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terça-feira, 20 de agosto de 2013

O "caso Cardozo" está explicado

Depois de carradas de golos pelo Glorioso não lhe iam estragar as férias com uma multa de 65 mil euros. Coitado do homem... O que lhe diria a mulher? E os filhos a chorar que já não iam à praia?!

Assim pode ir de férias descansado, e paga agora, depois de ter cumprido as suas obrigações familiares.

É mesmo assim presidente. O sr. é um grande humanista.
Um homem sensível às dificuldades que se vivem neste momento de crise!

Obrigado Vieira!!!!

domingo, 19 de maio de 2013

O Mesmo de Sempre

Há coisas que recordamos e retemos na nossa memória e não sabemos porquê. Era eu bem pequenito e numa das minhas leituras de sábado do jornal A Bola, no chão da cozinha, pensava que o Porto, após conquistar mais um campeonato, apanharia mais dia menos dia o Sporting. O Porto ganhava o seu 15º título, o Sporting tinha 16. Estávamos em 1996 e o Benfica somava 30. Passados nem vinte anos, o Porto encurtou a desvantagem de quinze para cinco. É revelador do que sem tem passado em Portugal.

E o epílogo da época não poderia ter outro acontecimento tão simbólico, quase tão metafórico como a saída da águia rumo à Avenida Lusíada. Sim, a Vitória, mesmo à última, tal como o seu clube, não atingiu o objectivo. A águia não poisou onde deveria. Falhou o alvo. Errou o destino. Fracassou. Fraquejou. Desapareceu.

Termina assim uma época diferente de todas as outras, mas com o fim de quase todas elas. O Benfica falhou. Em última análise, por muitos paninhos quentes que se tentem colocar, a verdade é que o Benfica não foi suficientemente competente para conquistar aquilo que parecia tangível no início de Maio.

Termina da forma que não queríamos que terminasse. Porque foi injusto para nós, adeptos, mas também para os jogadores. Este grupo de atletas do Sport Lisboa e Benfica deixou a pele em campo e honrou o clube até à última gota de suor. Pela primeira vez em muitos anos, acho que não se pode apontar nada a estes jogadores. Nem ao treinador. Sim, Jesus, o mesmo que eu em tempos defendi que deveria ser demitido, merece uma palavra de apreço pelo muito que fez com este plantel que Vieira descaracterizou em absoluto com as saídas de Javi, Witsel, Nolito e César, sem nenhum substituto. Mas sobre Jesus falarei noutro post, mais tarde.

Serve isto para dizer que o Benfica perdeu o campeonato num dos dias mais felizes da minha vida desportiva. Num dos dias, talvez mesmo "no" dia em que vi, finalmente, "o" Benfica. Foi numa quinta-feira, na Luz, com o Fenerbahçe. Nessa noite, enquanto os jogadores do Benfica faziam o jogo das suas vidas, enquanto corriam como se não houvesse amanhã, estavam a desgastar-se a tal ponto que arriscavam a perda do campeonato. E foi isso mesmo que aconteceu. Com um plantel com reduzidíssimas opções de qualidade para a chamada "segunda linha", o Benfica acabou por perder o campeonato enquanto chegava a uma final europeia 23 anos depois. E não censuro os jogadores nem Jesus por terem dado tudo o que podiam na prova europeia. Porque não deve haver vergonha em morrer a tentar. Porque desistir não é ser Benfica. Perder também não, mas não é vergonha perder. Vergonha é desistir. E apesar de todos os desgostos e amarguras que este fim de época me/nos trouxe, acho que nunca senti tanto orgulho como hoje em Ser Benfica.

O futebol é assim mesmo, por vezes justo, muitas vezes injusto, e dá-nos grandes lições. O Benfica e os benfiquistas aprenderam muitas nos últimos 15 dias. Uma das quais é que a festa faz-se no fim. Não se faz no relvado dos Barreiros. Não se faz alugando e vandalizando a estátua do Marquês de Pombal. Os títulos festejam-se no fim, quando estão ganhos. O Benfica acabou por sucumbir também perante a soberba dos seus adeptos. Mas não caiu de joelhos como Jesus no Dragão. Caiu de pé. Reforço: tenho muito orgulho naquilo que os jogadores conseguiram. Não me satisfaz, mas não lhes posso apontar nada.

Mas o Benfica é grande, e se por outras vezes na sua História soube recuperar de pesadelos e provações maiores que estas que vivemos hoje, não será isto que deitará o clube abaixo. Porque apesar de tudo, o Benfica de ontem, de hoje e de amanhã valeu, vale e valerá pelos seus adeptos, sejam eles quais forem. E espero que os adeptos voltem a ganhar a exigência que entretanto perderam. Lembram-se das palavras de Diamantino ainda antes do jogo com o Estoril? Profético. O Benfica não pode ganhar de vez em quando. Tem de ganhar muitas e muitas vezes. Ganhar tem de deixar de ser algo esporádico para passar a ser um hábito. O Benfica reerguer-se-á. Só não sabemos quando.

A verdade é que urge ganhar. O Benfica não pode continuar a viver das vitórias do passado. Precisamos de ganhar amanhã, porque hoje já era tarde e ontem era tardíssimo. E é isto que me chateia profundamente. Temos de ganhar. Temos de querer ganhar. E precisamos de cultura desportiva, de cultura da vitória. Porque senão, continuaremos estupidamente felizes com um campeonato ganho a cada cinco anos. Porque a continuar neste ritmo que estamos, quando alguém perguntar a três adeptos do Sporting, Benfica e Porto sobre se se lembram de quando ganharam o último campeonato, as respostas serão "Não", "Sim" e "Qual deles?!", respectivamente. E eu quero deixar de me referir "ao ano em que fomos campeões" como "aquele ano". Quero confundir-me com os vários campeonatos ganhos. E olhando para este Benfica actual, vejo no relvado e no banco (sim, Jesus, esse mesmo) gente que me pode dar essas alegrias. Mas na tribuna não há ninguém.

Foi um prazer. Até sempre.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O milagre financeiro

Não são 20. Não são 40, nem tão pouco 50. São 80. 80 milhões.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Dez metas para quatro anos de mandato

Vieira prepara-se para, numa questão de dias, tornar-se no presidente que mais tempo esteve ao leme do Sport Lisboa e Benfica. Apesar de outros nomes históricos do nosso clube terem cumprido também quatro mandatos, como Borges Coutinho, nenhum esteve tantos anos como presidente do Benfica quanto o dramaturgo e escritor Bento Mântua (1917-1926), cujo record será brevemente suplantado por Luís Filipe Vieira. O actual presidente terminará o mandato que agora inicia com 67 anos, idade que aliada às pessoas que escolheu para se rodear sugere que a reforma ocorrerá no final do mandato. Por isso mesmo, nestes quatro anos que parecem ser os últimos de Vieira à frente dos destinos do Benfica, quais as grandes metas, os grandes desafios e o que podemos e devemos esperar a nível desportivo, financeiro e de militância? Eis os dez objectivos ou metas estabelecidos que eu defino como cruciais para os próximos anos do Sport Lisboa e Benfica:

Três campeonatos

É ambicioso, para um presidente que em dez épocas ganhou dois campeonatos, definir como objectivo três títulos no espaço de quatro anos. É possível? É sim senhor. É provável? Não. Não acredito que o Benfica vença três dos próximos quatro campeonatos, este incluído. Falta-nos uma estrutura profissional que se preocupe 24 sobre 24 horas com o futebol. Enquanto na lista de prioridades os negócios pessoais estiverem à frente do futebol do Benfica, ganhar um campeonato que seja já será bom, por vezes até fruto do acaso ou de demérito de outros. Ainda assim, devo dizer que o mínimo que eu exijo ao meu clube, e sendo realista, é a conquista de dois campeonatos até ao fim da época 2015/2016. Três seria fantástico, dois já seria bom. Realisticamente, é isto.

Uma final europeia

Outra promessa que rapidamente cairá em saco roto. Uma final europeia, mesmo parecendo que não, é sempre difícil de alcançar. Nos últimos dez anos, o Porto, por três vezes, conseguiu esse feito. O Braga e o Sporting também, uma vez cada, e até o Boavista esteve a dez minutos de Sevilla em 2003. Olhando para estes números até nem parece difícil, mas é. Se o Benfica fizer boas prestações na Liga dos Campeões, alcançando sistematicamente os oitavos-de-final da prova, cumprirá com aquilo que penso serem as obrigações reais do clube. Uma ida a uma final europeia pressupõe, a meu ver, a final da Liga Europa, já que a da Champions se encontra muito "distante". Isso sim, seria tangível. Mas a verdade é que para se andar na Liga Europa é preciso fazer más campanhas na Champions ou nem meter lá os pés. Seja o que for, uma final europeia é sempre uma final europeia, e alcançar uma nos próximos quatro anos seria um enorme sucesso.

Cinquenta títulos nas modalidades

Um número ambicioso, sem dúvida, até para o que tem sido feito num passado recente. Mas atendendo às dificuldades orçamentais dos adversários (que também as têm, não somos só nós), até pode ser "facilmente" alcançado. Tracemos objectivos: para o Futsal, vista a bicefalização da modalidade, completamente dividida entre Benfica e Sporting, ganhar metade das provas nacionais disputadas seria um objectivo realista. Para o Basquetebol, face à ausência de adversários ao nosso nível, três campeonatos, três taças, duas taças da liga e três supertaças são metas possíveis. No Voleibol temos obrigação de fazer bem mais e bem melhor do que temos feito: três campeonatos, duas taças e duas supertaças são possíveis. No Hóquei em Patins a situação é complicada até pelo verdadeiro sistema intrinsecamente instalado na modalidade. Ainda assim, acredito na conquista de um campeonato, duas taças e duas supertaças. Por fim, no Andebol, modalidade onde se investiu muito para esta e, suponho, com vista para as próximas temporadas, arrisco dizer que apesar da concorrência, o Benfica pode ganhar dois campeonatos, três taças internas e duas supertaças. Contas feitas... 36 títulos. Onde é que Vieira vai buscar os 14 títulos que faltam? Ao Atletismo? Às outras modalidades mais "pequenas"? Ao futebol? Não sei. Para mim, o quarto mandato de Vieira precisa de pelo menos 36 títulos nas principais modalidades de pavilhão para obter nota positiva.

Direitos televisivos

Nunca extremei a minha posição relativamente aos direitos televisivos por uma razão muito simples: há imenso dinheiro envolvido neste assunto. E dizer não à SportTv sem olhar para a sua proposta pode ser uma imbecilidade. Não estou satisfeito com o que os jornalistas desse canal dizem a respeito do Benfica, não gosto da vassalagem ao Porto e o dono da empresa repugna-me profundamente. No entanto, há ofertas irrecusáveis. A dos ditos 40 milhões seria uma delas. Claro que hoje tal parece impossível, mas qualquer proposta acima dos 26 milhões anuais, por oposição aos 8, penso, que lucramos anualmente com esta parceria, seria bastante interessante. Por outro lado, a transmissão dos jogos na Benfica TV seria um motivo de enorme orgulho uma vez que assumiria um papel pioneiro a nível nacional e internacional na forma de fazer chegar a casa das pessoas os jogos da equipa mas também porque tornaria o Benfica independente de um dos braços do sistema. Qual a melhor solução? Sinceramente, não sei bem. Por um lado, acho que uma renovação com a SportTv por um valor superior a 26 milhões de euro anuais seria um bom negócio. Por outro lado, a transmissão dos jogos na televisão do clube, além de revolucionária, poderá trazer lucros e benefícios interessantes para o nosso clube. Esperar para ver.

Passivo

Parece que são 426 milhões de euros com capitais negativos à mistura, o que resulta numa situação denominada de falência técnica. Num Benfica que se quer ganhador mas poupado, não se pode gastar tanto dinheiro para obter tão escassos resultados. Vieira prometeu baixar drasticamente os gastos, o que deveria, naturalmente, reflectir-se numa redução do passivo. No entanto, pela imprevisibilidade que assola estas questões financeiras, e também pelos meus parcos conhecimentos na matéria, creio que é exigível ao Benfica fazer pelo menos melhor que os dois rivais.

Duas Taças de Portugal

O Benfica encontra-se num jejum histórico de Taças de Portugal (nenhuma conquistada nos últimos oito anos), superando o registo negro alcançado entre Damásio e Vilarinho, averbando também o record negativo de ausências consecutivas no Jamor (sete, a última em 2005, pela mão de Trapattoni). Vencer duas Taças de Portugal, prova rainha do nosso país, ainda a verdadeira festa do futebol, será, mais do que bom, uma obrigação e um alívio. Menosprezar esta competição é desconhecer a sua importância e a própria identidade do Benfica. A Taça de Portugal não é importante. É importantíssima.

Formação na equipa principal

Em 2016 cumprir-se-ão dez anos sobre o fim das obras no centro de formação no Seixal. Por essa altura já a equipa B terá quatro anos. Tempo mais que suficiente para inverter a tendência de ausência de jogadores portugueses e de jogadores formados no clube no plantel principal. Não estamos melhor nesta matéria do que estávamos há seis anos, por altura da construção do Seixal. Nem sequer estamos melhor que há dez ou doze anos. É grave e explica em parte a ausência de sucesso desportivo do Benfica. Um clube no qual os seus elementos não encontram motivos de identificação, dificilmente pode aspirar ao sucesso, a menos que seja muito melhor, muito mais forte que os rivais. Quando tal não acontece...

Quotas, bilhetes e cativos

Baixar o preço não é difícil, complicado é mantê-los. Para a situação actual dos portugueses, o preço das quotas (13 euros por mês) é elevado, sendo inclusivamente maior que as do Porto (não sei quanto custam as do Sporting), tal como acontece com os preços dos bilhetes para os jogos e com o preço dos cativos. Os dirigentes devem preocupar-se com o que os sócios e adeptos podem pagar. As primeiras medidas nesse sentido parecem ter sido tomadas, com a redução do preço dos bilhetes para o jogo com o Guimarães, mas é preciso manter. Veremos se, em quatro anos, esta será uma tendência para manter. Assim espero.

Aumentar a militância e associativismo

Um Benfica com mais sócios será sempre um Benfica mais forte. Um Benfica em que os sócios sejam mais activos e onde participem de forma empenhada na vida do clube será sempre um Benfica mais forte. Um Benfica onde os sócios e adeptos estejam presentes no estádio e nos pavilhões será sempre um Benfica mais forte. Um Benfica em que haja mais espírito crítico, mais propostas e maior envolvimento dos sócios será sempre um Benfica mais forte. São estas as tarefas que a actual direcção tem para os próximos quatro anos: angariar mais sócios, aumentar as assistências no estádio e nos pavilhões, promover e incrementar a participação dos sócios na vida activa do clube.

Revisão estatutária

Os actuais estatutos do Benfica são uma ofensa à democracia que desde sempre vigorou no nosso clube. A revisão do número de anos necessários para uma candidatura às eleições, o número de votos a que cada sócio tem direito e coisas mais simples, quase triviais, como os dias das Assembleias-Gerais têm de ser revistas. É simples, é fácil, mas é preciso coragem para o fazer. Coragem e a demonstração de que não se está agarrado ao poder.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Depois de ti, mais nada


(a melhor caricatura do Benfica de Vieira)

Nem sol, nem madrugada. Só trevas. Os mais de 1000 benfiquistas que festejaram euforicamente a reeleição de Vieira no pavilhão número 2 da Luz dificilmente terão motivos para celebrar algo da mesma forma tão cedo. Cerca de 8,5% dos sócios do clube reconduziram na presidência um dos maiores falhados (a nível de sucesso desportivo, porque o bolso pessoal está cheio) da nossa História. Vieira, o homem que pede união mas que no minuto seguinte manda os sócios para o caralho (sic), Vieira, o homem que quer unir os benfiquistas mas que no minuto seguinte refere-se a uma meia dúzia que só quer perturbar, Vieira, o amigo dos inimigos do Benfica, Vieira, o vendedor de promessas, de sonhos e de ilusões, Vieira, o homem que tem o dobro de eleições ganhas que campeonatos, Vieira, Vieira, Vieira. Os sócios decidiram, está decidido. Vão continuar a ter o Benfica que merecem, apesar de não ser "o" Benfica. Terão o Benfica que ficará atrás do Porto, o Benfica que mente aos sócios, o Benfica das derrotas humilhantes e dos passivos monstruosos. Cada um tem o que merece e nós, infelizmente, merecemos isto.

Foram feitas promessas no campo dos direitos televisivos, foram renovados votos de sucesso desportivo, a cassette de vieiradas crónicas foi posta em alta voz e quem acreditou no que ouviu foi lá botar a cruzinha na lista A (para alguns, literalmente, a única lista disponível para votar, por erro incompreensível, ou não, do sistema). À primeira todos caem, à segunda só cai quem quer, à terceira só os menos inteligentes, à quarta, bom, à quarta já vocês sabem.

Faz muita impressão ver este Benfica actual. Um clube onde os nossos inimigos se sentam a nosso lado, um clube onde os nossos rivais dirigem os destinos do clube e, pior que tudo, um clube onde os sócios assistem, amorfos, impávidos e serenos a todo este assalto ao clube. Este record de votantes, tão amplamente saudado pelos benfiquistas, é só, ainda que à primeira vista pareça estranho, a confirmação do desinteresse existente pelo clube. Em 2000, quando tínhamos cerca de 85 mil associados, votaram cerca de 21.000 pessoas. Em 2012, com mais 175 mil sócios em relação a 2000, votaram apenas mais 1000. Se isto vos parece positivo, não sei o que de dizer.

A cereja no topo do bolo e prova de que os benfiquistas esquecem constantemente o seu passado chama-se Manuel Damásio. O primeiro de uma linhagem de quatro presidentes que destruiu o clube, cuja gestão desportiva e financeira foi marcada pelo caos, com os resultados desportivos que se conhecem, e sobretudo as amizades com Pinto da Costa e a vinda e apoio a Artur Jorge, tudo isto foi esquecido nesta sexta-feira na Luz. Damásio foi recebido como quase-herói, entrevistado como um "notável", sendo ainda aplaudido por muitos benfiquistas. O que se pode dizer dos sócios que aplaudem quem ajudou a destruir o clube?

O que vai acontecer nestes quatro anos de mandato, os mais longos de uma presidência no Sport Lisboa e Benfica? Serão as promessas cumpridas? Ganhará três dos próximos quatro campeonatos? Conseguirá o Benfica chegar a uma final europeia? Os 50 títulos das modalidades são tangíveis? A rotura com a Olivedesportos é mesmo para ser consumada? O mesmo Vieira que apela à memória dos benfiquistas sabe que ela é efectivamente curta e tem consciência de que pode, ao fim de 13 anos de trapalhadas, sair pela porta grande se ganhar dois campeonatos ou se continuar a empreitada das construções e dos fait-divers próprios de quem não ganha porra nenhuma. Tem o clube e os sócios na mão. O Benfica é nosso? Mentira, é de Vieira.

P.S. Uma nota ainda para o "poder" da blogosfera. É curioso observar que os bloggers que acusam a blogosfera de ser presunçosa ao ponto de achar que pode decidir eleições se esquecerem que estes "presunçosos" sempre disseram, ao contrário de outros blogs, que o nosso poder era e é muito limitado precisamente por não chegarmos à maior das franjas de votos benfiquistas. Não tenho a certeza se são desatentos ou hipócritas, mas pelo que venho observando, nem o menos hipócrita dos homens conseguiria ser tão desatento.

P.P.S. Ao contrário do que se passou nos últimos dias, neste post, e pelo menos comigo, certos e determinados comentários não passarão. Já se faz tarde, tenho de ir dormir, vou contar carneirinhos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Votos em cadeia

Este sou eu. E estas são três pessoas. E eu vou fazer com que votem em Rangel. Depois, cada uma destas três pessoas vai convencer outras três a votarem nele e assim sucessivamente.

É preciso convencer os benfiquistas. É necessário promover uma enorme mobilização para estas eleições. É nosso dever convencer os amigos, os conhecidos, os amigos dos conhecidos, o pessoal do trabalho, a malta da faculdade e por aí adiante, a votarem em quem acreditamos.

Na sexta-feira decidem-se os próximos quatro anos de Benfica. Os sócios vão às urnas naquela que será, quase seguramente, a maior votação de sempre da História do Clube. Resta saber o que querem os benfiquistas: continuar ou mudar? Avalizar mais quatro anos de Vieira e da sua política no clube, com tudo o que tem de bom e, sobretudo, por ser em maior quantidade, de mau, ou mudar para Rui Rangel e a sua lista de benfiquistas.

A partir de sexta-feira teremos um novo (ou velho) presidente. Gostem ou não da ideia, um dos dois, Vieira ou Rangel presidirá os destinos do Benfica. É impossível agradar a gregos e troianos e, do que tenho visto, mesmo entre gregos e troianos há quem não goste nem de um nem de outro, equacionando não votar ou votar em branco. E fazê-lo, neste caso, não me parece correcto. Engulam o sapo, como alguém disse tão sabiamente, e decidam-se. Não se demitam desta responsabilidade que é votar em quem nos vai governar até 2016. Alguém vai ter de ser, escolham. Votar em branco, reforço, é a demissão das responsabilidades enquanto benfiquistas, é mostrar que se tem medo de decidir o que se quer para o futuro do clube. Neste momento, é isso mesmo: medo. Votar em branco é a escolha mais fácil, é o caminho mais simples. Votando em branco, o benfiquista dirá, com natural facilidade daqui a quatro anos que "as coisas correram mal como eu previa e foi por isto que não votei no actual presidente". Têm medo de votar em alguém? Têm medo de tomar decisões sérias e importantes? Acertando ou errando, há que assumir responsabilidades e votar em alguém. Eu já escolhi e voto Rangel. Nos próximos quatro anos cá estarei para defender a minha escolha até mais não ser possível, mas sempre com a consciência que no dia 26 de Outubro votei na pessoa que poderia dar um melhor presidente do Benfica. Por isso, deixo-vos a questão: quem é que dará um melhor presidente? Vieira ou Rangel? Branco vai a votos, mas não governará. Escolham.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Porque não voto em Luís Filipe Vieira

Tudo na vida tem um tempo. E a meu ver, o tempo de Luís Filipe Vieira à frente do Benfica acabou. Se calhar até já tinha terminado há três, mas por ausência de oposição minimamente credível, lá continuou. Hoje, face à situação actual, perante o que já fez pelo Benfica e sobretudo pelo que fica por fazer por manifesta incompetência na área de redução do passivo e na vertente desportiva, não tenho grandes dúvidas de que Vieira deve sair do Benfica.

Sejamos honestos para nós mesmos: Vieira teve um papel muito importante na reconstrução da credibilização do Benfica. Hoje somos um clube credível (se calhar até é maior a fama que o proveito) e em boa parte isso se deve a Vieira. No período entre 2003 e 2006, Vieira foi um bom presidente, conseguiu devolver a competitividade em campo à equipa de futebol, perdida há já alguns anos, e venceu uma Taça, um campeonato e uma Supertaça numa fase ainda embrionária do seu projecto para o Benfica. O clube contratava com algum critério apesar de nos terem calhado vários flops na rifa, apostava-se na formação e nos jovens valores portugueses e andávamos na luta pelos títulos. Se tivesse saído em 2006, não tenho dúvidas que Vieira seria lembrado pelos benfiquistas como um dos que mais tinha feito em menos tempo.

Mas eis que chega Janeiro de 2007 e, coincidência ou não, com a saída de Veiga, o Benfica perdeu o campeonato. Após fantástica recuperação encetada no Outono, o Benfica, pela mão de Vieira, desfaz um plantel bastante equilibrado vendendo Ricardo Rocha, Alcides e o mexicano Fonseca, que se começava a mostrar de águia ao peito, deixando a equipa órfã de defesas e de avançados. O plantel acaba a época de rastos, com as saídas a fazerem-se sentir e com a equipa a morrer na praia tanto no campeonato como na UEFA. No verão, as saídas de Simão, Manuel Fernandes, Miccoli e Karagounis, a preço de saldo, deram o mote para uma época sofrível em que a contratação de mais de uma dezena de sul-americanos sem experiência na Europa não ajudou ao sucesso da equipa. Após três boas temporadas em termos organizativos, o Benfica começava a falhar. Daí para a frente, as épocas da equipa de futebol seriam marcadas por um quarto lugar (07/08), um terceiro em que acabámos a lutar com o quarto (08/09), uma época de excelência em que fomos campeões à tangente (09/10), uma época de humilhações em catadupa (10/11) e uma época em que tivemos tudo na mão e deitámos tudo a perder (11/12). Cinco épocas, uma de êxito, quatro de desastre. No plano desportivo, o investimento foi brutal e os resultados ficaram muito aquém do exigido. Desportivamente, este não é o meu presidente. São demasiados anos a acumular insucessos e derrotas para continuar na cadeira do poder. Eu quero um Benfica ganhador dentro de campo e Vieira já provou que não me pode dar esse Benfica.

Fora dos relvados, Vieira também não me conquista. É um demagogo, um populista e não raras vezes abusa do baixo nível para se referir aos adeptos do clube a que preside, desconsiderando-os vezes sem conta em ocasiões tão distintas como ao oferecer bilhetes grátis nuns quartos-de-final de uma prova europeia depois de milhares de sócios já terem comprado os ingressos a preço de ouro ou ao estar a falar ao telemóvel durante uma AG do clube. Mas se nos ficássemos só pela parte pessoal não seria de extrema gravidade. O problema é que fora dos relvados, Vieira não termina aqui. Apoiou corruptos para os lugares de poder na Liga e tem um passado escabroso enquanto sócio dos outros dois rivais do Benfica e está neste momento mais interessado em abrir Casas do Benfica na véspera de eleições ou nos negócios pessoais que tem espalhados pelos quatro cantos do mundo, deixando o Benfica para segundo plano. Temos um presidente que já nem se preocupa em fingir que se importa com o clube a que preside. Temos um homem que usou um clube como trampolim social e económico para passar de zero a milionário. Vejam onde estava Vieira na lista dos portugueses mais ricos em 2002 e onde está dez anos mais tarde. Assustador.

Por fim, relativamente ao que se tem passado neste período de campanha eleitoral, a atitude, a postura e o programa de Vieira deixam muito a desejar. As constantes comparações entre Vale e Azevedo e Rui Rangel são indignas e em nada se relacionam com a atitude ou com o projecto do adversário da lista B. A necessidade de invocar a expressão "ou eu ou o caos" é de uma demagogia atroz e reveladora dos tiques e espírito ditatoriais do actual presidente. A mais recente medida de baixar os preços das quotas e dos bilhetes é a prova de que o homem não olha a meios para tingir os fins. A inflexibilidade em aceitar um debate televisivo demonstra a incapacidade e inépcia em debater qualquer tema relacionado com o Benfica a não ser que esteja a ler uma folha escrita por João Gabriel. E o seu programa eleitoral consiste num conjunto de vinte e poucas páginas mal amanhadas, repletas de nomes de apoiantes, com a obra feita e com zero, reforço, zero medidas para o futuro.


Como posso eu votar num homem que apoiou Fernando Gomes e outros corruptos para a Liga, que diz que o Major é uma pessoa séria, que fez negócios muito vantajosos para o Porto enquanto presidente de outro clube, que não é benfiquista desde berço nem desde os 10, 20, 30 ou 40 anos, que festejou vitórias do Porto nos camarotes das Antas, que andava de braço dado com Pinto da Costa em tempos idos, que classifica quem lhe faz oposição interna e construtiva como abutre ou papagaio, e que, pior que tudo isso, adulterou, forjou, falsificou, o que quiserem, a ficha de inscrição de sócio para poder ser presidente do Benfica?! Como posso eu e como pode alguém com um pingo de vergonha na cara votar neste sujeito?!

O Benfica, ao contrário do que vem escrito no micro-programa do candidato Luís Filipe Vieira, não precisa nem pode "continuar" ou "manter". É preciso "mudar". Mudar para mais e para melhor. Depois destes nove anos de trabalho, sei que Vieira não tem aquilo que eu quero e desejo para o meu clube. Já houve tempo para a reestruturação financeira, para o relançamento na Europa e para a conquista de títulos nacionais em série. O terceiro objectivo, aquele a que se propôs no início do mandato que agora finda, falhou rotundamente. Vieira não é o presidente que o Benfica necessita para ganhar títulos. Não sabe como o fazer e tenho sérias dúvidas que queira até porque na vida há coisas bem mais importantes que gerir um clube de futebol (vide os negócios pessoais do senhor, espalhados por Angola e pelo Brasil). O sonho que eu tenho para o Benfica, para o meu Benfica, é de o ver ganhar consistentemente. E sei que com Vieira ao leme, esse sonho não se concretizará, como ele mesmo provou ao longo de uma década. Por tudo isto, não voto em Luís Filipe Vieira.

Se eu te dissesse...

- que as vendas de jogadores seriam elevadas à condição de títulos;
- que haveria uma promiscuidade entre o presidente e um jornal desportivo;
- que se apoiariam os corruptos para os lugares de poder da Liga;
- que teríamos um presidente perdedor por dez anos;
- que ganharíamos apenas dois campeonatos em dez;
- que ganharíamos apenas uma Taça de Portugal em dez;
- que bateríamos um record de anos consecutivos sem ir ao Jamor;
- que o passivo iria quadruplicar;
- que o treinador gozaria com os adeptos dizendo que achava possível ganhar a Champions;
- que a demagogia se apoderaria do nosso clube;
- que pessoas anónimas que escrevem na internet seriam perseguidas pela Direcção do clube;
- que os adeptos estariam contentes com os resultados medíocres do futebol;
- que um treinador perdedor se tornaria no indivíduo mais bem pago de sempre da história do clube;
- que o entreposto de jogadores continuaria;
- que os grandes cargos de decisão e de poder no clube estariam ocupados por sportinguistas e portistas;
- que faríamos duas épocas consecutivas sem defesa esquerdo;
- que se investiria mais que nunca e se perdesse como sempre;
- que se mentiria de forma inadmissível aos sócios;
- que o Porto nos ultrapassaria em número de títulos de futebol;
- que um treinador pusesse e dispusesse como nenhum outro alguma vez teve esse direito;
- que se despediriam treinadores à primeira jornada;
- que haveria um clube de boxe à saída das AG's para se fazer sentir a quem não se portasse bem;
- que as claques seriam instrumentalizadas para serem um braço armado do presidente;
- que os maiores inimigos do Benfica seriam os melhores amigos do presidente;
- que Salvador, Oliveira, Serpa, entre outros, iriam às Galas e para os camarotes da Luz;
- que os adeptos seriam agredidos por polícias e adversários e a direcção se calasse;
- que os adeptos aprovariam peitadas aos árbitros;
- que o Major era um pessoa séria; 
- que teríamos um presidente que só apareceria para dar entrevistas com o clube na mó de cima;
- que o campeonato ganho em 2005 não deveria ter sido ganho, mas que se tolerariam terceiros e quartos lugares;
- que se venderia o ganha-pão de uma equipa (Simão) em vésperas de começar o campeonato;
- que o presidente desculpar-se-ia com o facto das celebrações atrapalharem a preparação das épocas;
- que o clube envolver-se-ia em negócios obscuros de largos milhões de euros;
- que os empresários mandariam mais no clube que os próprios sócios;
- que teríamos um homem para o qual a sua religião é o FC Porto a trabalhar nos nossos quadros;
- que se prometeria resolver os direitos televisivos até certa data e 8 meses depois não haver notícias;
- que se festejariam golos do Porto antes de vir para o Benfica;
- que teríamos um plantel com pouquíssimos jogadores portugueses e um onze titular sem um único para amostra;
- que a Direcção não defenderia os adeptos agredidos e humilhados em vários estádios do país, nomeadamente em Braga e no Porto;
- que se antecipariam eleições de modo a não ter oposição;
- que se monopolizaria a Benfica TV para ser a Vieira TV;
- que qualquer foco de contestação interna seria alvo de "convites" para silenciar a crítica;
- que toda a oposição seria considerada prejudicial à vida e democracia do clube;
- que se usaria o jornal do clube para falar mal dos sócios;
- que teríamos comentadores profissionais que insultassem os adeptos do Benfica;
- que se cuspiria nas antigas glória do clube, como Torres ou Veloso;
- que passados 10 anos continuaríamos a apoiar o Sistema elegendo pessoas como Fernando Gomes;
- que se gozaria com os sócios que pagaram exorbitâncias pelos Red Pass, baixando depois os bilhetes em vésperas das eleições;
- que teríamos um presidente sócio do Sporting e do Porto antes de ser sócio do Benfica;
- que Luís Filipe Vieira falsificaria o número de sócio para poder ser presidente;

Se, há dez anos, eu te dissesse isto tudo, acreditarias? Aprovarias este Benfica? Eu não. Sexta-feira sei em quem devo votar.

domingo, 21 de outubro de 2012

Devolvam-me o meu dinheiro

Luís Filipe Vieira anunciou ontem que o Benfica vai baixar o preço das quotas dos sócios e dos bilhetes dos jogos na Luz até Janeiro de forma a ter o estádio cheio. A medida, apesar de o presidente dizer o contrário, é só mais uma na linha das populistas e engana-tolos que Vieira costuma aplicar. Ao fim de nove anos enquanto presidente é que se lembrou que o estádio está constantemente com meia casa? E porquê só até Janeiro? O campeonato acaba nessa altura? Se é assim que Vieira acha que vai ter o estádio cheio, engana-se. A primeira condição para ter o estádio repleto é haver paixão pelo clube associada à militância, algo que a actual Direcção destruiu por completo. E os sócios que já pagaram as quotas? E os adeptos que já compraram Red Pass no início da época, com a agravante dos preços terem subido astronomicamente em relação à época anterior? Ficam a arder, é? Quem é que queres enganar, seu aldrabão? Ainda há quem coma a da gamela que Vieira serve aos benfiquistas?

Faltam adeptos, falta militância e falta-lhes, essencialmente, dinheiro. Baixa-se o preço das camisolas oficiais da época ainda em Outubro, telefona-se para casa dos sócios a tentar vender pedras da Praça dos Heróis, enfim, é o milagre financeiro em todo o seu esplendor. Um destes dias, entre um Mórmon e uma Testemunha de Jeová, aparece-me um Vieirista à porta a tentar vender mais um Red Pass, uma pedra da calçada, terrenos em Marte ou o oxigénio em redor do Estádio da Luz. Só compra quem quer. E só um idiota é que abre a porta a esta gente.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Definitivamente um caso de polícia

Como devem estar relembrados, neste post e neste foram enumerados factos que nos levam a duvidar sobre o número de sócio de Luís Filipe Vieira, tornando-se óbvio que o associado em questão teve, na melhor das hipóteses, vários anos de atraso na sua quotização, não tendo regularizado a sua situação até à entrega dos emblemas de dedicação em 1994..

Levantamos agora mais algumas questões relevantes.

Como podem ver nas imagens que se sucedem, com a listagem de emblemas de dedicação de 1995 a 2004, e Luís Filipe Vieira não entra nas mesmas.

Emblemas de dedicação 1995

Emblemas de dedicação 1996

Emblemas de dedicação 1997

Emblemas de dedicação 1998

Emblemas de dedicação 1999

Emblemas de dedicação 2000

Jornal O Benfica 2001. Não houve lista disponibilizada no ano de regresso do jornal. 474 sócios foram galardoados com o emblema de prata

Emblemas de dedicação 2002 (I)

Emblemas de dedicação 2002 (II)

Emblemas de dedicação 2003 (I)

Emblemas de dedicação 2003 (II)

Emblemas de dedicação 2004 (I)

Emblemas de dedicação 2004 (II)


Como podem ver nas listas (contemplam todos os anos excepto 2001) não é público que Vieira tenha recebido o emblema de prata. E claramente, se o recebeu só o poderá ter recebido em 2001. Ora caso o tivesse feito nesse ano, teria um número com a terminação /1 pois como já demonstrado anteriormente, seguindo o suposto ano de filiação teria recebido o emblema de prata em 1991, logo teria de pagar quotas em atraso (daí a terminação no número). Até aí tudo bem, dando de barato o constante nos estatutos em que para liderar uma direcção são necessários 25 anos ininterruptos de associativismo efectivo. Mas é aqui que a questão começa a ganhar contornos de gravidade. Como sabem, quando alguém recupera um número em atraso, já o dissemos, fica com a terminação /1. E caso LFV tivesse recuperado o número nessa altura, seria forçado a ter essa terminação.

E é aqui que surge o logro, a fraude. Como podem ver aqui, Luís Filipe Vieira foi, pela primeira vez, a votos  em 2003, antes da renumeração seguinte que foi em 2005, com o número de sócio 7331. Ora este número é impossível, pelas razões já explícitas, de ser real.

Assim sendo, exigem-se explicações. Exigem-se medidas. Está na hora de Luís Filipe Vieira comprovar a vericidade dos seu número de sócio do clube, caso contrário não se pode recandidatar à presidência do clube no acto eleitoral de dia 26 pois não é elegível. Tudo isto é grave. Muito grave. 

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral tem de intervir, é forçosa a chamada da polícia ao caso. Compete-nos a NÓS, sócios anónimos apresentar queixa junto do departamento de sócios do Sport Lisboa e Benfica, bem como uma queixa judicial para anular a decisão do Presidente da Mesa da AG do Benfica em aceitar uma candidatura ilegítima..

São estas situações obscuras que querem no nosso clube ?

É neste antro de manobras obscuras que querem colocar o nosso clube ?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Era uma vez um não-sócio que é hoje presidente.

O site do Benfica, confesso, permite-nos certas maravilhas. Permite por exemplo saber que o Vice Presidente Rui Cunha, é hoje por hoje, o associado número 4533, que Luís Filipe Vieira é o associado número 5199 e que o Vice Presidente Domingos Lima é o associado número 5652. Tais dados podem ser confirmados aqui.
Outra maravilha é o nosso histórico jornal, o Jornal O Benfica que anualmente disponibiliza a lista dos associados que recebem os emblemas de mérito. Abordemos apenas os associados que receberam os emblemas relativos aos 25 anos de associativismo.

Pegando no Jornal O Benfica do dia 15 de Fevereiro de 1989, podemos ver no final da 1ª coluna da página 5, com o número 9739, à altura, Rui Manuel Frazão Henriques Cunha. Trata-se do actual vice presidente. Muito bem! Recebeu o emblema de prata em 1989. Na mesma imagem podem contemplar todos os galardoados com o emblema de mérito nesse mesmo ano. 

Emblemas de dedicação 1989


De seguida, recorrendo ao jornal do dia 23 de Fevereiro de 1993, vemos que Domingos Lima recebeu nesse ano o seu emblema de prata. Até aqui tudo bem. Para vos auxiliar, o nome de Domingos Lima está na página 23, na 3ª coluna da segunda imagem, com o número, à altura, 9872.

Emblemas de dedicação 1993 (I)

Emblemas de dedicação 1993 (II)

Constatamos também que entre 1989 e 1993 houve uma renumeração na lista de associados do Benfica. Eram eliminadas as pessoas com quotas em atraso. Geralmente aquelas que estavam consideravelmente em atraso.

Mas voltando ao nosso tema, seria de esperar que o nosso carismático Presidente, Luís Filipe Vieira, tivesse recebido o seu emblema de prata ou em 1990, ou em 1991 ou em 1992. Eu confesso que tenho alguma dificuldade em ler letras pequenas, mas sou capaz de jurar que nas páginas que vos apresento dos jornais de 14 de Fevereiro de 1990, 20 de Fevereiro de 1991 e 3 de Março de 1992 o nome de Luís Filipe Vieira não está lá!
Emblemas de dedicação 1990

Emblemas de dedicação 1991 
Emblemas de dedicação 1992

Confesso que fiquei estupefacto! Vieira foi quem, há três anos atrás acusou Moniz de ser mau exemplo por ter quotas em atraso. Ora a matemática não mente! Se hoje em dia Vieira tem um número de sócio entre o de Rui Cunha e o de Domingos Lima, teve de receber o emblema de mérito entre Rui Cunha e Domingos Lima. Mas tal não sucedeu. A única explicação é qual mesmo ? Quotas em atraso. Muitas quotas em atraso... Isso torna-o o quê, mesmo ? Num mau exemplo. E se atentarmos bem à lista vemos que todos os anos há números bem inferiores a receberem os emblemas: tratam-se das pessoas que recuperaram números ou que pagaram quotas. Nem aí Vieira aparece, nem ao trabalho de pagar as quotas em atraso, na altura, se deu. Há com cada uma... Objectivamente: Luis Filipe Vieira não era sócio do clube no ínicio da década de 90! Começo finalmente a entender o discurso da noite passada...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lapidar nº37

«Quando eu vejo manifestações, como na última assembleia do Benfica, insultos e críticas a Luís Filipe Vieira, o que digo é: porque não pagam eles os ordenados? Não querem que vendesse Javi por 20 milhões ou que o Witsel saísse pela cláusula de rescisão? Penso que Luís Filipe Vieira tem feito um trabalho fantástico no Benfica, treinador não é e como não é, não vejo que as responsabilidades directas no sucesso da equipa sejam do presidente. O que fez no Benfica parece-me digno de tanto respeito que não entendo determinado tipo de reacções, falta de respeito pela dignidade. E isso são coisas que me deixam triste»

José Mourinho

Em momentos como o que vivemos actualmente, quase todos os benfiquistas gostam de deixar expresso o que lhes vai na alma. Mourinho, por muito que goste de ocultar o seu benfiquismo, não foge à regra. Mas fala com desconhecimento da realidade e talvez ofuscado por uma máquina de propaganda pessoal que encandeia quase toda a gente.

Respondendo à questão dos ordenados e da contestação a Vieira, uso as palavras do Alfredo, um abutre ou garotão qualquer de Madrid. Não sei se estão bem a ver quem é, trata-se daquele amigo do Eusébio que é presidente honorário do Real, e que disse que "os adeptos é que pagam e têm sempre razão". Acho que explica bem o que penso do assunto. Mas Mourinho comete mais falhas no tema Benfica: ao que parece (até porque é assunto que ainda hoje não foi esclarecido e que permanece nas catacumbas dos negócios vieirescos obscuros) Mourinho tem a certeza de que Witsel saiu devido ao accionamento da cláusula de rescisão do belga, notícia contraposta pelas declarações dos dirigentes do Zenit e que não foram desmentidas pelo Benfica. E quando fala na questão do treinador, Mourinho espalha-se ao comprido, esquecendo-se que foi, ele próprio, vítima de um sistema iniciado com Damásio, que teve continuidade com Vale, perpetuado por Vilarinho e igualmente seguido por Vieira. Nos anos de "reinado" de Vieira, incluindo os de director desportivo, onde assumiu a pasta do futebol como "homem forte", nove treinadores diferentes passaram pelo banco da Luz. A larguíssima maioria sem sucesso, naturalmente. Diz Mourinho que a culpa não é de Vieira uma vez que não é ele que treina. Até poderia estar certo. Mas não está. Quando se pensa que se identifica o problema e se vão arranjando múltiplas soluções que falham sucessivamente, se calhar o problema foi mal identificado. Se calhar não era ali que estava o mal. É que desde que saíram do Benfica, Koeman, Santos e Quique já ganharam campeonatos, apuraram selecções medíocres para o "mata-mata" de grandes provas internacionais e conquistaram provas europeias. Isto para não falar no inefável Jesualdo, que conseguiu passar de besta na Luz a tribestial no Dragão. Será que o problema está mesmo nos treinadores?

O Soldadinho de Chumbo

José Eduardo Moniz, o novo soldadinho de chumbo do Sport Lisboa e Benfica, apresentou-se ao serviço, revelando-se na disposição de ajudar o General Vieira na tarefa de levar o Benfica ao lugar que merece. Apreciei a total coincidência que foi o facto de Moniz ter aparecido na televisão pública a falar sobre o Benfica e gostei igualmente de perceber que se há candidatura que está a ser preparada em cima do joelho é a de Vieira: então não é que Moniz, segundo palavras do próprio, só hoje é que confirmou ao presidente que se "apresentava na praça enquanto soldado benfiquista"? E com que bases é que o senhor Moniz tomou esta decisão? Decidiu avançar face ao "escândalo" que ocorreu na última Assembleia Geral do clube. Já agora, senhor Moniz, gostaria que me respondesse à seguinte questão: onde estava o senhor a 27 de Setembro de 2012? É que na Assembleia Geral que criticou na entrevista à RTP não estava de certeza! Não foi, não esteve, não votou, não apareceu. Quer explicar-se aos benfiquistas, ou acha que já atingiu um tal nível de vieirismo que faz com que não tenha de se explicar a ninguém?

Será que Moniz se esqueceu da forma como Vieira o enxovalhou há três anos, acusando-o de ser um mau benfiquista, de estar com quotas em atraso, de ser um mau exemplo e de ser uma porta de entrada para os espanhóis conquistarem o Benfica? Como é que uma pessoa se presta a isto? E quais os interesses de Moniz no meio disto tudo? Apenas e só ajudar o Benfica, como diz, ou ter um papel importante a nível pessoal na decisão sobre os direitos televisivos? Ou mais que isso? Recuperar o dinheiro que a Ongoing investiu no Benfica Stars Fund? Gostaria de saber. Claro que Moniz não responderá a estas questões directamente, mas as suas acções o dirão.

Quanto ao conteúdo da entrevista dada à RTP, Moniz de 2012 choca frontalmente com Moniz de 2009. Vieira passou de incapaz e de mau presidente a alguém que até tem feito um bom trabalho face às limitações actuais. Surgem críticas a quem se coloca na "confortável posição" de criticar e de se colocar contra, numa possível alusão ao José Eduardo de há uns anos. Aparece a velha cantiga da importância do unanimismo, sugerindo que quem não está a favor encontra-se apenas em busca de promoção pessoal. Parece que alguém não se andou a baldar aos ensaios.

Para mim, a situação é clara: tenho a opinião de que José Eduardo Moniz é uma pessoa inteligente com capacidade para liderar o Benfica, um dia, quando se rodear de gente capaz e competente. Acho que ainda hoje não gosta de Vieira, mas descobriu que o melhor, ou pelo menos o mais rápido dos caminhos para chegar à tão ambicionada presidência é aliar-se a quem tem o poder. Se não os podes vencer, junta-te a eles. Parece que foi isto que Moniz escolheu.

P.S. Notável a forma como Moniz assimilou o discurso de Vieira e do vieirismo. O sacrifício pessoal, o unanimismo, enfim, está tudo lá. Mas o toque de classe e inteligência que lhe dá é cunho pessoal.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Vamos ajudar Vieira

Uma Assembleia Geral com 700 sócios nunca será representativa da realidade do Benfica. De um universo de mais de 250 mil associados, a presença de apenas 0,3% é o reflexo de um dos maiores e mais difíceis presentes envenenados que foi entregue aos benfiquistas pelo senhor Luís Filipe Vieira: a falta de militância. É um presente [para quem preside] porque, geralmente, a minoria que participa numa AG fá-lo com o intuito de passar todas as propostas da Direcção independentemente do seu conteúdo, mas envenenado porque fere de morte a credibilidade de qualquer acto deste género, uma vez que a amostra de sócios está longe de ser representativa. Ainda assim, e apesar de 700 sócios serem muito poucos quando comparados com a mole humana que se deslocava às AG's de há 15 anos, a melhoria é significativa quando comparada com as 100 e 200 pessoas que marcavam presença nas Assembleias de há um e dois anos. Curioso é que haja gente na internet (Gomes da Silva, serão só meia dúzia?) preocupada e obcecada com o facto de as 700 pessoas não transmitirem a vontade real dos sócios do SLB. Estavam essas mesmas pessoas preocupadas com as AG's que levavam 100 pessoas? Ou com os actos eleitorais a que não compareciam mais de 15 mil sócios? Nunca os ouvi falar de tal coisa.

Apesar de, ao contrário do que por aí circula, os sócios dos 50 votos terem constituído de longe, mas de muito longe, a maior fatia de votantes (e consequentemente de votos) que a falange favorável à validação do R&C teve, o "Não" venceu esmagadoramente fruto não só fruto dos 50 votos exibidos (uma percentagem muito reduzida face aos votos totais do "Não", especialmente quando comparados com os 50's do "Sim"), mas sobretudo graças aos 20's e aos 5's exibidos. Seria interessante que a direcção do Benfica divulgasse o número total de votos que cada grupo de sócios deu às opções referendadas na AG (lá está, transparência, parece que não convém a muito boa gente neste clube). Se assim fosse, não tenho a mais pequena dúvida que se provaria que pelo menos 80% dos votantes estiveram contra a aprovação do R&C.

E para além da direcção e da mesa da AG, deve haver mais gente a tirar ilações: a começar em três indivíduos considerados oposicionistas à actual direcção: Rui Rangel, Fernando Tavares e Bruno Carvalho. Os dois primeiros apareceram juntos com uma entourage de mais sete ou oito pessoas mas não pediram a palavra. O facto de terem estado presentes é positivo e é de realçar, mas não se devem ficar por aqui. Apesar de terem tanta obrigação de se candidatarem como qualquer outro sócio, neste momento, a questão que se coloca é outra. Nos dias que o nosso clube vive, é precisamente o Benfica quem chama por eles. O chumbo das contas verificado ontem não é fruto de uma leitura económica por parte dos sócios, mas sim uma cartão alaranjado à actual Direcção do Benfica. E, num momento em que o Benfica precisa de Rangel e Tavares mais do que nunca, eles os dois deveriam saber tirar a leitura correcta do que se passou na AG: as pessoas estão fartas de Vieira, estão fartas do Vieirismo e querem mudar para melhor. Neste momento, não tenho a mais pequena dúvida que uma candidatura em que figurassem na proa pessoas como Rangel e Tavares apoiadas por gente reconhecidamente de bem e que se demarcasse de certos apoios demagógicos, sairia vencedora das eleições de 26 de Outubro. Com eles poderia estar Bagão Félix, benfiquista de carácter inquestionável e capaz de dirigir com seriedade o clube, mas que faltou inexplicavelmente à chamada, como outros. 
Quem também esteve presente foi Bruno Carvalho, presidente do Grupo da Luz, que certamente percebeu que há formas e maneiras de fazer oposição e que o que tem feito não é, nem de perto nem de longe, o correcto, estando a milhas do que deve ser o caminho a seguir. Foi fortemente vaiado quando se dirigiu ao púlpito e precisou de segurança privada para estar na Luz (infelizmente é esta a realidade). Aprecio a tenacidade com que vai à luta. O homem leva bofetadas de todos os lados, cai invariavelmente com a cabeça na lama e volta a pôr-se de pé para levar mais uma quantas. "Então por que motivo é que não gostas dele?" - perguntarão alguns benfiquistas. Pelo simples facto de além da tenacidade, não haver ali mais nada. Não há ideias, não há projecto, não há noção da realidade. Convenhamos: o Beto (aquele amigo do Koeman) também era muito lutador, mas na verdade era um cepo de primeira água, não era? Entregavam-lhe o meio-campo do Benfica? Não, pois não?
À chamada faltaram, entre outros, Varandas Fernandes e José Eduardo Moniz, recentemente vendidos a troco de pires de tremoços (quem consegue negar um belo pires de tremoço?), mas também Luís Tadeu e o supracitado Bagão Félix. Medo dos dois primeiros e desinteresse dos dois últimos? Parece o mais provável.
O que não se admite é que o suposto homem forte das finanças, Domingos Soares de Oliveira, se tenha escusado a ir à assembleia. Se a mesma é para sócios do Benfica independentemente de serem ou terem sido sócios do Sporting e/ou do Porto, DSO poderia lá ter estado. Não quis, compreende-se, provavelmente deverá querer resguardar-se para ir à AG de accionistas do Sporting, que se realiza amanhã. E o príncipe de cera, Rui Costa? Por que motivo faltou? Terá sido isto uma espécie de falta de comparência à chamada após o Levantamento das Caldas? Que sinal é que "o Rui" quer passar aos benfiquistas?

No momento em que Luís Filipe Vieira saiu da Assembleia Geral em passo apressado, fugindo às críticas no meio de seguranças (uma vez mais, lamentável a necessidade de estarem presentes, mas infelizmente é preciso) e não querendo ouvir os posteriores e habituais comentários e considerações dos adeptos, deixou de ser o presidente do Benfica. Ali, naquela figura, era um Marcello Caetano a abandonar o Quartel do Carmo dentro de um chaimite para euforia da população vencedora. Ali estava o derrube de um ditador conseguido pelo povo. Mas Vieira não vai para o Brasil. Qual gato de sete vidas, Vieira é um camaleão empresarial e nem esta saída de fininho pela porta pequena vai fazê-lo desviar-se um milímetro do rumo traçado. Talvez por falta de alguma lucidez, por incapacidade em compreender, a verdade é que Vieira acha-se em condições de ir para a luta.

Por isso, meus caros, e voltando ao início deste post, lanço-vos um repto: vamos ajudar Vieira. Vamos ajudá-lo a terminar o mandato com dignidade. E a única forma de terminá-lo condignamente, é pedindo uma demissão que está em falta há precisamente 20 horas. Já vai atrasado, mas ainda se pode redimir. Faça como Damásio: demita-se e não se recandidate. É o melhor que pode fazer pela sua saúde (aliás, brilhante recuperação, depois do Rally das Casas adoeceu, faltou a Coimbra mas esteve no Pavilhão da Luz, bravo!) e pelo clube que diz que ama.

O Benfica é Nosso

Noite histórica na Luz. Pela segunda vez em toda a sua História, os sócios do Benfica chumbaram um Relatório & Contas. Os números de votos ainda não são conhecidos, mas segundo informa o site oficial do Benfica, houve 56,7% contra, 40,2% a favor e 3,1% de abstenções numa noite marcada por muitas e boas intervenções, benfiquismo e alguns excessos por parte de uma fatia de adeptos. Fosse a distribuição de votos minimamente equitativa e a banhada histórica teria sido ainda maior. Basta lembrar que os votos a favor do R&C foram praticamente todos de sócios com mais e 50 votos, não constituindo esses votantes mais de 10% dos presentes na Assembleia Geral.

Foi mostrado um cartão amarelo à actual direcção presidida por Luís Filipe Vieira. Os sócios falaram claro: as contas são um caos, o sucesso desportivo é nulo e os dez anos que Vieira teve serviam para ter feito mais e melhor. Cabe agora à oposição apresentar-se à luta. Rui Rangel e Fernando Tavares, de um lado, Bruno Carvalho, de outro, estiveram presentes.

E a Vieira resta seguir o caminho de Manuel Damásio depois do chumbo do R&C de 1997: apresentar a demissão.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Saudade



Tenho saudades do tempo em que havia Assembleias Gerais a sério. Milhares de pessoas no velhinho pavilhão da Luz digladiavam-se e acotovelavam-se para fazer uso da palavra. O recinto parecia pequeno para abarcar tantos homens de bigode farfalhudo e óculos fundo de garrafa que gritavam para se fazerem ouvir. Nas bancadas estavam ilustres conhecidos, gente preocupada com o presente e futuro do clube, hoje desaparecida e engolida pelo epíteto de "abutres", atribuído pelo actual presidente a gente que tanto fez pelo Benfica. As agressões que o vídeo mostra constituem o cenário mais triste e reprovável deste espectáculo, mas ainda assim revelador da intensidade com que se vivia o Benfica, ao contrário da pasmaceira e conformismo com que se desenrola a actual vida do clube.

Entretanto, as Assembleias foram mudadas de 6ª para 5ª feira. Os milhares de adeptos que se deslocavam à Luz deram lugar a apenas algumas dezenas. O espírito crítico perdeu-se. A intervenção pública é rara. As propostas continuam a ser aprovadas às cegas, sem conhecimento dos assuntos tratados. O seguidismo crónico mantém-se como realidade, sendo que as massas aplaudem irracionalmente o querido líder, chame-se ele João, Manuel ou Luís.

E observando os momentos de benfiquismo do vídeo, pergunto-me: onde estava Luís Filipe Vieira? Esteve nesta ou noutras Assembleias Gerais? Esteve lá para dar o seu contributo ao "seu" Benfica? Ou estaria noutras AG's de outros clubes dos quais foi sócio? Vocês, benfiquistas mais velhos que viveram estes momentos in loco, digam-me: alguma vez viram Vieira numa AG do nosso clube antes de chegar aos cargos directivos?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

As zangas de Pinto da Costa

Acreditam mesmo que Pinto da Costa se zangou com Fernando Gomes? E com Luís Filipe Vieira?

Grupo da Luz, duas semanas e meia depois

Foi há já alguns dias que o Grupo da Luz, pelo seu presidente Bruno Carvalho, voltou atrás na decisão de apresentar o candidato que concorreria com Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica. De lá para cá abateu-se o silêncio sobre o Grupo da Luz. Nunca mais foram vistos. Já alguém deu o alerta de desaparecimento desta gente?

Ora, é precisamente duas semanas e meia depois da data prometida para o anúncio do candidato às eleições que vos volto a falar do agora desaparecido Grupo da Luz. Sumiu sem deixar rasto. Não sei se está apenas desaparecido em parte incerta, se foi raptado ou se foi morto praticamente antes de nascer, mas pelo sim pelo não, vamos dissecando o tal Grupo.

Consultando a "casa" do Grupo da Luz, que se situa no Facebook, e lendo os seus estatutos, vemos que o Grupo nasceu da necessidade de reflectir sobre o Benfica tendo como missão, e passo a citar, "propor soluções, apresentar ideias e projectos para uma melhoria permanente do Sport Lisboa e Benfica enquanto instituição e clube desportivo". Sinceramente, é bonito. Pena é que nada, mas absolutamente nada do que o Grupo da Luz se propôs a fazer tenha sido cumprido. Basta consultar a página do Grupo da Luz para se constatar que aquilo não é mais que um conjunto de notícias, de resultados do Benfica e de perguntas com a função de entreterem os leitores. Onde estão as "soluções, as ideias e os projectos para uma melhoria permanente do SLB"? Não estão. E duvido que haja.

Sempre foi do meu interesse, como acredito que seja das pessoas que navegam pelos blogs, conhecer o Grupo da Luz. Quem são, o que querem para o Benfica, que medidas propõem, o que pensam, etc. Coisas concretas, nada de abstracto. Não me basta saber que são um grupo de amigos, não me basta saber que querem que o Benfica ganhe, não me basta saber que têm várias ideias se não dizem quais são. Basicamente, o Grupo da Luz ainda não trouxe absolutamente nada de concreto ao Benfica e aos benfiquistas desde que foi fundado. Aquilo que disse apenas e só através da internet, quase exclusivamente por uma página do Facebook que, gostem ou não, não é acedida por mais 5% dos eleitores, foi um conjunto de balelas, frases feitas, trivialidades e discursos desprovidos de conteúdo que não chegam nem atingem os adeptos do Benfica. Muita conversa fiada, muita burocracia e o desconhecimento total e completo do poder que a internet pode exercer em tempo de eleições. Pior que não explorarem as potencialidades de blogs e fóruns com as suas ideias (se as tivessem), é reagir negativamente, à defesa, com medo e recorrendo ao insulto quando confrontados com a crítica que decorre de uma situação em que o dito Grupo meteu os pés pelas mãos sem dar explicações (como se viu num post aqui publicado há tempos). Pois bem, voltando ao mote dado no início do parágrafo, alguns membros do Eterno Benfica tentaram entrevistar o dito Grupo da Luz. Já que o Grupo não se apresenta nem divulga as suas ideias, vamos saber o que eles pensam. Acreditem que tentámos. O problema veio da burocracia do lado de lá. O Grupo da Luz não se quis dar a conhecer, tentou dar palha aos nossos leitores com respostas vagas, imprecisas e que nada dizem. Voltámos a tentar obter respostas concretas às perguntas junto do Grupo, como qualquer outro jornalista faria caso entendesse que o conteúdo das respostas não era minimamente aceitável na medida em que o que era respondido não se relacionava com as perguntas (basta ver o que Vítor Gonçalves, da RTP, fez recentemente a Pedro Passos Coelho), mas do outro lado só obtivemos a confirmação do que já esperávamos: o Grupo da Luz não se quer dar a conhecer nem quer dizer o que pensa (se é que pensa) do e para o Benfica. Como se isto não bastasse, Bruno Carvalho, assumindo a condição natural de desconhecer da situação, vem criticar o nosso blog por não ter publicado a entrevista como resposta a questões que em nada se relacionam com o tema do que discutimos no Facebook (podem ir lá ver através da página do Grupo da Luz). Por não querermos que falte nada a Bruno Carvalho, e apesar de não queremos bombardear os nossos leitores com banalidades acerca de gente que não merece o tempo investido, deixamos aqui algumas das respostas que o Grupo da Luz nos deu acerca de quem são e o que querem para o Benfica, bem como os emails em que pedimos para serem mais específicos em dadas questões, como qualquer jornalista faria:


Foi assim que iniciámos a conversa, foram estas as regras do jogo que impusémos ao Grupo da Luz. Aceitaram. Após o envio das perguntas, as respostas dadas às primeiras perguntas, sobre o Grupo em si, foram estas:

1. O que é o Grupo da Luz e quem o constitui?
Tal como vem definido no Artigo 1º dos seus Estatutos, o Grupo da Luz é uma agremiação de pessoas que visa, através de vários meios e iniciativas, reflectir sobre o Sport Lisboa e Benfica. Tem como missão propor soluções, apresentar ideias e projetos, para uma melhoria permanente do Sport Lisboa e Benfica enquanto instituição e clube desportivo.

2. Como surgiu a ideia da fundação e com que motivações?
Da simples tertúlia que começou com poucos membros, o Grupo da Luz foi crescendo e mais pessoas se foram juntando. Daí surgiu uma necessidade de consolidação do Grupo, tendo para isso sido criados os seus Estatutos. A ideia base passava essencialmente por discutir o Benfica de forma livre, democrática, educada e organizada.

3. Quais os objectivos do Grupo da Luz? Que soluções, ideias e projetos tem o Grupo da Luz apresentado para melhorar o Benfica, tal como vem expresso nos vossos estatutos?
Essa pergunta devia ter sido depois de termos falado dos órgãos sociais do Grupo da Luz contemplados nos Estatutos. Ressalvo que contemplam a eleição, de dois em dois anos, de órgãos sociais e corpos dirigentes – Direção-Geral e Câmara de Membros. A cada Direção Geral eleita cabe-lhe representar, em juízo, o Grupo da Luz e apresentar, no âmbito das atribuições do Grupo representadas no Artigo 14º do Estatutos, as suas soluções, ideias e projectos para ajudar a melhorar o Sport Lisboa e Benfica. Assim, pelo respeito institucional que me cabe, essa pergunta não me deve ser colocada a mim. O meu papel, na Coordenação da Câmara de Membros do Grupo da Luz, é apenas o de dirigir os trabalhos e orientar os debates.

4. Quais as vantagens em ser membro do Grupo da Luz?
Parece-me que a palavra “vantagem” é inconveniente. A resposta imediata será, provavelmente, participar nas suas atividades anuais, como jantares, ciclos de conferências e outras, onde se pode conviver com outros benfiquistas. No entanto, o Grupo da Luz nasceu da vontade de privilegiar o debate e respeitar a discussão entre os benfiquistas e nele são bem-vindos e convidados a participar todos os que queiram, de forma livre, mas educada, expressar-se sobre o seu clube. Isto é o que deveria acontecer naturalmente no seio do Sport Lisboa e Benfica, não é nenhuma “vantagem”.

5. Têm alguma ligação com outros grupos que surgiram nas redes sociais, como o Por Ti Benfica?
No seu Artigo 8º, o Grupo da Luz define-se como independente de partidos políticos, de organizações religiosas, filosóficas, sindicais ou quaisquer outras. Esquecemo-nos, provavelmente, de referir outros grupos nas redes sociais (risos). Agora mais a sério, o Grupo da Luz pretende ser de todos e não ser conotado, como tem sido, como uma força de oposição. Para isso veja-se o Artigo 12º dos Estatutos que escreve, de forma clara, que:
“ 1. O Grupo da Luz goza de autonomia em relação aos corpos sociais do Sport Lisboa e Benfica, bem como de outras figuras institucionais consagradas naqueles estatutos, na elaboração das suas normas internas, na sua administração e na definição dos seus planos de atividade e intervenção.
2. A função de Presidente do Grupo da Luz é incompatível com a de Presidente do Sport Lisboa e Benfica”

6. O Grupo da Luz deu-se a conhecer pelo Facebook e por aí se ficou. Dois dos grandes pontos de discussão do Benfica na internet são os blogs e os fóruns. Por que motivo não se deram a conhecer também nesses meios?
A representação externa do Grupo da Luz é uma competência da sua Direção Geral, assim como a estratégia que define para o crescimento do Grupo. Está eleita e mandatada pelos membros. Novamente, pelo lugar que ocupo, prefiro abster-me de responder a essa questão.

7. E para além da internet, de que forma é que o Grupo da Luz pretende chegar aos sócios do Benfica, nomeadamente àqueles a que as redes sociais não dizem nada?
Mais uma vez remeto para os Estatutos, nomeadamente na descrição daquelas que são as competências de ambos os órgãos, a ausência novamente de uma resposta sobre esta matéria:
São competências do Coordenador da Câmara de Membros:
a) Dirigir os trabalhos, orientar os debates e as disposições regimentais e declarar o assunto discutido quando o entender suficientemente esclarecido;
b) Organizar as fichas de inscrição e requerimentos dos membros que integram e pretendem integrar o Grupo da Luz.
c) Organizar os jantares do Grupo da Luz previstos no Artigo 15º.
d) Dar conhecimento à Câmara de Membros de todos os documentos não reservados que lhe forem dirigidos;
e) Presidir à Comissão Eleitoral e organizar o Processo de eleições;
f) Mandar proceder às votações necessárias e proclamar os seus resultados;
g) Declarar os assuntos encerrados.
São competências da Direcção-Geral:
a) Representar o Grupo da Luz, nomeadamente em juízo;
b) Zelar pelo cumprimento dos Estatutos do Grupo da Luz;
c) Prosseguir as atribuições do Grupo da Luz, previstas no artigo 14º;
d) Cumprir e fazer cumprir as deliberações da Câmara de Membros;
e) Planear, dirigir e coordenar as atividades do Grupo da Luz.

Resumindo, não respondem ao que pedimos. Na primeira questão não dizem "quem" são, na segunda não especificam de onde se conheciam, na terceira evadem-se completamente à questão, na sexta idem e na sétima a mesma coisa. Se pensavam que isto é uma entrevista da Benfica TV a Vieira, daquelas em que o guião das perguntas e respostas é escrito por João (ou Juan?) Gabriel e dado a conhecer com dias de antecedência a Vieira e ao entrevistador improvisado, enganaram-se. Fizemos chegar essa ideia ao Grupo da Luz, especificando onde queríamos mais esclarecimentos, tal como qualquer jornalista faz ou deve fazer quando confrontado com uma resposta insatisfatória para si ou para os seus leitores ou ouvintes.


Mas o Grupo da Luz não acedeu ao nosso pedido, rejeitou e curiosamente, ao contrário do que Bruno Carvalho diz, até concordou em dar por terminada a entrevista sem a sua publicação.


Foi assim que aconteceu. Solicitámos uma entrevista, explicámos as regras, aceitaram mas, do outro lado, só nos responderam palha. E como não tomamos os leitores por burros, não servimos essa palha. Perceberam depois de todo este paleio quem é o Grupo da Luz e que ideias tem para o Benfica? Não, pois não? Pois, eu também estou assim.

Esta 5ª feira, pelas 20h30, vai decorrer uma Assembleia Geral no Pavilhão nº 2 do Sport Lisboa e Benfica com o objectivo de apreciar e votar o relatório de gestão e contas da época 2011/2012. O presidente do Grupo da Luz, Bruno Carvalho, o mesmo que afirmou que não iria a Assembleias-Gerais do clube, reconsiderou agora que, dada a gravidade da situação no Benfica, se deslocaria a essa AG para falar aos sócios mas não na condição de presidente do GdL (como se o cargo se pudesse dissociar assim de repente e por magia da personagem!). Gosto da coerência e espero que fale muito e bem. Por exemplo, no seu caso específico, gostaria que explicasse o porquê de não dar notícias sobre o candidato há duas semanas e meia, correndo o rumor (apesar de já me ter sido confirmado como uma certeza por gente que está por dentro do Grupo, mas chamemos-lhe ainda assim "rumor") de que não haveria candidato nenhum. Poderia também explicar publicamente as acusações que lhe foram dirigidas por parte do grupo Por Ti Benfica, de querer assumir à força a posição de presidente da SAD no impedimento de poder ser candidato à presidência do Benfica. Seria útil se esclarecesse também as ridículas intervenções que tem em público, pedindo a contratação de jogadores inalcançáveis à carteira do Benfica, como Ganso, Lisandro López e Anderson, ou pelo Facebook, onde sistematicamente dá tiros nos pés, mentindo a torto a direito, seja sobre a suposta visibilidade que tem nos media (que não tem, ou costumam aparecer notícias a seu respeito ou a respeito do Grupo nos principais diários desportivos?), seja sobre as ideias e os candidatos que diz ter e que não apresenta.

Resta saber se o Grupo da Luz, fundado com o pressuposto de ser uma organização a longo prazo, se manterá activo após as eleições de Outubro. Se tal não se vier a concretizar, como desde já afirmo que penso, só se provará que este grupo foi instrumentalizado por um ex-candidato impreparado que se conseguiu auto-descredibilizar por duas vezes à procura de poleiro.

Concluindo, o Grupo da Luz recusa-se a assumir ideias e pensamentos, o que para quem quer concorrer à presidência do Benfica é, digamos, uma enorme contradição, e ainda ridiculariza na blogosfera quem questiona as decisões tomadas no seio do grupo com posts inócuos como este. Afinal de contas, quem é o Grupo da Luz e o que querem para o Benfica? Nem eles sabem.