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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Why always you... Cardozo


É dos jogadores mais decisivos no Benfica mas também dos mais criticados pela massa associativa, principalmente quando as coisas não estão a correr bem ao Glorioso. Confesso que compreendo quem não aprecia o estilo e que se prefira um avançado mais móvel e com faro para o golo. Mas tenho dificuldades em perceber as críticas excessivas ao número 7 ou que não se lhe reconheça qualidade e competência.

Na minha perspectiva, Óscar Cardozo falha muito porque aparece muitas vezes no sítio certo, ao contrário de outros avançados que poucas oportunidades têm ou criam. Pegando noutro jogador ofensivo mas de características e funções diferentes como exemplo, o saudoso Isaías rematava "ene" de vezes à baliza. Porém, o mérito dele não constava no facto de chutar vinte vezes por jogo, passe o exagero, mas sim na facilidade e capacidade que tinha para conseguir arranjar espaço, fugir às marcações, driblar de maneira a conseguir tantas vezes surgir na zona de remate.

Depois, nos tais vinte remates, marcava um ou dois golos. Claro está que os outros dezoito iam ao lado, ao poste, para o terceiro anel. Não se pode querer eficácia a 100% porque ela simplesmente não existe no futebol. Basta vermos outros grandes jogos de qualquer liga para percebermos que também os melhores falham muitos golos, escandalosos ou não. O primeiro parâmetro de avaliação, quanto a mim, passa por ter alguém que saiba criar muitas oportunidades, que consiga aparecer no espaço e no sítio certo tantas vezes quantas faz o nosso paraguaio. Depois, os melhores do mundo, são aqueles que têm melhor aproveitamento nessas oportunidades que criam ou conquistam. Muito provavelmente, se o rendimento dele fosse ainda maior, já não era nosso jogador, sendo que calculo que não tenha sido fácil ao Benfica segurá-lo nestes anos todos que leva de águia ao peito.

Mas, mesmo assim, 114 golos é um registo muito bom. É um facto e penso ser unânime para todos que é uma excelente marca. Existe quem ainda tenha melhor, mas não serão muitos nem fáceis de encontrar. Haverá altura de Nelson Oliveira ou Rodrigo ganharem o seu espaço. Mas enquanto estiverem em processo de aprendizagem, é preciso reconhecer-se que tirar o lugar ao nosso matador não é uma tarefa fácil. Caso estes jovens lhe ganhem o lugar será por mérito deles, pela sua qualidade e pelo potencial que poderão vir a atingir.

O Cardozo é um bom avançado porque, mesmo limitado como se diz, mesmo não utilizando o pé direito com a frequência que muitos lhe parecem exigir, esquecendo porém que existem excelentes avançados que não usam o pé menos forte com regularidade, mesmo com um mau jogo de cabeça que se diz que ele tem, mesmo sem a velocidade e aceleração que se diz que devia de ter, consegue sempre arranjar oportunidades para tentar facturar. Mesmo que falhe um, dois ou três golos que muito boa gente considere como oportunidades claras de golo, o certo é que a probabilidade se levantarem no estádio, no sofá ou da cadeira para festejarem um golo seu, é elevada. De resto, não considero o jogo de cabeça do Cardozo mau, pelo contrário e quanto à velocidade dele, existem muitos que correm bastante mas que raramente estão no sítio certo.

E, principalmente para quem levou anos e anos sem ter um ponta de lança que conseguisse criar oportunidades de golo, faz-me confusão que não se valorize mais o nosso número 7. Fica o consolo que a partir do momento que pendure as chuteiras, será recordado com saudade. Aposto. Até lá, conto desfrutar muito mais vezes com os seus golos.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Uma década de... grandes golos

Termina daqui a uns dias mais uma década. Como não há post em que não haja confusão já estou preparado para argumentar sobre a data do fim desta década, se foi a 31 de Dezembro de 2009 ou se será a 31 de Dezembro de 2010. Venham de lá essas teorias.

Mas este será o primeiro de um conjunto de posts que aqui aparecerão até ao dia 31 de Dezembro sobre o resumo de mais uma década de Benfica. Em forma de top-10, o post de hoje é sobre os 10 melhores golos desta década. E eles são...

10 - A força da técnica e a técnica da força, por Karadas - 24 de Outubro de 2004. O recém chegado Azar Karadas era ainda uma incógnita para muitos benfiquistas. A linha que separava o tosco do génio ainda não estava bem traçada, mas este golo deixou os mais cépticos rendidos ao norueguês. Mal saberíamos nós que afinal o nórdico era um semi-barrete.



9 - Apontar, disparar, fogo, de Mantorras - Na viragem da década anterior, o Benfica tinha contratado uma pérola angolana ao Alverca de seu nome Pedro Mantorras. Num jogo em casa frente ao Vitória de Setúbal, Mantorras apontou os três golos da suada vitória encarnada por 3-2 frente aos sadinos, mas um deles permaneceu na memória. O terceiro golo é num livre frontal a cerca de 30 metros da baliza. Mantorras frente à barreira e Marco Tábuas e... pum, um disparo gigantesco com a bola (ainda daquelas pesadas, pré-Fevernova) a sair disparada a uma velocidade estonteante. A bola entra entre a barra e a mão do guarda-redes, um golo memorável.

8 - Nem dez, vinte ou trinta, foram os quarenta metros de Laurent Robert - "Robert baaaaaaaaaaaaaate, gooooooooloooooooo!" Parece que ainda estou a ouvir o relato da Antena1 desse jogo. Livre frontal a mais de 40 metros da baliza de Vítor Baía. Robert enche-se de fé e remata a bola a uma velocidade incrível, com Baía a ficar mal na fotografia apesar dos desvios que esta sofreu no seu trajecto. Era a primeira vitória do Benfica sobre o Porto na Luz em jogos para o campeonato em alguns anos.



7 - O belissimo cappello de Miccoli - Num jogo como tantos outros, num estádio semi-vazio como tantos outros, há sempre um jogador que valia o preço que se paga por um bilhete. E Miccoli era esse jogador, proporcionava momentos de génio. Como este belíssimo chapéu em Leiria. Perfeito, sem espinhas.



6 - Di Letra de Di Maria - Três épocas de Luz, mas só numa delas conseguiu provar toda a sua categoria. Já o disse noutras ocasiões, Di Maria foi o jogador mais importante no 32º campeonato encarnado. Era o abre latas quando as coisas não sucediam como queríamos. E este foi mais um jogo em que exemplificou isso mesmo de que falo. Foi também na Liga Europa que Di Maria brilhou alto ao marcar este golaço. Classe, muita classe que hoje passeia por Madrid.



5 - Simplesmente Rui Costa - Rui Costa é sinónimo de arte. Foi provavelmente o último grande artista da velha guarda, um número dez com características únicas. O seu jogo era classe pura. E este golo é um excelente exemplo dos vários momentos de magia que nos deu ao longo de muitos anos de bom futebol. O golo do jogador que não sabia jogar mal.



4 - Pontapé de moinho rumo aos quartos, por Miccoli - A vitória e a passagem aos quartos estavam garantidos, mas Miccoli, com a classe que o caracterizava, decidiu abrilhantar as coisas ainda um pouco mais. Após passe (que até era um remate) de Beto, o italiano recebe a bola no ar e dispara um pontapé de moínho sem hipóteses de defesa para Reina. Caía o campeão europeu, levantava-se o campeão nacional.



3 - Corre corre, Saviola - Já vi muitos jogadores correrem desalmadamente para no final da jogada... falharem. Mas não daquela vez em que Saviola pegou na bola ainda antes do meio campo e fez aquilo que todos recordamos. Um golo que nem se faz na PlayStation. Que golo!



2 - Para inglês ver... e rever e rever, por Simão - O Liverpool teve oportunidade de contratar Simão Sabrosa no final da época de 2005. Não o fez. Felizmente para nós, diria eu. E infelizmente para os reds da cidade dos Beatles. O destino quis que o Benfica e o campeão europeu se encontrassem nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Depois da vitória por 1-0 na primeira mão, o Benfica deslocou-se a Anfield e escreveu uma página de História que tem tanto de belo como de inacreditável. Derrotou o Liverpool por 0-2, com um golão de Simão Sabrosa. Era o destino.



1 - Grande Petit - Quando em frente à baliza de Landreau, Petit recebeu a bola, todos pensámos para nós mesmos: "chuta Petit, chuta com força!". Era o seu hábito. De frente para a baliza e com algum espaço, Petit disparava em força e para golo. Mas não desta vez. Petit fez um golo do tamanho do estádio e o chapéu ao guarda-redes do PSG foi o golo mais mágico da década.



P.S. O meu agradecimento especial ao Shoky, que ajudou a elaborar este post.