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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Depois de ti, mais nada


(a melhor caricatura do Benfica de Vieira)

Nem sol, nem madrugada. Só trevas. Os mais de 1000 benfiquistas que festejaram euforicamente a reeleição de Vieira no pavilhão número 2 da Luz dificilmente terão motivos para celebrar algo da mesma forma tão cedo. Cerca de 8,5% dos sócios do clube reconduziram na presidência um dos maiores falhados (a nível de sucesso desportivo, porque o bolso pessoal está cheio) da nossa História. Vieira, o homem que pede união mas que no minuto seguinte manda os sócios para o caralho (sic), Vieira, o homem que quer unir os benfiquistas mas que no minuto seguinte refere-se a uma meia dúzia que só quer perturbar, Vieira, o amigo dos inimigos do Benfica, Vieira, o vendedor de promessas, de sonhos e de ilusões, Vieira, o homem que tem o dobro de eleições ganhas que campeonatos, Vieira, Vieira, Vieira. Os sócios decidiram, está decidido. Vão continuar a ter o Benfica que merecem, apesar de não ser "o" Benfica. Terão o Benfica que ficará atrás do Porto, o Benfica que mente aos sócios, o Benfica das derrotas humilhantes e dos passivos monstruosos. Cada um tem o que merece e nós, infelizmente, merecemos isto.

Foram feitas promessas no campo dos direitos televisivos, foram renovados votos de sucesso desportivo, a cassette de vieiradas crónicas foi posta em alta voz e quem acreditou no que ouviu foi lá botar a cruzinha na lista A (para alguns, literalmente, a única lista disponível para votar, por erro incompreensível, ou não, do sistema). À primeira todos caem, à segunda só cai quem quer, à terceira só os menos inteligentes, à quarta, bom, à quarta já vocês sabem.

Faz muita impressão ver este Benfica actual. Um clube onde os nossos inimigos se sentam a nosso lado, um clube onde os nossos rivais dirigem os destinos do clube e, pior que tudo, um clube onde os sócios assistem, amorfos, impávidos e serenos a todo este assalto ao clube. Este record de votantes, tão amplamente saudado pelos benfiquistas, é só, ainda que à primeira vista pareça estranho, a confirmação do desinteresse existente pelo clube. Em 2000, quando tínhamos cerca de 85 mil associados, votaram cerca de 21.000 pessoas. Em 2012, com mais 175 mil sócios em relação a 2000, votaram apenas mais 1000. Se isto vos parece positivo, não sei o que de dizer.

A cereja no topo do bolo e prova de que os benfiquistas esquecem constantemente o seu passado chama-se Manuel Damásio. O primeiro de uma linhagem de quatro presidentes que destruiu o clube, cuja gestão desportiva e financeira foi marcada pelo caos, com os resultados desportivos que se conhecem, e sobretudo as amizades com Pinto da Costa e a vinda e apoio a Artur Jorge, tudo isto foi esquecido nesta sexta-feira na Luz. Damásio foi recebido como quase-herói, entrevistado como um "notável", sendo ainda aplaudido por muitos benfiquistas. O que se pode dizer dos sócios que aplaudem quem ajudou a destruir o clube?

O que vai acontecer nestes quatro anos de mandato, os mais longos de uma presidência no Sport Lisboa e Benfica? Serão as promessas cumpridas? Ganhará três dos próximos quatro campeonatos? Conseguirá o Benfica chegar a uma final europeia? Os 50 títulos das modalidades são tangíveis? A rotura com a Olivedesportos é mesmo para ser consumada? O mesmo Vieira que apela à memória dos benfiquistas sabe que ela é efectivamente curta e tem consciência de que pode, ao fim de 13 anos de trapalhadas, sair pela porta grande se ganhar dois campeonatos ou se continuar a empreitada das construções e dos fait-divers próprios de quem não ganha porra nenhuma. Tem o clube e os sócios na mão. O Benfica é nosso? Mentira, é de Vieira.

P.S. Uma nota ainda para o "poder" da blogosfera. É curioso observar que os bloggers que acusam a blogosfera de ser presunçosa ao ponto de achar que pode decidir eleições se esquecerem que estes "presunçosos" sempre disseram, ao contrário de outros blogs, que o nosso poder era e é muito limitado precisamente por não chegarmos à maior das franjas de votos benfiquistas. Não tenho a certeza se são desatentos ou hipócritas, mas pelo que venho observando, nem o menos hipócrita dos homens conseguiria ser tão desatento.

P.P.S. Ao contrário do que se passou nos últimos dias, neste post, e pelo menos comigo, certos e determinados comentários não passarão. Já se faz tarde, tenho de ir dormir, vou contar carneirinhos.

sábado, 27 de outubro de 2012

Day after

18 Abril 1990. O Estádio da Luz está à pinha, o Benfica está empatado e basta um golo. Perto do fim o golo aparece. Tenho 9 anos. Agarro-me a desconhecidos. Grito, festejo, choro. O meu Benfica está na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus pela 7ª vez na sua história.

Ontem foi dia de eleições no Benfica. Tinha um candidato, o da lista B que saiu derrotado. Votei nele por convicção, porque sempre fui isso: uma pessoa de convicções. Quando não gosto, não me junto. Justifiquei, argumentei, discuti, alegrei-me, chateei-me. Expliquei porque considero que o candidato da lista A não podia ser candidato, expliquei porque é que mesmo sendo candidato não compreendia como podia alguém ainda votar na Lista A. Tentei (e penso ter conseguido) convencer alguns indecisos, ajudei alguns votantes de Lista A a tornarem-se indecisos, lutei com todas as minhas forças para que o meu clube tivesse um futuro melhor. Tudo isto se revelou inútil, e por isso mesmo mostrei-me muito desalentado quando, no Pavilhão número 1 da Luz ouvi os resultados. Desalentado, resolvi abandonar o pavilhão. 

E foi quando me encontrava à porta que tudo sucedeu. Vinham aí os recém eleitos orgãos sociais e eis que a bancada é varrida de cima a baixo por simplesmente discorem do rumo do clube.  O trabalho fica a cargo de atletas do clube. À porta do pavilhão, quem se manifestasse contra, também era silenciado, mesmo com insultos do presidente, tudo isso perante a ovação de quem, segundos antes, tinha rejubilado com o resultado eleitoral, como se de uma final da Liga dos Campeões se tratasse. A isso assisti, boqueaberto, absolutamente chocado. Estava em minha casa e não podia exprimir a minha opinião. Estava a ver, à minha frente, o meu clube bater no fundo como nunca bateu no maior ataque à democracia que alguma vez vi!

Não aguentei mais. Troquei meia dúzia de palavras com pessoas que estavam desalentadas como eu e fui para o carro. Um caminho de 250 metros que me pareceu uma maratona.

Uma caminhada que mesmo acompanhado na maior parte do caminho, parecia uma missão solitária.

Olhei para trás, vi o Estádio. Lembrei-me do dia 18 de Abril de 1990, e perguntei-me como uma data tão perto na história poderia estar tão longe em valores. Agressões a adeptos ovacionadas no pavilhão, culto da personalidade mesmo quando esta tanto tem feito para contrariar os históricos valores do clube.

A minha caminhada continuou. Chegado ao carro, um último olhar para trás, voltei a ver o Estádio. Revi os 120 000 de 1990, o rejubilar e com tudo isso as lágrimas subiram aos olhos. Foi quando me mentalizei: não dá mais. Não consigo mais e fico sem forças para lutar. Tão cedo não conseguirei apoiar o clube no estádio e nos pavilhões, não consigo pactuar com hipocrisias, a partilhar bancada com alguém que não confio, que se tiver num problema mais depressa ovaciona do que me defende. Assim não dá. Ficarei no conforto do lar a torcer como doente que sou, apenas isso. Já em Assembleia Geral, nem um segundo de tréguas darei, na luta pelo Benfica que preconizo, que sonho e que, curiosamente, já existiu.


Suffer the needle chill
(S)He's runnig to stand... still.

Imperdoável

O meu muito obrigado a quem votou Vieira.

Obrigado por terem votado no homem que nunca deu a cara pelo clube depois de anos e anos de roubos pelos estádios deste país.

Obrigado por terem votado no homem que nunca deu a cara quando os nossos jogadores e adeptos eram (são) agredidos e humilhados nos antros do costume.

Obrigado por terem votado no homem que viu o Porto fazer da Luz o seu salão de festas e que nunca demonstrou um pingo de desolação e vergonha com isso.

Obrigado por terem votado no homem que anda há uma década a prometer o mundo aos sócios, mas que jamais pedirá desculpa por todos os falhanços e humilhações que nos fez passar.

Obrigado por terem votado no homem que fez do clube um negócio e uma loja de venda a retalho.

Obrigado por terem votado no homem que sempre foi uma marioneta nas mãos daqueles que ele próprio nunca quis derrotar.

Obrigado por terem votado no homem que vai ver o reinado do Benfica sucumbir quando o Porto chegar aos 33 primeiro que nós.

Obrigado por terem votado no homem que nunca quis dar a machadada final no sistema quando dispôs de oportunidades para isso.

Obrigado por terem votado no homem que nunca conseguiu manter uma equipa competitiva de um ano para outro.

Obrigado por terem votado no homem que vos vende o sonho de conquistar 3 dos próximos 4 campeonatos, promessa igual a tantas outras.

Obrigado por terem votado no único homem na História do Benfica que viu três equipas portuguesas chegarem a finais europeias.

Obrigado por terem votado no homem que viu o Porto duplicar os troféus europeus e triplicar os títulos internacionais em relação ao Benfica.

Obrigado por terem votado no homem que mais Benfiquismo ostracizou na centenária História do Benfica.

Hoje não morreu só o Benfica. Hoje morreu também uma parte de mim e de todos aqueles que jamais aceitarão o comodismo de ver o Benfica na lama. Um grande abraço a todos vocês que sempre irão sentir o fogo encarnado a arder no vosso coração com vontade de fulminar toda a heresia e toda a blasfémia daqueles que nunca saberão o que é o Benfica. E não, jamais desculparei quem votou Vieira e jamais retirarei um vírgula a este texto. A esses, os meus parabéns por se darem a tão reles rebaixamento.

Por último, gostaria de dizer obrigado a todos os que votaram no derradeiro coveiro do maior fenómeno desportivo e social da (quase) milenar História de Portugal.

ATÉ SEMPRE BENFICA!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Voto Rangel


O dia de todas as decisões aproxima-se, e por isso tenho de dizer que, quando me deslocar ao Estádio da Luz na 6ª feira, o farei para votar em Rui Rangel e na lista B.

É evidente que não seria de esperar outra coisa. Há anos que estou cansado de uma liderança desportiva, financeira e moralmente incompetente e atentatória da matriz que fundou e fez crescer o Benfica. 11 anos no Benfica são mais do que suficientes para se tentarem todas as fórmulas para o sucesso (e Vieira tentou de tudo)... e como em tudo na vida, há um momento em que devemos parar e assumir que não conseguimos.

Não nascemos todos para o mesmo. Se calhar Rui Rangel não teria os meios para sustentar o Benfica como Vilarinho e Vieira fizeram entre 2000 e 2004, mas isso em 2012 nada interessa. Vieira, por exemplo, certamente que não nasceu para dar a glória e a ética que o Benfica precisa para sobreviver como gigante mundial.

Há longos meses que batalho por uma alternativa credível e, felizmente, ela apareceu. Tarde, dirão muitos de vós, no tempo certo para mudar o Benfica respondo eu. Apareceu a 10 dias das eleições, mas quando apareceu trouxe consigo algo que Vieira em 9 anos nunca apresentou: um programa com linhas de acção claras, com prioridades bem definidas e com alguns perfis perfeitamente traçados, como na questão dos cargos estratégicos vs cargos operacionais, e respectivas filiações clubísticas e competências profissionais.

A lista B é, no quadro actual do Benfica, um Best Of dos que se batem por ideais e por valores. Não é arrogância ou injusta depreciação dizer que a lista A é um saco de gatos oportunistas, que por diversas vezes trocaram ideias pelo protagonismo e pela proximidade do poder. E posso fundamentar:

  • Rui Gomes da Silva, em 2009, contactou o então movimento Benfica Vencer Vencer dizendo, e isto são palavras dele na altura, que era fundamental correr com Vieira custasse o que custasse. Semanas depois, apareceu na lista de Vieira. Hoje, faz um ridículo papel na SIC Notícias;

  •  José Eduardo Moniz, em 2009, foi sondado pelo Movimento Benfica Vencer Vencer no sentido de perceber as suas ideias para o clube e preparar eventual candidatura. Sem dar nenhum cavaco a todos quantos no movimento lhe deram a oportunidade de ver o seu nome associado ao Benfica, marcou uma conferência de imprensa de que os restantes elementos souberam pelos jornais, para dizer que não se candidatava. Nos anos que se seguiram, criticou ferozmente Vieira. Inclusivamente no ano de 2009/10, onde fomos campeões. Dois anos volvidos de insucessos, humilhações e prejuízos financeiros, diz que acredita em Vieira e no que este tem feito pelo Benfica. É administrador da Ongoing, que detém 50% do fundo de jogadores do Benfica, e nos anos 90 vendeu os interesses da RTP à Olivedesportos;

  • Varandas Fernandes... o tótó da história! Serviu-se de amigos para contemporizar o aparecimento de alternativas, tentando vender banha da cobra e boas intenções de Vieira. Partiu para negociações com objectivo de criar uma lista de união e que afastasse do clube cancros como Soares de Oliveira ou João Gabriel, e definiu-o como alicerces dessa negociação com o líder do Benfica. Vieira em nada cedeu, e Varandas Fernandes aceitou mesmo assim ir para a lista, num papel mais que secundário onde até um mafioso ex-PS fala mais alto;


  • Luis Nazaré, o homem que saiu do Benfica no mandato de Vilarinho acusado por Vieira de ser um papagaio, e acusando Vieira de querer enriquecer à custa do Benfica e dos seus negócios com o betão. 10 anos volvidos, Vieira à custa do Benfica e do betão aumentou a fortuna pessoal de 15 para 500 milhões de Euros, e Luis Nazaré não vê problema nenhum nisso;

  • Sílvio Cervan, um opositor encarneirado de Vieira, que goza e desfruta com as críticas cerradas feitas ao presidente durante as assembleias-gerais, que me pede para falar mais baixo quando percebe que conheço a sua visão inversa à de Vieira, que olha para o chão quando questionado sobre o porquê de estar numa direcção em que não se revê. A prostituição foi mais longe – está presente na lista, e como suplente. Não só se mantém ao lado de malta em que não se revê e com que goza em silêncio, como até aceita estar lá numa posição completamente subalterna.



Por isso, de um lado está a prostituição intelectual, a devassa moral do clube, a compactuação com portistas e sportinguistas infiltrados em lugares-chave da gestão estratégica do clube, e do outro está Rui Rangel, com um discurso a fazer lembrar os grandes nomes do passado Benfiquista, e com uma lista que tem, entre outros:

  • Fernando Tavares, a minha maior referência de Benfiquismo. Um gestor competente, que muito fez pelas modalidades do Benfica e que, aliás como o líder da lista, acorda a pensar no Benfica, se deita a pensar no Benfica, sofre a pensar no Benfica e vibra com as vitórias do Benfica. Uma pessoa de uma linha de Benfiquistas que eu até o conhecer julgava já não existir;


  • Cunha Leal, o artífice da mais espectacular equipa que me lembro de ver no clube (1992/93), o homem que segurou as pontas do Benfica no difícil Verão de 1993 e que montou as bases para o campeonato de 1993/94. Saiu do clube em 1994, acompanhando nesse percurso um grande monstro da história recente do Benfica – Jorge de Brito. Conhecer do futebol, sofredor Benfiquista, que faz também da classe e elevação o seu modo de ser;


  • Paulo Olavo e Cunha, o melhor presidente da mesa da assembleia-geral de que me lembro de ver no Benfica. Pugnou sempre pela democracia do clube, opôs-se como eu aos novos estatutos, dirigiu alguma das mais conturbadas e participadas assembleias-gerais da história do clube e sempre sem o menor incidente;

  • João Carvalho, um Benfiquista que admiro muitíssimo e o último grande presidente do Conselho Fiscal. Independentemente de amizades e simpatias, João Carvalho foi intransigente na missão estatutária que está designada para o Conselho Fiscal, defendendo acima de tudo o clube e exigindo dos seus dirigentes a máxima responsabilidade e cautela;


E isto apenas para citar alguns, os mais conhecidos. Hoje por hoje, este é um Best Of Benfiquista em termos de competência, ética e capacidade de gestão do Benfica.

Além do projecto, cujas linhas me agradam e que em grande medida abrangem temas de que fui falando por essa blogosfera nos últimos anos, as pessoas transmitem-me muita confiança e a certeza de que, novamente, o Benfica vai ser a prioridade dos seus dirigentes. O que é algo que na outra lista não se verifica e na qual até tenho a certeza de que não é o Benfica que os move em primeira instância.

Votarei Rui Rangel porque acredito que o dirigismo pode ser diferente. Podemos ter pessoas que liderem com elevação e a competência que nomes como Maurício Vieira de Brito, Borges Coutinho ou João Santos tornaram numa marca registada do clube. Porque acredito na frontalidade e nas convicções destas pessoas. Porque sei que não mais o Benfica será ponto de encontro de estruturas mafiosas de trocas de favores, lugares e negócios. Porque sei que, se não atingirem os objectivos, saem pelo próprio pé, como qualquer Benfiquista que sinta este clube faria.

Por tudo isto, os meus 20 votos estão há muito entregues. Depois de dia 26 de Outubro ninguém poderá dizer que teve de votar em Vieira por não haver alternativas. Quem o fizer estará, por isso, a contribuir para que o Benfica continue nesta decadência profunda que só uma fachada floreada com os milhões emprestados pelos bancos (e não rentabilizados) pode disfarçar.

Força Benfica, força Rui Rangel!

Porque voto em Rui Rangel

Dito que não votaria em Luís Filipe Vieira e deixando claro que um voto em branco seria desperdiçar uma excelente oportunidade para mudar para mais e melhor que os actuais dirigentes do Benfica, ficou bem claro que votaria (e votarei) na Lista B, de Rui Rangel, na próxima sexta-feira dia 26 de Outubro.

Mas porquê votar em Rangel? Por ser do contra? Por ser doutor? Porque sim? Porque não? Nada disso. Os meus votos no juiz em nada se devem às questões acima colocadas. Se assim fosse, em 2009 teria votado em Bruno Carvalho e não em Luís Filipe Vieira, como efectivamente votei. E fi-lo na altura com a certeza, que ainda hoje tenho, que o candidato da lista então opositora à do actual presidente era composta por um conjunto de gente impreparada e sem noção do que é ou seria dirigir o Benfica. Hoje, passados três anos, tenho a certeza de que, apesar deste mandato de Vieira ter sido claramente negativo, com os dados que tinha à minha disposição na altura e face às listas apresentadas a sufrágio, fiz a melhor das escolhas possíveis, ou pelo menos a menos má.

Mas voltando ao cerne da questão, porquê votar em Rui Rangel?

Por convicção, é a minha resposta.

Será possível votar em Rangel sem se estar a votar contra Luís Filipe Vieira? Sim, é, e é sobre isso mesmo que versa este post, pois é por aí que vai a minha orientação de voto. Voto em Rangel por acreditar que o seu projecto é efectivamente bom. Claro que o facto de Vieira estar a minar o meu clube (não o dele) também faz com que seja mais fácil votar em Rui Rangel, mas não é por aí que vou. Deixando de parte a conversa do projecto [mais que] esgotado de Luís Filipe Vieira e dos múltiplos insucessos desportivos alcançados em quase dez anos de reinado, pretendo demonstrar, ou pelo menos explicar, por que é que acredito que a Lista B é per si, a melhor para o Benfica.

Rui Rangel não acordou ontem para as questões relacionadas com o Sport Lisboa e Benfica. Já em 2009, através do Movimento Benfica Vencer Vencer, tentou apresentar uma lista às eleições, plano entretanto abortado devido à antecipação puramente estratégica de Vieira que visava o impedimento de que certas pessoas se apresentassem a votos. Três anos depois, Rangel volta à luta demonstrando uma coragem que poucos benfiquistas ousaram revelar. Quantos dos chamados "notáveis" é que mesmo discordando da actual política financeira e desportiva do clube se apresentaram para participar no debate de ideias com o público, cara-a-cara, e não apenas através das colunas dos jornais? Quem é que quis arriscar o bom nome e a reputação construída durante anos numas eleições à partida perdidas? Rui Rangel teve a coragem que mais nenhum benfiquista de "nome", com passado na vida pública ou papel de destaque na sociedade portuguesa teve. Rangel teve a ousadia de arriscar o nome a troco de umas eleições que sabia que seriam (serão?) praticamente impossíveis de ganhar. Só por isso merece o meu respeito. Mas para merecer os meus votos precisaria de muito mais.

E Rangel tem esse "muito mais" que faltava. Num grande clube como o Benfica, há e sempre haverá uma falange de adeptos descontente com o rumo da equipa, sobretudo quando não se ganha. Seria fácil aglutinar todas essas vozes de discórdia de forma a provocar instabilidade e algazarra na praça pública de modo a tentar capitalizar o apoio popular. Uma estratégia demagógica que não raras vezes é utilizada. Rangel, felizmente, não escolheu esse caminho. A voz de Bruno Carvalho, uma das mais activas nos últimos três anos de oposição encarnada, não faz parte do seu projecto, tal como a voz, ou melhor, a sombra de Veiga, que de acordo com as listas propostas a sufrágio não fará parte dos órgãos sociais do clube e que, segundo o próprio Rangel em comunicado emitido na sua página do Facebook, não fará também parte da estrutura do futebol profissional do SL Benfica. Pelos vistos, a exclusão de Veiga do futebol do Benfica vai ter o condão de meter muito boa gente a repensar a sua orientação de voto, uma vez que prometeram não votar Rangel devido ao facto de Veiga estar, pretensa e falsamente, como se provou, na sua lista ou na calha para o futebol encarnado. Gente essa que, curiosamente ou talvez não, afirmou que nunca estaria do lado de Veiga esquecendo-se (ou não, uma vez mais) que esteve ao lado de Vieira nos anos em que o ex-empresário foi unha com carne com o actual presidente.

Mesmo numa questão tão delicada como a dos direitos televisivos, Rangel optou sempre pela verdade, pela transparência e pelo esclarecimento dos sócios, referindo que a hipotética não-renovação com a Olivedesportos passará pelo cumprimento de um conjunto de cláusulas assinadas no contrato que hoje vigora, e que consistem no direito de preferência de Joaquim Oliveira quanto à renovação do contrato se igualar a melhor oferta que o Benfica venha eventualmente a receber. Ainda assim, Rangel recusou o silêncio nesta matéria, política da outra lista, e prometeu a tentativa de abrir o concurso relativo aos jogos caseiros do Benfica ao mercado internacional, onde o nosso clube poderia, eventualmente, fazer um maior encaixe financeiro.

Rangel não envereda pela crítica oportunista e fácil. Em praticamente todas as suas intervenções públicas desde que anunciou a candidatura vi-o elogiar ocasionalmente o trabalho feito pela Direcção vigente em algumas áreas. Seria extremamente fácil (e populista, uma vez mais) adoptar o discurso do bota-abaixo, mas o juiz optou pelo caminho que achou e que é o mais correcto: não esconder o que de bom foi feito nestes anos. E não raras vezes aproveita o que a actual Direcção construiu para lançar e reforçar as ideias que tem para o Benfica demonstrando onde Vieira e seus aliados falharam. Rangel tem um projecto. Tem ideias. Tem um plano. E tem, como já se viu, vontade de discutir o clube, falar dele abertamente e dar a palavra aos sócios. Um dos casos mais badalados é o do possível reatamento de relações com o FC Porto. Enquanto que na lista adversária Moniz diz que quer, Gomes da Silva rejeita liminarmente e Vieira mantém-se calado a ver os dois contradizerem-se, Rangel não esquece quem decidiu esse corte de relações e promete dar a palavra aos sócios. Diz o juíz que tal reatar de relações só será possível se os sócios do SL Benfica assim decidirem em Assembleia-Geral do Clube. Enquanto uns dirigentes põem e dispõem a seu bel-prazer, Rangel compromete-se a dar a palavra e o voto aos sócios. É neste espírito de discussão positiva que Rangel não se esconde e não foge às perguntas dos adeptos. Enquanto uns rejeitam debates, outros escutam activamente o eleitorado, incentivando à colocação de perguntas e respondendo apesar de algumas não serem propriamente fáceis. Basta ver a actividade que o Facebook do candidato da Lista B promoveu. Enquanto uns se escondem, outros discutem com adeptos anónimos, com vontade de esclarecer, de ouvir e de se darem a conhecer a si e ao seu projecto.
Mas para além de acreditar no projecto e na pessoa que o lidera, tenho a mais profunda confiança em quem Rangel escolheu para o rodear. Rangel não está sozinho. Rodeou-se de uma equipa de benfiquistas, não uma espécie de cristãos-novos do benfiquismo oriundos de Alvalade ou das Antas, homens experientes e que, em boa parte, até já passaram pela nossa casa em funções administrativas ou directivas. Fernando Tavares, à cabeça, é um desses homens. Foi director das modalidades no período relativo ao nascimento do futsal, onde ganhou múltiplos títulos, lançou as bases para equipa de hóquei que ganharia o campeonato e as provas internacionais anos mais tarde sob a égide de outros, e foi ainda o único director das modalidades que na última vintena de anos conseguiu ganhar os campeonatos de Andebol e Voleibol. Cunha Leal, Paulo Olavo Cunha e José Ribeiro e Castro são outros nomes do conhecimento dos benfiquistas.

Por tudo isto, voto na Lista B, presidida por Rui Rangel e faço-o por convicção. Por acreditar na pessoa que lidera a lista, por me identificar com o projecto que tem para o Benfica e por saber que está rodeado de pessoas competentes e capazes de devolver o Benfica ao lugar que lhe pertence por direito.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Votos em cadeia

Este sou eu. E estas são três pessoas. E eu vou fazer com que votem em Rangel. Depois, cada uma destas três pessoas vai convencer outras três a votarem nele e assim sucessivamente.

É preciso convencer os benfiquistas. É necessário promover uma enorme mobilização para estas eleições. É nosso dever convencer os amigos, os conhecidos, os amigos dos conhecidos, o pessoal do trabalho, a malta da faculdade e por aí adiante, a votarem em quem acreditamos.

Na sexta-feira decidem-se os próximos quatro anos de Benfica. Os sócios vão às urnas naquela que será, quase seguramente, a maior votação de sempre da História do Clube. Resta saber o que querem os benfiquistas: continuar ou mudar? Avalizar mais quatro anos de Vieira e da sua política no clube, com tudo o que tem de bom e, sobretudo, por ser em maior quantidade, de mau, ou mudar para Rui Rangel e a sua lista de benfiquistas.

A partir de sexta-feira teremos um novo (ou velho) presidente. Gostem ou não da ideia, um dos dois, Vieira ou Rangel presidirá os destinos do Benfica. É impossível agradar a gregos e troianos e, do que tenho visto, mesmo entre gregos e troianos há quem não goste nem de um nem de outro, equacionando não votar ou votar em branco. E fazê-lo, neste caso, não me parece correcto. Engulam o sapo, como alguém disse tão sabiamente, e decidam-se. Não se demitam desta responsabilidade que é votar em quem nos vai governar até 2016. Alguém vai ter de ser, escolham. Votar em branco, reforço, é a demissão das responsabilidades enquanto benfiquistas, é mostrar que se tem medo de decidir o que se quer para o futuro do clube. Neste momento, é isso mesmo: medo. Votar em branco é a escolha mais fácil, é o caminho mais simples. Votando em branco, o benfiquista dirá, com natural facilidade daqui a quatro anos que "as coisas correram mal como eu previa e foi por isto que não votei no actual presidente". Têm medo de votar em alguém? Têm medo de tomar decisões sérias e importantes? Acertando ou errando, há que assumir responsabilidades e votar em alguém. Eu já escolhi e voto Rangel. Nos próximos quatro anos cá estarei para defender a minha escolha até mais não ser possível, mas sempre com a consciência que no dia 26 de Outubro votei na pessoa que poderia dar um melhor presidente do Benfica. Por isso, deixo-vos a questão: quem é que dará um melhor presidente? Vieira ou Rangel? Branco vai a votos, mas não governará. Escolham.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Porque não voto em Luís Filipe Vieira

Tudo na vida tem um tempo. E a meu ver, o tempo de Luís Filipe Vieira à frente do Benfica acabou. Se calhar até já tinha terminado há três, mas por ausência de oposição minimamente credível, lá continuou. Hoje, face à situação actual, perante o que já fez pelo Benfica e sobretudo pelo que fica por fazer por manifesta incompetência na área de redução do passivo e na vertente desportiva, não tenho grandes dúvidas de que Vieira deve sair do Benfica.

Sejamos honestos para nós mesmos: Vieira teve um papel muito importante na reconstrução da credibilização do Benfica. Hoje somos um clube credível (se calhar até é maior a fama que o proveito) e em boa parte isso se deve a Vieira. No período entre 2003 e 2006, Vieira foi um bom presidente, conseguiu devolver a competitividade em campo à equipa de futebol, perdida há já alguns anos, e venceu uma Taça, um campeonato e uma Supertaça numa fase ainda embrionária do seu projecto para o Benfica. O clube contratava com algum critério apesar de nos terem calhado vários flops na rifa, apostava-se na formação e nos jovens valores portugueses e andávamos na luta pelos títulos. Se tivesse saído em 2006, não tenho dúvidas que Vieira seria lembrado pelos benfiquistas como um dos que mais tinha feito em menos tempo.

Mas eis que chega Janeiro de 2007 e, coincidência ou não, com a saída de Veiga, o Benfica perdeu o campeonato. Após fantástica recuperação encetada no Outono, o Benfica, pela mão de Vieira, desfaz um plantel bastante equilibrado vendendo Ricardo Rocha, Alcides e o mexicano Fonseca, que se começava a mostrar de águia ao peito, deixando a equipa órfã de defesas e de avançados. O plantel acaba a época de rastos, com as saídas a fazerem-se sentir e com a equipa a morrer na praia tanto no campeonato como na UEFA. No verão, as saídas de Simão, Manuel Fernandes, Miccoli e Karagounis, a preço de saldo, deram o mote para uma época sofrível em que a contratação de mais de uma dezena de sul-americanos sem experiência na Europa não ajudou ao sucesso da equipa. Após três boas temporadas em termos organizativos, o Benfica começava a falhar. Daí para a frente, as épocas da equipa de futebol seriam marcadas por um quarto lugar (07/08), um terceiro em que acabámos a lutar com o quarto (08/09), uma época de excelência em que fomos campeões à tangente (09/10), uma época de humilhações em catadupa (10/11) e uma época em que tivemos tudo na mão e deitámos tudo a perder (11/12). Cinco épocas, uma de êxito, quatro de desastre. No plano desportivo, o investimento foi brutal e os resultados ficaram muito aquém do exigido. Desportivamente, este não é o meu presidente. São demasiados anos a acumular insucessos e derrotas para continuar na cadeira do poder. Eu quero um Benfica ganhador dentro de campo e Vieira já provou que não me pode dar esse Benfica.

Fora dos relvados, Vieira também não me conquista. É um demagogo, um populista e não raras vezes abusa do baixo nível para se referir aos adeptos do clube a que preside, desconsiderando-os vezes sem conta em ocasiões tão distintas como ao oferecer bilhetes grátis nuns quartos-de-final de uma prova europeia depois de milhares de sócios já terem comprado os ingressos a preço de ouro ou ao estar a falar ao telemóvel durante uma AG do clube. Mas se nos ficássemos só pela parte pessoal não seria de extrema gravidade. O problema é que fora dos relvados, Vieira não termina aqui. Apoiou corruptos para os lugares de poder na Liga e tem um passado escabroso enquanto sócio dos outros dois rivais do Benfica e está neste momento mais interessado em abrir Casas do Benfica na véspera de eleições ou nos negócios pessoais que tem espalhados pelos quatro cantos do mundo, deixando o Benfica para segundo plano. Temos um presidente que já nem se preocupa em fingir que se importa com o clube a que preside. Temos um homem que usou um clube como trampolim social e económico para passar de zero a milionário. Vejam onde estava Vieira na lista dos portugueses mais ricos em 2002 e onde está dez anos mais tarde. Assustador.

Por fim, relativamente ao que se tem passado neste período de campanha eleitoral, a atitude, a postura e o programa de Vieira deixam muito a desejar. As constantes comparações entre Vale e Azevedo e Rui Rangel são indignas e em nada se relacionam com a atitude ou com o projecto do adversário da lista B. A necessidade de invocar a expressão "ou eu ou o caos" é de uma demagogia atroz e reveladora dos tiques e espírito ditatoriais do actual presidente. A mais recente medida de baixar os preços das quotas e dos bilhetes é a prova de que o homem não olha a meios para tingir os fins. A inflexibilidade em aceitar um debate televisivo demonstra a incapacidade e inépcia em debater qualquer tema relacionado com o Benfica a não ser que esteja a ler uma folha escrita por João Gabriel. E o seu programa eleitoral consiste num conjunto de vinte e poucas páginas mal amanhadas, repletas de nomes de apoiantes, com a obra feita e com zero, reforço, zero medidas para o futuro.


Como posso eu votar num homem que apoiou Fernando Gomes e outros corruptos para a Liga, que diz que o Major é uma pessoa séria, que fez negócios muito vantajosos para o Porto enquanto presidente de outro clube, que não é benfiquista desde berço nem desde os 10, 20, 30 ou 40 anos, que festejou vitórias do Porto nos camarotes das Antas, que andava de braço dado com Pinto da Costa em tempos idos, que classifica quem lhe faz oposição interna e construtiva como abutre ou papagaio, e que, pior que tudo isso, adulterou, forjou, falsificou, o que quiserem, a ficha de inscrição de sócio para poder ser presidente do Benfica?! Como posso eu e como pode alguém com um pingo de vergonha na cara votar neste sujeito?!

O Benfica, ao contrário do que vem escrito no micro-programa do candidato Luís Filipe Vieira, não precisa nem pode "continuar" ou "manter". É preciso "mudar". Mudar para mais e para melhor. Depois destes nove anos de trabalho, sei que Vieira não tem aquilo que eu quero e desejo para o meu clube. Já houve tempo para a reestruturação financeira, para o relançamento na Europa e para a conquista de títulos nacionais em série. O terceiro objectivo, aquele a que se propôs no início do mandato que agora finda, falhou rotundamente. Vieira não é o presidente que o Benfica necessita para ganhar títulos. Não sabe como o fazer e tenho sérias dúvidas que queira até porque na vida há coisas bem mais importantes que gerir um clube de futebol (vide os negócios pessoais do senhor, espalhados por Angola e pelo Brasil). O sonho que eu tenho para o Benfica, para o meu Benfica, é de o ver ganhar consistentemente. E sei que com Vieira ao leme, esse sonho não se concretizará, como ele mesmo provou ao longo de uma década. Por tudo isto, não voto em Luís Filipe Vieira.

Se eu te dissesse...

- que as vendas de jogadores seriam elevadas à condição de títulos;
- que haveria uma promiscuidade entre o presidente e um jornal desportivo;
- que se apoiariam os corruptos para os lugares de poder da Liga;
- que teríamos um presidente perdedor por dez anos;
- que ganharíamos apenas dois campeonatos em dez;
- que ganharíamos apenas uma Taça de Portugal em dez;
- que bateríamos um record de anos consecutivos sem ir ao Jamor;
- que o passivo iria quadruplicar;
- que o treinador gozaria com os adeptos dizendo que achava possível ganhar a Champions;
- que a demagogia se apoderaria do nosso clube;
- que pessoas anónimas que escrevem na internet seriam perseguidas pela Direcção do clube;
- que os adeptos estariam contentes com os resultados medíocres do futebol;
- que um treinador perdedor se tornaria no indivíduo mais bem pago de sempre da história do clube;
- que o entreposto de jogadores continuaria;
- que os grandes cargos de decisão e de poder no clube estariam ocupados por sportinguistas e portistas;
- que faríamos duas épocas consecutivas sem defesa esquerdo;
- que se investiria mais que nunca e se perdesse como sempre;
- que se mentiria de forma inadmissível aos sócios;
- que o Porto nos ultrapassaria em número de títulos de futebol;
- que um treinador pusesse e dispusesse como nenhum outro alguma vez teve esse direito;
- que se despediriam treinadores à primeira jornada;
- que haveria um clube de boxe à saída das AG's para se fazer sentir a quem não se portasse bem;
- que as claques seriam instrumentalizadas para serem um braço armado do presidente;
- que os maiores inimigos do Benfica seriam os melhores amigos do presidente;
- que Salvador, Oliveira, Serpa, entre outros, iriam às Galas e para os camarotes da Luz;
- que os adeptos seriam agredidos por polícias e adversários e a direcção se calasse;
- que os adeptos aprovariam peitadas aos árbitros;
- que o Major era um pessoa séria; 
- que teríamos um presidente que só apareceria para dar entrevistas com o clube na mó de cima;
- que o campeonato ganho em 2005 não deveria ter sido ganho, mas que se tolerariam terceiros e quartos lugares;
- que se venderia o ganha-pão de uma equipa (Simão) em vésperas de começar o campeonato;
- que o presidente desculpar-se-ia com o facto das celebrações atrapalharem a preparação das épocas;
- que o clube envolver-se-ia em negócios obscuros de largos milhões de euros;
- que os empresários mandariam mais no clube que os próprios sócios;
- que teríamos um homem para o qual a sua religião é o FC Porto a trabalhar nos nossos quadros;
- que se prometeria resolver os direitos televisivos até certa data e 8 meses depois não haver notícias;
- que se festejariam golos do Porto antes de vir para o Benfica;
- que teríamos um plantel com pouquíssimos jogadores portugueses e um onze titular sem um único para amostra;
- que a Direcção não defenderia os adeptos agredidos e humilhados em vários estádios do país, nomeadamente em Braga e no Porto;
- que se antecipariam eleições de modo a não ter oposição;
- que se monopolizaria a Benfica TV para ser a Vieira TV;
- que qualquer foco de contestação interna seria alvo de "convites" para silenciar a crítica;
- que toda a oposição seria considerada prejudicial à vida e democracia do clube;
- que se usaria o jornal do clube para falar mal dos sócios;
- que teríamos comentadores profissionais que insultassem os adeptos do Benfica;
- que se cuspiria nas antigas glória do clube, como Torres ou Veloso;
- que passados 10 anos continuaríamos a apoiar o Sistema elegendo pessoas como Fernando Gomes;
- que se gozaria com os sócios que pagaram exorbitâncias pelos Red Pass, baixando depois os bilhetes em vésperas das eleições;
- que teríamos um presidente sócio do Sporting e do Porto antes de ser sócio do Benfica;
- que Luís Filipe Vieira falsificaria o número de sócio para poder ser presidente;

Se, há dez anos, eu te dissesse isto tudo, acreditarias? Aprovarias este Benfica? Eu não. Sexta-feira sei em quem devo votar.

domingo, 21 de outubro de 2012

Devolvam-me o meu dinheiro

Luís Filipe Vieira anunciou ontem que o Benfica vai baixar o preço das quotas dos sócios e dos bilhetes dos jogos na Luz até Janeiro de forma a ter o estádio cheio. A medida, apesar de o presidente dizer o contrário, é só mais uma na linha das populistas e engana-tolos que Vieira costuma aplicar. Ao fim de nove anos enquanto presidente é que se lembrou que o estádio está constantemente com meia casa? E porquê só até Janeiro? O campeonato acaba nessa altura? Se é assim que Vieira acha que vai ter o estádio cheio, engana-se. A primeira condição para ter o estádio repleto é haver paixão pelo clube associada à militância, algo que a actual Direcção destruiu por completo. E os sócios que já pagaram as quotas? E os adeptos que já compraram Red Pass no início da época, com a agravante dos preços terem subido astronomicamente em relação à época anterior? Ficam a arder, é? Quem é que queres enganar, seu aldrabão? Ainda há quem coma a da gamela que Vieira serve aos benfiquistas?

Faltam adeptos, falta militância e falta-lhes, essencialmente, dinheiro. Baixa-se o preço das camisolas oficiais da época ainda em Outubro, telefona-se para casa dos sócios a tentar vender pedras da Praça dos Heróis, enfim, é o milagre financeiro em todo o seu esplendor. Um destes dias, entre um Mórmon e uma Testemunha de Jeová, aparece-me um Vieirista à porta a tentar vender mais um Red Pass, uma pedra da calçada, terrenos em Marte ou o oxigénio em redor do Estádio da Luz. Só compra quem quer. E só um idiota é que abre a porta a esta gente.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Definitivamente um caso de polícia

Como devem estar relembrados, neste post e neste foram enumerados factos que nos levam a duvidar sobre o número de sócio de Luís Filipe Vieira, tornando-se óbvio que o associado em questão teve, na melhor das hipóteses, vários anos de atraso na sua quotização, não tendo regularizado a sua situação até à entrega dos emblemas de dedicação em 1994..

Levantamos agora mais algumas questões relevantes.

Como podem ver nas imagens que se sucedem, com a listagem de emblemas de dedicação de 1995 a 2004, e Luís Filipe Vieira não entra nas mesmas.

Emblemas de dedicação 1995

Emblemas de dedicação 1996

Emblemas de dedicação 1997

Emblemas de dedicação 1998

Emblemas de dedicação 1999

Emblemas de dedicação 2000

Jornal O Benfica 2001. Não houve lista disponibilizada no ano de regresso do jornal. 474 sócios foram galardoados com o emblema de prata

Emblemas de dedicação 2002 (I)

Emblemas de dedicação 2002 (II)

Emblemas de dedicação 2003 (I)

Emblemas de dedicação 2003 (II)

Emblemas de dedicação 2004 (I)

Emblemas de dedicação 2004 (II)


Como podem ver nas listas (contemplam todos os anos excepto 2001) não é público que Vieira tenha recebido o emblema de prata. E claramente, se o recebeu só o poderá ter recebido em 2001. Ora caso o tivesse feito nesse ano, teria um número com a terminação /1 pois como já demonstrado anteriormente, seguindo o suposto ano de filiação teria recebido o emblema de prata em 1991, logo teria de pagar quotas em atraso (daí a terminação no número). Até aí tudo bem, dando de barato o constante nos estatutos em que para liderar uma direcção são necessários 25 anos ininterruptos de associativismo efectivo. Mas é aqui que a questão começa a ganhar contornos de gravidade. Como sabem, quando alguém recupera um número em atraso, já o dissemos, fica com a terminação /1. E caso LFV tivesse recuperado o número nessa altura, seria forçado a ter essa terminação.

E é aqui que surge o logro, a fraude. Como podem ver aqui, Luís Filipe Vieira foi, pela primeira vez, a votos  em 2003, antes da renumeração seguinte que foi em 2005, com o número de sócio 7331. Ora este número é impossível, pelas razões já explícitas, de ser real.

Assim sendo, exigem-se explicações. Exigem-se medidas. Está na hora de Luís Filipe Vieira comprovar a vericidade dos seu número de sócio do clube, caso contrário não se pode recandidatar à presidência do clube no acto eleitoral de dia 26 pois não é elegível. Tudo isto é grave. Muito grave. 

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral tem de intervir, é forçosa a chamada da polícia ao caso. Compete-nos a NÓS, sócios anónimos apresentar queixa junto do departamento de sócios do Sport Lisboa e Benfica, bem como uma queixa judicial para anular a decisão do Presidente da Mesa da AG do Benfica em aceitar uma candidatura ilegítima..

São estas situações obscuras que querem no nosso clube ?

É neste antro de manobras obscuras que querem colocar o nosso clube ?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Entrevista de Rui Rangel à RTP

José Rodrigues dos Santos é um bom jornalista e um excelente pivô televisivo. Mas só quando quer. Ontem despiu uma vez mais o fato de bom jornalista (como costuma fazer nas notícias relacionadas com a GFK) e adoptou a posição de apoiante de Luís Filipe Vieira atacando a torto e a direito, sem qualquer motivo para tal, Rui Rangel.

Do ambiente de quase subserviência com tratamento por "tu" e dos sorrisinhos para com Moniz, José Rodrigues dos Santos passou ao ataque ao candidato que promete devolver o Benfica aos benfiquistas. Mal Rangel começou a falar em "títulos", Rodrigues dos Santos cortou a conversa e adoptou o discurso de Vieira relativamente a Vale e Azevedo, presidente que deixou de o ser já vai para 12 anos, tendo referido uns "8 em Vigo" que não sei ainda hoje do que se trata, uns quartos-de-final da Champions, um feito tão inalcançável que se calhar nem Damásio com Artur Jorge ao leme conseguiu (ou espera, se calhar conseguiu) e ainda lançou a parvoíce de argumento de que Rangel tem na lista pessoas que pertenceram à direcção de Vale e Azevedo, como se isso fosse um atestado de incompetência ou falta de benfiquismo (situação curiosa até porque Vieira teve na sua lista membros da antiga direcção de Vale, como João Braz Frade, por exemplo).

Do ponto de vista das respostas dadas, destaca-se a postura, a tranquilidade e a honestidade evidenciadas apesar dos sucessivos ataques, de conteúdo e sobretudo de estilo, de que foi alvo. Quando questionado sobre as mudanças, Rangel não embarcou num discurso oco e populista, tão habitual noutros candidatos, e afirmou que é preciso estudar os dossiers que não são do seu conhecimento por não serem públicos. Assumiu a necessidade evidente de "emagrecer o plantel", referindo um excesso brutal de jogadores com vínculo ao Benfica, necessidade igualmente avançada meses antes pelo actual presidente mas que, como se sabe, não foi posta em prática de forma alguma. Elogiou ainda algum trabalho bem feito pela actual direcção, evitando entrar pelo caminho da crítica fácil e destrutiva e contornou muito bem o ataque do jornalista recordando que a primeira figura e o primeiro responsável pela recuperação do Benfica foi Manuel Vilarinho, chamando a atenção para o facto de ter na sua lista pessoas que estiveram presentes nos órgãos sociais da lista que venceu as eleições de 2000. O único ponto onde esteve menos bem foi no tema "Ribeiro e Castro", onde foi apanhado de surpresa pelas declarações do seu mandatário algumas semanas antes. Ainda assim, com a classe e tranquilidade que o caracterizam, Rui Rangel soube dar a volta ao texto. E, digo eu, oxalá haja mais "Ribeiros e Castros": gente que há semanas pensava em votar Vieira e que vote agora em Rangel.

Gostei do que vi, tanto na forma como pelo conteúdo. Rangel parece estar minimamente bem preparado, tem uma equipa de qualidade à sua volta, tem um projecto e representa, para mim, os ideais do Benfica. É um senhor, um gentleman, um presidente à Benfica e que o Benfica merece. Jorge de Brito, o último presidente à Benfica, estaria contente por ver alguém como Rangel ir à luta.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Era uma vez um não-sócio que é hoje presidente.

O site do Benfica, confesso, permite-nos certas maravilhas. Permite por exemplo saber que o Vice Presidente Rui Cunha, é hoje por hoje, o associado número 4533, que Luís Filipe Vieira é o associado número 5199 e que o Vice Presidente Domingos Lima é o associado número 5652. Tais dados podem ser confirmados aqui.
Outra maravilha é o nosso histórico jornal, o Jornal O Benfica que anualmente disponibiliza a lista dos associados que recebem os emblemas de mérito. Abordemos apenas os associados que receberam os emblemas relativos aos 25 anos de associativismo.

Pegando no Jornal O Benfica do dia 15 de Fevereiro de 1989, podemos ver no final da 1ª coluna da página 5, com o número 9739, à altura, Rui Manuel Frazão Henriques Cunha. Trata-se do actual vice presidente. Muito bem! Recebeu o emblema de prata em 1989. Na mesma imagem podem contemplar todos os galardoados com o emblema de mérito nesse mesmo ano. 

Emblemas de dedicação 1989


De seguida, recorrendo ao jornal do dia 23 de Fevereiro de 1993, vemos que Domingos Lima recebeu nesse ano o seu emblema de prata. Até aqui tudo bem. Para vos auxiliar, o nome de Domingos Lima está na página 23, na 3ª coluna da segunda imagem, com o número, à altura, 9872.

Emblemas de dedicação 1993 (I)

Emblemas de dedicação 1993 (II)

Constatamos também que entre 1989 e 1993 houve uma renumeração na lista de associados do Benfica. Eram eliminadas as pessoas com quotas em atraso. Geralmente aquelas que estavam consideravelmente em atraso.

Mas voltando ao nosso tema, seria de esperar que o nosso carismático Presidente, Luís Filipe Vieira, tivesse recebido o seu emblema de prata ou em 1990, ou em 1991 ou em 1992. Eu confesso que tenho alguma dificuldade em ler letras pequenas, mas sou capaz de jurar que nas páginas que vos apresento dos jornais de 14 de Fevereiro de 1990, 20 de Fevereiro de 1991 e 3 de Março de 1992 o nome de Luís Filipe Vieira não está lá!
Emblemas de dedicação 1990

Emblemas de dedicação 1991 
Emblemas de dedicação 1992

Confesso que fiquei estupefacto! Vieira foi quem, há três anos atrás acusou Moniz de ser mau exemplo por ter quotas em atraso. Ora a matemática não mente! Se hoje em dia Vieira tem um número de sócio entre o de Rui Cunha e o de Domingos Lima, teve de receber o emblema de mérito entre Rui Cunha e Domingos Lima. Mas tal não sucedeu. A única explicação é qual mesmo ? Quotas em atraso. Muitas quotas em atraso... Isso torna-o o quê, mesmo ? Num mau exemplo. E se atentarmos bem à lista vemos que todos os anos há números bem inferiores a receberem os emblemas: tratam-se das pessoas que recuperaram números ou que pagaram quotas. Nem aí Vieira aparece, nem ao trabalho de pagar as quotas em atraso, na altura, se deu. Há com cada uma... Objectivamente: Luis Filipe Vieira não era sócio do clube no ínicio da década de 90! Começo finalmente a entender o discurso da noite passada...

Um novo rumo


Finalmente fez-se luz sobre um projecto alternativo a Luís Filipe Vieira. Com todas as dificuldades inerentes a um clube com os estatutos actuais e com máquinas de propaganda que constroem cenários heróicos à volta de uma direcção incompetente, a candidatura de Rui Rangel aí está para provar que ainda temos no clube gente de outra cepa, com carácter e ambição para ir à luta, mesmo em contexto desfavorável.

Pode-se ou não concordar com as ideias, pode-se ou não exigir maior objectividade, mas o certo é que a existência de um programa e de linhas orientadoras já faz de Rui Rangel um candidato mais sólido do que Luís Filipe Vieira alguma vez foi. Ainda para mais, sem os sombrios episódios de um passado nunca explicado pelo ex-presidente do Alverca.

Voltando ao programa, tenho dado conta de algumas questões relativas ao entendimento do que está escrito no programa eleitoral da lista “Benfica aos Benfiquistas” e, estando activamente empenhado em contribuir para o seu sucesso, gostaria de focar aqui três pontos de maior incompreensão.

Em primeiro lugar, a questão dos lugares estratégicos versus lugares operacionais. Penso que é muito simples de entender:
  • Um lugar estratégico é todo o lugar onde se planeie uma estratégia. Todo o lugar que implique decisões de alto nível. Quem contratar, como contratar, como gerir os financiamentos, para onde levar o marketing do Benfica, etc. Tudo isto é estratégia. Um director é um lugar estratégico. Um administrador, muito mais. A lista “Benfica aos Benfiquistas” deixou bem claro que nenhum destes lugares estará a mercê, como até aqui, de gente que não veste a camisola do Benfica;
  • Um lugar operacional é todo o lugar onde não haja planificação de estratégia, apenas o executar das acções delegadas por alguém. Exemplos como treinadores ou jogadores são claros exemplos. Obviamente que, para estes lugares, o Benfica não pode restringir o acesso a Benfiquistas de gema.

Avançando para os direitos de TV, a questão é clara – existe um contrato com um operador, negociado livremente pelo presidente em funções (o contrato, recorde-se, terminava em 2012 antes de ser extendido a 2013 por Luís Filipe Vieira) e que, também com a concordância do actual presidente, tem uma cláusula que dá o direito de opção à Olivedesportos. Quem disser que vai vender os direitos a outra empresa, está a mentir, porque isso só depende da Olivedesportos. Do Benfica depende apenas uma questão: não vender os direitos a ninguém e explorá-los por conta própria. É o único caso em que o direito de opção não é passível de ser exercido, e em que se pode garantir que a Olivedesportos não ficará com o contrato.

Posto isto, fundamental é ter a informação por parte de Luís Filipe Vieira sobre o processo negocial dos direitos de televisão. É preciso saber exactamente que tipo de clausulado tem o contrato actual, e quais os moldes da proposta rejeitada há uns meses.

A lista “Benfica aos Benfiquistas” deixa a porta aberta a caminhos inovadores, porque nestas questões importa perceber por onde corre o dinheiro, para perceber em que ponto se pode interceptar esse fluxo e ter proveitos com ele. E o dinheiro já não flui como fluía das assinaturas de canais pagos ou de publicidade. É um mercado em retracção, e por isso a linha do horizonte tem de ser empurrada para lá do local onde habitualmente a vislumbrávamos.

De qualquer forma, creio que as condições até morais impostas no programa são suficientemente claras.
Em relação à gestão financeira e ao monstro que é o actual passivo exigível, a negociação de novas condições e de novas fórmulas é um imperativo para evitar o esmagamento económico do clube, com consequências que podem ser fatais. Só no project finance do Estádio, negociado por esta direcção, o Benfica já perdeu mais de 12 milhões de Euros por ter sido negociada uma taxa de juro fixa. E o pagamento já foi adiado para 2024!

Conceitos de cross-selling associados a investimentos dos adeptos no clube poderão aliviar algum deste peso e trazer para a família Benfiquista uma responsabilidade que hoje está toda centrada nos bancos e no mercado, com um custo naturalmente muito mais elevado para o nosso clube.

Há muito a fazer na gestão financeira, boa parte da qual agindo na actividade económica. Reduzir custos desnecessários na actual estrutura não é só uma forma de libertar fluxo económico para pagar dívidas, como é também uma forma de diminuir a pressão na tesouraria do Benfica, sendo a tesouraria a principal responsável pelos endividamentos constantes e em espiral que têm massacrado o nosso clube.

Estou certo, porque estou ciente do que tem sido feito e das ideias das pessoas, que a pormenorização de muitas das ideias agora transmitiras será uma realidade até dia 26. A lista “Benfica aos Benfiquistas” move-se desde o início pelo genuíno desejo de transparência e frontalidade.

Vamos a isso!

O "Benfica aos Benfiquistas" de Rui Rangel

Aí está. Sem medos, sem interrogações, de forma directa, incisiva mas sem procurar uma caça aos fantasmas, Rui Rangel dá-se a conhecer a si, à sua lista e ao seu projecto para o Sport Lisboa e Benfica. Sob o lema "Benfica aos Benfiquistas", Rangel propõe-se a "recuperar os valores, a grandeza histórica, a vida e essência" do Sport Lisboa e Benfica, construindo uma "equipa vibrante", apostando na formação e nos jovens portugueses "de acordo com a nossa história, a nossa identidade, a matriz que já foi nossa".

Gostei do que li e do pouco que pude ouvir. Há claramente uma ideia do que se quer para o Benfica. Há gente que respeita o passado, conhece o presente e projecta um futuro. Lembram-se de que o Benfica é, em primeiro lugar, um clube de futebol e não um negócio, recordando ainda a função social do clube e apelando à participação activa dos sócios na construção de "um grande projecto transparente e ganhador".

E, sobretudo, há vontade de discutir o clube. O convite para um debate televisivo foi lançado a Luís Filipe Vieira, veremos se será aceite e em que moldes ocorrerá. Os benfiquistas precisam de ver um frente-a-frente como o de 2000, entre Vale e Azevedo e Manuel Vilarinho. Será interessante debater e discutir o Benfica com base naquilo que os candidatos sabem e querem para o clube.

Seria igualmente importante que tanto o jornal como a televisão do clube, e sublinho, do clube, não do presidente, dessem destaque e cobertura a este acontecimento de forma isenta e imparcial, entrevistando os líderes, seguindo as acções de campanha e, sobretudo, informando os adeptos e sócios dos programas e ideias dos concorrentes. Pelo Benfica e à Benfica.

P.S. Para mais informações, aqui fica o link da página da candidatura de Rui Rangel no Facebook.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nem tudo se pode comprar

Diz Rui Santos, no Tempo Extra, que Luís Filipe Vieira e Rui Rangel se reuniram na passada 4ª feira à noite em casa de um amigo pessoal do primeiro com o objectivo (por parte de Vieira, claro) de demover Rui Rangel a avançar para as eleições. Segundo Rui Santos, a reunião demorou várias horas e terminou com o "não" de Rangel, que rejeitou a hipótese de se juntar a um vasto leque de camaleões ideológicos que Vieira foi cativando ao longo dos anos.

Mas Rui Santos não se ficou por aqui. Falou também, ainda que pela rama e sem aprofundar muito o tema, de irregularidades relativas aos anos de sócio do actual presidente, insinuando que este talvez não pudesse ser candidato de acordo com os actuais estatutos do SL Benfica. Seria bom que se investigasse este assunto. Não deixaria de ter a sua graça ver o feitiço virar-se contra o feiticeiro.

sábado, 13 de outubro de 2012

A transparência


Nos últimos tempos tem-se falado muito de transparência e cabeça levantada no seio do Benfica.

Mas afinal de contas o que é a transparência ?

  • Transparência é apoiar pessoas que aparecem nas escutas, por duas vezes, para os principais órgãos directivos do futebol português ?


  • Transparência é falar em milagre financeiro e, mesmo após já ter integrado a Benfica Estádio na Benfica SAD, ver a segunda entrar em falência técnica ?


  • Transparência é ter lacaios nos órgãos de comunicação do clube no qual se faz o culto da personalidade e não o culto do clube ?


  • Transparência é ter lacaios que adjectivam todo e qualquer crítico, mesmo que se tratem de pessoas que já deram muito ao clube ?


  • Transparência é considerar que todo o mal está fora do clube e que não há erros, e muitos, cometidos em sede própria ?


  • Transparência é falar de sistema depois dos apoios que se fez e após elogiar os árbitros portugueses em contraponto com os estrangeiros ?


  • Transparência é dar a entender que se vendem jogadores pela cláusula de rescisão quando tal está longe de ser verdade ?


  • Transparência é blindar o acesso aos órgãos de soberania do clube ?


  • Transparência é marcar AG’s em dias de semana para evitar a presença massiva dos seus associados?


  • Transparência é estar muito activo no Rally das Casas ao sábado, mas estar doente para acompanhar a equipa ao domingo ?


  • Transparência é minar o nosso clube de adeptos fanáticos de outros clubes, nomeadamente rivais?


  • Transparência é emprestar jogadores, que nos fazem falta, a clubes que têm lutado pelos mesmos objectivos que nós, sabe-se lá a troco de quê ?


  • Transparência é falar em formação e emprestar o nosso mais promissor jogador oriundo das camadas jovens para gastar milhões num jogador do tal clube que luta pelos mesmos objectivos que nós ?


Sabe, Presidente… O nosso lema diz E Pluribus Unum, que significa De Todos Um. O Um não é uma personalidade. É o clube. O clube pelo qual lutamos. Quando o Benfica era à Benfica, era sem medo. Sem choradinhos. Tivemos nos nossos quadros um treinador, que por acaso foi despedido após ser Campeão Europeu, que dizia que no Benfica se deve reagir como um grande e não chorar como um pequeno. Sabe o que isso é ? Se não sabe, eu explico-lhe com um exemplo prático. Há 21 anos atrás, um actual prestador de serviços do clube imundou o nosso balneário de creolina. A equipa teve de se equipar no túnel, um dirigente nosso sentiu-se mal e foi para o hospital. Sabe o que aconteceu? Não se chorou! Reagiu-se! Ganhou-se 0-2 num terreno no qual, historicamente, sempre tivemos tremendas dificuldades e resolveu-se o campeonato. O Benfica é isto.

Viva o Benfica.

2ª feira, Hotel Sheraton Lisboa, 20h00


«No próximo dia 26 a nação benfiquista vai ser chamada a votar. Votar para e no Benfica é votar em 100 anos de história, é personificar, a “alma benfiquista” e a memória de Cosme Damião, o homem que lhe deu espírito, corpo e mística.

A mística benfiquista é um sentimento de pertença. É o código genético da sua identidade, assente num passado histórico glorioso. O futebol ganhador e a sua magia são a sustentação da marca Benfica, enquanto marca mais poderosa de Portugal. O futebol, como disse Bill Shankly, não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais do que isso.»

Rui Rangel

Rui Rangel dá a conhecer a sua lista e o seu projecto para o Benfica no Hotel Sheraton, esta 2ª feira, a partir das 20h00.

TODOS OS BENFIQUISTAS SÃO BEM-VINDOS À APRESENTAÇÃO DA CANDIDATURA. APAREÇAM!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lapidar nº37

«Quando eu vejo manifestações, como na última assembleia do Benfica, insultos e críticas a Luís Filipe Vieira, o que digo é: porque não pagam eles os ordenados? Não querem que vendesse Javi por 20 milhões ou que o Witsel saísse pela cláusula de rescisão? Penso que Luís Filipe Vieira tem feito um trabalho fantástico no Benfica, treinador não é e como não é, não vejo que as responsabilidades directas no sucesso da equipa sejam do presidente. O que fez no Benfica parece-me digno de tanto respeito que não entendo determinado tipo de reacções, falta de respeito pela dignidade. E isso são coisas que me deixam triste»

José Mourinho

Em momentos como o que vivemos actualmente, quase todos os benfiquistas gostam de deixar expresso o que lhes vai na alma. Mourinho, por muito que goste de ocultar o seu benfiquismo, não foge à regra. Mas fala com desconhecimento da realidade e talvez ofuscado por uma máquina de propaganda pessoal que encandeia quase toda a gente.

Respondendo à questão dos ordenados e da contestação a Vieira, uso as palavras do Alfredo, um abutre ou garotão qualquer de Madrid. Não sei se estão bem a ver quem é, trata-se daquele amigo do Eusébio que é presidente honorário do Real, e que disse que "os adeptos é que pagam e têm sempre razão". Acho que explica bem o que penso do assunto. Mas Mourinho comete mais falhas no tema Benfica: ao que parece (até porque é assunto que ainda hoje não foi esclarecido e que permanece nas catacumbas dos negócios vieirescos obscuros) Mourinho tem a certeza de que Witsel saiu devido ao accionamento da cláusula de rescisão do belga, notícia contraposta pelas declarações dos dirigentes do Zenit e que não foram desmentidas pelo Benfica. E quando fala na questão do treinador, Mourinho espalha-se ao comprido, esquecendo-se que foi, ele próprio, vítima de um sistema iniciado com Damásio, que teve continuidade com Vale, perpetuado por Vilarinho e igualmente seguido por Vieira. Nos anos de "reinado" de Vieira, incluindo os de director desportivo, onde assumiu a pasta do futebol como "homem forte", nove treinadores diferentes passaram pelo banco da Luz. A larguíssima maioria sem sucesso, naturalmente. Diz Mourinho que a culpa não é de Vieira uma vez que não é ele que treina. Até poderia estar certo. Mas não está. Quando se pensa que se identifica o problema e se vão arranjando múltiplas soluções que falham sucessivamente, se calhar o problema foi mal identificado. Se calhar não era ali que estava o mal. É que desde que saíram do Benfica, Koeman, Santos e Quique já ganharam campeonatos, apuraram selecções medíocres para o "mata-mata" de grandes provas internacionais e conquistaram provas europeias. Isto para não falar no inefável Jesualdo, que conseguiu passar de besta na Luz a tribestial no Dragão. Será que o problema está mesmo nos treinadores?