
Já me tinha esquecido do que é sofrer na Luz pelo golo do Benfica. Há uns meses que tal não acontecia. Depois da jornada europeia, o Benfica apresentou-se visivelmente cansado frente a uma Naval que não recorreu ao anti-jogo apesar de ter encostado não um mas dois autocarros à frente da baliza de Peiser, que fez um jogo memorável. Assim, e face à ausência de Cardozo, o Benfica teve enormes dificuldades em chegar ao golo. O Estádio da Luz, com cerca de 42.000 pessoas, estava mudo perante a ineficácia ofensiva não obstante os 72% de posse de bola que a equipa apresentava. Receou-se que o segundo "set point" este ano (o primeiro fora em Braga) fosse perdido. Mas a cabeçada vitoriosa de Javi Garcia desfez as dúvidas, derrubando um muro tão forte como aquele que caíra há vinte anos. Afinal o Estádio estava quase cheio, e aqueles festejos, aqueles cachecóis no ar e o público de pé trouxeram um cheirinho daquilo que todos esperamos ver em Maio...
Mas até Maio há um longo caminho a percorrer, com diferentes obstáculos pelo caminho. Um desses obstáculos será novamente a Naval, equipa disciplinada e ultra-defensiva que não recorreu ao anti-jogo. É verdade que Augusto Inácio estacionou o autocarro em frente da baliza, mas não é menos verdade que a Naval não partiu para o anti-jogo, jogando leal, sem muitas faltas nem com entradas muito duras. O Benfica apresentou-se numa forma desoladora. Muitos jogadores estavam visivelmente cansados, como Saviola ou Aimar, enquanto outros estavam desinspirados, casos de Di Maria, Nuno Gomes e Maxi Pereira. Tudo isto aliado à pressão de ganhar para regressar ao topo da tabela, em igualdade pontual com o Braga, pesa bastante. Talvez por isso se tenha sentido um certo ambiente de desespero ou resignação com o passar do tempo.

Não obstante tudo o que já disse, o jogo foi de sentido único. Não lhe chamaria de massacre, pois, para além de já estar muito mal habituado à exigência de Jesus e ao que a equipa consegue jogar, o facto é que o Benfica apesar das muitas oportunidades de golo que teve, não exibiu uma frescura física e uma qualidade semelhantes à dos jogos com Marítimo, Setúbal, Leixões ou Nacional. Estou a reler o que escrevi e até parece que jogámos mal... nada disso! Na primeira parte, e não fosse a enorme exibição de Peiser, o Benfica poderia ter chegado ao intervalo a ganhar confortavelmente por 3 ou 4 golos. Livres de Di Maria e Javi Garcia (sabe chutar?!) muito bem defendidos, Saviola e novamente o espanhol em pontapés-de-canto poderiam ter levado o Benfica a vencer por esses tais 4 golos. Mas não foi.

Final feliz numa jornada em que o Benfica ganhar três pontos a Braga e Porto e ainda mais dois ao Sporting. Uma vitória importantíssima. Agora o campeonato pára 3 semanas para jogos de selecções e para a Taça de Portugal. Depois, Alvalade. E eu espero lá estar.
P.S. E eu ainda não recebi o cachecol...
6 comentários:
Acho que a Naval jogou assim porque se jogasse de outra maneira saía da Luz com 4 ou 5 golos como muitos clubes até hoje. E mesmo assim tiveram sorte por o redes deles estar numa noite inspirada.
Neste jogo notou-se bastante o cansaço de algumas peças fulcrais e a ausência do Cardozo e do Ramires. O Saviola e o Di Maria estavam exaustos (o Di Maria no fim do jogo mal corria).
O Nuno Gomes foi uma nulidade e perdeu uma oportunidade de se afirmar como uma alternativa viável ao Cardozo. Está bom para suplente e do Saviola. O Keirrison só enterrou! O Weldon passou despercebido.
Só me apetece dizer VOLTA MAKUKULA!! Melhor marcador do campeonato turco num clube de média dimensão não é para todos.
O árbitro, surpreendentemente esteve a um nivel aceitável cometendo só uns lapsos mínimos.
O Di Maria e o Javi fizeram exibições fantásticas de grande sacríficio.
A Naval apesar de jogar com o autocarro á frente da baliza foi relativamente leal e não tentou partir as pernas aos nossos jogadores (tirando um lance ou outro na 1ª parte). O Inácio no fim também mostrou grande correção ao fazer a análise do jogo ao contrário de outros aziados de jornadas anteriores.
By the way (armando-me em cotonete), seria o terceiro set perdido pois também empatamos contra o Marítimo na Luz...
O Estádio não estava mudo, mas vá...
Neste jogo fiquei sem unhas valeu a pena.
Carrega Benfica
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A partir dos 70' foi um desespero Mr. Shankly. Só os NN com o "Faz o Golo allez" e um ou outro "Benfica, Benfica, Benfica", mas foi esporádico.
JNF,
a forma mais correcta de dizer é:
- a partir dos 70' aquilo só animava do havia aquelas 4 vagas seguidas que eles não passavam do meio campo e nas bolas paradas.
- o momento do golo foi um daquele momentos marcantes...já se fazia sentir algum apoio, o David Luis pede mais apoio, o estádio acorda de vez....o Di Maria atira lá para dentro, o Javi marca golo e o estádio explode!
Lá está, dosul, aí está a diferença. Foi preciso ser um jogador a pedir o apoio do público, algo nunca visto noutro jogo da época.
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