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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Não querem ou não podem?

Não querem. Nem podem. Época terrivelmente mal planeada como foi dito aqui neste blog por diferentes pessoas durante todo o Verão. Erros crassos que só quem tem palas nos olhos é que pode negar. Incompetência a gerir, a ordenar e a executar. Quando olho para a equipa do Benfica não consigo apontar especificamente para um jogador e dizer que ele está efectivamente a "fazer a cama ao treinador". Mas olhando para a equipa como um todo, parece-me amorfa, sem vontade nem capacidade para mais. Vejo diferentes situações no plantel: Luisão é o líder dentro de campo, faz o que melhor sabe e pode, dá tudo e é provavelmente o melhor jogador actualmente; David Luiz é um bom rapaz, é profissional e tem aguentado estoicamente as parvoíces que têm sido escritas sobre ele. Não duvido nem por um minuto do seu empenho. Dá tudo em campo, mas está com a infelicidade de lhe sair quase tudo mal; Coentrão está visivelmente estoirado depois de um ano de 2010 com, até ao momento, 50 jogos oficiais sem pausa para férias; Saviola regressou àquilo que foi nos últimos anos, um jogador acomodado; Cardozo é Cardozo, capaz de um golo e de 85 minutos de ocaso, mas que marca, marca!

Os "objectivos mais altos de sempre", citados em Agosto último pelo nosso presidente, revelaram-se uma patetice épica. Estivemos a dois míseros minutos de ser eliminados não só da Champions League como também da Liga Europa, ou seja, chegaríamos a Janeiro sem a frente europeia por disputar, algo que, desde 2003, se verificou apenas por uma ocasião, quando treinados por Quique Sanchéz Flores. Logo aqui se vê quão miserável está a ser esta época.

Jesus tinha afirmado antes do jogo que as suas previsões estavam correctas: quem perdesse pontos com o Hapoel seria eliminado da fase seguinte da grande prova de clubes. Não esperava ele, certamente, que ao minuto 88 a frase mais correcta seria "quem perdesse mais pontos com o Benfica ficaria de fora". Triste mas verdade.

Perdemos e eis que chega o "escudo humano" do presidente, o senhor Rui Costa, posto na prateleira no momento das vitórias, chamado de urgência nas derrotas, com a vida pessoal vergonhosamente exposta nos jornais e revistas do país. Não sei como te prestas a este serviço, caro Rui. De dia para dia consigo admirar mais as suas capacidades e a sua coragem em detrimento da fuga constante de outros nos momentos difíceis. Se houve alguém que passou naquilo a que chamei de teste de carácter foi o nosso Director Desportivo, porque presidente, treinador, jogadores e adeptos reprovaram. Uns escondem-se nos momentos difíceis, outros aparecem. É esta a diferença entre os Homens e os ratos.

Será Jesus parte do problema? Manuel José, Paulo Autuori, Graeme Souness, Jupp Heynckes, José Mourinho, Toni, Jesualdo Ferreira, José Antonio Camacho, Giovanni Trapattoni, Ronald Koeman, Fernando Santos, Fernando Chalana e Quique Flores também foram. Por isso é que foram corridos a pontapé ou tentaram correr com eles. O problema é a falta de mentalidade. Com esta mentalidade perdedora, nem com Guardiola de manhã e Ferguson à tarde o Benfica ganhava.

Nem chegámos ao final do ano de 2010 e o Benfica já conta com nove derrotas, mais uma que em toda a temporada de Quique e menos uma que em toda a temporada de Santos/Camacho/Chalana. Mais grave que isto é haver benfiquistas a colocarem paninhos quentes e a dizer que "foi só mais uma derrota", "melhores dias virão", "é só uma má fase". O Benfica está nesta situação miserável crónica há já dezasseis anos. São dezasseis anos de derrotas, vexames e humilhações, são dezasseis anos de Benfiquinha, com a complacência de muitos de vós, adeptos.

Os adeptos ficaram contentes, ou pelo menos mais aliviados, com a passagem à Liga Europa. "Do mal o menos", dizem alguns. Percebo perfeitamente, é esse o me sentimento em termos práticos. Mas eis que olho para a lista de possíveis opositores vindos do Pote 1 (porque nem cabeças-de-série vamos ser neste sorteio) e vejo Manchester City, Liverpool, Bayer Leverkusen e PSV Eindhoven. Quatro potenciais Celtas de Vigo. Podem pensar que é a Liga Europa, que em jogos a duas mãos até nos podemos safar, mas a realidade nua e crua é esta: nem com Lyon, nem com Schalke nem mesmo com o Hapoel o Benfica venceu no confronto directo. Mau demais para ser verdade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Teste de carácter

Sem praticamente nada a ganhar e com tudo a perder, o Benfica recebe hoje o Schalke 04 em jogo da 6ª jornada da Liga dos Campeões. Resta conseguir salvar o apuramento para a Liga Europa, que só não aconteceria caso o Hapoel ganhasse em Lyon e o Schalke vencesse na Luz, ou seja, diria que o Benfica está com pé e meio nessa prova. Mas para mim, tão importante quanto a passagem à "piscina dos pequeninos" do futebol europeu, é ver qual a resposta que a nossa equipa vai dar quando entrar em campo. É um teste de carácter.

Os jogadores entrarão em campo sabendo que nem a vitória garante a passagem à fase seguinte da maior prova de clubes, algo que eles, certamente, ambicionavam. Como vão reagir? Saberão lidar com isso e jogar à Benfica?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Nada de novo, tudo velho

Décima nona deslocação à Alemanha, décima terceira derrota. Nada de novo, tudo velho, o Benfica voltou a ser macio, inofensivo e incompetente em alguns pontos do jogo. Perder é sempre mau, mas perder um jogo que, apesar de difícil, poderia estar ao nosso alcance, deixa-me desiludido com a equipa, era uma oportunidade de ouro para reforçar a posição do clube no grupo da Champions. Nem pedi a vitória como já disse, sabia das dificuldades mas o empate satisfazia-me ainda por cima contra aquele que é, provavelmente, o adversário mais directo na luta pelo segundo lugar. Perder por 2-0 não é bom e deixa-me desiludido, mas sinceramente já esperava. Realisticamente, sim.

Jesus apostou no mesmo onze que tinha entrado em campo nos Barreiros, deixando de fora Aimar por precaução devido a não estar totalmente reestabelecido da lesão, penso eu. Até porque, para o campeonato, há um jogo importantíssimo este domingo. E o Benfica foi uma sombra de si mesmo. Quantas e quantas vezes olhei para o campo, hoje, e pensei no jeitaço que seria ter Di Maria connosco. Em vez disso vi um Maxi completamente fora de forma, um Javi perdido no meio-campo dos alemães, um Gaitán que parece um corpo estranho ao resto da equipa, um Saviola que parece ser a "vaca sagrada" da equipa, não importa quão mal esteja a jogar que continua a ser titular, enfim, já os problemas do Benfica já nem passam pelos frangos de Roberto ou pelos falhanços de Cardozo, há muito para além do mais óbvio.

No entanto, a única coisa de positivo que se passou hoje foi mesmo o começo, com muita posse de bola e domínio territorial do Benfica, a fazer lembrar o que se passou no Velódrome na época passada. Não houve, porém, seguimento ao que se passou em França. O Benfica foi perdendo o gás do início de jogo e o Schalke foi crescendo minuto a minuto, conseguindo introduzir a bola por duas vezes na nossa baliza (mas ambos os lances foram bem anulados) e ainda enviaram uma bola ao poste, por Raul, não marcando na sequência do lance graças a uma grande intervenção de Roberto, daquelas que dão pontos.

No segundo tempo, à medida que os minutos passavam, o Benfica não ia sofrendo golos. Surpreendeu-me. Havia alguma segurança defensiva, muito por "culpa" de Luisão, que fez mais um jogo enorme, mas também de Peixoto (!), que estava a realizar uma excelente partida. Chegados aos 70 minutos, faltavam 20 para que o Benfica saísse da Alemanha com um resultado bem positivo, independentemente da posição do adversário na sua liga, pois os jogadores e o treinador são bem melhores que aquilo que vem escrito na tabela. E foi aqui que Jesus pecou: em vez de tentar segurar o pontinho e o meio-campo que íamos perdendo com o passar do tempo, foi fazendo substituições que não trouxeram nada de novo nem em termos ofensivos nem defensivos. Se a entrada de Salvio foi precipitada, e a Kardec necessária, foi na entrada de Aimar que perdemos o jogo. Saviola saiu, substituição que só pecou por tardia, mas para o seu lugar deveria ter entrado Airton, não Aimar. Das três, uma: ou Aimar não estava em condições e não deveria ter entrado, ou estando em condições mínimas deveria ter entrado mas ao intervalo para o lugar de Gaitán ou Saviola, dando soluções de jogo que nenhum dos compatriotas poderiam dar, ou estando a 100% deveria ter sido titular. Airton teria sido, a meu ver, a solução, para o lugar de Saviola ou Gaitán, dependendo de qual estivesse em campo. É a minha opinião. Apostar na Champions League não significa jogar à maluca com todos para a frente.

E o Benfica sofreu o primeiro golo, fruto de uma incompetente abordagem de César Peixoto a um lance, ele que estava tão bem até ali. Farfán não se fez rogado e carimbou o 1-0, o Schalke estava na frente. Depois do primeiro eis aquilo que é imagem de marca do Benfica de Jesus, desorganização, ataque à maluca, descompensações defensivas. Se na Liga Portuguesa ainda pode resultar colocar muitos homens na frente devido à fragilidade dos adversários, na Europa dos Campeões as coisas são um bocadinho diferentes. Assistimos a um Benfica partido, a correr sistematicamente 40 metros de frente para trás no campo em perseguição do adversário. E não foi surpreendente ver que afinal de contas, foi mesmo o S04 a ter mais posse de bola após o primeiro golo, conseguindo fazer o segundo num lance em que primeiro David Luiz perde a bola a meio-campo e depois foi Maxi quem ficou a cobrir Luisão em vez de se preocupar com Jones, que isolou Huntelaar para marcar o golo.

Como se não bastasse a derrota, também perdemos Cardozo por tempo indefinido, Segundo sei, a lesão é nos ligamentos do joelho, quais deles... é uma incógnita. E o tempo de paragem pode ser de apenas uns dias a meses. A diferença entre a nossa liguinha e a Liga dos Campeões é ainda... abissal. Faltou maturidade, estaleca europeia.

Pior que isto só mesmo se alguém se lembrasse de subir os impostos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Em busca dos 10 pontos

Teoricamente ate se pode passar com 4 e nao se conseguir o apuramento com 12, mas penso que, face a este grupo, 10 pontos serao garantia de passagem a fase seguinte da Liga dos Campeoes. Tres vitorias, todas na Luz ou duas em casa e talvez uma em Telaviv, terreno dificil, e um empate fora ou em casa bastarao para o Benfica passar. Visto assim ate parece facil, mas nao e tao simples quanto parece.
Lyon: Nao e o mesmo Lyon de ha uns anos a esta parte. O treinador mudou, muitos dos jogadores que iniciaram a carreira europeia ja sairam, so se mantem o presidente Aulas. Em Franca, nao e o mesmo Lyon hepta-campeao, pois ja nao vence a Liga ha dois anos, mas de todos os clubes franceses e aquele com maior traquejo europeu. A comprovar isso mesmo estao as meias-finais alcancadas no ano passado apos terem eliminado o Real Madrid de Kaka, Raul e Casillas. Se no ano passado o Benfica bateu-se de igual para igual e passou inclusivamente o Marselha, que se sagraria campeao frances, este ano tambem pode aspirar a fazer o mesmo com o Lyon, mesmo sabendo que os franceses sao capazes de criar muitos mais problemas de jogo ao Benfica que qualquer equipa inglesa, por exemplo. Sera complicado, tanto na Luz como no Gerland, estaremos perante um jogo de tripla.
Schalke 04: Para quem nao sabe, eis uma curiosidade historica: um dos maiores fans deste clube chamava-se... Adolf Hitler. Nem mais, esse mesmo. Os liderados por Felix Magath, um dos jogadores e treinadores mais respeitados e importantes a nivel do futebol alemao, nao pertencendo a nenhum dos dois primeiros potes, sao, no entanto, uma equipa a ter em conta, pois estao recheados de grandes talentos, casos de Raul, Neuer, Rakitic, Jones, Metzelder... e ainda se fala num provavel ingresso de Rafael van der Vaart. A historia do Benfica em solo germanico e triste e facil de descrever: empates, derrotas e muitas eliminatorias perdidas. Ao contrario do que tradicionalmente se passa com os franceses, nao nos damos bem com alemaes. E nao acredito que seja na Veltins Arena que o Benfica se estreie a vencer, apesar de ter um grande desejo que isso aconteca, mais que nao seja para apagar uma das finais mais ridiculas que esta prova teve, e que sera recordada "n" vezes quando o Benfica for la jogar. O Schalke era, a meu ver, a par do Tottenham, a equipa a evitar do pote 3.
Hapoel Tel aviv: Mais uma equipa que queria evitar e que nos surge pelo caminho. Evitar porque? Varias razoes: deslocacao muito longa a Israel, adeptos completamente fanaticos e que criam um ambiente absolutamente infernal no estadio e ainda o surpreendente bom registo destes israelitas nos ultimos tempos nas provas europeias. Nao sao, pelo menos para mim, uns ilustres desconhecidos. Nos ultimos anos conseguiram vencer Celtic, Hamburgo, Red Bull Salzburgo, sendo que uma outra geracao de jogadores conseguiu vencer Chelsea e Parma, mas isso ja foi ha uns anos. Hoje, no seu plantel, o avancado Ben Sahar e o guarda-redes Enyeama (guarda-redes africano que sofre de todas as qualidades e todos os defeitos dos outros guarda-redes africanos), sao as grandes estrelas da equipa.
Penso que e o grupo mais homogeneo da actual edicao da Liga dos Campeoes. Nao digo que o Benfica esteja obrigado a passar, pois cada jogo sera, na pratica, um jogo de tripla, de tao equilibrado que o grupo e. No entanto estou confiante na passagem, apesar de, reflectindo seria e conscientemente, saber que o terceiro lugar nao e mau face ao que se pode vir a passar. No entanto, Jesus tem o Benfica onde ele tanto queria, na Liga dos Campeoes, prova que e para chegar o mais longe possivel. E nos sabemos do que este Jesus e capaz quando mete uma coisa na cabeca.