Foi nos míticos estádios de Arsenal e de Bayer 04 Leverkusen, Highbury Park e Ulrich-Haberland Stadion respectivamente, que o Benfica escreveu duas das mais belas páginas da sua história europeia, muito provavelmente foram as duas exibições mais conseguidas a nível europeu na década de 90.
Em Highbury Park, um jovem Benfica tentava bater o pé ao campeão inglês, o Arsenal, invicto em casa na Liga Inglesa do ano anterior. Após empate na Luz a uma bola, o Benfica via-se obrigado a ganhar em Londres, ou pelo menos empatar a dois ou mais golos. Lançando no onze titular os recém campeões do Mundo sub-20, Rui Bento e Rui Costa, este em estreia absoluta em jogos europeus pelo Benfica, e ainda com o jovem Paulo Madeira que fez dupla no centro da defesa com Rui Bento, como poderia este Benfica levar de vencida o Arsenal? Numa equipa inglesa onde pontificavam nomes como David Seaman, Tony Adams, Lee Dixon, Nigel Winterburn, Paul Davis, David Rocastle, Paul Merson, Kevin Campbell, Alan Smith e o maior deles todos, o grande Ian Wright, o Benfica, liderado por Sven-Goran Eriksson, apresentando-se claramente como underdog neste jogo, realizou uma exibição categórica, cheia de classe, com capacidade de sofrimento à primeira meia-hora fortíssima do Arsenal, respondendo depois com golos de Isaías, Kulkov e novamente Isaías, vencendo por 1-3 após prolongamento.
Duas épocas mais tarde, na pequena cidade de Leverkusen, o Benfica, vencedor da Taça de Portugal na época anterior, defrontava o poderoso Bayer Leverkusen, autor do mesmo feito mas na Alemanha, claro. Com Heinen, Paulo Sérgio, Lupescu, Worns, Hapal, Thom, e liderados, essencialmente, por Ulf Kirsten e Bernd Schuster, os alemães eram favoritos à passagem na eliminatória, frente a um Benfica que já se encontrava numa crise financeira considerável. Após o empate a um na primeira mão, na Luz, o Ulrich-Haberland assistiu a uma montanha-russa de emoções, golos, golos e mais golos, num jogo que terminou num louco 4-4 que deu a passagem ao Benfica: há imagens que ficam para a vida, como aquele golo de Abel Xavier após toque de calcanhar de Rui Costa, e a belíssima jogada que dá o quarto golo do Benfica, por Kulkov, a passe de João Vieira Pinto.
Por tudo isto, como é possível pensar que a eliminatória em Marselha está perdida? Por duas, vezes, após 1-1 na primeira-mão na Luz, o Benfica arrancou para duas das melhores exibições da sua história. O meu desejo é que daqui por uns quantos anos, após novo empate a uma bola na Luz, o encontro entre Marselha e Benfica, de 18 de Março de 2010, possa também ser recordado.
3 comentários:
O Seaman foi talvez um dos piores guarda-redes que já vi jogar num grande clube.
E o Arsenal também lá tinha o inesquecível Michael Thomas...
O benfica-leverkusen esta gravado na minha memoria. Foi um dos jogos que me marcou na minha infancia.
Com o Arsenal era novo demais, nem me lembro.
Lembro-me perfeitamente dos 2 jogos!Obviamente adorei mais o 4-4 embora tenha delirado também com o 1-3! Foram duas noites que marcaram qualquer Benfiquista.Houve um pormenor no jogo de Londres...dias antes do jogo Jorge de Brito prometeu 5 mil contos a cada jogador se o Benfica passasse o Arsenal.Lembro-me bem das capas dos jornais...FORÇA BENFICA!
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