segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O tenebroso túnel de Braga

Estas são as imagens disponibilizadas pela SIC sobre o que se passou no já mítico túnel de Braga. À direita, na imagem, podem ver as brutais agressões de Cardozo. Jorge de Sousa até está lá no túnel para as presenciar. Como dizia José Veiga, este árbitro tem de ir para a "jarra". E que não saia depressa.


domingo, 29 de novembro de 2009

Continuamos [muitíssimo] melhores

Mesmo que pensem ou digam o contrário, o resultado do jogo de ontem foi muitíssimo melhor para o Benfica que para os rivais da 2ª Circular. Com o que se passou ontem em Alvalade, a Liga tem novo líder, se bem que à condição, e um candidato ao título praticamente arremedado da luta pelo campeonato. Não significa isto que o Benfica possa estar satisfeito com o resultado de ontem. Aliás, não pode nem deve. Dificilmente terá uma nova oportunidade tão boa quanto esta para ganhar ou até mesmo golear um Sporting que continua a revelar-se frágil, com poucas ideias, desmotivado, apesar de estar muito mais organizado. Foi um jogo à italiana. As expectativas superaram a qualidade de jogo, houve sangue (literalmente, que o diga Javi Garcia), suor e casos. À italiana, portanto. Ou se preferirem, à portuguesa.

O Sporting entrou mais forte nos minutos inicias do derby como vem sendo hábito há já umas épocas a esta parte. E como vem sendo apanágio, cedo de apagou esse pressing leonino. O Benfica respondeu e reagiu bem e em boa hora, tendo até a primeira boa chance de golo, por Cardozo, num lance em que lhe faltou discernimento, pois rematou cedo demais. Apesar deste lance menos feliz, o paraguaio regressou em boa forma, tendo feito um jogo bem acima daquilo que eu próprio esperava. Há claramente um “antes” e um “depois” neste paraguaio, desde que chegou em 2007 e o presente. Agora nota-se mais móvel, ágil e com um excelente entendimento e entrosamento com a equipa. Não marcou, mas jogou e fez jogar.

As oportunidades no primeiro tempo iam-se sucedendo numa baliza e noutra: Liedson fez gato-sapato de Sidnei, que esteve mais uma vez uns furos a baixo daquilo que se lhe exige, e rematou forte para boa defesa de Quim. Depois foi Polga que, após canto curto, teve a melhor oportunidade leonina da primeria parte, ao rematar por cima após falha de marcação da defesa encarnada (Maxi a marcar Polga?!). Realmente, aquela defesa à zona nos pontapés de canto não lembra ninguém.

No segundo tempo, o Benfica não entrou a “massacrar”, nem era isso pedido, ao contrário do que os comentadores e os jornalistas dizem (a crónica de Vítor Serpa hoje, n' A Bola, é ridícula, incompetente e ofensiva). Dizer que o Benfica já perdeu o fulgor, que os adeptos já não têm entusiasmo e que o Sporting está em crescendo é absurdo. Quase tão absurdo como o Director desse jornal afirmar que a mão de Polga... não foi mão! Mas já lá vamos. Dizia eu que o Benfica entrou de facto melhor, não massacrando mas controlando o jogo, mesmo no meio-campo do Sporting. Os leões reagiram e obrigaram Quim à melhor defesa deste campeonato até ao momento, defesa essa que sintetiza bem a grande exibição do internacional português, a quem, em parte, devemos e de que maneira este resultado.

No entanto, Di Maria, Cardozo, Ruben Amorim, David Luiz e Saviola, que até atirou uma bola à trave (mas o lance seria bem anulado por fora-de-jogo) tiveram as suas ocasiões, umas mais flagrantes que outras, sem esquecer a de Ramires, bem perto do final do jogo, e em posição regular, que não concretizou um golo praticamente feito.

Fiquei com a certeza que o jogo não teria golos por volta dos 65 minutos. Até final, e apesar das muitas oportunidades que o Benfica teve, o jogo foi um longo bocejo. Até deu para falar da Selecção Nacional, sobre a injustiça que é a ausência de Quim e Amorim, etc.

O jogo não foi difícil de arbitrar. Foi fácil até. Mas a incompetência de Pedro Proença fez do fácil difícil. Adrien, com uma entrada por trás às pernas de Saviola, sem qualquer intenção de jogar a bola, ficou em campo. Miguel Veloso tem uma entrada duríssima sobre Di Maria e só viu amarelo (e o árbitro parou o contra-ataque do Benfica). Por fim, o mais escandaloso de todos: Polga, com os braços bem abertos, corta um cruzamento de Ramires. Indiscutivelmente. Cartão amarelo por exibir (seria o segundo e consequente expulsão) e fica a dúvida: dentro ou fora da área? Polga entra na área e acaba por ficar fora desta quando o lance termina, mas quando corta a bola com o braço parece estar dentro, não com os pés, mas com o braço direito, aquele que corta a bola. Para mim, era penalty.

Jesus esteve muito bem: montou aquele que agora acredito ser o melhor onze e leu bem o jogo ao fazer as substituições. O vergonhoso estado do terreno foi uma dificuldade para o SLB. Aimar, que estava a ter dificuldades em construir jogo, foi substituído pelo todo-terreno Ruben Amorim, que entrou muito bem a jogar de área a área. Depois, por lesão de Sidnei, entrou Miguel Vítor, que traz mais segurança ao sector que o seu colega brasileiro. Por fim, nos instantes finais, e quando a defesa do Sporting poderia abrir-se mais e ficar desconcentrada, entrou o veloz Coentrão para a saída de Saviola, que esteve em dúvida até ao dia do jogo.

O resultado não é mau, mas a vitória, a acontecer, teria de ser para os visitantes. Fomos melhores globalmente, tivemos mais posse de bola que o Sporting e constituimos ameaça durante os 90 minutos, ao contrário do adversário. Ficamos em primeiro lugar à condição com 11 pontos de avanço dos verde-e-brancos, 6 do Porto (que podem passar a 3, hoje) e com um do Braga. Há muito campeonato por jogar e o Benfica entra agora numa fase crítica, com jogos muito importantes e onde não pode desperdiçar pontos. Olhanense e Académica são daquelas equipas com que não podemos perder. E é tradição o Benfica perder campeonatos nos jogos com estas equipas. É aqui que realmente residem os trabalhos de Jesus.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma questão de centímetros

Dizem que no futebol moderno os lances de bola parada assumiram uma importância capital no desenrolar da partida. É verdade. Um penalty, um canto, um livre à entrada da área, em posição frontal ou descaído, é sempre um pretexto para golo. Ainda para mais num derby, onde as defesas estarão extremamente concentradas e o espaço será mínimo.

Por isso, e antevendo o que poderá passar-se no sábado, deixo uma estatística curiosa acerca dos lances de bola parada favoráveis ao Benfica perto da área adversária:

observando vídeos de quatro jogos diferentes (Guimarães, Naval, Leixões e Nacional) para este campeonato realizados pelo Sport Lisboa e Benfica, verifiquei que, quando a equipa se encontra em situação de empate, Jorge Jesus manda colocar 5 a 6 jogadores na área. Por norma, são os dois centrais, o trinco, os dois pontas-de-lança e um "sexto elemento", ou seja, David Luiz, Luisão, Javi Garcia, Saviola, Cardozo e Aimar ou Rúben Amorim se o for o número 10 argentino a bater o lance de bola parada (porque pode ser Di Maria a faze-lo).

Como Luisão não jogará, em princípio, em Alvalade, e como Saviola estará, ao que tudo indica, presente no clássico, será de esperar que o Benfica em lances de bola parada (cantos ou livres descaídos) perto da área leonina, faça subir os 5/6 jogadores que referi há pouco, entrando Sidnei para a vez de Luisão.

Ora, segundo dados do Zero Zero (eu até gostava de consultar os dados oficiais da LPFP, mas não têm!), David Luiz tem 1,88 m, Sidnei 1,85 m, Javi Garcia 1,87 m, Cardozo 1,92 m, e Saviola, que fica sempre ao segundo poste para receber as "sobras", algo que já lhe valeu golos este ano (Athletic, Poltava, entre outros), mede 1,69 m. Já o Sporting, que deverá marcar homem-a-homem no derby, deverá apresentar como jogadores mais altos em campo, exceptuando o guarda-redes, Carriço (1,82 m), Polga (1,82 m), Miguel Veloso (1,80 m), Vuckevic (1,79 m) e Abel (1,79 m). No total, neste 5 para 5, o Benfica leva clara vantagem. Aconteça o que acontecer, em 5 jogadores, 4 serão bem mais altos que o seu marcador directo. Apenas Saviola será mais baixo. Aqui pode residir a diferença.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

José António Silva

Por intervenção do ministro Mariano Gago e do reitor da Universidade do Porto, José Carlos Marques dos Santos, o Benfica venceu esta dura batalha que se arrastava há mais de 5 meses contra a Faculdade de Desporto do Porto, nomeadamente contra o director do seu conselho directivo, Olímpio Bento, confesso adepto do FC Porto, e ex-cronista do jornal A Bola, onde semanalmente destilava veneno contra o maior clube deste país.

Foram meses muito difíceis para o Andebol do Benfica, dificuldades essas causadas por um traste, sem-vergonha, que conseguiu durante este período sobrepor os seus interesses pessoais e do seu triste clube ao interesse do professor, da Universidade e do Benfica. Recordo que é prática corrente e normal as faculdades de desporto cederem os seus docentes para este tipo de trabalhos.

Parabéns a todos os que lutaram e defenderem os interesses do SL Benfica nesta causa, não só aos responsáveis pelas modalidades, mas também em particular a Sílvio Cervan, que, na televisão, foi dos poucos a noticiar este episódio, e à Tertúlia, que acompanhou este caso na blogosfera. Agora, e após o trabalho desenvolvido pelo treinador-adjunto Pedro Gama e também por Ana Sobral, o Benfica volta a ter um treinador experiente e com "cabedal" para o cargo. Numa época sem playoff, o Benfica segue bem posicionado no Nacional de Andebol, a apenas um ponto do conjunto de líderes formado por Belenenses, ABC, Porto e Madeira SAD.

Pedro Proença

2 - Pedro Proença: Ui, este artista. Adoro-o. Aquela brilhantina no cabelo dá um ar sério a este sócio do Benfica. Com as quotas em dia, pelos vistos. Roubar o seu clube do coração é um hábito compulsivo. No ano passado com o Porto naquele mergulhão do Lisandro, com o Boavista e Penafiel há uns anos, enfim, com este nenhum benfiquista pode. Se fosse nomeado, os benfiquistas queixavam-se, com razão, de serem constantemente roubados por este senhor e os sportinguistas diriam que ele é sócio do SLB. Também não deverá ser o nomeado.

Mas foi. E isto promete. Vai ser o terceiro derby em que joga o Benfica que arbitra. Nos dois anteriores expulsou dois jogadores do nosso clube (Ricardo Rocha e Miguel) e ainda conseguiu, em dois jogos, note-se, assinalar três grandes penalidades contra o Benfica, sendo uma delas duvidosa e as outras duas inexistentes (a de Silva em 2003/2004, e a de Lisandro, na época passada).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

10 anos depois...

Faz hoje 10 anos que aconteceu aquilo que nós sabemos. Há dez anos, o Benfica batia no fundo. A derrota por 7-0 era o demonstrar de todas as fragilidades em que o clube assentava. Contratos publicitários fantasma, jogadores apresentados que nem sabiam para onde vinham, um presidente que envergonha uma história centenária e um grupo de trabalho medíocre, salvo raras e honrosas excepções. Hoje, o Benfica tem equipa, treinador, presidente (quando calado na altura devida), infra-estruturas, menos dívidas, mais futuro. Dez anos depois...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pior sorteio era [quase] impossível

Díficil, muito mesmo. Este ano parece que a sorte não quer nada com o Benfica, pelo menos nos sorteios. No entanto isso não pode servir de desculpa para o insucesso. Num grupo onde já sabíamos que nos calharia em sorte o Nacional (4º classificado), ficamos com as outras duas "favas" possíveis: o Vitória de Guimarães, que acabou de nos eliminar da Taça de Portugal e o Rio Ave, uma das equipas mais complicada em hipótese. É só olhar para os restantes grupos concluir duas coisas: tivemos a azar, é a primeira; a segunda é que temos de passar. Sem desculpas.

Os grupos:

Grupo A: FC Porto, Leixões, Estoril e Portimonense

Grupo B: Sporting, Sporting de Braga, União de Leiria e Trofense

Grupo C: Benfica, Nacional, Vtória de Guimarães e Rio Ave

Bitaite nº 4

Dos vários árbitros internacionais (e não só) que estão disponíveis para arbitrar o clássico do próximo fim-de-semana, vamos lá fazer contas a quem pode e não pode calhar em sorte ao nosso Benfica. Exercício meramente especulativo:

1 - Pedro Henriques: Tem estado de castigo desde que resolveu que o Benfica não poderia cavar um fosso de 4 pontos para o Porto no campeonato passado. Jarra com ele. Já arbitrou pelo menos 2 ou 3 derbies entre Benfica e Sporting, tendo realizado arbitragens polémicas (o tal lance em que Miccoli pelos vistos, segundo ele, não seguia isolado para a baliza). Não me parece que vá ser o eleito.

2 - Pedro Proença: Ui, este artista. Adoro-o. Aquela brilhantina no cabelo dá um ar sério a este sócio do Benfica. Com as quotas em dia, pelos vistos. Roubar o seu clube do coração é um hábito compulsivo. No ano passado com o Porto naquele mergulhão do Lisandro, com o Boavista e Penafiel há uns anos, enfim, com este nenhum benfiquista pode. Se fosse nomeado, os benfiquistas queixavam-se, com razão, de serem constantemente roubados por este senhor e os sportinguistas diriam que ele é sócio do SLB. Também não deverá ser o nomeado.

3 - Duarte Gomes: O homem do penalty fantasma do Jardel há uns anos. O homem do empurrão no peito ao treinador de guarda-redes do Sporting. Já arbitrou mais que um derby e duvido que volte a um palco. Não será nomeado.

4 - Lucílio Baptista: Hehehehehe. Não é preciso dizer nada, pois não?

5 - Olegário Benquerença: Todos adoramos este senhor. Todos mesmo. Vai arbitrar um jogo da Champions entre a Fiorentina e o Lyon, chegando cansado ao derby. Também não deverá ser ele.

6 - Artur Soares Dias: Não sei não... não é dos que mais odeio, apesar de ser filho do pai, mas acho que é daqueles que o Benfica tem menos razões de queixa. No entanto, não acredito que seja nomeado, apesar de ser mais provável que um dos anteriores.

7 - Elmano Santos: Ainda ontem arbitrou o Benfica. Não deverá ser ele.

8 - Bruno Paixão: Não o acho corrupto. É simplesmente o maior incompetente da história da arbitragem portuguesa. E dada a competência desta comissão de arbitragem, acredito que possa ser este "coiso", à falta de melhor adjectivo, a arbitrar o clássico.

9 - João Ferreira: Esteve uns meses lá para o Médio-Oriente e agora que está de volta não se tem ouvido falar muito dele. Não é mau árbitro não senhor, é dos mais razoaveizinhos, mas nem tem estado nos grandes jogos, pelo que não acredito que vá ser ele. Parece que Vítor Pereira embirra com este.

10 - Paulo "consigo a arbitrar, o Benfica nunca há-de ganhar um jogo" Costa: um artista. A velha guarda da arbitragem Só lhe falta o bigodinho para lembrar outros tempos de escandaleira ainda mais evidente. Não o excluiria.

11 - Jorge Sousa: Era limpinho que o Benfica não ganharia. 2 vitórias em 11 jogos com este senhor. Isto em jogos "normais". Já fez o trabalho dele em Braga, agora está na hora de ser outro. Não será ele.

12 - Paulo Baptista: O filho do Apito Dourado. Não sei como continua a arbitrar seja o que for. Impossível terem vergonha se nomearem este.

13 - O décimo terceiro, o Judas, esse mesmo. I've gotta a feeling que vai ser este. O tal. Aquele que cuja irmã se descaiu mesmo à minha frente. Quem? Está aqui no blog, nos arquivos, é só procurarem.

E vocês, em quem apostam?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pshttttttttt... 'tá calado, pá, 'tá calado!

Já deviam ter percebido que há uma relação causa-efeito entre as palavras de Vieira e os resultados do Benfica: sempre que abre a boca, perdemos.E logo agora que isto estava a correr tão bem. Se o bigode crescer mais um bocadinho pode ser que deixe de conseguir falar. Seria óptimo para todos. Menos conversa, mais trabalho. Caladinho até Maio de próximo ano e não tenho dúvidas que estarei no Marquês a festejar.

domingo, 22 de novembro de 2009

Alvalade será o Inferno

Felizmente os adeptos que hoje estiveram no Estádio da Luz são muito mais inteligentes que o speaker. No "minuto de silêncio" que resolveu chamar de "minuto de homenagem", os benfiquistas souberam respeitar a memória do guardião germânico Robert Enke. O silêncio reinou, felizmente. Mas o idiota resolveu por música.

Tenho a convicção de que, para Jesus, o campeonato é definitivamente a competição mais importante. Diria mesmo que é "a" competição. Posso estar enganado, mas pelo que vi e tenho ouvido é essa a sensação que me dá. Nem mesmo a Liga Europa se aproxima, em termos de objectivos e prioridades do campeonato. Isto não serve, no entanto, de desculpa para a precoce eliminação na Taça de Portugal.

Neste jogo deu para perceber várias coisas: a primeira delas é que Cardozo é fundamental e insubstituível; outra, é que há jogadores em quebra, física (Aimar e Saviola), e emocional (Coentrão e Di Maria); terceiro, há um grupo de jogadores que não está com a cabeça no presente (e aponto nomes: Sidnei e Keirrison); há jogadores manifestamente desconcentrados (Weldon); há jogadores que têm medo de falhar (Nuno Gomes). Jesus é responsável por muitos destes casos e muitas das decisões que tomou hoje foram profundamente erradas. Sorte a dele em não ser espanhol.

Não estou com isto a defender ex-treinadores do Benfica ou a criticar o actual, mas os erros cometidos hoje pelo treinador foram visíveis, óbvios e flagrantes. Sidnei foi um buraco e se assim continuar Liedson nem vai sentir a falta de Luisão, tal será a facilidade com que moldará os rins de Sidnei à sua maneira. Coentrão não é, não pode e não será nunca na vida, defesa esquerdo. Nunca. Numa altura em que o Benfica precisava de alguém que conseguisse dar profundidade ao flanco, Coentrão deveria ter avançado para médio. Outra excelente questão é explicarem-me o que se passa com Urreta. Neste jogo notou-se que poderia ter desequilibrado. Weldon está completamente desconcentrado na altura de finalizar. Hoje foram 3 falhanços graves: por duas vezes falhou o cabeceamento, por outra fez um autêntico passe ao guarda-redes. Contei 3 jogadas de Keirrison durante todo o jogo: numa arranca um amarelo, noutra faz uma tabelinha com Saviola, e na terceira sofre uma falta à entrada da área. Muito pouco, daqui a nada terá as alcunhas de Keirrisono, Kissono, K0 conhecidas por todos os benfiquistas. Makukula não servia? Ainda hoje fez mais dois golos e já leva 4 (!) de vantagem sobre o segundo melhor marcador na Turquia. Digam o que disserem, para o bem e para o mal, Nuno Gomes ainda é o melhor ponta-de-lança que temos a seguir aos dois habituais titulares. E Miguel Vítor? Vai continuar a ser o patinho-feio de Jesus? Porquê? Diz-me quem sabe mesmo do assunto que é dos mais profissionais nos treinos, um exemplo para todos os colegas.

São muitas questões e interrogações que se põem antes de uma importante ida a Alvalade, local onde se pode decidir boa parte do resto da época. É agora ou nunca. O Benfica pode deixar os rivais a 14 pontos, apanhando-os na melhor altura possível. Se Ramires, David Luiz, Javi Garcia e talvez Amorim estiveram à altura dos acontecimentos, como estiveram hoje, é possível. Quanto aos outros, têm de pedalar mais. Isto não chega.

P.S. - Já que se falou em Alvalade, eu dou o onze. É só copiares, Jesus, que eu não me chateio. Júlio César; Rúben Amorim, Miguel Vítor, David Luiz e César Peixoto; Javi Garcia, Ramires, Di Maria e Pablo Aimar; Javier Saviola e Óscar Cardozo

P.S.2 - Uma coisa que me assusta mesmo é o Football Manager 2010. Imaginem vocês que o Keirrison, nesse jogo, recebe 90 mil euros mensais, totalmente suportados pelo Benfica. Espero que o jogo esteja bem desfasado da realidade.

sábado, 21 de novembro de 2009

Que futuro queres?

Há uns dias li no Geração Benfica um post que me fez lembrar um que estive para escrever há uns tempos precisamente sobre Di Maria.

Di Maria está num momento de forma soberbo. Como se isso não bastasse, a juntar ao seu já vasto currículo internacional, onde se encontram uma vitória num mundial sub-19 com golos e jogos magníficos e uns Jogos Olímpicos onde fez o golo decisivo na final, Di Maria tem de decidir o que fazer à sua carreira. Independentemente dos 30, 35 ou eventualmente 40 milhões pelos quais venha a ser vendido, o jovem argentino deve saber para onde quer ir. Porque entre ficar no Benfica esperando outra oportunidade, sair para o Manchester City ou para o Real, Barça, Juventus, Inter ou outro grande de um campeonato competitivo a diferença é muita. Tomemos como exemplo o meu ídolo, Rui Costa.

O melhor número 10 da história do futebol português saiu do Benfica em 1994 para um clube modesto do meio da tabela do melhor campeonato do Mundo, quando poderia ter ido para o super-Braça de Cruyff. Fê-lo sabendo que iria ganhar menos dinheiro e menos títulos, mas que o seu clube do coração ficaria com mais dinheiro do que aquele que os catalães ofereciam. Por isso, Rui Costa nunca fez a carreira que eu e muitos de nós gostaríamos que ele fizesse. Foi um homem com coluna vertebral a carreira toda, tendo ajudado inclusivamente a falida Fiorentina ao sair para o AC Milan por 40 milhões de euros. Passou, pelas minhas contas, 7 anos em Florença, tendo ganho muito pouco, obtendo menor reconhecimento que aquilo que a sua qualidade futebolística merecia. Não obstante, foi eleito melhor estrangeiro a actuar na Serie A, quando tinha como rivais Zinedine Zidane ou Gabriel Batistuta. Acabou por abdicar de 90% do seu salário "só" para voltar a jogar pelo clube do coração, sendo acusado de estar velho, tendo feito a última época da sua carreira a um nível excepcional, uma das melhores que efectuou, certamente.

A situação de Di Maria não é, de perto nem de longe a mesma. Não é português e por isso não é "benfiquista desde pequenino". Nem o Benfica está assim tão desesperado por dinheiro como estava em '94. Por isso, o jogador do Benfica não tem de se precipitar na sua escolha. Dizem que o Manchester City tem-no na agenda. Mas quererá, Di Maria, o Manchester City? Acredito que sim, mas não devia. Um jogador com a sua capacidade, com o seu potencial e com a ambição que lhe reconheço, deve dar efectivamente o salto, mas não para um clube de 2ª linha europeia. O passo a ser dado deve ser em direcção a um dos grandes/enormes espanhol, inglês ou italiano, nunca um Manchester City, por mais libras que sejam acenadas. Porque a decisão pode ser irreversível, como aconteceu com Rui Costa. Ficou 7 anos em Florença, tempo de mais para um jogador que poderia ter dado muito mais nas vistas em Barcelona, Madrid, Manchester, Londres, Milão (por mais anos) ou Turim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Tamagnini Nené


Não sei se existe algum clube no mundo que tenha adeptos com um feitio tão especial como os benfiquistas. Hoje faz anos um dos maiores símbolos vivos do nosso Benfica, Tamagnini Nené, o homem que nunca sujava os calções, sendo assobiado anos e anos por muitos adeptos, apesar de ser o jogador com mais jogos pelo nosso clube e o terceiro com mais golos oficiais. Nunca foi consensual entre os benfiquistas apesar da humildade e de tudo o que deu ao clube dentro de campo. Muitas vezes injustiçado, como outros que ainda hoje vestem a camisola, a sua determinação, profissionalismo e golos, muitos golos, levaram-no a ser um histórico do clube. A ele, os nossos parabéns.

Evandro Brandão

Numa altura em que toda a gente anda, ou melhor, andava, a dormir com esta história da Selecção ir ou não ao Mundial na África do Sul, o Benfica, por intermédio de Rui Costa e seus colaboradores, demonstrou que o mercado nunca pára, nem mesmo quando está teoricamente fechado.

Nunca vi jogar este jovem ponta-de-lança, apesar de o seu nome não ser de todo estranho. Gostei da contratação. Como? Gostei do facto de nesta altura termos contratado um jovem com um potencial elevado, a custo zero, numa altura em que ninguém esperava, formado num dos melhores clubes do Mundo, inclusive em termos de escalões jovens. Só isto, por si só, já é bom.

Agora resta aguardar e ver o seu desenvolvimento junto do outro avançado, Nelson Oliveira. Se renderem ambos o que espero, a médio prazo o nosso ataque poderá estar entregue a dois pontas-de-lança lusófonos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

FIFIA

1 - Em Setúbal, quando o Vitória local joga para as provas europeias, os seus adeptos têm de se deslocar a Lisboa para ver o jogo, uma vez que a UEFA acha que o Bomfim tenha condições suficientes para um jogo europeu. Em 2007, o Benfica foi a Bucareste jogar com o Rapid e encontrou condições bem piores que as do Bomfim. A mesma UEFA acha que pode jogar-se num estádio daqueles. Pior só mesmo em Zilica, onde tudo foi permitido, inclusive estarem 20 mil pessoas no interior de um estádio onde só cabem 13 mil. E isto não era um amigável. A FIFA acha que pode ser.

2 - O hino português foi enormemente assobiado e os jogadores receberam ameças graves antes e durante a partida. Um árbitro auxiliar foi agredido com um... telemóvel! Passarão os bósnios impunes?

3 - Trapattoni viu a sua Irlanda ser eliminada pela França no Saint-Denis com um golo tão irregular que até um indivíduo com cataratas consegue perceber que é falso. Falso! Blatter e Platini devem estar tão satisfeitos a esta hora. Depois de história da invenção apressada dos cabeças-de-série para os playoff, de a França ser a única a jogar a segunda mão em casa, será que o senhor Hansson, árbitro sueco desta partida, estará a arbitrar a final? Deste nome não me esqueço eu até Julho. Quero ver o que o Seara vai dizer na próxima segunda, ele que se tem vindo a atirar ao Platini e ao Blatter por causa da corrupção.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Apanhámo-lo

O caminho foi longo e tortuoso mas o objectivo foi alcançado: Portugal está no Mundial 2010 na África do Sul. Após um ano e dois meses de exibições desoladoras e resultados muito aquém dos esperados, Portugal conseguiu aquilo a que se tinha proposto. Os empates em casa com a Albânia (contra 10!) e com a Suécia, a derrota caseira frente à Dinamarca e a vitória magra e sofrível em Tirana com um golo aos 92 minutos foram insuficientes para satisfazer os portugueses (quase todos, o Rui Santos está deliciado). Uma naturalização à pressa de um jogador com mais de 30 anos, um seleccionador medíocre com convocatórias a roçar o inacreditável (Duda, Orlando Sá, Rolando, Daniel Fernandes, Eliseu, Gonçalo Brandão, tudo isto no período de um ano) e uma conotação a um clube nacional nunca antes vista, nem com António Oliveira. Uma afronta.

Queixavam-se de Scolari, mas o facto é que Queiroz ganha mais 33% que o brasileiro. Também não sou fã do campeão do Mundo, não só em termos disciplinares mas também de escolhas, mas o actual seleccionador... bate tudo e todos. No início, quando veio, disse de imediato que era contra e seria mau. Nunca pensei que fosse tão mau, mas foi.

Estamos no Mundial, mas não se iludam com as declarações de que "somos favoritos", "somos candidatos" e os "adversários têm medo de jogar contra nós". É mentira. Nos 11 titulares de hoje, apenas Bruno Alves, Ricardo Carvalho e Pepe estão em forma e a jogar a um nível aceitável. Os outros estão em claro sub-rendimento. Assim é impossível aspirar a qualquer coisa. O que devíamos realmente aspirar é a "porcaria que está na Federação". De Madaíl a Queiroz, passando por Amândio Carvalho, Oceano e outros "afilhados".

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

É bom, para a rivalidade

Em poucas linhas, porque estou-me nas tintas para o Sporting:

- a escolha de Carlos Carvalhal para o cargo de treinador do Sporting deixa-me contente. Não por duvidar das suas qualidades (que não tem), mas por ser um anti-benfiquista nojento. Ficam bem uns para os outros. Lembram-se do que ele disse no Setúbal-Benfica da Taça da Liga de 2007/2008? Eu não esqueço.

- os sportinguistas bem podiam assentar os pés na terra. Levaram respostas negativas de Cajuda, Jorge Costa e Villas Boas. Depois disto, pediam Pekerman e Fatih Terim. É o mesmo que não ter dinheiro para comprar um Renault e ir a seguir ao stand dos Ferraris.

- a aliança que o Sporting fez com o Porto está a paga-la cara: primeiro porque a resposta negativa de Villas Boas teve mãozinha do norte; segundo porque agora sim perceberam que passaram a ser quase uma filial. O anti-benfiquismo deu nisto.

E dizem que não é talimã!

Ainda hoje, no jornal A Bola, um jornalista (o mesmo que disse que Portugal dobrou o Cabo das Tormentas no século IV), afirmou que o Estádio da Luz não era talismã nenhum para a Selecção. Depois do que vi fiquei com a clara ideia que "talismã" é pouco. Queiroz queria alimentar a vaca, não era? Pois hoje teve-a toda do seu lado, pois a Bósnia poderia ter saído de Lisboa com 3 golos.

Continuo sem perceber qual é o critério de Queiroz para escolher o onze: Paulo Ferreira?! Fez 120 minutos pelo Chelsea esta época, contra 830 de Miguel, pelo Valência. Duda?! Não bastam os sucessivos erros na Selecção? Meireles?! Está numa forma lastimável.

PS - Viram a cara de embaraço de Queiroz no final do jogo? Comidos pela Bósnia, enfim... 4ª feira quero ver. E arranjem um lugar no avião para a vaca. Vamos precisar dela.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

"Silêncio"

Como enorme clube que é, o Sport Lisboa e Benfica decretou que irá prestar homenagem ao falecido Robert Enke, no próximo jogo a contar para a Taça de Portugal frente ao Vitória de Guimarães, na Luz. Possivelmente essa homenagem passará por um minuto de silêncio em memória do jovem jogador alemão.

Um triste hábito português que se instalou foi o de bater palmas durante o momento de fazer silêncio. É ridículo, triste e despropositado. Porque mais que tudo, o minuto de silêncio serve para relembrar o jogador. Lembram-se do peso que houve no minuto de silêncio em memória de Fehér no Benfica - Académica de 2004? Era assim que se deveria respeitar a memória de quem parte, não com palmas.

Por isso, e associando-me a uma óptima ideia lançada pelo Éter, do Céu Encarnado, peço a todos os benfiquistas que por aqui passam, independentemente de serem sócios ou não, de enviarem o seguinte texto para este site:

"Gostaria de pedir, a quem de direito, que no próximo jogo no Estádio da Luz, contra o Vitória de Guimarães, o speaker informasse os espectadores presentes que o minuto de silêncio em memória de Robert Enke fosse mesmo para cumprir em silêncio, e não com palmas, à semelhança do que aconteceu com Miklos Fehér.

Obrigado pela atenção."

Só assim podemos chamar a atenção para que esta situação não se volte a repetir. Divulguem.

Adenda [14-11-09, 12:26]: Silêncio total e absoluto dos adeptos ingleses em memória de Robert Enke, no minuto de silêncio no estádio de Wembley. Quero ver hoje como vai ser com a Bósnia...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

João Tomás

Um verdadeiro ponta-de-lança. E português! Uma raridade nos dias de hoje. O que é facto é que já tem 34 anos. Olhando para trás, vejo uma carreira simplesmente mediana que nunca atingiu um patamar verdadeiramente alto em termos pessoais. Mesmo tendo jogado no Benfica, aquele sexto lugar marcará para sempre aquele conjunto de jogadores, João Tomás incluído, apesar de não ser o responsável.

Revendo a sua carreira, João Tomás, apesar das qualidades óbvias que tinha, pouco ou nada alcançou. Deu nas vistas em Coimbra, na Académica, trocando a Briosa pelo Benfica em Janeiro de 2000, altura em que os estudantes andavam pela segunda divisão, mas onde iam bem destacados na frente, fruto dos sucessivos golos do avançado português. Chega ao maior clube do país por 40 mil contos e com 24 anos, idade ideal para começar a demonstrar serviço, fazendo uma época e meia de águia ao peito, marcando vários golos na condição de suplente utilizado. Era uma das armas secretas de Mourinho, na altura.

A grave crise económica que assolava o Benfica, aliada à desastrosa participação no campeonato que culminou num sexto lugar, levou João Tomas a sair para Sevilha, para jogar no Bétis, numa transferência que valeu aos cofres encarnados 800 mil contos (4 milhões de euros), cerca de 20 vezes mais aquilo que o Benfica tinha pago ano e meio antes. A partir daí foi a penumbra total. Pouco utilizado em Sevilha, foi emprestado ao Guimarães e ao Braga, saltando de clube ano após ano. Foi ao Qatar e voltou a Braga, passou pelo Boavista, na segunda divisão e está de novo na primeira, no Rio Ave, equipa que teoricamente luta para não descer.

Por que falo de João Tomás nesta altura? Bom, por vários motivos. Um dos quais é o brilhante jogador que podia ter sido mas não foi, pois ninguém teve coragem suficiente para apostar nele, talvez por ser português. Passou ao lado de uma grande carreira. Numa altura em que nos queixamos que não há pontas-de-lança de qualidade em Portugal, se calhar deveríamos pensar se na realidade a culpa não é dos treinadores e dos presidentes que não querem apostar neles. A outra razão é que, e apesar de já não ter a velocidade de outros tempos, o killer instinct continua lá. Vejam o segundo golo que apontou ao Sporting. É de um verdadeiro ponta-de-lança. E vejam o festejo, na foto acima. Faz lembrar outro festejo, de outros tempos...

Robert Enke

A vida tem destas situações inexplicáveis. Penso que não há muitas palavras que possam descrever o que se passou e o que passou na cabeça de Robert Enke nos últimos dias, meses, anos. Ainda estou perplexo com tudo isto. Olhamos para os futebolistas e vemos ídolos, gente aparentemente feliz, que tem o que quer, que trabalha naquilo que sempre quis e mais gosta de fazer. Não é bem assim. E nem aquilo que mais gostamos de fazer pode superar a dor de outros momentos da vida pessoal. Estou profundamente triste. Nem consigo explicar bem o que sinto com o desaparecimento de Robert Enke. Que descanse em paz.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O fim da linha

Há dias, um jornal desportivo "noticiava" que Jorge Jesus queria outro avançado em Janeiro. Não será exagero? Será que a notícia tem fundo de verdade? Não sei. Mas talvez tenha fundamento. O nosso Benfica está hoje num patamar muito acima dos últimos anos. Com Cardoso castigado ou lesionado ou vendido no Verão, quem joga no lugar dele?
O Nuno Gomes, a quem todos os benfiquistas devem estar muito gratos, parece estar a chegar ao fim da linha. Julgo que poderia ser muito útil à selecção nacional, mas sobre Queiroz já o notável JNF disse o que havia para dizer. Nuno Gomes não tem andamento (e não é pela falta de rotina) para este Benfica. Espero que possa vir a desempenhar outras funções no Benfica pois será sempre uma grande referência da qual não podemos abdicar se queremos manter viva a mística.
Quanto a Keirisson, tem a seu favor ser jovem e com margem de progressão mas parece ser um corpo estranho nesta equipa e, nos jogos, não mostrou praticamente nada.
O Weldon é um bom substituto do Saviola e para jogar nas competições menos exigentes.
Pena é que o nosso fenómeno Mantorras nem entre nestas contas.
Por tudo isto e para preparar o futuro talvez não seja má ideia ir ao mercado comprar alguém semelhante ao Cardoso.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Adrenalina

Já me tinha esquecido do que é sofrer na Luz pelo golo do Benfica. Há uns meses que tal não acontecia. Depois da jornada europeia, o Benfica apresentou-se visivelmente cansado frente a uma Naval que não recorreu ao anti-jogo apesar de ter encostado não um mas dois autocarros à frente da baliza de Peiser, que fez um jogo memorável. Assim, e face à ausência de Cardozo, o Benfica teve enormes dificuldades em chegar ao golo. O Estádio da Luz, com cerca de 42.000 pessoas, estava mudo perante a ineficácia ofensiva não obstante os 72% de posse de bola que a equipa apresentava. Receou-se que o segundo "set point" este ano (o primeiro fora em Braga) fosse perdido. Mas a cabeçada vitoriosa de Javi Garcia desfez as dúvidas, derrubando um muro tão forte como aquele que caíra há vinte anos. Afinal o Estádio estava quase cheio, e aqueles festejos, aqueles cachecóis no ar e o público de pé trouxeram um cheirinho daquilo que todos esperamos ver em Maio...

Mas até Maio há um longo caminho a percorrer, com diferentes obstáculos pelo caminho. Um desses obstáculos será novamente a Naval, equipa disciplinada e ultra-defensiva que não recorreu ao anti-jogo. É verdade que Augusto Inácio estacionou o autocarro em frente da baliza, mas não é menos verdade que a Naval não partiu para o anti-jogo, jogando leal, sem muitas faltas nem com entradas muito duras. O Benfica apresentou-se numa forma desoladora. Muitos jogadores estavam visivelmente cansados, como Saviola ou Aimar, enquanto outros estavam desinspirados, casos de Di Maria, Nuno Gomes e Maxi Pereira. Tudo isto aliado à pressão de ganhar para regressar ao topo da tabela, em igualdade pontual com o Braga, pesa bastante. Talvez por isso se tenha sentido um certo ambiente de desespero ou resignação com o passar do tempo.

Não obstante tudo o que já disse, o jogo foi de sentido único. Não lhe chamaria de massacre, pois, para além de já estar muito mal habituado à exigência de Jesus e ao que a equipa consegue jogar, o facto é que o Benfica apesar das muitas oportunidades de golo que teve, não exibiu uma frescura física e uma qualidade semelhantes à dos jogos com Marítimo, Setúbal, Leixões ou Nacional. Estou a reler o que escrevi e até parece que jogámos mal... nada disso! Na primeira parte, e não fosse a enorme exibição de Peiser, o Benfica poderia ter chegado ao intervalo a ganhar confortavelmente por 3 ou 4 golos. Livres de Di Maria e Javi Garcia (sabe chutar?!) muito bem defendidos, Saviola e novamente o espanhol em pontapés-de-canto poderiam ter levado o Benfica a vencer por esses tais 4 golos. Mas não foi.
No segundo tempo o caudal ofensivo manteve-se, mas as oportunidades não foram tão flagrantes. O mal-amado Nuno Gomes desperdiçou um lance de difícil execução que muitos apelidam de aselhice. Pouco depois, foi substituído por Weldon que, em abono da verdade, não trouxe rigorosamente nada de novo ao ataque encarnado. Aimar tentou a sua sorte num cabeceamento que quase enganava Peiser, mas também não resultou. Depois foi Di Maria que rematou a bola ao poste, depois de desvio do guarda-redes francês da Naval. Sólido na defesa, com Luisão e especialmente David Luiz em grande plano, Jesus decidiu arriscar retirando Maxi Pereira para lançar Keirrison, que foi uma nulidade completa, mais uma vez. Mas o tempo ajuda e Keirrison vai provar o que realmente vale. Aimar, esgotado, foi o seguinte a sair para a entrada de Felipe Menezes. E quando parecia que o nulo se iria manter até final, eis que num livre EXISTENTE, por muito que os Coroados e outras amibas desta país queiram dizer contrário, o Benfica chegou à vantagem que só pecou por escassa.

Final feliz numa jornada em que o Benfica ganhar três pontos a Braga e Porto e ainda mais dois ao Sporting. Uma vitória importantíssima. Agora o campeonato pára 3 semanas para jogos de selecções e para a Taça de Portugal. Depois, Alvalade. E eu espero lá estar.

P.S. E eu ainda não recebi o cachecol...

Hoje, mais do que nunca!


Todos seremos poucos.
Todos á Luz!!!
A águia irá voar.
Juntar-se-ão a mim para vê-la?

domingo, 8 de novembro de 2009

Um crápula, um idiota, uma besta

É de Carlos Queiroz que falo. E da sua enésima convocatória ridícula. Desta vez volta a deixar de fora praticamente todos os jogadores portugueses da equipa que melhor futebol pratica em Portugal, o Benfica, para convocar indivíduos que estão num sub-rendimento gritante ou que não jogam absolutamente nada. Vejamos:

Guarda-redes: O Benfica tem dois dos melhores guarda-redes nacionais, que apesar de não serem uns predestinados, não certamente dois dos três ou quatro melhores em Portugal: Quim e Moreira. Queiroz já demonstrou por mais de que uma vez que não se importa de convocar jogadores que não passam de suplentes (vide o caso de Beto, curiosamente do... FC Porto, que joga no estádio que o "Prof." queria para os playoff), por isso poderia convocar Moreira. Não o fez. Poderia convocar Quim, que atravessa um bom momento de forma, mas prefere Eduardo, num momento de forma débil, Rui Patrício, em crise de confiança, bem como quase toda a sua equipa, e Hilário, suplente de Cech, no Chelsea. Muito bem, professor...

Defesas: Aqui o Benfica não tem muitos e bons jogadores portugueses. Há apenas Miguel Vítor, que pouco tem jogado e César Peixoto, titular do flanco esquerdo. Queiroz, esse génio, não convoca nenhum (!) defesa-esquerdo para este jogo importantíssimo. Tem Duda, uma nulidade, e Paulo Ferreira, que conta com uns brilhantes minutos de utilização esta época. Bravo professor...

Médio: No Benfica temos Fábio Coentrão, Carlos Martins e Rúben Amorim. O primeiro está convocado, o segundo lesionado e o terceiro, bom, o terceiro, inexplicavelmente não é opção. Nesse lugar de médio centro estão convocados Veloso, cuja qualidade e momento de forma não questiono, Moutinho, que todos os sportinguistas dizem que não está em forma para ser sequer titular neste Sporting, Tiago, que só por uma vez completou os 90 minutos nesta época, e Raúl Meireles, um afilhado de Queiroz que não tem qualidade para ser jogador de selecção e que nem sequer aguenta 90 minutos. Por que é que Amorim não está? Não sei. É do Benfica e basta. É bem Carlos...

Avançados: Nuno Gomes é um caso claro de "usa e deita fora". Queiroz viu-se aflito e teve de recorrer ao melhor avançado português desde Rui Águas. Agora que está mais à vontade não precisa do "21". Prefere Liedson (indiscutível), Hugo Almeida, que apenas recentemente voltou a jogar depois de operado a uma apendicite, num total de 45 minutos em 2 meses (!) e Edinho, que não é avançado para a selecção.


Os anticorpos que Queiroz tem para o Benfica são excessivos. Não é admissível que um seleccionador faça as suas escolhas em função do clube dos jogadores. Já se viu que quem é do Porto tem prioridade. Isto não é a selecção. É a equipa de Queiroz. Não é minha, certamente.

sábado, 7 de novembro de 2009

Lapidar nº16

Queiroz queria jogar playoff do Mundial no Dragão.Treinador nacional ficou bastante desagradado com a opção de Gilberto Madaíl, que preferiu disputar o jogo decisivo de apuramento para o Mundial 2010 no Estádio da Luz.

in DN

Tal como vos tinha avisado há uns tempos, havia um certo bando de aves raras que queriam que o jogo se disputasse noutro estádio deste país. Não sei se por conveniência papal ou outra coisa qualquer. O que é certo é que esta situação provocou uma grande dose de azia num treinador deste país. É bom que assim seja. A história da selecção é paralela à história do Estádio da Luz. Foi lá que os grandes feitos foram atingidos. Não se esqueçam disso.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quem sabe nunca esquece...

Quase Perfeito

Num Goodinson Park quase cheio, estádio de tão boas memórias para o "Rei" Eusébio, com a presença de muitos e bons benfiquistas, o Benfica arrancou uma vitória que tem tanto de difícil como de merecida. Se houve clube que durante os 90 minutos mereceu a vitória, esse clube foi o Benfica. O facto de este jogo ter sido fora de casa, numa prova europeia, e nos ter deixado muito mais perto do apuramento também são factores de contentamento extra. Uma saborosa vitória em Inglaterra, pátria do bom futebol, onde é sempre tão difícil de ganhar, deixa-nos a apenas 1 pontinho da fase seguinte. Após a derrota em Braga, a reacção foi mais uma vez evidente. E na Luz, em Portugal, ou no estrangeiro, o Benfica sabe que nunca andará sozinho...

Jorge Jesus trouxe para um jogo difícil, numa competição importante, várias surpresas, o que por si já não é... surpresa. Estas inovações, bem conseguidas, diga-se, permitem alguma rotatividade sem perder qualidade. Mais uma vez foi assim. Júlio César voltou à baliza fazendo um jogo sem sobressaltos, pontificado com uma defesa que nenhum outro guarda-redes do Benfica faria; David Luiz regressou à lateral-esquerda (bom jogo!) e Sidnei, apesar de estar sem jogar há algum tempo a um ritmo elevado, demonstrou segurança e qualidade, o que se exige a um defesa-central de um grande; Amorim voltou a render Maxi; no meio-campo 4 médios clássicos, dois defensivos, Javi e Ramires, e dois extremos puros, Coentrão e Di Maria. No ataque nada de novo.

Perante tantas alterações poderia haver o receio de o Benfica não saber responder ao futebol directo inglês. Pelo contrário. O Benfica foi dominador e incomparavelmente melhor que o Everton. Mesmo quando os ingleses tinham a bola, a noção de que o Benfica tinha a situação sob total controlo era óbvia. Por isso as situações de golo sucederam-se naturalmente: Saviola aos 4 minutos deu o aviso. Cardozo aos 40' e Saviola na recarga após bola ao poste, também não conseguiram desfazer o nulo. Até final da primeira parte de realçar a lesão de Ramires, que ficará impedido de defrontar a Naval e quem sabe o Sporting.

Na segunda parte o Benfica manteve-se mais ofensivo e as oportunidades continuaram a surgir, com Di Maria em evidência, após jogadas de contra-ataque rápido, mas não conseguiu desfeitear Howard. Cardozo também dava nas vistas, fazendo um dos melhores jogos que me lembro de ver do paraguaio com a nossa camisola, mesmo antes do golo. A entrada de Pablo Aimar, que veio dar uma dinâmica completamente diferente ao futebol ofensivo pelo corredor central (agora até parecia o Freitas Lobo...) traduziu-se finalmente em golos. O primeiro surgiu num lance de contra-ataque rápido, excepcionalmente conduzido por Di Maria, que soube esperar pela entrada de Saviola até à última hora, endossando-lhe a bola para o pequeno grande avançado fazer o primeiro golo, de pé esquerdo, sem hipóteses para o grande guarda-redes americano.

Com o primeiro lá dentro, o segundo veio naturalmente. Cardozo não está em fora-de-jogo. Fellaini coloca o paraguaio em posição regular, sendo o golo bem validado. Um belo movimento de Tacuara, diga-se. Até final destaque para a entrada de Felipe Menezes que teve mais uns minutos nesta competição, minutos esses essenciais ao crescimento do jogador.

Gostei muito de Amorim. Foi o melhor em campo, tanto na defesa como no miolo. A jogar assim, a ausência de Ramires não será tão notada. Di Maria também esteve soberbo, bem como Cardozo. Não posso dizer que não gostei do jogador "x" ou "y" pois todos estiveram realmente muito bem. Apenas Ramires não conseguiu apanhar o ritmo de toda a equipa, o que também se deveu às entradas bárbaras que sofreu, nomeadamente a de Yakubu.

O apuramento para a próxima fase da Liga Europa é agora uma quase-realidade. Basta 1 pontinho para carimbar o passaporte para continuar a viajar na Europa. Pode ser conseguido já em Borisov, mas convenhamos que o que vinha mesmo a calhar era a vitória, por duas razões: primeiro porque isso garantia o primeiro lugar no grupo, fundamental para evitar alguns tubarões do futebol europeu que provavelmente também se qualificarão em 1º (Roma, Werder Bremen, PSV, por exemplo), mas também aqueles que cairão vindos da Champions (Liverpool, Barcelona ou Inter, Estugarda ou Bayern Munique); a outra razão é que três dias a seguir ao último encontro da fase de grupos da Liga Europa há derby com o Porto, na Luz, para o Campeonato.

Quem programou a derrocada do Benfica após a derrota em Braga enganou-se. Foi no outro lado da 2ª Circular. Siga a onda, segunda é dia de futebol. Todos ao Estádio!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vídeo do Mês - Novembro 2009

Dispensa apresentações.

Sondagem #17

Finda a sondagem sobre os desejos, em termos de títulos, dos benfiquistas, eis os resultados:

tal como Jesus afirmou, o campeonato é o grande objectivo, não só a nível pessoal ou do grupo de trabalho, mas também dos adeptos. 88% dos benfiquistas que votaram ao longo deste mês assim o pensam. Apenas 9 em 100 benfiquistas querem vencer a Liga Europa em detrimento do campeonato, talvez por ser a prova que nos falta no currículo e por ser a que tem um conjunto de adversários mais difíceis. 1% apenas dos votantes quer vencer dois títulos em vez de apenas um, daí ter escolhido as duas taças internas, apesar de serem troféus bem menos importantes.

A próxima sondagem será sobre os últimos treinadores do Benfica. Podem começar a votar.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claro como água



Por estas imagens pode verificar-se que ocorreram os seguintes factos:

1 - Di Maria chuta a bola rasteira, sem violência nenhuma.
2 - Di Maria cospe para o chão a 7 ou 8 metros do banco do Braga.
3 - Saviola passa de cabeça baixa junto ao banco bracarense, sendo provocado, não reagindo.
4 - Vandinho agride um ex-treinador seu, Raul José, a pontapé.
5 - Cardozo não agride ninguém fora do túnel, tentando até separar os jogadores.
6 - Mossoró, por duas vezes, e Ney Santos agridem o avançado paraguaio do Benfica.
7 - José Ramalho, árbitro assistente, observa tudo isto e não toma nota, não dizendo nada ao árbitro, afastando-se até da confusão.
8 - Um "agente da autoridade" observa tudo isto, fugindo.

Pergunta: se o jornalista da SIC diz "segundo o árbitro, os jogadores [Cardozo e Leone] agrediram-se supostamente por Cardozo ter confundido Leone com Ney, o autor das agressões anteriores", então por que é que Jorge Sousa não expulsou Ney, sabendo das agressões?

P.S. Quando vierem à Luz, na segunda volta, vai haver Inferno. Nós, público, estamos encarregues disso. "Quem vier a seguir, morre!".

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Repugnante

Uma vergonha. Uma vergonha! É inadmissível! O mínimo que o Benfica deveria fazer era impugnar e imobilizar os sucessivos campeonatos de futebol, ou pelo menos apresentar um relvado impraticável para o jogo da Selecção Nacional frente à Bósnia. Se a decisão não for rectificada, algo tem de ser feito. Somos a ponta (de vergonha) da Europa. E duvido que isto a que se chama Portugal seja menos corrupto que muito país africano.