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sábado, 16 de abril de 2011

O Futre até tem graça

Grande personagem, este Paulo Futre. A história que conta sobre o chinês é tão recambolesca que nem uma criança de 5 anos acreditaria nela. No entanto fica a nota de boa disposição e de uma estratégia que, se não tivesse sido apresentada de forma estapafúrdia, até poderia ter recebido uma boa aceitação. Basta ver os casos de Ji-Sung Park, Nagatomo, Hasebe ou Kagawa, jogadores de qualidade mas que, mais que isso, são uma aposta em termos de popularidade noutros mercados.

E o Benfica, onde encaixa nisto? Bom, o facto é que já tentámos fazer isto mesmo em três continentes diferentes. Com o chinês Yu Dabao, o "Grande Tesouro", que marcava golos e mais golos nos juniores mas que se eclipsou pouco depois, com o australiano Kaz Patafta, a grande promessa de um continente, que acabou por se revelar um flop, e por fim, Freddy Adu, a grande aposta de marketing que acabou por não surtir efeito. Uma estratégia interessante e que demonstra inteligência. Pena que tenhamos apostado nos cavalos errados.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O outro plantel - Os Emprestados (II)

São, pelas minhas contas, 30 os jogadores que o Benfica tem a rodar em clubes portugueses ou estrangeiros, de primeira ou segunda divisão. Destes 30 - praticamente um plantel - a idade e qualidade variam muito. Possivelmente, poucos serão os que ainda possam vir a dar um contributo importante para o nosso clube. É a pensar neste outro plantel que escrevo hoje o segundo de uma série de cinco posts sobre "Os Emprestados".

Halliche Possivelmente não haveria um dia melhor para falar de Halliche que o dia de hoje. Ainda ontem, no embate europeu que pôs frente-a-frente Werder Bremen e Nacional da Madeira, o jovem argelino contratado em Janeiro de 2008 ao Hussein Day, marcou o golo do empate madeirense. Emprestado ao Nacional pela terceira época consecutiva, Halliche tarda em afirmar-se como pedra base do onze de Manuel Machado. É certo que tem feito alguns jogos a titular pelos madeirenses, mas precisa de ser titularíssimo para chegar ao Benfica e jogar. Sem duvidar das suas qualidades, acho difícil que tenha ou possa vir a ter lugar neste ou em próximos plantéis, dada a qualidade de Luisão, David Luiz, Sidnei, Miguel Vítor e, esperamos todos, Roderick.

Yu Dabao "O grande tesouro", alcunha deste chinês, deslumbrou nos juniores do Benfica. marcando bastantes golos, que rapidamente o colocaram nos jornais. Mediaticamente, poderia ser um bom negócio, mas a transição de júnior para sénior é sempre muito difícil. Que o diga Dabao. Emprestado primeiro ao Desportivo das Aves, depois ao Olivais e Moscavide e este ano no Mafra, o jovem chinês tarda em afirmar-se. Nesta idade é importante jogar e marcar, especialmente quando se é ponta-de-lança. Não sei, neste momento, quanto vale ou poderá valer num futuro próximo Yu Dabao. Fica a incógnita quanto a este avançado.

Ivan Santos Desde muito cedo ligado ao Boavista, Ivan Santos é, dos conhecidos "Jovens Emprestados", dos mais velhos, tendo nascido em 1988. Esteve emprestado ao Boavista na temporada passada, onde até jogou bastante, efectuando 24 partidas para o campeonato, apesar de em 17 desses jogos ter sido suplente utilizado. Este ano, e de modo a manter-se na Liga Vitalis, foi emprestado ao Carregado, onde em quatro jogos (três para o campeonato e um para a Carlsberg Cup), foi apenas utilizado num, 15 minutinhos contra o Trofense. Outro cujo talento tarda em aparecer (ou então não existe).

Miguel Rosa Este médio centro formado nas escolas do Benfica promete. Digo isto com base nos seus desempenhos ao serviço do Estoril, 4º classificado na época passada, onde, com 19 anos, fez 21 jogos, sendo que 13 como titular. Já este ano, emprestado ao Carregado, também tem dado nas vistas, sendo titular em todos os jogos, desde o Campeonato passando pelas Taças da Liga e de Portugal, onde até marcou dois golos. A crítica considera-o jogador chave nesta equipa. É um miúdo que deve ser observado com bastante atenção, pois parece ter futuro.

Ivanir Rodrgiues Comprado ao Real Sport Clube, ingressou nos juniores do Benfica, tendo ficado tapado por Mário Rui, defesa que representa as selecções mais jovens. Efectuou 11 jogos, sendo que foi titular por apenas 4 vezes. Tenho alguma dificuldade em colocar este jogador como esperança para o futuro. Talvez a sua afirmação no Mafra, onde se encontra emprestado, sirva para poder entrar no plantel principal, mas, tal como disse, acho muito improvável que tal aconteça.

Edcarlos Contratado ao São Paulo, onde era suplente de Alex Silva, irmão de Luisão, Edcarlos chegou ao Benfica na conturbada época de 2007/2008, a do 4º lugar. Não começou mal, mas cedo se percebeu que não tinha qualidade para o nosso clube. Penso que a maior parte dos benfiquistas que segue diariamente o que se passa no futebol jamais esquecerá o famoso lance nos Barreiros onde seguiu com os olhinhos o avançado Ytalo, por uns bons 60 metros, deixando-o marcar. Inconcebível. Hoje, emprestado ao Fluminense, continua a fazer estragos na própria defesa, sendo acusado pela torcida tricolor de ser um dos responsáveis pelos desaires da equipa. Vendam-no enquanto podem, srs. dirigentes.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Formação?

O Benfica acaba de contratar, à experiência, dois promissores nigerianos que foram campeões mundiais de sub17. Parece excelente, se não tivermos em conta que se vão juntar a mais de uma dúzia de estrangeiros que actuam na equipa de Juniores. Não sou xenófobo, nem racista, até acho a globalização uma coisa muito bonita. Mas permitam-me que questione os propósitos de uma equipa de formação e prospecção de um clube do calibre do Benfica.

No último sábado, num jogo a contar para o Campeonato Nacional, os Juniores do Benfica actuaram com o seguinte onze: Rui Santos, JoãoAlberto, Abel Pereira, João Pereira, Airton Oliveira, Abdoulaye Fall, Miguel Rosa, Ismmael Yartei, André Carvalhas, Wang Gang e Orphée Demel. Na segunda parte entraram Lassana Camará, Leandro Pimenta e André Soares.

Os jogadores a laranja são os que não têm nacionalidade portuguesa. No onze inicial do Benfica podem ver-se 6 estrangeiros (2 brasileiros, 1 chinês, 1 ganês, 1 senegalês e 1 costa-marfinense) e apenas 5 portugueses. Acho muito bem que o Benfica desperte para os mercados internacionais (sobretudo o africano e o de leste), mas creio que tudo o que é em demasia pode ter consequências nefastas.

Contratar jogadores de qualidade, do estrangeiro, ainda em idade de formação, é uma política que tem dado resultados em grandes clubes, como o Arsenal e o Barcelona. É um facto, e o Benfica tem vindo a tentar fazê-lo, com maior ou menor acuidade. O problema é que o número de jogadores estrangeiros acaba por chegar em grande número, e só um pequeno lote é capaz de singrar na equipa principal. Prova disso é que alguns dos jogadores contratados no princípio da época já deixaram o clube.

É certo que muitos estão cá apenas à experiência, mas quem sai prejudicado são os nossos valores portugueses, e o colectivo que compete numa prova de regularidade. Manda o bom senso que não se critique a aquisição de estrangeiros, desde que eles tenham valor, mas parece que há um qualquer estigma em relação aos valores portugueses. Creio que só devemos recorrer ao mercado internacional, quando não há nos nossos quadros portugueses capazes de fazer o mesmo. Há grandes valores nos Juniores que podem e devem ser aproveitados. Não julgo é que a mentalidade do Benfica seja essa. Acho que estamos a contratar para vender, para fazer dinheiro. O Benfica não contrata para formar, nem para fornecer a equipa sénior; contrata na esperança de que lhe apareça um diamante semi-lapidado, que possa vender por uns bons milhões. E, para mim, não devem ser esses os objectivos de uma equipa de formação.

Acredito, ainda assim, que alguns destes jogadores podem lá chegar. Portugueses, ou não, está na altura de apostar nestes miúdos que são o futuro do Benfica.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O poeta do silêncio

Salve benfiquistas!

Os treinadores de futebol não costumam primar pela eloquência. Todos sabemos, porém, que para um treinador de futebol falar bem não precisa de falar muito. Com meia dúzia de chavões e um punhado de ideias simples e claras, qualquer treinador se safa com brio de uma entrevista.

No entanto, todos sabemos também que há treinadores, entre os quais o nosso Fernando Santos, que quando falam têm tendência a meter os pés pelas mãos. Como líderes de homens, possuem virtudes e defeitos; mas como relações públicas deles mesmos, espalham-se ao comprido, ao ponto de nos fazerem duvidar da sua competência global.

Lendo a entrevista de Fernando Santos ao pasquim Record (1 de Julho de 2007), não pude deixar de reparar na quantidade alarmante de afirmações “estranhas” proferidas pelo nosso treinador. Analisemo-las.

Não gosto de falar em reforços pois parece que são melhores do que os que cá estão.

Estava eu convencido de que os reforços eram mesmo para ser melhores que os cá estavam. Já dizia o Camacho: “Para virem reforços, só se forem melhores do que os que cá estão”. Mas afinal, o murciano estava errado.

O Benfica tinha um plantel reduzido no que diz respeito à equivalência de qualidade dos jogadores. [...] o plantel do Benfica tinha 13/14 jogadores e isso não pode voltar a acontecer.

Estas afirmações também são curiosas, sobretudo porque não me lembro de as ouvir proferidas no início da época anterior; nessa altura, o discurso era mais triunfante. Mas também posso andar esquecido... Resta acrescentar que, com um plantel ainda mais desequilibrado, os três treinadores anteriores conseguiram conquistar mais do que o Sr. treinador actual. Sem desculpas.

[Em resposta à pergunta do Record: Com plantel mais equilibrado e mais a Taça da Liga vai rodar mais o plantel esta temporada?]A ideia não é rodar, é mediante o calendário ter condições para mudar de jogo para jogo mas também no próprio jogo.

Portanto a ideia não é rodar, é apenas rodar.

[...]Quero poder lançar outros quando alguns atletas estiverem em baixo de forma.

A questão é, em que forma estarão os “outros” (e com que entrosamento) se passarem a vida no banco feitos inválidos...

O que sinto é que não há grande cultura do treinador português e é sempre exigido determinado número de coisas...

Entre outras, que ganhe. Quanto à falta de “cultura” ou tradição de treinadores portugueses no Benfica, o Sr. Fernando Santos, que é benfiquista, conhece-a melhor que ninguém. Mais do que queixar-se de uma realidade que já conhecia há bem mais que uma época, valeria mais lutar para mudar o status quo.

A pré-eliminatória, em termos económicos, é muito importante para o Benfica. Mas veja-se o caso do Bayern de Munique que não vai estar na Champions.

Em primeiro lugar, não gostei muito da alusão ao Bayern. Cheira-me a desdramatização antecipada para um eventual falhanço na pré-eliminatória... Em segundo lugar, alguém que lembre ao Sr. Fernando Santos que o Benfica é um Grande Europeu, e que a participação nas competições europeias não tem só a ver com o económico mas também com a defesa dos nossos pergaminhos.

... pela experiência que tenho, o que me foi dado sempre a ver é que não encontro nenhum argumento muito válido para fazer um estágio no estrangeiro, a não ser razões económicas.

O económico volta à carga. Caro Fernando Santos, lembre-se dos milhares de benfiquistas espalhados por esse mundo fora, sobretudo na Europa, em África e na América do Norte, que raramente têm a oportunidade de ver ao vivo o seu Clube do coração. Não serão eles um argumento válido?

E já mesmo no fim da entrevista...

[Respondendo se contava com Yu Dabao no plantel] Vamos ver. Tenho de o ver primeiro.

Ainda não viu? Madre mia!

...

Enfim, só nos resta esperar uma pré-época mais bem sucedida do que "certas e determinadas" entrevistas.

Saudações Gloriosas!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Este é para os academistas

Começo a ficar farto de ouvir as tretas dos sportinguistas em relação às famigeradas camadas jovens do seu clube. É indesmentível que o Sporting foi, durante os últimos anos, o principal formador do nosso país. Primeiro, porque os cofres leoninos estão na bancarrota, o que torna a aposta nos jovens a política mais acertada. Segundo, porque em termos de condições físicas e humanas estavam bem melhor municiados.

Neste momento, o cenário é diferente. O Benfica construiu do zero uma fabulosa estrutura de recursos humanos que se aliou ao novíssimo e extraordinário Centro de Estágio para formar um Departamento Técnico para a prospecção e formação de novos jogadores que é do melhor que há na Europa. Coordenada pelo Sr. António Carraça, a estrutura de formação do Benfica é de uma complexidade fantasmagórica. As redes de dirigentes, olheiros e treinadores são muito extensas, estão bem distribuídas e oleadas. Os talentos começam a desbrotar e os resultados a surgir, obviamente com mais relevância nos escalões mais jovens, que se deve à precocidade da nova estrutura.

Vem isto tudo a propósito de algumas lagartixas desbocadas que teimam em não admitir que, neste momento, o Benfica está a par do seu clube no que toca à formação. Compreendo que lhes custe ver esvair-se entre os dedos um dos poucos domínios que lhes restam, mas um pouco de bom senso não faz mal a ninguém.

As classificações vêm precisamente atestar a minha opinião. Em todos os escalões o Benfica está na luta pelo título nas respectivas fases finais. As batalhas mais intensas travam-se nos Juniores, uma competição bastante seguida em que o Benfica, apesar de ter uma equipa muito menos calibrada e experiente que a do Sporting, está na liderança da tabela classificativa.

Este é o cenário no final da primeira volta, quando o Benfica já se deslocou ao reduto de dois dos seus três adverários:

Numa coisa invejo o clube de Alvalade, ao invés de contratarem (ainda mais!) jogadores de valor incerto, preferem apostar na prata da casa. Agora o meu Benfica também tem condições para o fazer, e não se admite outra coisa.