Esta noite foi transmitida a primeira entrevista de Jorge Jesus para a nova época. A primeira imagem com que fico, é de que nada mudou. Passo então a explicar...
Jorge Jesus começa por fazer um balanço da última época, e considera-a positiva. Muito positiva mesmo, pois o Benfica chega às decisões. É verdade que chegámos às decisões, e isso é muito giro. Mas chegar lá, no Benfica, não chega. Não somos um clube de quase, somos um clube de títulos, e uma época que termina sem títulos é, necessariamente uma época má e daí não há volta a dar. Também é verdade que com Jorge Jesus o Benfica subiu no ranking. É verdade. Muito verdade! Mas de que serve argumentar que chegou ao Pote 1 da Champions, enquanto perder pontos com os Spartak's e os Celtic's desta vida.
Face ao bloqueio de final de época, disse ironicamente que se fosse fácil bastava contratar um psicólogo. Posso estar errado, mas desde há um ano que Jorge Jesus dispõe de um motivador profissional no seu grupo de trabalho.
Prosseguindo rumo à política desportiva do clube, Jorge Jesus fala correctamente quando diz que o Benfica só tem futuro se apostar em jovens e os potenciar. É verdade! Diz mesmo que o jogador alvo é o jogador de 19, 20 anos. O problema advém do facto de Jorge Jesus dizer que o Benfica procura estes talentos pelo mundo, palavras dele, ignorando totalmente que por cá também há talentos destes, nomeadamente no clube. E é incoerente quando diz que João Cancelo é demasiado novo para ser realmente aposta, quando tem 19 anos e é apenas 2 meses mais novo do que, por exemplo, Lazar Markovic. Utiliza a mesma argumentação para Jan Oblak, quando afirma que é demasiado inexperiente, e quando vimos o seu historial vemos que um número de jogos de primeira divisão semelhante ao que tinha Julio César quando chegou ao Benfica, e mais do que Roberto. Mais grave: descarta Jan Oblak por ser estrangeiro e tal facto complicar as contas de jogadores para a Champions, quando na realidade, Jan Oblak conta como formado em Portugal.
Quanto às suas qualidades, Jorge Jesus não hesita em assumir-se como potenciador de talentos. Mas não é verdade que só Saviola fosse já reconhecido internacionalmente: Garay, Ramires, Witsel, entre outros, já o eram. E Lima já apresentava bom cartel em Portugal.
Quanto à época que se segue, Jorge Jesus fala em ter uma equipa mais forte na época vindoura do que na época finda. Tem lógica: até agora só reforçou e não perdeu qualquer jogador fundamental da última temporada. Jorge Jesus mostra-se no entanto preocupado em perder Matic. Eu também estou. e há que reconhecê-lo, Matic é a verdadeira Masterpiece, de Jorge Jesus. Trabalho notável do técnico do clube. Ainda relativamente ao futuro, Jorge Jesus anuncia que o Benfica contratou já dois centrais. Mirkovic e Steven Vitória, pensei eu! Errado. Jorge Jesus anunciou a contratação de Lisandro Lopez, além da de Mitrovic já conhecida, e ignorou totalmente o central português, já contratado e apresentado, dando a entender, à posteriori, que apenas foi contratado por ser Português. No fundo, para encher chouriços... Falou ainda da situação Cardozo. E aí, mentiu. Sim, é verdade que o futebol do Paraguaio evoluiu com Jorge Jesus. Mas mente quando diz que ele não jogava. Nas duas épocas anteriores, Oscar Cardozo já era o ponta de lança com mais minutos de utilização no clube, e com certeza que não foi com JJ que Cardozo descobriu o rumo do golo: já vinha de duas épocas como melhor marcador.
Jorge Jesus diz ainda que o Benfica está próximo de conquistar a hegemonia do futebol português. Lá está, parece que importante é estar próximo. Eu não quero estar próximo, eu quero ganhar, e não é o meu clube que é tricampeão nacional.
Para finalizar, Jorge Jesus, num momento como este é ofensivo para os portugueses queixar-se do que desconta. E quando fala do 32º título ter sido consigo, convem recordar que já lá vão 3 épocas, e que com o seu trabalho é convidado para fóruns dos treinadores de TOP, quando um pino de nome Vítor Pereira foi convidado para os mesmos fóruns. Finalmente, não foi só com Jorge Jesus que chegámos aos quartos da Champions. Koeman também chegou lá, eliminando o, na altura, campeão europeu em título, e sendo também eliminado unicamente pela equipa que se viria a sagrar campeã europeia.
Como nota final: não compreendo como Jorge Jesus pôde conhecer o Museu Cosme Damião antes de mim.
Mas no fundo, eu quero é ser Campeão.