quarta-feira, 7 de março de 2012

Do Nadir ao Zenit

A série negra de quatro jogos sem ganhar, que nos custou o primeiro lugar no campeonato e quase colocou em causa a continuidade na Champions League terminou e logo com uma vitória que nos coloca nos quartos-de-final da maior prova de clubes europeus pela terceira vez em vinte anos, depois dos êxitos de Artur Jorge em 1995 e Ronald Koeman em 2006.

O Benfica confirmou os bons sinais deixados em São Petersburgo e saiu como justo vencedor do jogo e da eliminatória. Entrando para a segunda mão em desvantagem, o Benfica tomou a iniciativa de jogo (porque o Zenit também deixou, é verdade) e encostou os russos às cordas, gerindo bem a posse de bola mesmo no meio-campo adversário, algo que não soube fazer em jogos recentes. Maxi Pereira colocou os encarnados em vantagem numa jogada de insistência após passe de calcanhar de Witsel. Com Gaitán especado a olhar para o lance, Maxi foi o único que acreditou e se mexeu para ir ao encontro do golo, o sexto em jogos europeus, depois de já ter marcado ao Milan, Marseille (duas vezes), PSG e agora Zenit (duas vezes).

No segundo tempo, já em vantagem na eliminatória, os papéis inverteram-se e foi o Benfica a entregar a iniciativa de jogo ao Zenit. Os nossos jogadores recuaram no terreno, deixaram cair o pendor ofensivo desmesurado que caracteriza esta equipa e, mesmo sem defender muito bem, o Benfica defendeu com muita gente, tapando os caminhos para a baliza de Artur. Ainda assim, as melhores oportunidades foram nossas, com Cardozo primeiro, isolado, a desperdiçar clamorosamente na cara de Malafaeev e depois Nélson Oliveira, entrado para o lugar do paraguaio, a definir mal uma jogada de contra-ataque (3x2). Já sobre o apito final, foi mesmo o jovem avançado português, isolado por Bruno César, a fechar as contas com o 2-0.

Quem está nos quartos-de-final de uma prova não pode deixar de pensar em ganhá-la. Seja quem for, em que prova for. Não somos melhores que muitas equipas nem piores que outras tantas. Há que ser sério e pragmático, atitudes que raramente vi conjugadas em quase três anos de Jorge Jesus no Benfica. Ontem fomos, e bem. Se calhar também foi por isso que vencemos. Agora é esperar por dia 16 para sabermos quem nos calhará em sorte. Que ela esteja connosco.

8 comentários:

PM disse...

Fixe:-).
Eu pedi um post sobre o jogo de ontem e o meu desejo realizou-se.

Obrigado, JNF.

ASS: PM

M disse...

jogos entalados entre Braga e lagartos....complicado....

John Wakefield disse...

Embora continue a defender que o campeonato é uma prioridade, creio que nos dava jeito agora um Lyon (ou um Apoel), um Marselha (ou um Inter) ou um Nápoles (ou um Chelsea). A não ser que existam outras surpresas, aposto passagem do Real Madrid, Barcelona e Bayern que se juntarão ao AC Milão. Estas quatro equipas serão as mais fortes e por isso, devemos evitá-las.

JNF disse...

PM,

os posts sobre os jogos costumam aparecer sempre, depende é da disponibilidade de quem os faz. Convenhamos que acordar antes das 7, não ter net onde se está desde manhã e chegar a casa muitas vezes tarde ou depois de ter estado na Luz... cansa.

Pássaros do sul disse...

OFF TOPIC

Sejamos solidarios

http://vimeo.com/invisible/kony2012

Francisco disse...

Apenas Barça e Real estão num nível superior ao Benfica... Com todas as outras equipas nos batemos de igual.

Anónimo disse...

Se, nalguns jogos, critiquei a equipa técnica e em particular o treinador Jorge Jesus, no jogo com o Zenit tenho de lhes tirar o chapéu. Muito bem na composição da equipa inicial e nas substituições, assim como no momento em que foram feitas (tomara que no jogo com o Porto as substituições também tivessem sido feitas convenientemente). É certo que falar “a posteriori” (i.e. depois do jogo) é fácil, mas impunha-se que a equipa jogasse daquela forma: ao ataque controlado quando estava em desvantagem na eliminatória e ao contra-ataque quando estava em vantagem, para matar o jogo (pena foi o segundo golo ter sido marcado mesmo no final do jogo). Em qualquer das situações, o Benfica dominou por completo o encontro. Os russos poucas hipóteses tiveram de chegar à baliza do Benfica.

Gostaria de destacar alguns dos jogadores: Witsel (talvez o melhor jogo feito ao serviço do Benfica), Maxi Pereira (na primeira parte, foi um autêntico extremo, com mais um importante golo, e, na segunda parte, muito bem a defender, até porque passou a ter um adversário pela frente), Luisão (o capitão que não desiste) e Jardel, foram intransponíveis (Jardel teve até duas hipóteses para marcar golo), Javi Garcia (um mouro de trabalho, fundamental para controlar as operações a meio campo), Bruno César (muito bem a transportar a bola e com boa visão de passe), Nélson Oliveira (só tem que amadurecer um pouco mais e de não ser tão sôfrego)… e até Emerson (carregando um grande fardo às costas, conseguiu, até estar uns furos acima do que tem feito, por isso o mesmo destaque). Mais uma vez o público: 5 estrelas!
Agora venha o Apoel ou o Basileia (se passar a eliminatória)… Deixem-me sonhar, como dizia o Bom Gigante.
MM

SLBruno disse...

Bom posto, concordo com tudo!
Referiste um ponto muito importante ao qual se deve dar real atenção caso queiramos chegar mais além nesta liga milionária... Defender bem... O Benfica comandado por JJ nunca o soube fazer e na terça mais uma vez isso ficou demonstrado. Preocupa-me o defender afunilado, com os nossos laterais muito encostados aos centrais deixando o médio/extremo adversário livre para receber a bola e com possibilidades para correr pelo flanco e centrar ou fazer diagonais em direcção à nossa baliza. Foi essa uma das armas do Zenit na 2º parte com o Bruno Alves a "bombear" bolas para os flancos onde tinha sempre alguém para a receber em condições, compreendo que isso aconteça quando jogamos apenas com o Javi a trinco mas com a entrada do Matic isso não pode acontecer, Matic recuando para junto de Javi dá mais liberdade aos laterais para pressionarem os extremos visto que ficamos com 4 homens (Javi, Matic e os 2 centrais) a defender a zona central...
Apartir de agora (na CL) com equipas muito fortes temos que defender muito melhor, muito melhor mesmo, não vamos jogar com Paços, Nacional, etc... A chave pode passar por aí, marcar as oportunidades que tivermos e defender muito bem!