domingo, 11 de novembro de 2012

No Rio, manda a ave

Diz-se que a velocidade é uma condição necessária para vencer no futebol moderno. Talvez de todas as velocidades, a menos importante seja a que diz respeito à correria. É, a meu ver, mais importante executar depressa que correr depressa. Mas neste Benfica, correr depressa, ainda que mal, é o mais importante. A velocidade furiosa que o Benfica imprime nos seus jogos é impar no futebol português, mas nem sempre (quase nunca, até) é adequada. E hoje podia ter-nos custado pontos.

O Rio Ave justificou em campo o porquê da sua classificação na Liga. Não sendo uma equipa com grandes capacidades físicas nem técnicas, a sua organização e o perigo com que chegam à baliza explicam o 4º lugar na prova. Mas as dificuldades que criou ao Benfica foram, em boa parte, mais concedidas e facilitadas por nós que de mérito próprio dos vila-condenses. O Benfica voltou a dar muitos espaços a defender, a sair com dois e três jogadores ao portador da bola, e perdeu sistematicamente a luta no meio-campo, onde um esforço hercúleo de Matic, sobretudo após a saída de Enzo por lesão, evitou que houvesse mais trabalho por parte dos defesas. Ainda assim, os sobressaltos e a quantidade de vezes em que o Benfica foi posto em sentido foram excessivas. André Almeida fez uma exibição terrível, por oposição ao enorme jogo feito pelos centrais e, claro, por Artur. No ataque, entre o azar de Cardozo e a desinspiração de Salvio, sobraram a energia e desequilíbrio de Ola John, o melhor em campo, na minha opinião, e a letalidade de Lima, que deu mais dois pontos ao Benfica em jogos fora.

Velhos vícios, os mesmos erros, mas, mais importante que isso, três pontos. E de três em três pontos se fazem os campeões. Preocupa-me o facto de o Benfica cometer demasiados erros, sobretudo defensivos, em campo, mas fico naturalmente contente com as vitórias. É, no entanto, necessário apontar estes erros, pois a sorte não dura sempre, ou se preferirem, mais cedo ou mais tarde estes erros poderão ter consequências nefastas (como tiveram no ano passado, por exemplo). Corrijam os erros e continuem a ganhar. Até porque mesmo enfraquecidos no meio-campo, os nossos rivais não são mais fortes do que nós.

6 comentários:

Miguel disse...

Horrível, mais uma vez, Gaitán. Não suporto este jogador, espero sinceramente que saia no mercado de Janeiro. Está a mais no clube. Não só não contribui para não guardarmos a bola, como íamos sofrendo um golo à custa da sua indolência.

Gus disse...

Em grande parte não concordo com o teu comentário. A equipa esteve bem posicionada, organizada a defender e mais equilibrada porque não tivemos as desventuras do Maxi. André Almeida só perdeu o flanco uma vez, na primeira parte. E para jogos fora com equipas mais durinhas, como foi o caso, prefiro isso que o Maxi e as suas correrias que destapam o corredor. Notou-se que a saída do Enzo não foi colmatada, mas o Matic fez um jogo enorme.
Gostei da atitude, da concentração, da seriedade com que os nossos jogadores enfrentaram o jogo, tendo a perfeita noção das dificuldades. E parece-me também que esta equipa do Rio Ave, a continuar assim, não permitirá que outra equipa saia de Vila do Conde com os 3 pontos.
Temos de continuar com esta abordagem ao jogo, mas até final! Prioridade total campeonato!

Anónimo disse...

Aiiiiiiii, se não fosse o árbitro, os 3 pontos já ca não moravam...

Anónimo disse...

Algumas notas breves, condicionadas, como sempre, pelo tempo disponível.

Como podemos defender melhor, se perdemos a dupla do meio campo e Enzo Pérez, que vinha formando dupla com Matic, teve de sair lesionado (mais um!)?

Numa opinião muito pessoal, acho que Kardec devia ter ficado de fora dos eleitos para o jogo (porque já tínhamos no banco de suplentes um avançado,) tendo como contrapartida a entrada de João Cancelo para o banco de suplentes. Quando Enzo Pérez saiu, deveria ter entrado João Cancelo para a direita e André Almeida deveria ter passado para o meio-campo, dando maior consistência defensiva à equipa.

Concordo que Matic fez um grande jogo, compensando, de certa forma, o desequilíbrio que se verificava no meio-campo do Benfica, até porque Bruno César não foi o companheiro ideal para pautar o jogo nessa zona nefrálgica do campo.

Se os nossos avançados tivessem tido mais pontaria (ou, dito de outra forma, ou um pouco mais de sorte), o jogo na primeira parte poderia ter ficado decidido a favor do Benfica e não teríamos passado, na segunda parte, por um certo sufoco.

Discordo da frase final onde se refere o seguinte: “Até porque mesmo enfraquecidos no meio-campo, os nossos rivais não são mais fortes do que nós”. Comparando com o rival do norte do país, não sei se teremos um plantel mais forte. Julgo que, este ano, o Porto está a jogar mais como equipa (é preciso não esquecer que já está apurado para a fase seguinte da Liga dos Campeões), enquanto, no ano passado era muto Hulk dependente. O que nos safa, caso contrário a situação seria mais complicada, é a equipa B.

MM

JNF disse...

Gus,

explica-me se achas normal que a equipa que está em vantagem no marcador a poucos minutos do fim do jogo sofra sucessivos contra-ataques em igualdade numérica. É que isto aconteceu! E uma vez mais, demos o flanco ao adversário não tendo ninguém de prevenção nas costas do lateral quando este é batido (como aconteceu com Miguel Vítor nos últimos minutos). A equipa defende mal, mal, mal e só não sofremos mais golos por inépcia dos adversários.

Anónimo,

enganaste-te no blog, isto não é do Sporting.

MM,

qualquer pessoa que veja os jogos do Benfica sabe que o problema não está nos jogadores mas sim na abordagem ao jogo. Porque mesmo com craques como Javi e Witsel, erros destes já eram cometidos. E não eram por culpa dos referidos atletas, mas sim do modelo tresloucado que é posto em prática.
Quanto à questão que levantas sobre Cancelo, concordo quando referes que deveria ter estado no banco, no lugar de Kardec, mas compreendo a atitude de Jesus ao optar por César na medida em que não queria, certamente, mexer em duas posições de uma só vez.

Anónimo disse...

Jogamos bem na primeira parte, bem posicionados e com um grande Cardoso, o melhor Matic e a classe do Garay, sempre bem apoiado pelo Jardel. Na segunda parte contra o Vento e com dois jogadores a menos ( curiosamente os que entraram, Bruno César e o Gaitan) o SLBenfica soube resistir a um Rio Ave mais atacante. Temos um plantel mais curto e mais fraco estamos a trabalhar bem. Se alguém no final do ano passado me conta-se que o Benfica ia jogar a Vila do Conde sem Luisão, Javi, Witsel, Maxi, Aimar e Gaitan eu dizia que somos o Benfica e temos de ganhar mas pensava que iamos passar muito mal. E afinal foi só aquilo.

Luis