quarta-feira, 6 de abril de 2011

Estudo e Análise ao adversário PSV Eindhoven

Organização Ofensiva:

Equipa organizada em 4x2x3x1. Esquema consistente e com bons resultados no capitulo da finalização. Motivação abalada após terem perdido o primeiro lugar na penúltima jornada do campeonato, na derrota com o Twente. Equipa com alguma vocação ofensiva, gosta de ter a bola e pressiona o adversário quando não a tem em seu poder. A construção de jogo é normalmente lenta, mecânica e organizada, sobressaindo o passe curto. O jogador alvo é o médio ofensivo esquerdo, Dzsudzsák, sendo este o grande impulsionador do jogo do PSV Eindhoven.

A construção de jogo curto tem o 1º passe para os centrais. Marcelo é mais vulnerável sob pressão que o Bouma, isto porque tenta o passe longo e com pouco sucesso. A construção de jogo por parte de Bouma é uma ameaça, seja através do passe curto, seja através do longo. As segundas bolas são muito agressivas com o Engelaar e Hutchinson a reagirem rapidamente e a organizarem o jogo.

Da 2ª para a 3ª fase, há um padrão na construção do jogo. Normalmente optam pelo passe curto e pelo jogo directo. Os centrais gostam de circular a bola com o lateral mais perto ou, preferencialmente, com os médios centro. Os laterais são competentes no plano defensivo e um bom auxílio nos movimentos atacantes. Se o espaço for apertado, os defesas vão circulando a bola em busca de uma oportunidade, sendo que a finalidade é procurar espaços nas alas (principalmente na esquerda). É importante retirar profundidade ao Bouma.

Apesar da natureza do sistema de jogo, os médios centro procuram, por vezes, penetrações laterais a fim de se abrirem espaços ou para se efectuarem algumas triangulações. Engelaar é excelente nisso. Hutchinson é o elemento mais defensivo do meio campo e tem uma boa leitura do jogo.

Toivonen, apesar de tentar o último passe várias vezes, não é um organizador de jogo. É antes um segundo avançado, forte e que procura o remate sempre que tem oportunidade.

Dzsudzsák é o principal desequilibrador da equipa, muito forte no um para um, principalmente quando embalado. É o elemento mais rematador, embora também seja muito activo a assistir os colegas. É imprevisível, tanto pode ir à linha como procurar por diagonais. Do outro lado, o Lens, faz da velocidade a sua principal arma. No entanto, normalmente provoca menos desequilíbrios e joga mais em esforço que o Dzsudzsák.

Berg tem bons índices de velocidade e agressividade. Porém, não é um homem golo, dos que aparece sempre no sítio certo. É mais um avançado esforçado e que procura por espaços. Não faz do jogo de cabeça uma arma a ter em atenção. Sempre que surge uma oportunidade, remata à baliza.

Transição Ofensiva:

Mudança de atitude rápida e agressiva. As movimentações de Dzsudzsák são um perigo constante e está sempre a ser seguido pelos colegas de equipa. Embora premeiem uma construção de jogo lenta e segura, se lhes for dado espaço para tal, também o fazem realizando transições directas e rápidas como aconteceu no golo frente ao Rangers e que lhes deu a vitória (Pieters- Dzsudzsák- Lens).

Boa dinâmica colectiva. Avançam com segurança e sempre com apoios. Particularmente o central que vem detrás, que sobe para colocar a bola nos espaços (Engelaar dobra o Bouma várias vezes). São organizados mas falta imprevisibilidade e criatividade (a excepção é Dzsudzsák).

Na defesa, cometem erros e podem acusar a pressão desde que esta seja bem realizada.

Transições do Guarda-Redes. Passe longo imediato para as alas ou costas. Passe curto para os centrais ou alas. Passe longo não é uma ameaça directa.

Organização Defensiva:

Equipa organizada como um bloco alto. No entanto e apesar de alguma vocação ofensiva, não é fácil apanhá-los em desvantagem numérica uma vez que, quando perdem a bola, os elementos centrais do meio campo estão regularmente bem posicionados e fazem as devidas compensações. A equipa mistura agressividade com passividade, dependendo do opositor. Por vezes dão a iniciativa de jogo e, quando têm o mesmo controlado, mudam de atitude, acabando por exercer pressão apenas a meio campo e não a campo inteiro.

Marcelo é o central mais posicional enquanto Bouma joga na antecipação. A equipa condecora a marcação à zona, embora também façam marcações homem a homem. As bolas aéreas são praticamente sempre ganhas por Engelaar. Defesa consistente.

Será importante que a nossa equipa pressione bem o Engelaar e o Bouma, jogue com os sectores próximos a fim de ganhar as segundas bolas. A construção de jogo longo não é um recurso a se ter em conta. Devemos antes usar o drible, a imprevisibilidade e a explosão nas mudanças de direcção, pois o PSV é uma equipa muito mecânica e são um pouco lentos a reagir.

Transição Defensiva – Após perder a posse da bola:

No jogo frente ao Rangers, Tamata demonstrou algumas dificuldades em recuperar a posição. No entanto, o titular é o Manolev e tanto este como o Pieters têm uma boa transição defensiva e energia para recuperar ou para fechar no meio.

Embora estes tenham presença no ataque e tendo em conta o equilíbrio dado pelos médios centro, as bolas devem ser preferencialmente colocadas nas alas, procurando aproveitar os espaços deixados. Manolev sobe mais que o Pieters. A largura da equipa é normal e a defesa é em linha, apesar do Bouma e do Marcelo darem cobertura várias vezes, através de bons timings e de julgamentos válidos. Não tentam muitas vezes explorar o fora de jogo na equipa adversária.

Bolas Paradas:

Não querendo ser tão minucioso no 5to elemento do jogo, as movimentações ofensivas são batidas, geralmente, por Dzsudzsák. Na vertente defensiva, Engelaar é o elemento mais forte e aquele que mais vezes se antecipa nos lances aéreos.

Observações:

Bouma saiu lesionado frente ao Twente e Toivonen está em dúvida. Se o primeiro joga quase de certeza, Toivonen caso não jogue, deve dar lugar a Bakkal.


Para a realização deste relatório bem como a pesquisa e a análise do PSV Eindhoven, tive a colaboração do Phant, bloguer da Chama Gloriosa, com quem trabalhei nestes últimos dias e com quem tenho tido o privilégio de aprender bastante sobre este desporto que tanto gostamos.

Fica aqui o link do seu relatório e os meus agradecimentos especiais ao mesmo: http://chamagloriosa.blogspot.com/2011/04/estudo-do-adversario-psv-eindhoven.html

9 comentários:

Anónimo disse...

(PENAJ) O teu trabalho é de um benfiquismo sem par! eu que me achava benfiquista sou uma águia depenada comparado contigo! :-)... mas acaba por ser um "atestado de desconfiança" que apresentas ao staff do Benfica. É natural, pois já aconteceu várias vezes o Benfica não saber NADA do adversário e usar os 45 minutos para estudo "in loco" do mesmo! Abraço!

David Duarte disse...

Excelente analise. Penso que o Benfica tem mais que qualidade para eliminar o PSV. Contudo estou bastante pessimista. Lembrando-me de um post aqui sobre o facto de o Benfica ter andado a desperdiçar energia quando decidiu jogar a 100% em todas as competições, penso que agora estamos a sofrer as consequências disso (não vou voltar ao discurso do Benfica não ter plantel para tal... penso que isso é hoje evidente).

Estou pessimista porque vejo um Benfica cansado e igualmente desmotivado, o que é mau quando ainda temos três Taças (uma delas europeia) para conquistar. A desmotivação compreende-se tendo em conta os objectivos (ilusões) com os quais entràmos na época. Agora o cansaço... ele tem um culpado : a equipa técnica do Benfica.

E se olharmos bem para o que tem sido o ultimo mês e meio do Benfica... penso que é compreensivel o meu pessimismo. Certo eliminàmos o PSG, mas numa eliminatoria onde na Luz se o resultado ao intervalo fosse 0-3 não seria surpresa nenhuma jà que dormimos (como ja o tinhamos feito com o Estugarda) durante 45 minutos. Em França tivémos a sorte de ter um Gaitan inteligente e um guarda-redes adversàrio nabo (sabemos bem o que é isso).

Volto a dizer, o Benfica em principio tem qualidade para eliminar o PSV, sobretudo porque estes ainda pensam no campeonato. Contudo, temo que possamos sofrer as consequências de uma época catastrofica em temos de preparação fisica e mental.

John Wakefied disse...

Excelente Edu, parabéns por disponibilizares este texto e agradeços desde já a iniciativa dos responsáveis da chama gloriosa.

O PSV é uma equipa do mesmo patamar em que está inserido o Benfica. A equipa holandesa já não é aquela que tinha na sua equipa:
1- van nisterlooy
2- kezman
3- van bommel
4- afellay
5- gomes (gr)
6- Alex (def)
7- Park Ji-Sung
8- Cocu
9 - Farfán

Tudo craques que estão hoje em colossos europeus.

1- Van Nisterlooy saiu para o Manchester e ainda andou pelo Real e agora está no Hamburgo.
2- Kezman foi para o Chelsea mas não singrou.
3- Van Bommel foi para o Bayern e agora está no AC Milão
4- Afellay acabou de se transferir para o Barcelona
5- Gomes está no Totenham
6- Alex está no Chelsea
7- Park-Ji-Sung está no Manchester United
8- Cocu - foi uma velha lenda do Barça.
9- Farfán está no Schalke 04

Todos eles grandes jogadores que amanhã felizmente não nos defrontarão.

Dzsudzak e Berg podem depois completar esta lista porque estão bem cotados lá fora. Todavia, ainda longe do nível evidenciado por aqueles 9 jogadores...

DeVante disse...

Obrigado, Luis Freitas Lobo...

Tó-zé disse...

Excelente trabalho!

Anónimo disse...

É a primeira vez que posto neste blog e até admito que só hoje o conheci. De facto tem imensas coisas interessantes e dá gosto de as ler.

É de facto um trabalho louvável e sinceramente acho que é mesmo um trabalho mais aprofundado que a equipa técnica do SLB faz aos seus adversários.

Eu sou benfiquista e tenho muito orgulho em o ser. Questiono várias vezes as capacidades de liderança, tácticas e até mesmo técnicas do Sr. Jorge Jesus. Deu-nos um campeonato e hoje no presente momento deu-nos a maior angústia que podiamos ter tido ao fim de tanto tempo. Começamos por querer ser uma raça que ia rasgar com o seu antepassado e criar uma estrutura de futuro mas ao que parece voltou-se a normalidade dos finais de 90 e inicios de 2000.

Queria poder dizer que o nosso benfica irá melhorar mas a estrutura que temos neste momento já não me dá a segurança nem a confiança que me transmitiu o ano passado. Custa-me ver erros atrás de erros, contratações que são verdadeiros flops e acima de tudo perder com equipas que sinceramente ... só perde quem não tem jogadores de qualidade.

É um desabafo de quem possivelmente acha que até um cego pode fazer muito melhor que o Jesus. Se o nosso querido Blogger em conjunto com outro parceiro uma analise deste calibre porque o nosso técnico não consegue montar uma estrutura para impedir o adversário de jogar?!? Se se considera um catedrático do futebol ...

Só se manda postas de bacalhau quem tem moral para as mandar ...

Um grande abraço a todos.

Saudações Benfiquistas

JNF disse...

Encostas o Freitas Lobo a um canto :)

Excelente crónica, Edu.

Edu disse...

Ainda bem que gostaram porque realmente deu algum trabalho. Mas depois de ler tais comentários, vale bem a pena o esforço. :)

Um grande abraço a todos!

Anónimo disse...

Crl Edu!!

Eu disse-te que o Toivonen tava castigado pah !!!

:))

Abraço Amigo, bom trabalho :)

Ghost.Of.Red