terça-feira, 5 de abril de 2011

Ainda há muita época por disputar. O que fazer?

Apesar do desempenho titubeante no campeonato, que culminou com a entrega das quinas ao Porto em plena Luz, chegamos a Abril ainda em três frentes, algo que se não é inédito na história recente do Benfica, anda lá perto. E além de estar nas três frentes, tem boas hipóteses de vencer qualquer uma delas: na Taça da Liga enfrentamos um adversário que, apesar da sua valia óbvia, não deverá, num dia "normal", constituir oposição temível ao Benfica; na Taça de Portugal temos uma excelente vantagem adquirida na primeira mão e só num dia realmente muito mau poderemos desperdiçá-la; na Liga Europa as ambições são naturalmente mais moderadas face à valia dos adversários, mas a verdade é que, em relação a outras edições desta prova, a qualidade desta está nivelada por baixo, pois não há um único "tubarão" sobrevivente dos que já participaram esta época, como por exemplo o Liverpool, a Juventus ou o Manchester City.

Por tudo isto, e analisando umas questões que deixei noutro post, que deve o Benfica fazer até final da época? Que linhas temos de redefinir? Essencialmente, penso que é fundamental (re)vêr três questões:

Há jogadores que precisam de ir para o banco?

Sim, a meu ver, sim. Não necessariamente nos jogos fundamentais desta época, nesses devem jogar os melhores disponíveis para cada jogo. Mas parece-me desnecessário continuar a apostar em jogadores mais cansados ou com lesões para o campeonato. Exemplos flagrantes? Os extremos Gaitán e Salvio, que já se arrastam há algumas jornadas, Cardozo, pelas mesmas razões mas não tão evidentes, Carlos Martins, Aimar e Maxi Pereira essencialmente pelo estado clínico recente. Depois há casos de jogadores como Coentrão, Saviola, Javi Garcia ou Luisão que, mesmo com muitos jogos nas pernas, continuam a demonstrar uma forma física muito boa, mas na minha opinião, mesmo esses, deveriam descansar. Por isso, na Liga, o onze base deveria ser qualquer coisa como: Roberto/Júlio César/Moreira: Luís Filipe, Jardel, Sidnei e Carole; Airton, Peixoto e Menezes; Jara, Weldon e Kardec.

Pode o Benfica continuar a jogar só com um médio de características defensivas?

Nos jogos em casa até pode fazer isso, mas nos jogos fora é impensável. Praticamente todas as grandes equipas europeias jogam com um médio defensivo e um de características defensivas ou que seja box-to-box tanto em casa como fora, evitando jogar com um número 10 puro, dois extremos e dois avançados como faz o Benfica, num esquema que tantos desequilíbrios cria. Por exemplo: no Real jogam Khedira e Xabi Alonso, no Barcelona jogam Busquets e Xavi, no Chelsea jogam Essien e Lampard, no Manchester actuam Carrick e Scholes, no Milan temos Pirlo e Gattuso e no Inter há Motta e Cambiasso. No Benfica só há Javi Garcia. E isto cria os desequilíbrios que temos visto esta época. Ao lado de Javi tem de estar um jogador que consiga dar consistência defensiva. Quem? Depende das circunstâncias. Rúben Amorim seria o ideal, mas como está de fora terá de jogar Airton, Carlos Martins, ou mesmo com Peixoto à semelhança do que aconteceu no Dragão. Num jogo fora, apostaria em Airton se tivéssemos ganho vantagem na primeira mão, caso contrário a escolha recairia sobre Martins apesar de tudo isto depender do adversário em questão, algo a que Jesus parece não dar grande relevância, uma vez que, qualquer que seja o adversário, o onze é sempre o mesmo.

Quem deve ser o guarda-redes titular?

Todos merecem uma segunda oportunidade. Roberto já vai na sétima ou oitava oportunidade. Parece-me um bocadinho demais. As grandes defesas que faz não são suficientes para compensar os grandes e caros frangos que dá, especialmente em jogos grandes ou importantes. Já comprometeu com o Lyon, Sporting, Porto e Braga, tudo na mesma época. É demais, não há desculpas. Não estão em causa as qualidades. O problema são os defeitos. Não é consistente e a consistência deve ser a primeira característica que um guarda-redes deve ter. Nem dá segurança. Olho para a baliza com Júlio César e sinto tranquilidade e serenidade no sector defensivo. Atendendo à quantidade de jogos importantes até final, a solução pode passar pela troca de guarda-redes quer seja por premiar a qualidade de Júlio César que contrasta com a inconstância de Roberto, quer seja por um aspecto meramente mental e que sirva para abanar com a equipa, tal como Trapattoni disse e fez em 2004/2005 com os efeitos conhecidos.

2 comentários:

RUI RODRIGUES disse...

Tocou a meu ver num ponto fundamental no seu post, a questao do medio, claro que tambem gosto de ver um esquema de um só trinco um 10 dois extremos e dois avançados, mas nem sempre podemos ou devemos jogar assim, principalmente com equipas de calibre e que joguem em 4-3-3 a exemplo do FCP, moutinho uma formiga que esta em todo lado e leva a bola até aos avançados, e depois guarin e fernando dois medio pujantes um deles que sobe bem e remata forte na meia distancia (guarin) contra um meio campo com garcia (o tampao do meio campo) e aimar...um dez puro mas sem "nervo" defensivo e fisicamente aquem do necessario para tal...penso que jesus tem falhado neste aspecto, ha jogos que temos que jogar com a cabeça e nao com o coraçao, mais em força e menos nota artistica...
espero tambem q a proxima epoca seja melhor planeada a nivel de plantes que esta q esta a terminar.

saudaçoes benfiquistas

Anónimo disse...

Tenho é pena do Moreira que já merecia desde há muito tempo a baliza do Benfica e corre o sério risco de ver passar toda uma grande carreira ao lado. Ele empre é português e benfiquista, nunca fez birra, o que demonstra o seu profissionalismo. Nem o Nuno Gomes neste aspecto é melhor que ele.