Estado de Direito têm regras por alguma coisa.

Os juízes têm de ter regras também, inclusive aquele que anda a pedir bilhetes para a Champions ao Pintinho depois de absolver Deco nessa manhã. Espero que percebas o que está em causa aqui.

P.S.: Por outras palavras, eu não quero que o Apito Dourado seja/fosse uma cambada de justiceiros perante Pintinhos e Valentins, mas uma justiça séria em que quer acusação e defesa. Aliás, é este protagonismo ou protagonistas que o PC e VL querem.

Pedro disse...

JNF, tu nem calculas como estas coisas funcionam...tu nem calculas o poder que certas forças obscuras têm e a forma como conseguem manipular TUDO.

Justiça, política, imprensa tudo controlado.

No dia em que as pessoas conseguirem acordar para esta realidade vão conseguir como certas coisas se passaram e perceber que cometeram alguns erros de avaliação.

Anónimo disse...

No dia em que soube desta notícia, foi um dia triste para mim. Este senhor, praticamente sozinho, travou uma guerra contra a elite espanhola. Infelizmente, essa elite espanhola ganhou a guerra, porque 11 anos é muito tempo e este senhor é menino para ter 56 anos... ora bem, fazendo aqui estas contas, ele só volta a ser juíz quando tiver 67 anos, e até lá, vão haver pessoas ligadas a essa elite que , digamos, vão-lhe querer limpar o sarampo. Espero que ele tenha a noção disso e faça tudo para se proteger dessa gentalha, pois pessoas como ele é que são necessárias para fazer este mundo um pouco melhor.

Off-topic: Espero que hoje o Benfica ganhe o jogo contra o Nacional. Mesmo com o lado direito fragilizado, em condições normais, o Benfica vai superar o Nacional.

PM

carlos disse...

porra não tem nada a ver! o gajo ordenou escutas para as conversas entre os arguidos e os advogados. por muito que tenha feito para combater a ETA, Pinochet, etc, o que ele ordenou é inconcebível num estado de direito, já que compromete totalmente o direito de defesa dos arguidos.

Unknown disse...

Se não garantirmos a privacidade e confidencialidade entre réus e advogados de defesa, então todo o estado de direito é uma mentira.
O que o juíz Garzón ordenou é verdadeiramente execrável.
A única questão é porque é que em Espanha, o processo dele foi muito mais rapidamente decidido que os processos que ele estava a julgar contra a tal elite.
Se as escutas do processo apito dourado não foram sancionadas por juízes, então não devem ser admissíveis.
O mais estranho é que o MP pede para as fazer por considerar a probabilidade de existir um crime e determinados juízes optam por deixar a marinar as decisões até que os crimes já se tenham cometido ...
Pior ainda quando determinados MPs avisam arguidos que vão ser emitidos mandatos de captura e permitem que certos arguidos dêem à sola antes de serem presos.

Anónimo disse...

Para o Carlos e o Bcool973, eu deixo-vos um pequeno comentário sobre as vossas opiniões:

As autoridades norte-americanas, como por exemplo o FBI, prendem pessoas no seu próprio sem sequer recorrer a escutas (isto é, quase que prendem por prender), quer sejam legais ou ilegais, de uma forma bem mais condenável do que o Baltazar Garzón, e isso tudo com a justificação do Patriot Act, que na minha opinião, é um tratado de segurança contra terrorismo que em alguns aspectos roça o fascismo mais reaccionário.
Apenas quero que reflictam sobre isso.
Se o homem quis protagonismo ou não, eu não vou conseguir confirmar isso... agora que adorava ter 2 ou 3 juízes como este senhor, que os tem no sítio certo, ai isso adorava, quer vocês gostem quer não.

Off-topic: Hoje tenho pena do Jorgito Sousa... hoje ele bem tentou, mas não conseguiu... temo que a azia o não deixe dormir hoje :-).

PM

DeVante disse...

O Jorge e outros...
Tenho saudades do tempo em que se dizia que a nossa pré-época foi mal planeada, que as nossas contratações foram todas erradas, inclusive as vendas e que os lagartos sim contrataram "a dedo" e reforçaram todos os sectores, que os amigáveis foram ridiculamente fixados...enfim...

Ah, e ninguém quer o Gaitas no banco?

xirico disse...

Os franquistas estão novamente a dominar o aparelho judicial e politico.Está lindo está pois em Portugal está a passar-se a mesma coisa.

carlos disse...

anónimo: o sistema penal norte-americano é de uma injustiça atroz, e eu dou graças pelo que temos (e na europa continental em geral), porque impede abusos como o que este senhor cometeu. escutar conversas entre os arguidos e os advogados de defesa é inacreditável e compromete um dos pilares da justiça penal.

o seu argumento é muito contraditório: por um lado critica o patriot act, por outro não condena uma medida que é do calibre dele. reflicta você sobre isto.

que o homem os tem no sítio tem, mas isso não justifica atropelar a justiça.