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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Uma questão de transparência

Há pouco mais de um mês abordei o tema das transferências de jogadores em que o Benfica está envolvido e a ausência de transparência nos negócios. Não que sejam ilegais, que alguém ande a meter dinheiro ao bolso, que haja comissões obscuras, nada disso, quer dizer, se calhar também há de tudo isto um pouco, mas não é por aí que quero ir.

O que me leva a escrever sobre os mais recentes negócios do Benfica é a falta de transparência e a total despreocupação que a Direcção tem em não informar os sócios e adeptos de coisas tão importantes como os valores que se gastam e se recebem nas aquisições e vendas de activos. Os dois exemplos mais recentes desta ausência de transparência financeira são Axel Witsel e Ola John.

O belga foi vendido no dia 1 de Setembro aos russos do Zenit por 40 milhões de euros, valor da cláusula de rescisão do atleta. Segundo o comunicado que o Benfica emitiu, o dinheiro foi pago a pronto e, como consequência, a cláusula foi accionada. Até aqui tudo bem, o Benfica agiu da forma mas transparente possível. O que se passou a seguir é que não foi normal. Um dirigente do Zenit garantiu que o Benfica só libertou Witsel quando teve a garantia de que Hulk já tinha assinado pelos russos e que os ditos 40 milhões de euros seriam pagos em duas tranches até 2013, ou seja, por outras palavras, os russos afirmaram claramente que ofereceram os 40 milhões mas que não accionaram a cláusula de rescisão. Dessa forma, o Benfica poderia ter rejeitado a proposta, algo que não fez. Pior: se os russos estiverem a falar verdade, os dirigentes do Benfica mentiram aos adeptos, sócios e até à CMVM. Importa portanto, a meu ver, que o Benfica prove preto no branco que não tinha remédio se não vender Witsel, caso contrário, houve negligência grave no que ao plano desportivo diz respeito.

O caso de Ola John é diferente do ponto de vista do negócio mas igualmente pouco transparente. O Benfica contratou o jogador em Junho deste ano por um valor que permanece desconhecido. Não houve qualquer informação oficial cedida pelo clube à imprensa ou à CMVM, sendo que os principais diários desportivos referem que a transferência terá sido consumada por valores à volta dos 9 milhões de euros. O que não se esperava é que, passados apenas dois meses, o Benfica tivesse alienado 80% do passe do atleta a uma fundo de investimento sediado em Malta, a Doyen Sports, por valores uma vez mais desconhecidos. Resumindo, contratou-se por um valor desconhecido mas aparentemente avultado e dois meses e zero jogos oficiais depois, vende-se a quase totalidade dos direitos económicos a um grupo maltês, novamente por um valor que não se conhece.

Compra de jogadores a preço desconhecido, alienação de passes sem os sócios saberem, vendas que parecem ser feitas pela cláusula de rescisão mas afinal não são, mentiras sucessivas, encapotamento da verdade. O Benfica deveria esclarecer os sócios quanto a estas negociatas. Por uma questão de transparência.

Adenda [19:06]: Como o Gonçalo, o Ruca e o GNR referem na caixa de comentários, o comunicado efectivamente não diz que a cláusula foi accionada, ou seja, se as palavras do dirigente do Zenit forem verdadeiras, significa que o Benfica vendeu Witsel numa situação em que não estava obrigado a fazê-lo, ao contrário do que a Direcção e a comunicação social tentaram fazer passar. Houve falta de transparência. Resta saber se mentiram ou não aos sócios.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Soluções para o meio-campo

Axel Witsel já foi e é tempo de encontrar soluções dentro do próprio Benfica. O mercado está fechado até Janeiro e só podemos contar com os jogadores que temos actualmente. Mas não me peçam para embarcar no velho cliché de "só faz falta quem cá está". Uma frase feita que pouco ou nada diz, na realidade. Quando o Benfica precisar de equilibrar o jogo, de ter bola, de ocupar bem o espaço defensivamente, ainda nos vamos lembrar da falta de Witsel fazia. E quem diz Witsel diz Javi.

Dentro dos quadros do Benfica, os únicos jogadores que, além de Matic, me parecem ter condições para assumir as vagas deixadas em aberto pelo espanhol e pelo belga são, respectivamente, Airton e Amorim. Ainda que salvaguardadas as devidas diferenças de qualidade existentes entre os dois que saíram e os dois que estão fora, Airton e Amorim seriam, caso estivessem no plantel do Benfica, os dois titulares do meio-campo. Mas não estão. O primeiro porque, supostamente, fazia parte do gangue do chopinho, grupo formado por alguns brasileiros do Benfica (Airton, Sidnei, Menezes, Weldon e Kardec) que gostavam da bebida, e o segundo porque perdeu a paciência com Jorge Jesus, um estado que quase todos os benfiquistas já alcançaram também.

Por isso, e olhando para o plantel principal (e para o "B"), quem pode assumir a titularidade? Matic é um jogador de características completamente diferentes das de Javi e Witsel, mas que pode e deve ser titular. Tem presença física e um toque de bola bem interessante, ficando a perder do ponto de vista táctico quando comparado com os dois que saíram. Ofensivamente, a entrada de Matic para o onze não deverá constituir um problema para Jorge Jesus, mas já no aspecto defensivo, temo que não se possa dizer o mesmo, até porque o sérvio não é nem nunca foi médio defensivo. Quem não tem cão caça com gato, assim será. Para fazer companhia a Matic, que soluções pode Jesus encontrar na equipa principal? A meu ver, há dois, apenas dois. Carlos Martins, por um lado, pode dar algumas soluções interessantes ao meio-campo do ponto de vista ofensivo, como a meia-distância. Enzo Pérez, por outro, pode desempenhar um lugar que não lhe será assim tão estranho visto ter actuado numa posição semelhante nos Estudiantes. Mas nenhum dos dois confere a segurança e a qualidade de Witsel.

E na equipa B? Jesus referiu André Gomes como uma solução possível para o lugar mais recuado do meio-campo, o que me leva a crer que o treinador do Benfica ainda não assistiu a um único encontro dos B's. Miguel Rosa, para a posição de Witsel, apesar de também pisar terrenos mais avançados, e Leandro Pimenta, para o lugar de Javi, jogador acostumado a um futebol muito diferente do do espanhol mas ainda assim capaz de se tornar num jogador referência na Luz, são as duas melhores soluções que encontro na equipa treinada por Norton de Matos.

Há soluções para render Witsel? Sim, há. Mas nenhuma tem a qualidade do belga, nem sequer lhe chegam aos calcanhares. Até Janeiro será com isto com que o Benfica vai ter de viver dia-a-dia. Com a reabertura do mercado, parece óbvio que se torna prioritário contratar um médio centro de qualidade indiscutível. Mas também já era óbvio que o Benfica precisava de um lateral esquerdo no verão. Como se vê, no nosso clube, o óbvio é um lugar estranho.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Hora H

Numa altura em que as alternativas para Javi e Witsel não inspiravam grande confiança, eis que os próprios abandonam o clube. Façam um exercício simples: Indaguem sobre as razões para as alternativas aos dois ex-jogadores não receberem grande crédito pela maior parte dos adeptos e próprios responsáveis técnicos. Serão os jogadores que não têm qualidade? Ou será o modelo quase suicida de Jorge Jesus que não potencia da melhor maneira todos os jogadores que possam substituir Javi e Witsel por não terem características semelhantes? Matic muito dificilmente poderá oferecer as mesmas coisas que Javi. São jogadores diferentes. Javi tem um raio de ação superior ao do sérvio, mas isso só é problema num modelo de jogo como o que o Benfica apresenta. O sérvio pode não tomar as melhores decisões a nível posicional, quando a equipa não se encontra com a bola, mas é preciso ver que o modelo de jogo do Benfica oferece inúmeras situações de igualdade/superioridade numérica ao adversário, sobre o meio campo. Com o número de jogadores que o Benfica coloca à frente da linha da bola, é quase impossível não permitir que isso aconteça. A culpa não é de Javi, não é de Matic, nem de outro jogador qualquer que apareça a jogar na mesma posição. É de Jesus. Cabe ao próprio perceber isso e alterar o modelo de jogo para que o Benfica deixe de ser apanhado tantas vezes em situações delicadas. Alguém já tentou trocar Mateus, Candeias, Rondón, por Iniesta, Xavi e Messi e imaginar o resultado? Bem, é melhor não o fazer.

Dentro do clube, existem boas soluções para substituir os jogadores que saíram. A curto prazo, muito dificilmente oferecerão o rendimento individual que os dois ex-jogadores asseguravam (principalmente Witsel), mas talvez seja esta a hora de alguns jogadores mostrarem que podem ser opções num clube como o Benfica. Em relação a Jav, Matic, como já foi referido no primeiro parágrafo deste post, tem qualidade para ganhar o lugar no 11 benfiquista. O sérvio é bom tecnicamente, tem uma boa passada, oferece um leque interessante de argumentos a nível ofensivo (passe vertical à cabeça), mas ainda não toma as melhores decisões a nível posicional. Por vezes, cai no engodo da bola e sai da sua posição para o corredor lateral, acabando por desequilibrar (ainda mais) o corredor central. Existe, também, na equipa B, um jogador com características muito interessantes. Tem sido um caso de má gestão e má formação (mais um ) no Benfica. Fala-se de Cafu, melhor marcador da equipa de juniores do Benfica, na época de 2011/2012. Sim, o leitor leu bem, melhor marcador da antiga equipa de juniores. A explicação para isto é simples: Ao Benfica faltava um jogador para a frente do ataque, dado que as opções para ocuparem a posição tinham pouca qualidade, e Cafú, devido à sua capacidade física, diferenciava-se dos outros e oferecia golos, coisas que nos escalões de formação, infelizmente, ainda conta muito. Cafú, no entanto, é muito mais que um calmeirão qualquer com uma estatura elevada. Cafú é inteligente, ocupa muito bem o espaço, é bom tecnicamente, tem um raio de acção elevado, e tem o bónus de ser forte fisicamente, que lhe oferece um argumento com algum peso nos duelos individuais. Pelas características que detém, é o jogador mais parecido com Javi que o Benfica tem ligado aos quadros. No que diz respeito ao lugar que Witsel ocupava... Bem, o caso também é complexo.  Quer dizer, é simples, mas para Jorge Jesus parece ser complexo. Miguel Rosa. Miguel Rosa é um jogador muito completo. É rápido, vertical, inteligente, boa capacidade técnica, relativamente imprevisível, reage muito bem à perda de bola... É, provavelmente, o jogador mais talhado para ocupar a posição de Witsel, por ser um jogador equilibrado. Com os sucessivos empréstimos a clubes do segundo escalão, Miguel Rosa desenvolveu em si alguma ânsia excessiva em chegar à frente no terreno, que me parece perfeitamente corrigível se for introduzido num contexto diferente. As coisas podiam ser feitas de forma diferente, no entanto, e juntar o útil ao agradável. Miguel Rosa e Aimar, com um terceiro elemento no meio campo, provavelmente Matic. Aimar não é um jogador acabado. Não é um jogador para jogar 30' num jogo. Aimar é o melhor jogador em Portugal. Aimar é genial. Mas é mais um jogador que não beneficia do modo como o Benfica joga. Aimar é um jogador forte em organização defensiva. Sabe os espaços que deve ocupar, interpreta perfeitamente o jogo, mas é impossível pedir a um jogador como Aimar para, em transição defensiva, conseguir recuperar e ficar de frente para o jogo. E, com isto, perde-se um meio campo mais equilibrado e, consequentemente, a impossibilidade de ver o Benfica com um controlo maior sobre o jogo.

Resumindo, tudo está dependente da alteração da forma de Jesus interpretar o jogo. A alteração do modelo de jogo oferecia um leque inimaginável de soluções para o colectivo. Desde a possibilidade de integrar alguns jogadores com qualidade, oferecendo-lhes um contexto mais apropriado à sua entrada na equipa e às suas características à garantia de um controlo maior sobre o jogo, que não acontece por desequilíbrio notório no meio campo. Infelizmente, tudo isto não passa de um cenário pouco provável.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Acabou antes de começar

Não tenho palavras. Não há muito mais a dizer. Resta olhar para a delapidação patrimonial que está a ser feita e bater palminhas à gestão do Sport Lisboa e Benfica. O rei vai nu e o miúdo que aponta para a nudez do monarca, em vez de provocar a galhofa dos populares, leva uma chapada dos mesmos. E apesar de só ter 4 anos, o miúdo é acusado de ser um mau benfiquista. Atirem-no para a fogueira dos judeus.

O Benfica deu mais uma valente machadada nas suas aspirações em relação ao título. À venda de Javi juntou-se a venda de Witsel, perdendo o Benfica desta forma os dois jogadores que eu sempre considerei os mais importantes no plantel. Na antevisão da temporada, disse que um meio-campo defensivo com Javi Garcia, Axel Witsel e Nemanja Matic era insuficiente, faltava um jogador. Esse atleta em falta seria, naturalmente, Rúben Amorim. Airton seria outra opção. Nenhum deles retornou e mais ninguém foi contratado. O Benfica iniciava a época com os mesmos jogadores com que tinha terminado a anterior. Três atletas, duas posições. Javi foi vendido bem abaixo da cláusula na sexta-feira passada, Witsel seguiu-lhe as pisadas, pela cláusula, esta segunda. Em dois dias úteis, o Artur Jorge da Reboleira e o Vale e Azevedo das Furnas destruíram um bom plantel. "O que poderiam ter feito, pobrezinhos, são uns mártires, o Javi foi vendido no último dia e o Witsel pela cláusula, o que poderiam ter feito?" - perguntarão os mais desatentos. Simples. Não vender jogadores abaixo do valor da cláusula e precaver, acautelar as possíveis saídas pela cláusula contratando um jogador capaz de os substituir (algo que até poderia e deveria ter sido feito, havia espaço no plantel para mais um). Não se fez uma coisa nem outra. A gestão desportiva neste clube não é má nem péssima, é simplesmente inexistente. Se o Benfica foi obrigado a vender foi porque está financeiramente na lama. E se está financeiramente na lama é porque as pessoas que o dirigem o arrastaram para lá. Má gestão desportiva, má gestão financeira, poucos títulos, muitas dívidas. Há 10 anos que esta corja anda por lá e por lá vai continuar até quiser.

Depois ainda escrevem a pedir para que não fale mal de Vieira. Como - pergunto - como querem que não o faça quando este indivíduo está a minar o clube e a matar-nos aos bocadinhos? É hora de acordar. É hora de agir. É hora de os benfiquistas abrirem os olhos para o que se passa no clube. Há demasiada gente que gosta efectivamente do Benfica e que continua calada, impávida e serena a observar este triste espectáculo. Os actuais dirigentes do Benfica transformaram um clube de futebol numa máquina empresarial. Não é isto que eu quero para o Benfica. Não quero um Benfica perdedor, fraco e endividado. Está na altura de grandes benfiquistas se chegarem à frente. Saiam do conforto. Vão à luta. Hoje, mais que nunca, há milhares, milhões de benfiquistas furiosos com a gestão encarnada. Vejam nos blogs, nos fóruns, nos sites, nas redes sociais, a opinião popular está lá. No estádio ouvem-se cânticos de descontentamento. As paredes em volta da Luz gritam a sua revolta. Está na hora de mudar. É preciso aparecer gente credível e capaz que se candidate contra os actuais ditadores do Benfica. E é fundamental que muitos dos benfiquistas com influência na sociedade e que têm voz activa nos assuntos do clube, seja nos programas de televisão seja na internet, deixem de fingir que está tudo bem, ponham o dedo na ferida e tenham a coragem que vos tem faltado nos últimos anos. Façam-no pelo Benfica. Estou farto disto, estamos fartos disto. Já chega.

domingo, 27 de maio de 2012

Preparar 2012/2013 - Médios defensivos

Começámos com quatro, acabámos com três. O Benfica perdeu pelo caminho Rúben Amorim para o Braga, numa das decisões mais polémicas do mercado de Janeiro dos últimos anos. No centro do terreno, em termos de tarefas mais defensivas, não nos podemos queixar da falta de qualidade dos jogadores, mas a ausência de profundidade pode ter comprometido algumas conquistas. Analisemos então quem terminou a época connosco.

Javi Garcia - o médio espanhol parece ter lugar cativo e percebe-se porquê. Fisicamente possante, é o patrão do meio-campo encarnado, um jogador com mística à Benfica. No entanto, esta não foi uma época fácil para o internacional espanhol. Em alguns jogos sentiu dificuldades em segurar as investidas dos adversários, mas mais por culpa da ausência de apoio dos colegas, fruto do esquema desproporcionalmente ofensivo de Jesus, do que por má forma física, deficiente interpretação das jogadas ou incapacidade técnico-táctica. Merecia melhor sorte e melhor treinador para poder mostrar toda a sua valia.

Nemanja Matic - O médio que não é carne nem é peixe. Matic é um falso 6, um falso 8 e um falso 10. O que é Matic? Ninguém sabe ao certo. Tem o físico e a força de um trinco puro clássico, mas os seus pés são muito mais semelhantes aos de um 8. Não é particularmente rápido, não é especialmente inteligente e abusa do físico em termos defensivos, provocando inúmeras faltas desnecessárias. Não gosto de Matic. Acho que seria irresponsável confiar-lhe a titularidade e esperar resultados positivos. Poderá estar preparado para assumir a titularidade do Benfica num futuro próximo? Talvez. Mas para isso precisa de rodar. A meu ver, não tem lugar no plantel até porque temos um jogador melhor que Matic a cumprir empréstimo.

Axel Witsel - O craque. A par de Aimar, é o melhor jogador do plantel. É a prova de que no futebol moderno, a velocidade está muito longe de ser tudo. Sabe defender, sabe posicionar-se, sabe ter a bola no pé, é bom no jogo aéreo, joga e faz jogar. Não há muito a dizer sobre Witsel. Seria uma enorme perda caso fosse vendido. Vamos esperar que tal não aconteça.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Futuro (III de III)

Depois da venda de Amorim e da não contratação de nenhum reforço, o que nos espera até final da temporada?

Amorim era o habitual suplente directo de Witsel e de Maxi Pereira, fazia duas posições com relativa facilidade. Sem o camisola 5 no plantel, a vaga de suplente de Maxi fica colmatada por André Almeida e por Miguel Vítor, sendo que o jovem retornado de Leiria será igualmente o suplente directo de Witsel. Até aqui tudo bem. Ou tudo mal. A verdade é que André Almeida não tem qualidade para ser jogador do Benfica e se for chamado à titularidade o mais certo é que dê barraca.

Uma lesão de Witsel arruina esta temporada por completo. Se tal infortúnio vier a acontecer ao belga, encontrar-nos-emos na mesma situação de 2010/2011: sem um pêndulo que equilibre o jogo ofensivo e o defensivo. E as consequências são as que sabemos: nos jogos grandes ou mais importantes, vamos passar por maus bocados. O Benfica deixará de ter capacidade para segurar jogo, para ter a bola no pé e saber descansar com ela em posse. Lembram-se da primeira parte em Eindhoven? Bastou o Peixoto entrar para o meio-campo no segundo tempo para a equipa poder respirar.

Poderá Matic fazer de Witsel no caso de uma eventual lesão do belga? Talvez. Mas a qualidade não será nem de perto nem de longe a mesma. E também estará aquém da oferecida por Amorim.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Contratações de verão

Seis meses de trabalho, cinco de competição são tempo mais que suficiente para fazer uma avaliação sobre os jogadores que foram contratados ou passaram a integrar o plantel do Benfica pela primeira vez nas suas carreiras. A avaliação é feita tendo em conta o tempo de jogo que têm, as expectativas criadas, as perspectivas de futuro, a importância para a equipa e, sobretudo, a qualidade de jogo. Do pior para o melhor, eis a minha opinião:

Rúben Pinto, Mika, David Simão, Luís Martins, Mora, Enzo Pérez e Capdevila - Sem tempo nem espaço para afirmação. Os poucos minutos que jogaram não permitem uma avaliação quanto à utilidade e qualidade destes "reforços". No caso dos 5 primeiros ainda se percebe que, pela sua juventude ou pela qualidade das outras opções ao serviço de Jesus, tenham poucas oportunidades para mostrar o seu valor. Pérez, lesionado, também não teve chances. O caso de Capdevila parece ser incompreensível e a desculpa de que Emerson é melhor que ele é simplesmente idiota. Se é assim, também posso dizer que acho o Walter melhor que o Benzema.

Matic - Não é bom nem mau, antes pelo contrário. Tem mais técnica que aquilo que eu esperava, mas não é assim tão assertivo do ponto de vista defensivo, deixando muito a desejar quando joga sozinho à frente da defesa. Seria de esperar que com a sua altura e com a sua capacidade física conseguisse ganhar mais lances e impedir a progressão dos adversários, mas não tem acontecido. A meu ver, há outros médios que mereciam mais minutos. Matic tem jogado demais. Não justifica.

Nélson Oliveira - Pouco tempo também mas já começou a mostrar as suas qualidades. Rápido, com algum poder de desmarcação, apresenta remate fácil e uma grande mobilidade na frente de ataque que lhe permite jogar em cunha entre os centrais ou a vir da faixa (esquerda ou direita) para o centro. Tem um futuro muito promissor.

Eduardo - Só não joga mais porque tem um colega de posição de qualidade igualmente elevada. Eduardo é, provavelmente, o melhor guarda-redes que temos desde o tempo de Michael Preud'homme. Tem um pequeno azar chamado Artur. E acredito que, se tivesse chegado ao mesmo tempo que o brasileiro, seria hoje o titular fruto das suas qualidades, claro, mas também de uma possível preferência de Jesus. Sempre que foi chamado, esteve bem.

Rodrigo - Talvez a maior surpresa deste início de época. A sua contratação foi muito criticada no ano passado e com alguma razão: a prioridade era um médio centro/defensivo (que nunca chegou a vir, com as consequências que se conhecem) e o valor pago foi excessivo face ao que o jogador demonstrara em Madrid e face àquilo que seria expectável. De qualquer das formas, Rodrigo começa a justificar a escolha do departamento de futebol do Benfica para integrar o plantel. Rápido, com bom controlo de bola, tem faro pelo golo e já deixou a sua marca em alguns jogos importantes esta época. Pode chegar muito longe.

Bruno César - O senhor "ponte aérea" chegou ao Benfica com grandes ilusões e foi aquecer o banco. Não contente com a situação, trabalhou afincadamente e sempre que entrava em campo justificava as qualidades que se conheciam do Brasil. No entanto, com o passar das semanas, tem-se apagado progressivamente. Qual é o verdadeiro Bruno César? Quanto a mim está próximo do de Setembro. É um jogador muito interessante na minha opinião e que dá soluções de jogo que o Benfica não tinha o ano passado.

Nolito - Um jogador diferente de tudo aquilo que vemos actualmente. Com a bola colada ao pé, Nolito cria o pânico nas defesas adversárias. Flecte muito bem da esquerda para o centro e tem um remate colocado, à semelhança do que acontecia com Simão. Não é tão tecnicista, não é tão líder de equipa como o ex-camisola 20 mas tem uma enorme utilidade. Precisa de aprender a largar a bola mais cedo e de refilar menos com os árbitros. É garantia de golos.

Artur - Tecnicamente não é o melhor guarda-redes do mundo, longe disso. Mas transmite uma segurança e serenidade que impressionam. Artur é tranquilo entre os postes, agarra a bola na maioria das vezes, sai-se muito rapidamente aos pés dos adversários e não precisa de a socar quando lhe vem pelo ar, agarrando-a. Não dá nas vistas, mas quando é preciso fazer uma defesa de elevado grau de dificuldade também está lá (Elias que o diga, ainda hoje tem pesadelos).

Witsel - É difícil explicar como e porque motivo adoro este jogador. Witsel é um dos meus favoritos. É a prova de que a velocidade não é o mais importante no chamado "futebol moderno". O belga sabe ter a bola, controlar os ritmos do jogo e compreender quando se deve desmarcar, passar ou rematar. Do ponto de vista defensivo é a antítese de Ramires: muito mais de ocupar espaços do que de recuperar bolas. Era o jogador que precisávamos para ter alcançado a final da Liga Europa no ano passado. Um verdadeiro craque.

Garay - Não é preciso ser exibicionista para se ser um bom central. Garay é do mais discreto possível e surpreende pela sua serenidade, posicionamento e entendimento do jogo. O eixo formado por Artur, Luisão e por si é seguro muito graças às qualidades do argentino, que complementa o colega da selecção brasileira. Além disso, sabe sair a jogar e começa a mostrar alguma actividade nos lances de bola parada, tanto a responder a cruzamentos como a batê-los.

P.S. De Emerson não podemos falar, é assunto tabu. Parece que há muita gente sensível a esta questão. É fazer como os pinguins do Madagáscar: "just smile and wave boys, smile and wave".

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Axel Witsel foi aposta em cheio!

Aquando dos rumores da contratação de Witsel, que surgiram na mesma altura numa fase posterior, aos rumores sobre o interesse do Benfica em Danilo, tive a oportunidade de dizer aqui que optaria pelo jogador belga sem pensar duas vezes. É o jogador que o Benfica precisava desde a saída de Ramires, alguém que defende e ataca com a mesma competência, que ora auxilia Javi nos momentos defensivos, ora é a muleta de Aimar, nos momentos ofensivos, dando-lhe linhas de passe, abrindo espaços, aparecendo muitas vezes em zonas de finalização, em suma, um jogador muito completo, um médio como há poucos por essa europa fora. Tenho criticado algumas opções do Benfica no mercado, mas também sei elogiar quando o clube é criterioso no ataque ao mesmo, quando efectivamente acerta em cheio no alvo que busca, tendo em vista o colmatar das lacunas do plantel. E Witsel, caíu na Luz, com um ano de atraso, percebe-se que com ele o Benfica, ganha mais tudo: Pujança física, equilíbrio defensivo, posse de bola, passes de ruptura, capacidade de remate.

Tenho lido por aí, que Witsel é sobretudo um 10 dinâmico e que por essa versatilidade faz qualquer posição do meio campo. Se o segundo principio é verdadeiro já o primeiro nem por isso. O belga é um jogador de ligação entre sectores, utilizando a numerologia, é um 8 moderno, alguém que preenche os espaços vazios do meio campo conforme o que a equipa vai pedindo. E só alguém com uma grande inteligência táctica, só alguém que saiba ler bem o jogo, o que ao nível da relva não é nada fácil, consegue ter o tipo de movimentações que ele tem nos vários momentos do jogo, capaz de na mesma jogada de equilibrar a equipa e imediatamente, após recuperar a bola, de também ele ser mais um desiquilibrador nas tarefas ofensivas o que torna o Benfica muito perigoso nas transicções defesa-ataque, apesar de haver ainda muito espaço para progredir. Witsel pode ser a chave para o regresso do "rolo compressor".

Mais, é alguém que quando é preciso segurar a bola, tem uma facilidade muito grande de a "prender", o que dá tempo a equipa para posicionar-se de forma adequada perante o adversário, permitindo aos jogadores mais defensivos respirarem e acertarem as marcações. As comparações com Ramires são normais, mas Witsel é um jogador com outro trato de bola, com outra técnica de passe, mas com igual capacidade de ocupar espaços sem bola e com igual facilidade de impor o seu físico durante as partidas. Apesar de tudo jogadores diferentes entre si, mas embora Witsel tenha tão poucos jogos no Benfica, se manter esta bitola, será um caso sério neste Benfica e um dos pilares da equipa. O segredo dos grandes jogadores é a regularidade exibicional, vamos ver se ele a consegue ter. Conseguindo, poderá marcar uma era, assim ele o queira.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Axel Witsel é águia


O Standard de Liège confirmou o negócio. Bem-vindo.

Em breve, o "Olho na Águia" sobre o mais recente reforço do Benfica.