sábado, 1 de novembro de 2008

Memória curta

Luís Filipe Vieira completou, ontem, um périplo de 5 anos na condição de homem mais poderoso do mundo. (sim, mr. Obama, se tudo correr bem, como espero, terá que se contentar com o segundo posto)

Muitas foram as críticas que se teceram à enlameada gestão de Vieira nos mais diversos quadrantes. Este blogue, com o pluralismo de ideias com que sempre se rege, não foi excepção. As opiniões não divergem assim tanto: Vieira restaurou a dignidade financeira do clube, devolveu-lhe a imagem de outros tempos e extraíu dele todo o seu potencial comercial, finaceiro e mobilizador de massas. No entanto, a contestação começa na gestão de recursos humanos, na área do futebol e não só.

Ao ler, num jornal desportivo, um apanhado de todas as contratações na Era Vieira (incluindo a altura em que foi director desportivo) fiquei abismado com a extraordinária quantidade de verbas que o Benfica depositou em atletas de pouca ou nenhuma valia. Não é novidade para ninguém que Vieira percebe pouco de futebol e tem algumas dificuldades a gerir os seus subordinados - como provam algumas polémicas que surgiram durante todos estes anos.

Outra das suas lacunas que não passa despercebida - é um péssimo discursante. Muito se discorre sobre a forma como o presidente do Benfica comunica com a imprensa: apaixonada, mas pouco audaz, impossibilita-lhe, por vezes, uma correcta transmissão da sua mensagem. Eufemismos à parte, para que não haja dúvidas, o presidente sofre de um mal que costuma afectar os líderes: a demagogia.

De momento, os coros discordantes estão anestesiados com os resultados futebolísticos. É importante não esquecer que o futebol é, de facto, o core business do Sport Lisboa e Benfica. Quando a equipa de futebol está bem, tudo parece estar bem. E, nesse sentido, a contratação de Rui Costa para director desportivo significou um enorme balão de oxigénio para Vieira. Pré-época bem delineada, com um treinador competente e reforços realmente valiosos reflectem a minha opinião: à entrada para esta época, o Benfica tem o mais forte dos três plantéis que disputam o título. E isso faz toda a diferença na cabeça dos benfiquistas.

Na entrevista dada ao site do Benfica, Vieira abre as portas à recandidatura. Esta postura eleitoralista não me surpreende nem um pouco, quando já falta menos de um ano para o dito sufrágio. Aguardo, espectante, que comece o período de campanha e que surjam alternativas credíveis para disputar o cargo com Vieira. E, apesar de ainda não equacionar candidatar-se, acredito que Rui Costa será uma peça chave na campanha de Vieira. Até lá, resta saber como será a prestação dos comandados de Quique, certamente decisiva para saber quem sorrirá no final.

O que é certo é que os benfiquistas têm a memória curta. Da mesma forma que, com o surgimento de bons resultados na presente época, se esquecem das críticas que teceram durante o restante tempo de mandato, também ignoram o que aconteceu no período pré-Vieira. Comparado com os seus antecessores mais próximos, Vieira até parecerá um fabuloso presidente. Resta-me confiar que os benfiquistas sejam brindados com alguns laivos de sanidade para saber decidir, pelo melhor, quando for tempo disso.

4 comentários:

Anónimo disse...

oh rapaz que idade tens?aprende a escrever...além disso , bons resultados esta época? isso vê-se no fim..oxalá isso aconteça claro...enfim

JNF disse...

Creio que o tempo dará razão a Vieira. Foi o melhor presidente dos últimos tempos: melhor que Vilarinho, Vale e Azevedo, Damásio, João Santos, enfim, o melhor desde Fernando Martins.

Claro que cometeu erros de palmatória na gestão desportiva do clube, mas se virmos bem, todos os dirigentes cometem, até mesmo no Real Madrid ou no Liverpool. Claro que uns erros são mais graves que outros, mas mesmo assim, Vieira é capaz de levar o Benfica a bom Porto (que expressão infeliz). Além disso, há oposição credível?

último! disse...

Pois a memória realmente é muito curta, antes desta direcção não ganhávamos um campeonato há 11 anos...

O mérito da gestão desportiva nesta altura tb é dele, foi de LFV a aposta em Rui Costa.

Tens razão não são os resultados que me farão escolher o melhor presidente para o Benfica, são a credibilidade o crescimento patrimonial, o controlo das contas do grupo Benfica, a dinamica e vitalidade do clube que estava practicamente falido, o aumento dos associados que obviamente acreditam neste Benfica.
Mas como tu dizes e repito, a memória é muito curta.

Quando fizer as suas opções pense nisso.
Abraço benfiquista

Cristina disse...

Espero que surja uma opção credível e que tenha boa ligação ao Rui Costa. Não porque não goste da gestão do LFV, considero é que demasiado tempo à frente do clube faz-lhe mal a ele e à instituição.

Louvo ao LFV o facto de ter conseguido maximizar todo o valor do clube, de o ter trazido ao lugar que merece, de ter conquistado resultados desportivos assinaláveis. Não o fez sozinho, claro, mas ele é o presidente. Às vezes, como dizes, podia era ter estado mais tempo calado.

Vamos ver o que surge no entretanto. Se formos campeões, creio que o LFV não sai.

E, já agora, sim, temos o melhor dos três plantéis. Só não vê quem não quer ver.... ENORMES!!!