domingo, 30 de setembro de 2012

Oh tempo, volta para trás!

 
Confesso. Tenho saudades dos anos 90. Não de ver o Benfica ser humilhado por culpa da gestão danosa, não de ver o Artur Jorge, o Autuori da táctica do pirilau ou o Souness da armada inglesa. Não tenho saudades do penta do Porto e dos terceiros lugares do Benfica. Não tenho saudades do Damásio nem do Vale. Não tenho saudades das dezenas de jogadores sem qualidade que aterravam todos os dias na Luz. Mas há uma coisa da qual sinto falta: estádios cheios a fervilhar nas recepções ao Benfica.

O ambiente vivido na Mata Real, uma das pequenas "caixas de fósforos" que sobraram da década de 90, deveria ser uma constante em todos os estádios aquando da recepção aos grandes. O futebol português é, ou deveria ser, aquilo que vi em Paços de Ferreira: adeptos da casa a apoiar fervorosamente a sua equipa e adeptos visitantes apinhados numa bancada atrás da baliza. Os estádios construídos para o Euro-2004, grandes, funcionais, espaçosos, confortáveis, nem sempre bonitos e nunca propícios a um verdadeiro ambiente de futebol, tornaram-se um palco fácil para os três grandes fruto do ambiente que nesses jogos se cria. Agora misturam-se adeptos da equipa da casa e da de fora, em igual número, mais longe das quatro linhas e sem fazerem o barulho que dantes faziam, por oposição ao que acontecia nos anos 90, com campos apertadinhos e repletos de adeptos fanáticos e audíveis da equipa da casa.

Odeio uma deslocação a Leiria, Aveiro ou Coimbra. Tenho saudades de ver o Benfica jogar no Mário Duarte, no São Luís, em Vidal Pinheiro, na Reboleira, na Póvoa ou até mesmo em Santa Maria da Feira. Aquele tempo em que o Benfica e os outros grandes se deslocavam aos pequenos campos dos pequenos, defrontando equipas aguerridas orientadas por treinadores anafados e de bigode em relvados empapados, desapareceu. Hoje há estádios artificiais e treinadores recém-empossados, de qualidade duvidosa mas de origem certa (Porto, pois claro), com discursos longos e aborrecidos.

3 comentários:

jcnaguiar disse...

o Estádio de S. Luis :D o estádio agora tem sofrido remodelações, mas gostei de ver o estádio da minha equipa aqui neste post... e se tudo correr bem daqui a uns 3 aninhos poderá ver-se o Farense no futebol profissional de novo.

David Duarte disse...

Para mim, desses antigos estàdios, o que eu mais gostava era do Màrio Duarte. Tinha tudo isso que falas (pequeno, intimista) mas com a ilusão de ser grande (não era um Vidal Pinheiro).

O São Luis, como é obvio, também tem o seu lugar garantido nestas referência.

Uma referência especial ao Gil Vicente. Construiu um novo Estàdio, moderno, perfeitamente em acordo com o que deve ser um Estadio hoje em dia. Mas este novo Estàdio tem como modelo o antigo, mantendo, mesmo se fora de Barcelos, o mesmo estado de espirito.

Anónimo disse...

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