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domingo, 15 de janeiro de 2012

Should I stay or should I go?

Já vamos a meio de Janeiro e o mercado está muito parado para os lados da Luz. Ainda bem, digo eu. Se há coisa a que o mercado de Janeiro nos tem habituado é ver péssimos negócios, entre contratações fúteis e vendas disparatadas, por parte do Benfica. No entanto sabemos que, muito provavelmente, vai haver mexidas. Dos jogadores que poderão sair, eis a minha opinião sobre cada um deles e sobre devem ou não sair.

Eduardo: o namoro de Jesus por Eduardo já é antigo. Ainda antes de Roberto chegar ao Benfica, já Jesus queria o guardião do Braga, à altura, no Benfica. Chegou à Luz para representar o seu clube do coração mas na baliza já morava Artur, que tinha impressionado tudo e todos com exibições seguras e de grande qualidade. É actualmente o guarda-redes da Taça da Liga e já expressou o seu desejo em sair para jogar regularmente. Deve o Benfica satisfazer o seu desejo? Não. É um bom guarda-redes e é importante não esquecer que se Artur vir um amarelo na Champions, fica de fora do jogo seguinte. Mais vale prevenir até porque será difícil remediar.
Veredicto: Ficar.

Miguel Vítor: tem jogado menos do que aquilo que se esperava. Actualmente é, aos olhos de Jesus, o quarto central do plantel, mas a primeira hipótese para substituir Maxi quando o uruguaio não pode jogar (visto que Amorim, para já, não conta). Mesmo sabendo do interesse de alguns clubes, uma equipa deve ter sempre quatro centrais com qualidade para substituir um habitual titular com um nível minimamente aceitável. Não podemos abdicar de Miguel Vítor.
Veredicto: Ficar.

Capdevila: O seu valor intrínseco é inquestionável, pelo menos para quem o viu jogar e sabe o que vale. Quem o conhece sabe do seu valor, quem não conhece é melhor não tecer muitos comentários pois arrisca-se a fazer figura de urso ao dizer que é pior que Emerson uma vez que o treinador é que sabe, argumento que legitima todas as decisões de todos os treinadores (incluíndo colocar Beto a titular quando havia Karagounis, lembram-se?). É incomparavelmente melhor que Emerson, devia ser titular de imediato.
Veredicto: Ficar.

Luís Martins: é, no entender de Jesus, o segundo lateral esquerdo do plantel. Está longe de ser melhor que os outros dois colegas de posição e a sua escolha para figurar no banco de suplentes é, a meu ver, uma forma clara de Jesus explicar a Capdevila que "não te posso vêr à frente nem pintado e por isso até convoco este miúdo". Não tem qualidade para ser titular nem suplente neste momento.
Veredicto: Emprestar.

André Almeida: não lhe vejo grande futuro, sinceramente. Do que tinha visto dele ainda no Belenenses e na pré-época no Benfica, parece-me curto tanto a jogar sobre o meio-campo como na lateral direita. Mal estará o Benfica se tiver de recorrer a André Almeida. Actualmente não tem qualidade para estar no plantel e acredito que dificilmente algum dia terá.
Veredicto: Emprestar.

Rúben Amorim: já dei a minha opinião sobre este caso. Amorim tem qualidade mais que suficiente para ser mais utilizado. Não pode, no entanto, ter a atitude que teve mesmo tendo razão (que a tem). Assim não pode ser. Deve ser multado e reintegrado rapidamente. A época ainda vai a meio e vamos seguramente precisar dele. E provavelmente, ele precisa mais de nós do que pensa.
Veredicto: Ficar.

Enzo Pérez: o mesmo se aplica a Enzo Pérez, com a diferença que a atitude do argentino é ainda mais incompreensível. Do Benfica não tem nenhuma razão de queixa, a sua atitude foi lamentável. Deve levar uma multa exemplar, pedir desculpas ao grupo e ser reintegrado o mais depressa possível. Tem qualidade a rodos, é um desperdício não a aproveitarmos.
Veredicto: Ficar.

David Simão: tem muita qualidade e não tem oportunidades. Mesmo sabendo da qualidade das opções de Jesus, David Simão merecia muitos mais minutos que aqueles que tem. Não o digo por ser da formação nem por ser português, mas por ser objectivamente bom. Tem de sair para rodar e voltar ainda melhor.
Veredicto: Emprestar.

Rúben Pinto: Não me lembro de o ver no banco de suplentes uma vez que fosse sequer. No entanto, do que me recordo nas camadas jovens, é um jogador muito interessante e que apresentava um futebol evoluído para a sua idade. Por mim, emprestava-se a uma equipa da Orangina.
Veredicto: Emprestar.

Nélson Oliveira: Nélson já começa a ser uma opção no banco de suplentes e tem entrado pontualmente em campo. Mesmo sem ter muitos minutos na Liga, vai demonstrando o seu valor sempre que chamado. Se por um lado o seu empréstimo seria benéfico para o crescimento do atleta, o Benfica não pode abdicar deste avançado sob pena de ficar sem muitas opções para a frente de ataque. É a chamada faca de dois gumes.
Veredicto: Ficar.

Rodrigo Mora: Pouco ou nada mostrou até aqui. Conheço pouco de Mora e o que mostrou até aqui não me entusiasmou. A verdade é que, olhando a longo prazo, não vejo hipótese nenhuma de vir a ser importante no Benfica. Cardozo está cá e está para durar, felizmente. Rodrigo e Nélson idem, espero. Não terá muitas oportunidades.
Veredicto: Vender.

Javier Saviola: O Saviola de 2010 já não volta, desenganem-se. Perdeu explosão, perdeu velocidade, perdeu força. Mantém o faro de golo e um grande conhecimento do jogo, mas é-lhe cada vez mais difícil executar tecnicamente bem os lances. Tenho alguma dificuldade em compreender o motivo que levou a que se renovasse contrato, a não ser que seja um aliciante para Aimar ficar. No final da época logo se vê o que se faz a este jogador. Por agora...
Veredicto: Ficar.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Contratações de verão

Seis meses de trabalho, cinco de competição são tempo mais que suficiente para fazer uma avaliação sobre os jogadores que foram contratados ou passaram a integrar o plantel do Benfica pela primeira vez nas suas carreiras. A avaliação é feita tendo em conta o tempo de jogo que têm, as expectativas criadas, as perspectivas de futuro, a importância para a equipa e, sobretudo, a qualidade de jogo. Do pior para o melhor, eis a minha opinião:

Rúben Pinto, Mika, David Simão, Luís Martins, Mora, Enzo Pérez e Capdevila - Sem tempo nem espaço para afirmação. Os poucos minutos que jogaram não permitem uma avaliação quanto à utilidade e qualidade destes "reforços". No caso dos 5 primeiros ainda se percebe que, pela sua juventude ou pela qualidade das outras opções ao serviço de Jesus, tenham poucas oportunidades para mostrar o seu valor. Pérez, lesionado, também não teve chances. O caso de Capdevila parece ser incompreensível e a desculpa de que Emerson é melhor que ele é simplesmente idiota. Se é assim, também posso dizer que acho o Walter melhor que o Benzema.

Matic - Não é bom nem mau, antes pelo contrário. Tem mais técnica que aquilo que eu esperava, mas não é assim tão assertivo do ponto de vista defensivo, deixando muito a desejar quando joga sozinho à frente da defesa. Seria de esperar que com a sua altura e com a sua capacidade física conseguisse ganhar mais lances e impedir a progressão dos adversários, mas não tem acontecido. A meu ver, há outros médios que mereciam mais minutos. Matic tem jogado demais. Não justifica.

Nélson Oliveira - Pouco tempo também mas já começou a mostrar as suas qualidades. Rápido, com algum poder de desmarcação, apresenta remate fácil e uma grande mobilidade na frente de ataque que lhe permite jogar em cunha entre os centrais ou a vir da faixa (esquerda ou direita) para o centro. Tem um futuro muito promissor.

Eduardo - Só não joga mais porque tem um colega de posição de qualidade igualmente elevada. Eduardo é, provavelmente, o melhor guarda-redes que temos desde o tempo de Michael Preud'homme. Tem um pequeno azar chamado Artur. E acredito que, se tivesse chegado ao mesmo tempo que o brasileiro, seria hoje o titular fruto das suas qualidades, claro, mas também de uma possível preferência de Jesus. Sempre que foi chamado, esteve bem.

Rodrigo - Talvez a maior surpresa deste início de época. A sua contratação foi muito criticada no ano passado e com alguma razão: a prioridade era um médio centro/defensivo (que nunca chegou a vir, com as consequências que se conhecem) e o valor pago foi excessivo face ao que o jogador demonstrara em Madrid e face àquilo que seria expectável. De qualquer das formas, Rodrigo começa a justificar a escolha do departamento de futebol do Benfica para integrar o plantel. Rápido, com bom controlo de bola, tem faro pelo golo e já deixou a sua marca em alguns jogos importantes esta época. Pode chegar muito longe.

Bruno César - O senhor "ponte aérea" chegou ao Benfica com grandes ilusões e foi aquecer o banco. Não contente com a situação, trabalhou afincadamente e sempre que entrava em campo justificava as qualidades que se conheciam do Brasil. No entanto, com o passar das semanas, tem-se apagado progressivamente. Qual é o verdadeiro Bruno César? Quanto a mim está próximo do de Setembro. É um jogador muito interessante na minha opinião e que dá soluções de jogo que o Benfica não tinha o ano passado.

Nolito - Um jogador diferente de tudo aquilo que vemos actualmente. Com a bola colada ao pé, Nolito cria o pânico nas defesas adversárias. Flecte muito bem da esquerda para o centro e tem um remate colocado, à semelhança do que acontecia com Simão. Não é tão tecnicista, não é tão líder de equipa como o ex-camisola 20 mas tem uma enorme utilidade. Precisa de aprender a largar a bola mais cedo e de refilar menos com os árbitros. É garantia de golos.

Artur - Tecnicamente não é o melhor guarda-redes do mundo, longe disso. Mas transmite uma segurança e serenidade que impressionam. Artur é tranquilo entre os postes, agarra a bola na maioria das vezes, sai-se muito rapidamente aos pés dos adversários e não precisa de a socar quando lhe vem pelo ar, agarrando-a. Não dá nas vistas, mas quando é preciso fazer uma defesa de elevado grau de dificuldade também está lá (Elias que o diga, ainda hoje tem pesadelos).

Witsel - É difícil explicar como e porque motivo adoro este jogador. Witsel é um dos meus favoritos. É a prova de que a velocidade não é o mais importante no chamado "futebol moderno". O belga sabe ter a bola, controlar os ritmos do jogo e compreender quando se deve desmarcar, passar ou rematar. Do ponto de vista defensivo é a antítese de Ramires: muito mais de ocupar espaços do que de recuperar bolas. Era o jogador que precisávamos para ter alcançado a final da Liga Europa no ano passado. Um verdadeiro craque.

Garay - Não é preciso ser exibicionista para se ser um bom central. Garay é do mais discreto possível e surpreende pela sua serenidade, posicionamento e entendimento do jogo. O eixo formado por Artur, Luisão e por si é seguro muito graças às qualidades do argentino, que complementa o colega da selecção brasileira. Além disso, sabe sair a jogar e começa a mostrar alguma actividade nos lances de bola parada, tanto a responder a cruzamentos como a batê-los.

P.S. De Emerson não podemos falar, é assunto tabu. Parece que há muita gente sensível a esta questão. É fazer como os pinguins do Madagáscar: "just smile and wave boys, smile and wave".

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

David Simão está a ser desperdiçado?

Não é fácil. Não é de todo uma tarefa descomplicada para qualquer jogador entrar no actual meio campo do Benfica, quanto muito um jovem da formação, apesar de ter demonstrado muita qualidade na temporada transacta no Paços de Ferreira. Vejo no David Simão muita qualidade à espera de ser potenciada, vejo nele um médio centro, que poderia ser uma alternativa a Axel Witsel, não tanto um playmaker que possa ocupar a posição de Pablito Aimar. Teria sido muito mais positivo para ele, ser novamente emprestado, de forma a competir regularmente, de forma a não travar o seu processo de evolução - nesta fase da sua carreira o que mais precisa um jovem jogador como ele, são minutos de competição, com vista a explorar a sua clara margem de progressão como jogador. Entre o banco e a bancada no Benfica, que ganhará David Simão com isso? Quantas oportunidades terá para jogar esta época? Muito poucas mesmo.

Quero acreditar que não existe um preconceito por parte do clube na aposta nos nossos jovens valores, que despontam no Seixal. Quando existe qualidade, o único pecado é não acreditar nela, não apostar nessa mesma qualidade. No entanto a aposta na formação não é algo para ser feita à força, antes precisa ser enquadrada devidamente no contexto do clube, precisa ser encarada como um complemento precioso ao plantel principal. E precisa também o clube, neste caso o Benfica, ter a estabilidade necessária, que permita dar aos jovens talentos a tranquilidade suficiente para poderem entrar na equipa aos poucos. Para além de David Simão, também Nélson Oliveira procura o seu lugar ao sol, se bem que me parece que neste caso, haverão muitas mais chances para poder jogar do que propriamente no caso do David. Não acho propriamente que a não aposta em David Simão esteja a ser uma injustiça, porque existem outras soluções que dão no momento mais garantias ao treinador. Acho sim, que a solução neste caso, não passa por encostar o jogador às boxes, em Janeiro seria positivo para ele novo empréstimo. Para rever rapidamente.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O outro plantel - Os Emprestados (I)

São, pelas minhas contas, 28 os jogadores que o Benfica tem a rodar em clubes portugueses ou estrangeiros, de primeira ou segunda divisão. Destes 28 - praticamente um plantel - a idade e qualidade variam muito. Possivelmente, poucos serão os que ainda possam vir a dar um contributo importante para o nosso clube. É a pensar neste outro plantel que inicio uma série de cinco posts sobre "Os Emprestados".

Sepsi Contratado como promessa para a lateral esquerda da defesa, Sepsi chegou ao Benfica na janela de transferências de 2008, com José Antonio Camacho. Tapado por Léo, não conseguiu convencer na sua primeira passagem na Luz, sendo emprestado ao Racing Santander, em Espanha. Neste [curto] regresso de pré-época, não convenceu Jesus. Na minha opinião, Sepsi nunca será um grande jogador. Mediano, como há tantos por aí. Não vale a pena manter o romeno, nem para suplente, porque para isso há muito bom jogador português, até para defesa-esquerdo, que pode fazer esse lugar.

Leandro Um jogador que desconheço perfeitamente. Contratado ao Coritiba este Verão, foi imediatamente emprestado ao Vitória Sport Clube, onde ainda não se conseguiu impor (e para ser sincero, penso que não vai conseguir, dada a qualidade do plantel vimarenense). Participou no campeonato Sudamericano sub-20, mas nem sei se foi titular. A não ser que tenha um desenvolvimento semelhante ao de David Luiz, penso que terá dificuldade em ficar na Luz.

Leandro Pimenta Tenho grandes esperanças relativamente a este jogador. No campo, apresenta uma maturidade táctica (até pareço o Freitas Lobo...) fora do normal para um júnior. Não é propriamente rápido, mas a sua visão de jogo, o passe, a colocação, são de um profissional. Vai longe se jogar com alguma regularidade no Beira-Mar, clube que o tem por empréstimo.

Makukula Não tão mau como a maior parte dos benfiquista o julga, nem tão bom como o próprio pensa que é (dizem que se acha o maior). Pessoalmente, não acredito que tenha qualidade para ser titular, como é obvio, mas não escondo que acho-o um suplente muito razoável. Tem força, bom jogo aéreo, mais técnica e velocidade que, por exemplo Cardozo, mas teve o azar de chegar ao Benfica numa fase conturbada do clube. Deveria ter uma segunda oportunidade, que Jesus não deu. Penso que poderia ser muito útil ao clube.

Walter Moraes Quem? Pois, também não faço ideia quem seja. Lembro-me da sua contratação, mas nunca chegou a calçar as luvas, e penso que, já com 22 anos, se ainda não deu minimamente nas vistas, também não será agora que o conseguirá fazer. Claro que um guarda-redes pode evoluir até mais tarde que um jogador de campo, mas na Olhanense foi sempre 3ª opção e, actualmente no 12 Octubre, do Paraguai, não é titular. Deve ter sido contratado com base nos seus 2,03 metros de altura.

David Simão O seu talento é inegável. Muito bem constituído fisicamente para um jogador da sua posição (médio-ofensivo, 1,83 metros, 80 kilos), David Simão deu sempre nas vistas enquanto jogava nas camadas jovens do Benfica. Foi titular em grande parte da época 2008/2009, ano do título de juniores, mas acabou por sair do onze na fase final por opção técnica de João Alves. No entanto, como sabemos, muitas vezes o talento anda a par da preguiça, ou de alguma falta de empenho ou profissionalismo. David foi alvo dessas críticas. Se são ou não verdadeiras... não sei. Dos 6 jogos do Fátima, participou nos 3 da Liga, no da Taça, onde até marcou, e não foi opção para a Taça da Liga. Estes dados evidenciam a importância do jovem na equipa.